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Artigo adicionado em 17/03/2005, às 07:27

Relembrando a série A FEITICEIRA
Eu sempre quis saber mexer o nariz como ela. Na verdade, eu sempre quis ser a Elizabeth Montgomery… VEJA MAIS: :: Crítica: A Feiticeira :: Das Telinhas para as Telonas Parte 2 :: Das Telinhas para as Telonas Parte 1 Antes da tevê a cabo chegar com tudo no Brasil, trazendo com ela toneladas de […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


VEJA MAIS:
:: Crítica: A Feiticeira
:: Das Telinhas para as Telonas Parte 2
:: Das Telinhas para as Telonas Parte 1

Antes da tevê a cabo chegar com tudo no Brasil, trazendo com ela toneladas de seriados enlatados, algumas poucas séries, como Jeanne é um Gênio e I Love Lucy já tinham vindo para cá, na tv aberta. Entre elas, veio também A Feiticeira, que fez sucesso, e consegue se manter viva no ar até hoje. Sim, isso porque era uma série divertida. Era não, ainda é – a melhor opção para assistir naquele dia sem nada pra fazer, enquanto toma uma limonada e come uns quitutes! E, como era de se esperar, com toda essa moda de fazer versões cinematográficas das séries antigas, “A Feiticeira” não esperou muito na fila. Eis, então, o resultado, que você pode conferir nos cinemas. Agora, se você é um antigo fã ou um ser que acabou de descobrir que esse “A Feiticeira” não é um filme sobre a Joana Prado, e quer entender que raios de série foi essa, sinta-se à vontade para ler essa matéria. =)

“A Feiticeira” sempre dividia as tardes com outro seriado em que uma moçoila também mexia com magia – “Jeannie é um Gênio”. Mas a moça que mexia o nariz fazia mais sucesso que a gênia da lâmpada, principalmente nos Estados Unidos. Antes de mais nada, vale lembrar a história básica do seriado: Samantha é uma bruxa do bem, proveniente de uma família de feiticeiros, e que se apaixona pelo mortal Darrin (Darrin cujo nome é James, na versão dublada), e aceita casar com ele. No primeiro dia de casório, Samantha declara ao esposo que, na verdade, tem certos poderes especiais que pessoas normais não têm – depois do susto inicial, ele até encara bem o fato, mas com uma condição: sua esposa não poderia usar suas habilidades de bruxa em sua vida normal. Daí, “em nome do amor”, ela aceita, e tenta se virar para levar as responsabilidades domésticas sem usar mágica. Tudo estaria bem, se seus parentes bruxos não vivessem aparecendo em seu lar, fazendo mágicas e encantos que deixam os vizinhos e amigos do casal bem intrigados.

:: DOIS PROJETOS E UM CASAMENTO

Foi a partir disso que nasceu “A Feiticeira”. William Asher, o cara que dirigiu o famosíssimo I Love Lucy, foi casado com Elizabeth Montgomery, a atriz principal de “A Feiticeira”. Ele teve uma idéia de seriado em que sua esposa seria a protagonista – que era, basicamente, uma sitcom sobre um casal composto por um frentista pobre e uma mulher rica da alta sociedade, tentando sobreviver às diferenças e às dificuldades impostas pela família da mulher, mais rica. Quando Asher entregou essa idéia a William Dozier, um produtor da Columbia (que, por sinal, foi o produtor daquela maravilhosa série do Batman dos anos 60), ele disse que tinha em mãos outro projeto parecido: só que, no caso, tratava-se não de um casal com diferenças econômicas, e sim de um homem normal casado com uma feiticeira. Então, William Asher e Harry Arckerman – o autor desse segundo projeto – se uniram, e deram início à produção de “A Feiticeira”. No início, Harry estava certo que Tammy Grummes seria a atriz escolhida para o papel principal, mas Asher puxou sardinha para o lado de sua esposa, e disse que só aceitaria dividir a produção se Elizabeth Montgomery é que fosse a estrela.

