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Artigo adicionado em 30/09/2004, às 05:14

Entrevista: JACOB AARON ESTES
Guarde este nome – ainda vamos ouvir falar muito desse cara! A crítica e o público ianques estão se derretendo para Jacob Aaron Estes. O cineasta americano de 31 anos tirou o sono de muita gente e se tornou o mais novo bam-bam-bam de Hollywood com sua segunda aventura na direção de filmes (e primeira […]

Por
Leandro "Zarko" Fernandes


A crítica e o público ianques estão se derretendo para Jacob Aaron Estes. O cineasta americano de 31 anos tirou o sono de muita gente e se tornou o mais novo bam-bam-bam de Hollywood com sua segunda aventura na direção de filmes (e primeira direção de um longa): o aterrador Mean Creek, produção independente que toca numa ferida bem complicada e atual: o bullying. Na trama, um grupo de amigos organiza uma viagem para comemorar um suposto aniversário – o passeio, na verdade, é um pretexto para botar em prática um violento plano de vingança contra um deles, que humilha diariamente o irmão caçula do líder do grupo.

O longa só deve chegar aqui no Brasil no próximo ano (a distribuição na nossa terra é da Paramount), mas A ARCA se adiantou no esquema e bateu um papo rápido com o simpático e bem humorado diretor, que atualmente roteirizou o filme Nearing Grace e está envolvido em um projeto que não pode revelar. Hum, será que é alguma adaptação de alguma HQ? Heheh… A seguir, a entrevista:

A ARCA – Mean Creek é o seu segundo trabalho na direção e já está sendo considerado uma grande surpresa. Qual a sensação de ver seu trabalho reconhecido e aclamado logo no segundo filme que dirigiu?
Jacob Estes – Na verdade, considero Mean Creek meu primeiro trabalho na direção! Tudo que fiz antes foi um curta-metragem (o curta de horror Summoning, de 2001). Gostaria de poder dizer que a resposta da crítica para este filme me fez sentir tocado por Deus ou algo assim, mas na realidade é uma experiência humilde e me fez perceber quanto trabalho tenho pela frente e todos os pontos em que devo melhorar.

AA – Houve alguma pressão durante o desenvolvimento do projeto, por você estar mexendo com um tema tão controverso quanto o bullying?
JE – Nenhuma pressão. Nunca pensei de fato que seria um tema controverso. Aliás, não tenho certeza de que é. Eu não sei. É controverso?

AA – Muitos dos atores de Mean Creek não têm uma grande experiência em cinema. Foi difícil trabalhar com jovens atores?
JE – Na prática, eles parecem ter muito mais experiência do que muitos atores relativamente desconhecidos. Se você der uma olhada em seus currículos, eles até que têm créditos razoavelmente extensos, à exceção de Scott Mechlowicz, que por sua vez possui uma vasta carreira teatral. Foi muito fácil trabalhar com eles por serem tão inventivos e se enturmarem tão bem com os personagens.

AA – Qual a maior dificuldade em levar Mean Creek às telas?
JE – O filme inteiro! Rodar o filme não foi fácil. Arranjar o dinheiro, o tempo que levei pra isso – sete anos -, e agora a divulgação é um grande desafio. Espero de fato no próximo projeto ter mais facilidade em reunir verba.

AA – Você acredita que Mean Creek possa ajudar na solução de um problema tão delicado que é a prática do bullying?
JE – Não sei. Penso que as pessoas que assistirão ao filme tirarão suas próprias conclusões sobre isso. Mas nunca pretendi que Mean Creek fosse uma solução para o problema. Procuro interpretar com uma história, e não como um antídoto. Acho que esta forma de tirania entre os jovens nunca acabará. Somos macacos e a cada nova geração desaprendemos as lições de nossos antepassados. A matança é inevitável. Alguém pode provar que não é? Não é um ponto de vista cínico: penso que é realístico. Dado a realidade, nós no papel de seres humanos devemos confrontar nossos demônios.

AA – Como você enxerga Mean Creek?
JE – Acho que tanto os adultos quanto os jovens se interessarão pelo filme. No caso dos adultos, acho que a história soa como um mito, tipo um mito de inocência numa terra distante. Talvez o fato de isto ser fixo nos EUA possa tornar o filme uma experiência ainda mais mítica para os brasileiros, não sei. Nesta caso, entendo como mito o fato da história nos permitir como espectadores reinventar nossa própria relação com a violência através destes personagens, através dos olhos de uma criança. Já para os adolescentes, é uma desventura cheia de suspense.

AA – Hollywood está passando por um fase em que é cada vez mais difícil encontrar idéias novas e originais, então a saída vem na forma de seqüências e remakes. Qual a sua opinião sobre isto?
JE – Na minha visão, algumas pessoas são obcecadas em desbravar novos continentes, assim como outras pessoas estão mais interessadas em recontar antigas histórias. Ambos têm valor. Eu faria um remake se me sentisse apaixonado pelo trabalho a ser refilmado. Mas nunca poderia sentir paixão neste sentido por causa das minhas pretensões como um artista. Por outro lado, não há nenhuma vergonha em fazer algo assim com um ponto de vista objetivo. Pra quê refazer O Iluminado? Como você pode dizer mais do que Stanley Kubrick disse com aquela história? Por outro lado, quem diz algo assim não deveria ser revisto, digamos assim? É uma discussão que não leva a lugar nenhum. Filme e deixe filmar!

AA – E sobre seus planos para o futuro? Atualmente está envolvido em algum projeto?
JE – Claro que estou! Mas infelizmente não é nada confirmado, portanto é muito cedo pra falar sobre o assunto…

AA – Você pretende continuar no círculo independente ou tem pretensões de trabalhar na direção de algum grande projeto? Algo como um filme de ação, por exemplo?
JE – Como um artista, meu sentimento é que devo fazer o que der na telha ou o que parecer valioso dado meus instintos e circunstâncias. Não estou descartando nada. Por que deveria? Certo, eu descartaria se fosse algo estúpido. Você concorda que eu não deveria fazer isso? Ou talvez deveria, porém mais tarde? Você pode rejeitar esta minha entrevista depois que eu dirigir A Múmia – Parte VII, por favor!

AA – Há alguma possibilidade de cruzarmos com você aqui no Brasil, talvez divulgando este ou algum outro trabalho?
JE – Você sabe, eu vou ao Brasil num piscar de olhos. Só falta o distribuidor comprar umas passagens de avião para mim e minha esposa e me colocar num hotel durante uma semana!


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