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Quando as primeiras notícias sobre o aguardadíssimo Batman Begins começaram a pipocar, isso lá pelos idos de 1998 (sim, faz tempo!), os fãs ficaram muito, mas muito preocupados. Não só os fãs, mas o planeta inteiro. Ok, o planeta inteiro não: minha vó provavelmente não ficou tão preocupada assim – mas é porque seu conceito de “herói” se resume somente ao Vigilante Rodoviário mesmo! Enfim, o temor todo em torno do novo longa-metragem live-action do Homem-Morcego não podia ser de forma alguma comparável ao caso das versões de carne-e-osso dos notórios X-Men ou do amigo da vizinhança, o Homem-Aranha; enquanto nestes dois casos, os fãs simplesmente aguardaram ansiosos e temerosos por um bom trabalho por parte da produção, o caso do morcego era mais delicado e temível. Afinal, Batman atravessou o final da década de 80 e boa parte dos anos 90 sofrendo uma terrível humilhação nas telonas.
Pois é, depois de 1997, podemos afirmar numa boa que o trauma maior do morcegão não é a morte dos seus pais, a morte do primeiro Robin ou o confronto com o grandalhão Bane, que resultou em uma espinha partida; é só pronunciar o nome Joel Schumacher perto de Bruce Wayne para que ele seja capaz de desistir de sua carreira de vigilante noturno para tornar-se padre! 😀
Brincadeiras à parte, os quatro filmes estrelados por Batman entre 1989 e 1997 podem até ter sido tremendos sucessos de bilheterias – à exceção, claro, do quarto e mais aterrador capítulo da saga. Entretanto, sabemos bem que rendimento gordo e qualidade nem sempre andam de mãos dadas, e a cinessérie do morcegão provou por A + B que, a favor do dinheiro, os executivos de Hollywood não pensam duas vezes em manchar legal a reputação de qualquer personagem que cruze seu caminho. Mesmo que este tal personagem seja um dos super-heróis mais amados e respeitados das HQs.
Só para se ter uma idéia da humilhação sofrida, os primeiros rumores sobre “Batman Begins” confirmavam a contratação de ninguém menos que Kurt Russell (Vanilla Sky) como Batman. É mole? Nada contra Russell, até gosto dele, mas alguém aí consegue imaginá-lo como o morcegão? O boato mais bizarro, no entanto, foi o que confirmou os nomes de Brad Pitt como o herói e Ben Affleck como o vilão Espantalho! O Pitt, até vai – ele é o Tyler Durden, pô! -, mas chamar o Affleck é sacanagem! Os caras querem revitalizar a série ou afundá-la de vez? Já não bastou o que ele fez com o ceguinho da Cozinha do Inferno? 😛
Passaram-se alguns anos e, para nosso total alívio, “Batman Begins” está bem perto de estrear e gerando ótimas expectativas – sem Kurt Russell no papel principal, e sim com um tal de Christian Bale (do excelente O Operário e o grande amor da Srta. Ni). E, graças aos céus, sem Joel Schumacher na direção; em seu lugar, um cara chamado Christopher Nolan, que dirigiu nada menos que o maluco “Amnésia”. Quer dizer, tudo bem que o projeto tem tudo pra dar certo, e o material revelado pela Warner até o momento realmente é empolgante, mas em se tratando de Batman, todo cuidado é pouco! Exagero? Não mesmo. Para que todos possam compreender este terrível frio na espinha que os fãs enfrentam sempre que alguém fala sobre Batman no cinema, aí vai um raio-x dos quatro longas-metragens em live-action protagonizados pelo herói. Confira a primeira parte deste artigo, onde dissecamos a “fase Burton”!
