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Artigo adicionado em 18/05/2005, às 03:45

STAR WARS, eu não gosto de você
Se eu desaparecer e surgir boiando em algum canal daqui a dois dias, a culpa é deste texto! :: LEIA TAMBÉM :: CRÍTICA: STAR WARS EPISÓDIO III :: STAR WARS, MUITO PRAZER, por Srta. Ni :: CRONOLOGIA DA SAGA :: QUEM SÃO OS FÃS DE STAR WARS :: STAR WARS RPG :: OS INCRÍVEIS EWOKS […]

Por
Leandro "Zarko" Fernandes


:: LEIA TAMBÉM
:: CRÍTICA: STAR WARS EPISÓDIO III
:: STAR WARS, MUITO PRAZER, por Srta. Ni
:: CRONOLOGIA DA SAGA
:: QUEM SÃO OS FÃS DE STAR WARS
:: STAR WARS RPG
:: OS INCRÍVEIS EWOKS FOFINHOS

Quando alguém pronuncia a palavra “nerd“, alguns chavões logo vêm à cabeça. Muitos deles falsos. Senão vejamos: na visão de muitos, os nerds possuem características bastante, ahn, peculiares. Exemplos? Segundo o estereótipo nerd, todos nós usamos óculos fundo-de-garrafa. Estamos acima do peso. Usamos calças na altura do peito (!). Somos gênios das operações aritméticas envolvendo raízes quadradas. Passamos o dia inteiro sentados à frente do computador. Temos milhões de espinhas no rosto. Somos extremamente tímidos. Nunca beijamos a boca de ninguém. Não sabemos o que é sexo. Não temos representantes do sexo feminino entre nós. E adoramos Star Wars com todas as nossas forças.

Bem, eu sou nerd. Sei disso, e já “saí do armário” faz tempo – ok, esta expressão não soou legal… hehehe! Infelizmente, tenho uma má notícia aos não-nerds: não uso óculos, estou pelo menos 3 quilos abaixo da média para minha altura, minhas roupas até que são bacaninhas, nunca tirei nota 10 em matemática, não tenho espinhas no rosto, definitivamente não sou tímido e, sem falsa modéstia, sempre tive facilidade para conhecer e namorar garotas. E descobri, há pouco tempo atrás, que existe, dentro de nossa “classe”, uma categoria muito interessante que atende pela carinhosa alcunha de she-nerds – no entanto, elas não curtem ser chamadas assim, portanto contenham-se, rapaziada! 😀

E pra finalizar: eu não gosto de “Star Wars”. Sim, é sério.

À esta altura, já fui xingado, amaldiçoado, jurado de morte e tudo mais. Mas antes que alguém aí coloque meu nome na boca do sapo, vou explicar: não odeio a franquia do titio George Lucas como odeio a mala da Renée Zellweger – será que sou o único que consegue enxergar que aquela “botox ambulante” está longe de ser uma boa atriz? Voltando ao assunto, não sou daqueles que querem furar os próprios tímpanos ao ouvir a musiquinha tema ou a Marcha Imperial (é esse o nome, né?); meu sangue não ferve quando vejo todos os cinemas dominados pelo último filme da série, quando pelo menos uma sala poderia exibir aquela fita independente que eu tanto queria ver; e não sinto ganas de voar no pescoço daquele cosplayer que resolveu sair pra comprar pão vestido de Obi-Wan Kenobi. Não detesto a cinessérie, apenas não sou chegado. E deixo bem claro que respeito muito todos os fãs da saga, e reconheço tranqüilamente a devida importância dos filmes para o cinema de entretenimento.

Então, o que se passa na cabecinha do Zarko? Falando o português claro: não sinto tesão. Acho fraco. Nem de longe senti com “Star Wars” o mesmo frisson que me toma de assalto quando descubro que David Fincher está rodando um novo trabalho. Jamais gastaria dinheiro comprando os DVDs da série. Não consigo enxergar as milhares de questões filosóficas que dizem existir por trás da história; aliás, só o que vejo é a tal luta do bem contra o mal, que poderia ter sido contada de uma forma melhor, sem os diálogos insossos e as atuações pífias. Se resumisse meu sentimento em uma frase, esta frase seria: muita dança para pouca música. E saiba que conheço gente pra dedéu que considera os filmes tão sem sal quanto eu considero. Alguns, então, mal sabem as diferenças entre “Star Wars” e Jornada nas Estrelas.

O parágrafo acima certamente gerará comentários do tipo “ah, você não gostou porque você não entendeu”. Tolice! Assisti a TODOS os filmes da saga – podendo até me gabar de ter visto o Episódio VI: O Retorno de Jedi na tela grande… aos 4 anos de idade – e posso garantir que entendi tudo, tintim por tintim. Veja só, até escrevi uma cronologia dos acontecimentos no mundão de “Star Wars”! Certo, influencia bastante o fato de conviver com familiares nerds que veneram a saga apaixonadamente. Só pra se ter uma idéia: uma irmã que sabe todas as falas da primeira trilogia, e um irmão que só falta dar mamadeira e cantar músicas de ninar para o seu tão amado Box em DVD… Vixe! Tudo bem, faço o mesmo com meu DVD do Clube da Luta (!!!).