O episódio piloto, aquele que é feito pelos produtores para apresentar a idéia do programa aos executivos, foi gravado em 1963, e mostrava o casamento de Samantha e James. Depois de uma certa dificuldade na aceitação do programa, já que ele tratava de bruxaria (?!), “A Feiticeira” acabou indo parar na grade de programação da rede ABC, graças ao patrocínio da Quaker e da Chevrolet. Daí que, dia 17 de setembro de 1964, o seriado estreou, dando início a seu trajeto de oito anos de vida, divididos em oito temporadas.

Não demorou muito, e “A Feiticeira” já alcançou o status de segunda maior audiência na tv estadunidense. Assim ficou um ano no ar, chegando à segunda temporada no ano seguinte, ainda em preto e branco, como a primeira; e caiu apenas algumas posições no ranking de audiência. Em 1966, na terceira temporada, o seriado começou a ser atingido por uma maldição. Ok, não bem uma maldição, mas o elenco começou a contar com algumas baixas a partir desse ano, e muitos atores tiveram que ser substituídos. Logo no fim da segunda temporada, a atriz que fazia Gladys Kravitz, a vizinha fuxiqueira (Alice Pearce), morreu, e foi substituída por Sandra Gould. Ao mesmo tempo, Irene Vernon (intérprete de Louise Tate) saiu do seriado, e em seu lugar entrou a atriz Kasey Rogers. Mais tarde, no comecinho da quarta temporada, Marion Lorne, a tia Clara, também faleceu, mas não foi substituída por outra pessoa. Com o sumiço da tia Clara, surgiu outra personagem, a Esmeralda (Alice Ghostley).

Mas o maior problema foi mesmo o que aconteceu com o ator principal, o esquisito-mas-engraçadinho Dick York. O causo é que, em 1959, ele tinha sofrido um acidente de carro, que deixou seqüelas. E o ator sofreu com dores na coluna cada vez maiores no decorrer dos anos, o que foi, aos poucos, prejudicando sua performance em “A Feiticeira”. Apesar de ter tentado esconder essa dificuldade, inclusive tomando muitos calmantes, o ator não conseguia mais acompanhar o ritmo das gravações, e seu personagem começou a sumir um pouco, sempre “viajando a negócios”. No fim, não teve jeito. Na quinta temporada, Dick York saiu de cena, e, a partir da sexta temporada, Dick Sargent, que havia sido cogitado para interpretar James no começo de tudo, assumiu seu papel. O bizarro é que isso aconteceu sem mais nem menos, sem que ninguém ao menos tivesse avisado o público. Ao ver um James (ou Darrin, como queira) diferente e tão mais sério, os espectadores ficaram um tanto perdidos, e, dizem, foi essa substituição do ator que ajudou para que o seriado despencasse de vez. Assim, talvez porque o programa já estivesse há bastante tempo no ar também, as três temporadas seguintes foram perdendo cada vez mais público. Quando as duas últimas desapareceram da listagem das 25 séries mais assistidas, o final de “A Feiticeira” foi decretado. Em primeiro de julho de 1972, depois de 254 episódios, o programa foi cancelado. No total, foram 254 episódios – 74 em preto e branco e 180 coloridos.

:: A FEITICEIRA NO BRASIL

“A Feiticeira” não demorou muito a chegar aqui no Brasil, e fez um circuito em todos os canais por aqui. Em 1965, ela estreou na TV Paulista, futura Rede Globo, e fez sucesso. Pulou para a TV Excelsior em 1968, e de lá foi parar na Record. Aqui na terrinha, o seriado reprisou até não poder mais, embora os episódios mais conhecidos sejam os coloridos – já que as primeiras temporadas, em preto e branco, não foram mais vendidas aqui depois dos anos 70. Com a chegada da tv a cabo, a Warner exibiu todas as temporadas, inclusive as esquecidas, em preto e branco, e – palmas para eles – manteve a dublagem original. A Rede TV! chegou a exibir a série também, mas agora quem transmite “A Feiticeira” é a supimpinha Rede 21, que faz o trabalho de resgatar programas do esquecimento. Para vê-la, é só ligar no canal de segunda a sexta, às 18h30.