:: BATMAN (1989): QUANDO O VILÃO ROUBA A CENA DO MOCINHO
A visão do grande Tim Burton (Peixe Grande) para o Homem-Morcego chegou às telas ianques em 23 de Junho de 1989, cercado de expectativa e polêmica. Primeiro, porque Burton nem era tão conhecido assim, e seu único longa-metragem de destaque era uma comédia, Beetlejuice (88). Segundo, porque o filme era razoavelmente escuro (influência dos quadrinhos que revitalizaram a carreira do morcegão nas bancas: “O Cavaleiro das Trevas” e A Piada Mortal), o que poderia afastar boa parte do público-pipoca ianque – desde já, a platéia mais fresca e enjoada da face do planeta. Terceiro, porque o cineasta escalou para o papel central alguém chamado Michael Keaton (Vozes do Além), o que atiçou a ira dos fãs do morcegão, visto que o ator não possuía o perfil físico do personagem. Burton chegou a divulgar que escolheu Keaton, pois queria alguém vulnerável, com a qual o público pudesse se identificar, e não um “Super-Homem”. E pra piorar, as canções seriam assinadas por ninguém menos que Prince, ainda antes de trocar o nome por um símbolo intraduzível. E alguém conseguiria imaginar Prince compondo a trilha para um filme do atormentado vigilante mascarado?
Por outro lado, nesta primeira incursão séria do herói nas telonas, o cara enfrentaria ninguém menos que seu eterno arquinimigo: o Coringa, a ser interpretado pelo grande Jack Nicholson (Alguém Tem Que Ceder). Além do fator Nicholson, ainda há a excelente trilha sonora incidental de Danny Elfman, ex-Oingo Boingo, ainda no princípio de sua parceria de sucesso com Tim Burton. O roteiro de Sam Hamm (que depois viria a escrever o bizarro “Monkeybone”, com Brendan Fraser) e Warren Skaaren (falecido no ano seguinte, 1990) incomodou os fãs por modificar alguns pontos cruciais da história do personagem, como por exemplo a morte dos pais. E a identidade do Coringa – no longa, o alter-ego do marginal Jack Napier – não é a mesma das HQs. Aliás, a verdadeira identidade do Coringa nunca foi claramente revelada nos gibis.
No enredo de Batman (Idem, 1989), o pequeno Bruce Wayne presencia o assassinato dos pais pelas mãos de Jack Napier. Anos mais tarde, o milionário Bruce passa os dias em eventos de caridade e, durante a noite, assume sua segunda identidade e dedica sua vida a combater o crime. E eis que surge um grotesco vilão na parada, o demente e desfigurado Coringa, que quer dominar Gotham a todo custo. Batman precisa livrar a cidade do maníaco e ainda proteger a intrometida repórter Vicki Vale (Kim Basinger, de Celular, aqui no auge da carreira), que só sabe gritar e é o alvo predileto do bandido. Ainda desfilam pela tela outros personagens bem conhecidos do universo do Homem-Morcego, como o Comissário Gordon (o ator de televisão Pat Hingle), o mordomo Alfred (Michael Gough, colaborador habitual de Burton) e o promotor Harvey Dent (Billy Dee Williams, o Lando Carlissian da primeira trilogia Star Wars), que mais tarde viria a se tornar outro importante vilão de Batman, o Duas-Caras. Além destes, há novos personagens criados especialmente para o cinema, como o jornalista Alexander Knox (o sumido Robert Wuhl, que atuou na bomba “O Guarda-Costas”), apaixonado por Vicki Vale e declarado detrator do Homem-Morcego.
O primeiro “Batman” de Burton tem suas falhas. Pra começar, o vigilante mascarado é totalmente apagado pela fantástica interpretação de Jack Nicholson como Coringa; o roteiro de Hamm e Skaaren ignora totalmente a cronologia das HQs; o morcegão parece não se importar muito em revelar sua identidade secreta, já que boa parte dos personagens descobre rapidamente que Batman é Bruce Wayne – o que acontece com freqüência, aliás, em toda a cinessérie; o herói tem movimentos robóticos demais – mas a culpa não é de Michael Keaton e sim, do uniforme; e o erro mais cruel de todos: Batman mata, o que não acontece nos quadrinhos de maneira alguma.