E antes que alguém me chame de “cult bastardo” (sim, eu sou), gostaria de apontar o fato de ser um adorador daquela dádiva divina chamada O Senhor dos Anéis. O que não me impede de também admitir suas falhas; a escalação do Orlando “Bloonda” como Legolas é de deixar qualquer um inconsolável. Se eu fosse o Peter Jackson, com certeza teria escalado o Paul Bettany ou o Jared Leto para o papel do arqueiro. 😀

O que me faz defender meu ponto de vista publicamente é acreditar que todos têm o direito de gostar ou não daquilo que lhe convém, desde que haja o respeito entre todas as partes. Exemplo: estes dias, encontrei neste mundão chamado Internet um texto bem viajado e emocionado sobre a “arte de amar Star Wars”. Neste texto, os comentários dos internautas e fãs xiitas apontam aqueles que não gostam da cinessérie como “desculturados” (palavra esta que nem mesmo existe oficialmente), pessoas com sérios problemas, infâncias infelizes e etc. O próprio autor não se contém e cita que, em sua visão, quem não gosta de “Star Wars” deve ser perdoado, pois “não sabe o que diz”. Ponto de vista bem infeliz, esse. Ninguém é melhor que ninguém por conta de um troço desses, na boa! E quem pensa desta forma que me desculpe, mas só ajuda a manchar ainda mais a imagem dos nerds. Já que exigimos respeito com nossas “manias”, por que não podemos respeitar o gosto dos outros, não é mesmo? 🙂

Entretanto, sei que são necessários alguns argumentos para que eu possa dizer “não gosto”. Sim, a franquia contém elementos que me irritam. Se disser que não sou chegado apenas porque não sou chegado, estarei mentindo. Já que é assim, eis uma listinha dos fatores que contribuem para o meu desgosto com o universo do senhor Anakin Skywalker. Mas já digo: esta é a MINHA opinião, ok? Se você não concorda comigo, você não é um ser inferior no meu ponto de vista. Portanto, não estressa, faz favor!

:: O fator “George Lucas nasceu virado pra Lua”
Justiça seja feita: por mais que tenha criado um mundo rico em detalhes e até coerente, ninguém me tira da cabeça que Lucas deu sorte. O cara pode ser um mestre em efeitos especiais – eu até reconheço este detalhe numa boa, por mais que prefira os efeitos da Weta sem pestanejar. Maaaaaaas… se Lucas é bom em desenvolver cenários grandiosos e cheios de detalhezinhos, por outro lado é péssimo no quesito “direção de atores” e “roteirista de diálogos”. Duvida? Então assista Episódio II: Ataque dos Clones. O segundo-quinto episódio abriga a maior concentração de interpretações a la Ricardo Macchi da história da carreira do cineasta! Nem mesmo os fãs mais radicais podem negar que George Lucas não é um bom roteirista e diretor. Não à toa, todos devem lembrar da petição que rolou na Internet, pedindo que Peter Jackson assumisse a direção do Episódio III: A Vingança dos Sith, para que o dono do Rancho Skywalker não botasse tudo a perder…

:: O fator “frases de efeito”
Os diálogos de toda a cinessérie correspondem a um dos pontos mais incômodos de “Star Wars”. É tudo muito burocrático, batido. O negócio chega a doer a alma no “Episódio II”, onde somos obrigados a enfrentar as seqüências mais chumbregas dos últimos tempos – alguém aí pensou no romance de Anakin Skywalker e a Senadora Amidala? Pois é. Os diálogos que saem da boca dos atores até que não seriam tão ruins… para um capítulo da novela A Usurpadora! O cartaz de “O Ataque dos Clones” deveria vir com um aviso: “use com moderação, risco de diabetes”. Que medo, só faltou a Amidala chamar o Anakin de Carlos Daniel

:: O fator “George Lucas não sabe fazer outra coisa senão mexer nos filmes da saga”
Ok, esta é uma grande verdade. E falo com conhecimento de causa, pois conferi recentemente seus outros “dois filmes” na direção, além da franquia milionária do titio Darth Vader. O primeiro, a sci-fi bisonha THX 1138, é legalzinho e só. Já o outro, a comédia American Graffiti, chega a ser deplorável. Ô filminho sem graça! Estas películas são provas concretas de que Lucas, como cineasta, beira o medíocre. Para que o cara possa ganhar moral comigo, é necessário provar que existe vida fora do ambiente intergalático. Tá, tudo bem, concordo que o sujeito é até esperto, se olharmos por este ponto de vista. Afinal, é só ele mudar a cor de uma nave e relançar a série inteira no cinema, todos os fãs assistirão novamente! Ou seja: rios e rios e rios de dinheiro! Mas daí a fazer o bandido atirar antes do Han Solo e mexer novamente em “O Retorno de Jedi” só pra colocar o rosto do Hayden Christensen no lugar do outro ator é demais! Oh, give me a break!