E como nós d’A ARCA não achamos que só os atores “conhecidos” devem ter seus nomes creditados, aqui vai parte do elenco da dublagem de “A Feiticeira”:

Samantha Stephens e Serena: Nícia Soares (nos episódios em PeB) e Rita Cleoci (nos coloridos)
O primeiro James Stephens: Gervásio Marques (nos episódios em PeB) e Olney Cazarré (nos coloridos)
O segundo James Stephens: Olney Cazarré e Osimiro Campos
Endora: Lia Saldanha, Gessy Fonseca (nos episódios em PeB) e Helena Samara (nos coloridos)
Larry Tate: Waldyr Guedes e Xandó Batista
Abner Kravitz: George Tobias, Xandó Batista e José Soares
Gladys Kravitz: Isaura Gomes
Tia Clara: Maria Inês

No decorrer do seriado, Elisabeth Mongomery ficou grávida duas vezes, o que fez com que a personagem também esperasse bebês na ficção, para que a barriga da atriz fosse explicada, é claro =). Por isso, Samantha e James tiveram dois filhos – a Thabata e o Adam. A linda menininha trilhou os passos para se tornar uma feiticeira como sua mãe, e, depois do cancelamento do programa, surgiu a idéia de um seriado chamado Thabata, com a filha de Samantha como protagonista. Ouvi alguém aí no fundo dizendo “Dã, mas isso seria um ‘A Feiticeira 2′”? Pois é, talvez por isso essa tal série não deu certo. Dizem as más línguas que, hoje, uma das gêmeas que interpretavam a pequena Thabata, Erin Murphy, virou uma atriz pornô. E a idéia de um filme como o que acaba de sair nos cinemas não é assim tão nova. Em 1996, boatos diziam que um filme sobre a bruxinha seria feito, com a Meryl Streep (a tia maluca de Desventuras em Série) como protagonista, e Maggie Smith (Minerva McGonagall, nos filmes do Harry Potter), como sua mãe. E, para terminar aqui a narrativa da trajetória da série, o box de DVD de “A Feiticeira” já está a venda no Submarino.

“A Feiticeira” rendeu oito anos e muitos produtos com o nome do programa. O enredo dos episódios não era assim extremamente complexo, e sempre tratava de confusões familiares e sociais envolvendo magia no “mundo mortal” – geralmente por culpa de um dos parentes malucos de Samantha. E a bruxa, que aparentemente inspirou a Fada Bela (quem lembra de Caça Talentos levanta a mão!), sempre tinha que fazer com que tudo voltasse ao normal até o fim do episódio. As duas primeiras temporadas, em preto e branco, enfocavam o início do casamento e apresentavam o “mundo mágico” de Samantha – quando a bruxa ainda tentava ajudar o mundo dos mortais. Quando Thabata nasceu, na terceira temporada, o programa passou a ser colorido, e mostrava os problemas de se lidar com mais um ser com poderes mágicos na casa. As últimas, sem muitas mudanças, foram especialmente prejudicadas pela substituição bizarra do ator principal, sem aviso prévio.

Além da família central da história, “A Feiticeira” foi um seriado que contou com muitos, mas muitos personagens secundários fixos. Entre eles, a Serena, uma prima de Samantha que era malvada e morena – e também interpretada pela Elizabeth Montgomery. Para ninguém se perder quando for ver essa nova versão d”A Feiticeira” com a Nicole Kidman, aqui vai a lista dos personagens da série que estão no filme:

:: QUEM É QUEM

:: Samantha Stephens
Como vocês já devem ter imaginado, Samantha é a feiticeira que dá o nome ao programa. Ao se casar com James, abdica de sua magia e tenta viver como uma mortal. A atriz Elizabeth Montgomery foi para a tevê pelo típico caso do “Quem Indica” – não só estrelou “A Feiticeira” graças à indicação de seu esposo, mas também fez sua primeira aparição na televisão no programa de seu pai, que, assim como sua mãe, trabalhava na televisão. Depois do seriado, ela não teve uma carreira sólida, e participou só de filmes que viraram fracassos na bilheteria. A atriz se casou várias vezes, e morreu de câncer em 1995, com 62 anos. No cinema, quem faz a Feiticeira é a Nicole Kidman. E aqui vai uma curiosidade: não sei se é verdade ou mais uma lenda urbana que circula pela internet, mas dizem que a mexidinha no nariz – que é o gesto usado pela Samantha quando vai fazer algum feitiço – era um tique que Elizabeth Montgomery tinha quando ficava nervosa. Sabendo disso, seu marido William Asher passou uma tarde inteira durante as gravações irritando a esposa, até que ela conseguisse mexer o nariz como fazia nos momentos de irritação.