Entretanto, parece que o público pouco se importou com estes “poréms”, já que “Batman” rendeu, em sua passagem pelos cinemas, mais de US$ 250 milhões (quase US$ 500 milhões no mundo todo), um número bem generoso em 1989. Como se não bastasse, ainda inaugurou a onda de adaptações live-action de heróis de HQs e alçou o nome de Tim Burton ao seu devido lugar: o topo. Fora isto, “Batman” deu início a era dos “filmes-evento” – ou blockbusters, como conhecidos hoje -, cuja campanha de marketing é maior, mais cara e, em alguns casos, até mais competente que o próprio longa-metragem.
Na opinião geral do público, “Batman” é um bom filme. Mas uma ressalva deve ser feita: Jack Nicholson arregaça Michael Keaton em cena! Tanto que os fãs são categóricos em afirmar que o longa não deveria chamar-se “Batman”, e sim “Coringa”. Talvez até a equipe soubesse disso, visto que o nome de Nicholson é o primeiro dos créditos… E vamos concordar: Michael Keaton pode não ter sido a escolha mais perfeita para encarnar Batman, mas o ator é, sem dúvidas, o melhor de todos os escolhidos até agora! Quer dizer, excluindo aí um tal de Christian Bale… E uma coisa que poucos sabem: Keaton recebeu a aprovação imediata de ninguém menos que o próprio Bob Kane! Se o criador do herói gostou, porque nós, reles mortais, deveríamos odiar? 😀
E preciso fazer um comentário pessoal: todo mundo adora descer a lenha na trilha sonora do Prince, mas todos têm o vinil em casa, eu aposto! Bem, não tenho medo de assumir, então lá vai: eu até acho legal! Sim, principalmente as faixas Partyman, Scandalous e Vicki Waiting. Pronto, falei! 🙂
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:: BATMAN – O RETORNO (1992): O MEIO-TERMO ENTRE O COMERCIAL E O ARTÍSTICO
Com o grande sucesso de “Batman” no cinema, a Warner obviamente não abandonaria este rentável filão tão cedo. E eis que, três anos depois da estréia do primeiro longa, mais exatamente em 19 de Junho de 1992, chega às telas Batman – O Retorno (Batman Returns, 1992), considerado por muitos o melhor filme do herói. Motivos para isso não faltam: o clima e o visual desta nova aventura é ainda mais gótico e dark que o primeiro – e conseqüentemente mais próximo do gibi -, graças à primorosa fotografia de Stefan Czapsky, de “Imensidão Azul” (que substitui o fotógrafo anterior, Roger Pratt), e os cenários de Bo Welch (Homens de Preto 2). Este mesmo visual também se tornaria uma marca registrada de Burton, que a esta altura já se tornara um nome de destaque em Hollywood por conta de seu longa anterior, o fantástico Edward Mãos de Tesoura (90).
A principal mudança, entretanto, veio no roteiro – escrito novamente por Sam Hamm, desta vez com o auxílio de Daniel Waters, do ultrabacana “Atração Mortal” -, muito mais fiel ao estilo das HQs do que o “Batman” anterior. Mas só o estilo; as alterações nas origens dos personagens continuam marcando presença aqui, e as origens são, mais uma vez, totalmente diferentes das criadas nas HQs. Na verdade, “Batman – O Retorno” deve ser visto mais como um exercício de estilo de Tim Burton do que um longa-metragem meramente comercial.