:: O fator Hayden Christensen
Gostaria muito de conhecer pessoalmente o executivo de Hollywood que teve a brilhante idéia de escalar Hayden Christensen para viver Darth Vader na juventude. Pelo amor de Deus, o moleque é muito ruim! Suas “expressões” no segundo capítulo da série são mais do que sofríveis! Alguém em sã consciência acreditaria que aquele magricela se tornaria um dos vilões mais memoráveis da história do cinema? Uma escolha boa teria sido James Franco, um cara que sabe fazer cara de triste, pelo menos.

:: O fator “bons atores desperdiçados”
Há um parêntese bacana neste tópico. Felizmente, alguns ótimos atores conseguem se salvar. É o caso do magnífico Sir Alec Guinness (“Lawrence da Arábia”), pois o ator está realmente fantástico como Obi-Wan Kenobi no “Episódio IV” – o que não é mérito da direção, visto que Guinness, já falecido, tinha um talento incomum para se autodirigir. Mas o que o pobre coitado do Peter Cushing está fazendo ali? O cara era o rei dos filmes B, e não faz praticamente nada! Outro notório caso de desperdício de talento é a maravilhosa Natalie Portman, que até tenta dar um brilho em sua interpretação da Senadora Amidala, mas não consegue. Bem, vejamos pelo lado bom: seria muito pior se Lucas escalasse as patricinhas e ídolos teen Hilary Duff, Amanda Bynes ou Lindsay Lohan em seu lugar… Bata três vezes na madeira, por favor. 😛

:: O fator “bichos medonhos”
O que são aquelas criaturas feiosas que habitam a caverninha do Jabba em “O Retorno de Jedi”? E a dançarinha estranha? E a anta que atende pelo nome de Jar Jar Binks, que mais parece uma mistura bizarra de pato, coelho e sapo – e que faz a gentileza de entregar todo o poder do Senado ao Palpatine? E o alienígena do planeta Kamino, parente próximo dos ETs que afundaram o final de A.I.? Tudo bem, existem várias raças, de vários planetas e tudo mais; o que não justifica o design terrível de alguns deles. Só não desço a lenha nos Ewoks e no Chewbacca (praticamente um Floquinho do espaço), pois tenho medo de apanhar da Srta. Ni. 😀

:: O fator “cabeçada”
O primeiro-quarto filme da saga, Uma Nova Esperança, contou com cinco montadores oficiais, entre eles Paul Hirsch, que editou Ray, e o próprio George Lucas. Ainda assim, a fita conta com um sem fim de erros de continuidade e cenas que deveriam ter ficado na sala de edição, como a lendária cabeçada do Stormtrooper (aquele soldadinho branquinho, sabe?), aos 82 minutos de filme. Os produtores divulgaram, mais tarde, que a seqüência foi rodada propositalmente. Pra mim, é apenas uma falha esquecida. Que tem o poder de estragar o filme inteiro.

:: O fator “Amidala troca de roupa a cada quatro minutos”
Cara, aquilo é impressionante! Em “O Ataque dos Clones”, a cada cena que passa, Amidala está com uma roupa diferente! E a estrutura do roteiro não permite tempo hábil para que a Senadora consiga arrancar toda a parafernália que carrega nos ombros; além, claro, dos penteados que, a julgar por sua “complexidade”, devem levar horas para serem feitos. A não ser que a tal da Força também realize este milagre. Falha de roteiro! Falha de roteiro!

:: O fator “Yoda, aprenda a ordenar corretamente as palavras”
Será que o problema está comigo ou tem mais alguém aí que fica uma pilha de nervos só de ouvir o Yoda soltando aquelas frases medonhas a la Mestre dos Magos, como “Você um Jedi em breve se tornará”, ou “Este rapaz para o Lado Negro futuramente migrará”?… Afe! Alguém entregue uma cartilha para o sujeito, pelo amor de Deus. 😛

Ok, agora chega. Há muito mais a se dizer, mas tenho amor à minha vida. 😀 Por outro lado, devo dizer que o caldo não é tão ruim: adoro o Darth Maul, o Obi-Wan interpretado pelo Alec Guinness é talvez a melhor coisa da saga inteira, e também gosto muito do Vader – mas não o suficiente para considerá-lo o melhor vilão do cinema, cargo que deixo para o Hannibal Lecter mesmo.

Bem, o que quero dizer é que, ao contrário do que muitos pensam, nem todos os nerds precisam obrigatoriamente gostar de “Star Wars”, independente da franquia representar um divisor de águas na história do cinema fantástico, além de influenciar diretamente o conceito básico dos blockbusters de hoje. Acho que todos aí entenderam meu ponto de vista, certo? Pois é, eu não gosto, mas fazer o quê? Ainda tenho esperanças de que o esperadíssimo desfecho desta trama, já nos cinemas, faça com que este ser amargurado e rancoroso que atende pelo apelido de Zarko sinta um resquício de simpatia pelo titio George Lucas e sua trupe de personagens. E que a Força esteja com todo mundo! Só não quero que a Força esteja com aqueles que provavelmente me odiarão a partir deste texto… Será que meu plano de saúde cobre assassinato com requintes de crueldade? 😛


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