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No início, era o silêncio. Depois, em 1989, Tim Burton apareceu e houve a luz: seu primeiro filme do Batman, aquele com Michael Keaton e com Jack Nicholson como o Coringa, tudo bem dark, tudo cheio de fumaça, tudo bem Tim Burton. Depois, houve Batman – O Retorno. E depois, junto com Joel Schumacher, vieram as trevas. Bem… pelo menos essa é a opinião de noventa e nove por cento dos fãs do homem-morcego, e até mesmo de nerds leigos que pegaram esse asco por osmose. Mas eu contesto: não, os filmes do Batman dirigidos por Joel Schumacher não são O HORROR.
(…)
Pronto, pode parar de xingar agora. O que acontece é que nós, nerds, como fiéis fãs de qualquer coisa, esperamos sempre algo maravilhoso, perfeito, divino, quando ouvimos que alguém está mexendo com nosso personagem favorito. Nada mais justo. Mas, puxa, vocês reclamam demais, hein? É só ver que até mesmo os dois filmes de Tim Burton não foram assim tão amados pelos fãs. E quando todos esperavam que as coisas não podiam piorar, aparece Joel Schumacher, trocando a atmosfera dark por toneladas de néon, e trocando a fumaceira por closes nos “países baixos” dos protagonistas. E isso me mata de rir.
É só fazer o teste para ver que todo mundo se desespera quando lê na mesma frase os nomes de Batman e Joel Schumacher. Quando confessei para o resto do pessoal d’A ARCA que gostava dos filmes do Batman pelo Schumacher, corri sério risco de vida. Semanas depois, fui à vídeo locadora para me certificar de que estávamos falando da mesma coisa, perguntei em que estante estavam os Batmans de Joel Schumacher, e o dono disse, com ódio em seu rosto: “EU ME RECUSEI A COMPRAR ESSES FILMES!”. Então, rumei à outra das cinco locadoras das quais sou sócia, encontrei os dois VHS dublados e levei ao balcão. A atendente me olhou bem, e perguntou, intrigada: “É para trabalho de escola?”. Sim, meus caros, essas são as provas de que o ódio a tais versões do Batman é generalizado. Por causa desse exagero todo, quando revi os filmes, esperava que fossem realmente toscos. Mas não são filmes toscos. São apenas filmes com piadas toscas, isso é verdade. Porque, fora as falhas em relação ao… bem, ao Batman em si, todos os figurinos, a produção e [quase todos] os atores são ótimos.
Joel Schumacher não levou a sério o Batman. Mas quem é que pode levar a sério, afinal, um maluco que decide sair por aí fantasiado de morcego, sem ter adquirido nem ao menos super poderes para lutar contra o crime? Fala sério, ele tem um cinto de utilidades cheio de dardos, cordas e aparelhinhos em forma de morcego! Ok, ok, é brincadeira, foi só para irritar vocês. Entendo aqueles que consideram o personagem complexo, apesar de eu não concordar muito com algumas atitudes do Morcego. Mas repito: Batman Eternamente e Batman e Robin são filmes legais – primeiro: PRINCIPALMENTE se você não for fã de Batman, e só conhecê-lo de vista. Segundo: se você for fã, mas fizer de conta que aquilo lá na tela é um sujeito vestido de Batman, não o próprio Homem Morcego dos quadrinhos.
É claro que Tim Burton fez melhor, não ouso negar isso. Só a trilha sonora do Danny Elfman, e o Coringa jogando dinheiro à população de Gotham City ao som de Prince já dizem tudo. Claro que Batman Begins deve ser imensamente superior. Só que não consigo encarar que os filmes de Joel Schumacher sejam RUINS. Não, meus camaradinhas, eles são só bizarrinhos. Querem ver por que?
A visão sombria do Batman pode ser conhecida hoje em dia, mas não é a única faceta do personagem em todos seus anos de vida. Na década de 60 ele era tão engraçadinho quanto o estranhão Val Kilmer e o bonitão George Clooney tentaram ser. Ou seja, Joel Schumacher não retratou o Batman de forma errada. Talvez ele tenha errado sim em tentar fazer com que o personagem fosse meio sombrio e meio boa praça ao mesmo tempo. Aí não combinou. E isso em meio a muitas cores, como se Gotham City fosse uma rave gigante.
Depois de dois filmes mais sombrios e góticos, é compreensível o susto a se deparar com a atmosfera frufruzenta dos filmes de Schumacher, mas qual o problema com as cores? A obsessão por coisas dark já virou mais do que moda, nada mais justo do que colocar cores e luzes fosforescentes em todas as partes de um filme, como ele fez! Oras, sei que sou muuuuuito suspeita quando o assunto é “coisas coloridas”, mas um pouquinho de néons nos becos de Gotham City não fez mal a ninguém! =D O filme é um carnaval, e por isso é divertido, poxa! Quem não é familiarizado com a seriedade do Batman, leva toda a bagunça numa boa… Afinal, trata-se de uma adaptação de HQs do Batman, não de uma dramática graphic novel do Will Eisner. Mas vou repetir pra deixar bem claro: quem não é familiarizado com a seriedade do Batman leva a bagunça numa boa, não os fãs. Isso que quis dizer, antes que me matem. =)
Entre “Batman Eternamente” e “Batman e Robin” a maior diferença é o Val Kilmer. Porque o problema mais grave de “Batman Eternamente” não é o Joel Schumacher, não. É o Val Kilmer. Val Kilmer e sua boca bizarra, que atuam pior do que o dedão do Zarko, que acho que um dia vai começar a escrever para A ARCA, tamanha é sua fama por aqui. E “Batman e Robin” foi a palavra final na avacalhação, quando Schumacher cansou de tentar lembrar Tim Burton e chutou o balde. Colocou barulhinhos felizes nas lutas, e… o Batman apresentando seu batcartão de crédito é a cena mais clássica do cinema nerd ^_^. Deprimente.
Mas ao menos dessa vez o diretor decidiu avacalhar de vez, e não semi-avacalhar, como em seu filme anterior. Mas, pra falar a verdade, nunca achei que aquilo do cartão de crédito fosse uma avacalhação, e sim apenas uma piada idiota. E também, convenhamos, aqueles vilões são muito bacanas. O Jim Carrey como o Charada é perfeito, e já consegue fazer o público esquecer que Bane, na verdade, consegue falar. E o Robin, que, apesar de ser um pentelho, ficou legal no filme, mais “adolescente” – apesar de claramente ser velho demais pro papel – e com um uniforme mais adequado. Aliás, alguém aí sabe por onde anda o Chris O’Donnell?
Tá. Sei que tudo isso não salva os mamilos nas armaduras – coisa que até minha avó reparou e tirou sarro, quando assistiu a esse filme comigo (estou falando sério!). Dizem que Schumacher falou que botou aqueles mamilos no Batman e no Robin para que tivessem um sex-appeal. Bem, isso não é nada sexy na minha opinião…
Mas, podem confessar, vocês só não gostam das versões de Schumacher por causa dos closes indiscretos nos bumbuns do Batman e do Robin! ;o) Eu morro de rir dessa cena, e daria um braço para estar presente na primeira exibição desse filme no cinema, e ver a expressão de horror nos olhos dos nerds desesperados. Enfim: continuo gostando das versões de Joel Schumacher, porque não sou fã do Batman. E ponto final. Mas não quero fazer com que as pessoas passem a gostar delas depois dessa matéria, só quero dizer que não são filmes tão hereges assim. =D Tudo bem, pessoal. Eu já contratei seguranças para me acompanharem quando sair da redação d’A ARCA hoje.
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