Inicialmente, a idéia do diretor era transformar “Batman – O Retorno” numa seqüência direta de “Batman”, revelando detalhes do passado de Jack Napier (A.K.A. Coringa) e retomando a história de Bruce Wayne e Vicki Vale. Tim Burton desistiu da idéia imediatamente, quando leu o roteiro de Hamm e Waters. Sai o Coringa, sai Vicki Vale, e entram dois importantíssimos vilões na parada: o malévolo Pingüim (estrela da história que deu origem ao enredo criado por Hamm, “Pingüim: o Candidato”, criada para o seriado dos anos 60) e a dúbia Mulher-Gato – esta última, em minha opinião, a grande sacada do filme. Além destes dois, há mais um maníaco, criado exclusivamente para o filme: o macabro empresário Max Schreck, talvez a grande mente ardilosa por trás da história desta fita.
As liberdades artísticas que o roteiro e a direção tiveram com o personagem não chegaram a incomodar tanto os fãs, que declaradamente consideram “Batman – O Retorno” o ponto alto do herói encapuzado no cinema. Até agora, claro! E pelo visto, o resto do mundo também gostou bastante de “Batman – O Retorno”, uma vez que a produção rendeu mundialmente mais de US$ 300 milhões; marca que não atingiu nem de longe a arrecadação da primeira produção, mas ainda assim é muito boa.
Aqui vai a história: o tenebroso Oswald Copplepot, mais conhecido como Pingüim (vivido por Danny DeVito, de Be Cool, maravilhosamente amedrontador), vive nos esgotos depois de nascer deformado e ter sido abandonado pelos pais. Seu plano de vingança: assassinar todos os meninos de Gotham City. O inescrupuloso Max Schreck (Christopher Walken, de “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça”), interessado em vender uma usina a Gotham, alia-se ao Pingüim e trama para que ele seja eleito prefeito da cidade. Batman, acusado de um crime que não cometeu e destinado à marginalidade, tenta deter Schreck e Copplepot, mas antes que isto aconteça, deverá enfrentar a sedutora Mulher-Gato (Michelle Pfeiffer, de “Revelação”, perfeita no papel e linda como nunca) – alter-ego da ex-secretária de Schreck, Selina Kyle, que sofreu uma fracassada tentativa de assassinato pelas mãos do empresário e agora quer justiça. A seqüência em que Selina quase morre e é salva por uma cambada de gatos é excelente, mas não conseguiu superar a antológica “cena da lambidinha” entre ela e Batman… Hehehe!
Além das mudanças já citadas (o clima mais pesado, a fotografia mais rústica), houve outras melhorias: Michael Keaton, reprisando seu(s) papel(éis) anterior(es), parece estar mais à vontade tanto como Bruce Wayne como interpretando Batman; seu uniforme está mais maleável – no outro filme, o cara parecia um robozinho!; a origem do Pingüim, por mais que seja totalmente nova, é muito mais interessante aqui; e a predominante trilha do Prince é finalmente esquecida, para que Danny Elfman possa reinar supremo. Ainda assim, há uma faixa bem legal no final da película, Face to Face, assinada pela ótima banda punk Siouxsie & The Banshees – se você curte punk rock inglês dos anos 70, como eu, também recomendo Dear Prudence, Cities In Dust, Peek-A-Boo e Make Up To Break Up, também do Siouxsie, além da clássica Fury Eyes (com a vocalista do Siouxsie, chamada Siouxsie Sioux, em sua outra banda, The Creatures). Mas isso é outra história. ;-D
Por outro lado, alguns mais exaltados chegaram a acusar Tim Burton de deixar de lado a verdadeira essência do personagem para realizar apenas “mais um produto com a marca Tim Burton”. Bem, a realidade é que, na minha humilde opinião, “Batman – O Retorno” não apenas é o melhor dos quatro filmes como também é um ótimo exercício cinematográfico e uma homenagem ao próprio cinema, já que sua fotografia remete diretamente ao expressionismo alemão, mais exatamente aos clássicos “O Gabinete do Dr. Caligari” (1920), M, O Vampiro de Dusseldörf (1931) e principalmente Nosferatu: O Vampiro da Noite (1922). Ah, e sejamos sinceros: alguém aí conseguiu não babar pela Michelle Pfeiffer como a Mulher-Gato? E por falar em Michelle Pfeiffer, sua atuação como a maluca Mulher-Gato foi tão avassaladora que alçou a vilã à condição de anti-heroína e acabou gerando uma das piores pragas da década de 2000. Acho que todos aí sabem do que estou falando, não? Ah, Halle Berry de loló é pirulito! 🙂
OBS.: Pausa para o riso, pois acabei de me lembrar daquela cena em que a Mulher-Gato invade uma loja, decepa quatro manequins com seu chicote e ainda sai pulando corda! 😀
Enfim, esta foi a “fase Burton” de Batman nas telonas. Sentiu medo? Bem, nem tanto, não é mesmo? Afinal, o medo em seu estado bruto invade Gotham City no “volume 2” desta Bat-Trajetória do Morcego nos Cinemas. O medo, que vêm na forma de muitas cores, fantasias, carros-alegóricos e… biquinhos de peitos! Cuidado… 😀
:: ALGUMAS CURIOSIDADES (na verdade, são muitas!)
