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Artigo adicionado em 19/10/2002, às 09:00

SAMURAI JACK
Diversão garantida… para adultos! Samurai Jack Para aqueles que conhecem o trabalho de Genndy Tartakovsky em O Laboratório de Dexter, vai estranhar pacas a nova criação desse rapaz simpático que saiu da Rússia quando ainda era um pivetinho e hoje é um conceituado criador e diretor de animação. Samurai Jack narra a história de Jack, […]

Por
Paulo "Fanboy" Martini

Abu, vou acabar com a tua raça...
Samurai Jack

Para aqueles que conhecem o trabalho de Genndy Tartakovsky em O Laboratório de Dexter, vai estranhar pacas a nova criação desse rapaz simpático que saiu da Rússia quando ainda era um pivetinho e hoje é um conceituado criador e diretor de animação.

Samurai Jack narra a história de Jack, um samurai de algum lugar do Japão há alguns séculos atrás. Sabe-se que é Japão devido às referências visuais do desenho, pois isso não é mencionado em nenhum momento do desenho. Quando Abu, um demônio transmorfo, retorna das profundezas e domina a vila onde Jack, ainda menininho, reside com seus pais, o garoto é levado pela mãe para longe da vila, a pedido de seu pai, o imperador local.

O grande barato da história de Jack é justamente a criação do menino depois deste evento, contada magistralmente no primeiro episódio: entregue pela mãe para um navio mercante, Jack começa a rodar o mundo, passando por diversos países (Egito, Africa, Mongólia e muitas outras) e aprendendo muito com cada uma delas, seja

Pêlos? Prá que tê-los?
Abu, o vilão

estilos de luta, como navegar pelas estrelas, como cavalgar…

Jack cresce e finalmente está preparado para enfrentar Abu. Nesse tempo, Abu já conseguiu dominar muito mais do que simplesmente a vila de Jack. No confronto, Abu é quase destruído e, como último golpe, consegue enviar o samurai para o futuro. Jack, então, se encontra em uma selva de pedra, com prédios altos, máquinas voadoras, criaturas estranhas, cachorros que falam e outras bizarrices. Isso sem falar que Abu agora domina a Terra, além de tocar o terror em diversos outros planetas. Agora, o samurai tem que achar um jeito de derrotar o vilão e voltar à seu próprio tempo.

Não dá para deixar de notar que, à primeira vista, a história pareça aquele clichezão clássico de cinema. Mas Samurai Jack não é tão raso assim. E um dos verdadeiros trunfos de Tartakovsky em contar a história de Jack é a narrativa.

:: Narrativa?
Samurai Jack não é um desenho de ação. Pelo menos não em grande parte. Os três primeiros episódios são completamente diferentes um do outro, e a tal ação só chega mesmo com tudo no terceiro episódio. E, diferente do que acontece com a maioria dos desenhos animados, ele não faz parte daquela fórmula "ação-drama-diálogos bem sacados-mais ação". Graças a Deus!

Que é? Nunca viu uma mulher acordando não??
Jack encontrando os aliens do futuro

No primeiro episódio, por exemplo, não há quase nenhum diálogo. Guilherme Briggs, dublador de Jack e de personagens clássicos como Freakazoid, Babão e Optimus Prime (Transformers: A Nova Geração), só mostra sua técnica lá para o segundo episódio. Apenas alguns comentários do pai de Jack e de Abu no começo, e mais algumas linhas no final. De resto você fica maravilhado com a história do pequeno Jack, viajando o mundo, crescendo e aprendendo com as diferentes culturas. É espetacular. Já no segundo episódio, Jack é apresentado ao mundo do futuro por um grupo de cães falantes arqueólogos (vai saber o que se passa na cabeça do Tartakovsky), que mostram um pouco do mundo sob o comando de Abu. E, para os que gostam de muita ação, explosões e máquinas, podem esperar o terceiro episódio, no qual Jack luta sozinho com um exército de robôs-besouros enviados por Abu. Um episódio inteiro apenas com isso, praticamente zero de diálogo, e visualmente embasbacante (notem a estratégia de Jack para derrotar os bichos).

:: Para crianças?
Eu não posso falar mais nada sem parecer redundante. Jack é sensacional! Animação primorosa, história muito bacana… mas, será que a molecada vai gostar?

Um fato não pode ser deixado de fora: embora eu tenha gostado muito do desenho, muito mesmo, fico pensando – já que o foco da Cartoon Network é a molecada – se o timing do desenho não vai matar a criançada de tédio. Vendo esse desenho me lembrou um pouco

IIIIIIIIIIIIIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Jack enfrentando uma das muitas formas de Abu

quando, lá pelos meus doze anos, eu arrisquei de ver "Blade Runner – O Caçador de Andróides" (é, aquele com o Harrison Ford), e desliguei depois dos 20 primeiros minutos. O desenho é uma poesia, por assim dizer, e poesia não se faz mostrando tudo de uma vez só, apertando tudo no espaço de 21 minutos (que é o tempo de um episódio).

Nos EUA, o desenho realmente está fazendo um pusta sucesso. Tanto que o diretor Brett Ratner (de A Hora do Rush 1 e 2 e Red Dragon) já assinou contrato com a Cartoon para produzir e dirigir uma versão do samurai em carne e osso para a tela grande. Os brinquedos estão vendendo muito bem, e a audiência cresce a cada episódio, e a expectativa têm crescido com a segunda temporada, que estreará em breve.

Mas nota-se que o público real de Samurai Jack são justamente marmanjos da faixa dos 20 anos. É um fato.

:: Traduzindo…
Traduzindo? Oras, se você ainda não viu Samurai Jack na Cartoon, que estreou semana passada e que será transmitido todas as sextas às 19 horas, você não sabe o que está perdendo. Cenários magníficos, animação melhor ainda e o principal: uma história cativante e poética. E tudo isso feito pelo insano criador do "O Laboratório de Dexter". Nem por isso as referências ao desenho do pequeno cientista não estão presentes. É só prestar atenção que é possível notar. E pode deixar que eu vou atrás da opinião da molecada, agora fiquei curioso…

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