:: James Stephens
O marido de Samantha é um publicitário mortal que trabalha na agência McMann e Tate, e tenta esconder de seu chefe e de toda a vizinhança que é casado com uma feiticeira. O ator Richard Crenna (o Coronel Trautman da cinessérie Rambo) e Dick Sargent foram sugeridos para o papel inicialmente, mas quem ganhou mesmo foi Dick York. Vale lembrar que, quando York foi afastado das filmagens, quem assumiu foi Dick Sargent. O primeiro ator a interpretar James acabou morrendo sozinho e sem fama, em 1992, dependente de uma cadeira de rodas. Dick Sargent, que não fez um James Stephens tão bem humorado como seu antecessor, trabalhou em vários seriados, e faleceu em 1994. Era homossexual e defendeu sua causa, depois de ficar espantado com a quantidade de homossexuais que se suicidavam no mundo. O James Stephens (que provavelmente vai se chamar Darrin nessa versão) nessa refilmagem é feito pelo Will Ferrell, o cara xarope que trabalhou em O Âncora.

:: Endora
Endora é a mãe de Samantha, e, como toda bruxa da alta sociedade que se preze, acha um absurdo que sua filha tenha abandonado sua magia para viver com um mortal. Assim, vive irritando seu genro, sempre mostrando que é absolutamente contra esse casamento. A atriz Shirley MacLaine vive a personagem na nova adaptção, enquanto a Endora de antigamente era feita pela Agnes Morehead. Agnes e Elizabeth Montgomery se encontraram em uma loja, e, conversa vai, conversa vem, chegaram ao assunto do seriado. Agnes topou participar, e assim ganhou o papel de Endora.

:: Larry Tate
É o patrão de James, que, apesar de ser seu amigo, está mais interessado nas “verdinhas” que na amizade propriamente dita. Apesar de sua ambição, ele tem um bom coração, e sempre que demite James – geralmente por causa de algum dos problemas mágicos da família Stephens – resolve contratá-lo novamente. Na versão de 60 foi vivido por David White, e, no filme, é feito por Jim Turner.

:: Gladys Kravitz
Gladys e Abner Kravitz são o casal de vizinhos dos Stephens. Gladys sempre fica de orelha em pé, esperando que alguma cosia de anormal aconteça na casa de Samantha e James. Espera tanto, que sempre consegue ver as bizarrices que acontecem por lá (como, por exemplo, um elefante dançarino ou personagens da História Antiga caminhando pela vizinhança). O problema é que, quando vai avisar o marido que tem algo errado acontecendo do lado de lá de seu quintal, ele chega tarde demais, não vê nada de anormal, e tem certeza de que sua esposa é doida. Gladys e Abner serão interpretados por Amy Sedaris e Richard Kind, respectivamente.

:: Tia Clara
A única parente de Samantha que não odeia James – e que, talvez por isso, seja a mais querida pelo casal, está bem velhinha, e seus poderes já estão esclerosados (bem, eu suponho que poderes mágicos também fiquem esclerosados, não?!). Sempre que quer resolver algo simples, acaba fazendo uma magia ou encanto totalmente contrário, dá o maior trabalho para Samantha, e esquece do anti-feitiço. No cinema, ela é Carolle Shelley.

:: Tio Arthur
Outro parente de Samantha, ele é um daqueles típicos tios que adoram fazer piadinhas infames, e se acham engraçados por isso. Adora sair por aí declamando citações do Shakespeare, e não tem nada contra James, mas não vai com a cara de Endora. O ator Paul Lynde, que fazia o tio Arthur no seriado, foi chamado para ser um personagem fixo na série depois de uma pequena participação em um episódio da primeira temporada. Steve Carell (o nerd virgem d’O Virgem de 40 Anos) é o tio Arthur no novo filme d”A Feiticeira”.


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