…sobre “Batman”:
– A primeira versão do roteiro de “Batman” foi escrita em 1980 por Tom Mankiewicz (co-roteirista de “Superman”), e narraria as origens de Batman e Robin. Além do Coringa, o Pingüim estaria envolvido no enredo. Batgirl também teria uma participação especial, como Barbara Gordon. Este tal roteiro seria originalmente rodado em 1985, com um orçamento de US$ 20 milhões. Mas os produtores originais, Michael Uslan e Benjamin Melniker, não confiaram no possível sucesso da produção e pularam fora do barco. O projeto só andou depois que os produtores Peter Guber e Jon Peters se interessaram pelo personagem. Com o roteiro reescrito e Tim Burton na direção, os ex-produtores Melniker e Uslan retornaram ao projeto, desta vez como produtores executivos.
– A primeira versão do roteiro foi disputada por dois diretores bastante conhecidos: Joe Dante (Gremlins) e Ivan Reitman (“Os Caça-Fantasmas”). Caso o primeiro roteiro fosse mantido, os produtores teriam escolhido um desconhecido para interpretar Batman, e o papel do Comissário Gordon teria sido entregue ao grande William Holden (do ultra-clássico “Crepúsculo dos Deuses”). E uma que o Benício com certeza vai adorar: antes de Tim Burton assinar contrato, o projeto foi oferecido aos notórios Irmãos Coen (Matadores de Velhinha, O Amor Custa Caro). Ficaria no mínimo bastante bizarro! Até imagino como seria o lance: John Turturro como Coringa, John Goodman como Pingüim, Frances McDormand como Mulher-Gato, Steve Buscemi como Charada… 😀
– O papel da repórter Vicki Vale seria originalmente da sumida Sean Young (a Rachel do maravilhoso “Blade Runner”), que chegou a rodar algumas cenas. Young precisou abandonar o papel ao cair de um cavalo e quebrar a clavícula, numa cena em que Vale e Bruce Wayne perseguem o Coringa. A cena foi removida do roteiro, e o personagem Alfred chega a citar esta perseguição num diálogo.
– Tim Curry (“Rocky Horror Picture Show”) era a primeira escolha de Tim Burton para viver o Coringa. Em segundo lugar, vinha Jack Nicholson. Quando Nicholson mostrou-se indeciso em aceitar participar do projeto, os produtores ofereceram o papel de Coringa a Robin Williams. Diz a lenda que Jack Nicholson aceitou o papel somente quando disseram que Robin Williams tencionava aceitá-lo. Comenta-se em Hollywood que Williams ainda guarda rancor pela Warner, por ter sido “usado como isca”.
– Michael Keaton era a última escolha de Tim Burton para viver Batman. O primeiro nome cogitado foi o de Mel Gibson, que chegou a aceitar o convite verbalmente, mas não pôde assinar contrato por estar envolvido nas filmagens de “Máquina Mortífera 2” (89). Outros atores convidados a assumir o papel: Alec Baldwin, Charlie Sheen e o mais bizarro de todos, Bill Murray. Um novato chegou a fazer testes e ganhou o aval de Burton, mas foi rejeitado pelos produtores. Seu nome: Pierce Brosnan.
– A maquiagem do Coringa foi mantida em segredo até a estréia do longa-metragem. O sobrenome do maníaco, Napier, é uma homenagem ao ator Alan Napier, que interpretou Alfred no hilário seriado dos anos 60 e faleceu dois meses antes do início da produção de “Batman”.
– O cenário criado pelo cenógrafo Anton Furst chegou a ser incorporado nas HQs no início dos anos 90, e foi removido no arco “Terra de Ninguém”. O set da Fábrica de Produtos Químicos (em que Jack Napier sofre o acidente que o transforma em Coringa) foi usado em “Aliens, o Resgate” (86).
– As músicas seriam interpretadas originalmente por Michael Jackson. Que medo!
…sobre “Batman – O Retorno”:
– A maquiagem de Danny DeVito levava cerca de 2 horas para ser concluída. O esquema de segurança foi redobrado no estúdio, e ninguém além da equipe técnica tinha permissão para visitar os sets. Diz a lenda que o prepotente Kevin Costner tentou visitar as filmagens com aquele velho papo de “Você sabe com quem está falando?”, e ainda assim não pôde entrar. Danny DeVito foi proibido de comentar sobre o visual do Pingüim com qualquer um, até mesmo com sua família. Se fosse hoje em dia, isso não funcionaria de jeito algum! ;-D
– A primeira escolha para o papel de Mulher-Gato era Annette Bening (“Beleza Americana”), que não pôde aceitar por estar grávida. Cogitou-se a possibilidade de entregar o papel à atriz Lena Olin (“Alias”).
– Olha ela de novo: Sean Young, que declaradamente queria muito interpretar a Mulher-Gato, chegou a invadir o escritório da Warner vestindo um uniforme feito por ela mesma, na tentativa de convencer os produtores que ela era a melhor escolha para o papel. Comenta-se que Tim Burton escondeu-se da atriz (que possui uma antiga fama de, ahn, “pirada”) não só uma, mas várias vezes. Eu, hein…
– Nos primeiros rabiscos do roteiro de “Batman – O Retorno”, o personagem Max Schreck seria o promotor Harvey Dent. Dent, interpretado por Billy Dee Williams no primeiro filme, teria uma participação maior aqui; uma explosão na suposta seqüência final do filme atingiria Dent, deixando-o desfigurado e prevendo seu retorno já convertido no obcecado Duas-Caras no que seria o último filme da série, “Batman Eternamente”. Tim Burton descartou a idéia quando percebeu que as aspirações políticas de Harvey Dent não fariam sentido no roteiro de “Batman – O Retorno”. Billy Dee Williams foi dispensado quando os produtores preferiram usar o personagem Max Schreck e optaram por utilizar um ator mais conhecido no papel do vilão no terceiro filme.
– Nesta mesma versão do roteiro, o segundo longa da cinessérie contaria com uma pequena participação de Dick Grayson, já convertido no Robin. O menino-prodígio seria interpretado por Marlon Wayans (da pavorosa cinessérie Todo Mundo em Pânico), que chegou até a assinar contrato para trabalhar neste e no terceiro filme, “Batman Eternamente”. Sorte dele: quando o roteiro foi descartado e os produtores preferiram ceder o papel a Chris O’Donnell, Wayans lembrou os executivos para uma cláusula contratual que previa o pagamento de seu cachê com filme ou sem filme. Resultado: Wayans ganhou dinheiro sem trabalhar! Eu não tenho uma sorte dessas…
– “Batman – O Retorno” foi o primeiro longa-metragem da história a usar Dolby-Digital.
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