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Artigo adicionado em 21/03/2004, às 07:27

AH, QUE MARAVILHA!
Ainda bem que entenderam que a Princesa Diana é mais do que uma gata de bíquini O Batman, bem ou mal, sempre obteve o devido respeito: além das minisséries e edições especiais (leia-se A Piada Mortal, Asilo Arkham e afins), que em sua maior parte sempre trataram o Morcegão como o personagem sombrio e psicologicamente […]

Por
Thiago "El Cid" Cardim


O Batman, bem ou mal, sempre obteve o devido respeito: além das minisséries e edições especiais (leia-se A Piada Mortal, Asilo Arkham e afins), que em sua maior parte sempre trataram o Morcegão como o personagem sombrio e psicologicamente complicado que ele é, nos últimos anos até os seus combalidos títulos regulares ganharam força com arcos como “Terremoto”, “Contágio”, “O Legado do Demônio”, “Bruce Wayne: Assassino” e o recente e elogiado “Silêncio” – sobre o qual eu tem minhas ressalvas…mas tudo bem.

Já o Super-Homem (que, repito, me recuso a chamar de Superman), depois de ter sido completamente detonado com a bisonha saga “Retorno a Krypton”, começou a ganhar novos ares com o interessante arco “Birthright” (de Mark Waid, ainda inédito no Brasil) e com a chegada do excelente roteirista Brian Azzarello (100 Balas), que a partir de abril assume um dos títulos do Azulão com a seguinte proposta: abordar o peso da responsabilidade nas costas do herói mais poderoso do planeta. Perfeito, até que enfim.

Mas… não tá faltando ninguém? Basta dar uma olhadinha na capa da excelente minissérie Trindade, recém-lançada por aqui pela Panini, para perceber que a DC andou cagando e andando para o terceiro pilar do seu principal panteão de heróis. Sim, eu estou falando da Mulher-Maravilha. Há anos, a heróina de Themyscira vem sendo tratada com todo o desprezo possível, em histórias estúpidas recheadas de uma mitologia rasteira que só faz uso das poses sensuais e do uniforme minúsculo da Princesa Diana. Uh, babe.

Bons lampejos do que seria a abordagem ideal da Mulher-Maravilha só surgiram em poucos momentos nesta década: em sua participação na Liga da Justiça de Grant Morrison, na série “O Reino do Amanhã” e no excelente especial “Hiketeia”, para citar alguns poucos exemplos. Nos três, podemos ver o que é a VERDADEIRA Mulher-Maravilha: uma guerreira implacável e regida por um rígido código de honra; uma mulher séria, imponente, de personalidade fortíssima e com liderança nata; uma embaixadora de posições políticas firmes e com um discurso polêmico e cheio de embasamento. Nestes três momentos, ela acaba retratada como o oposto absoluto do Batman – o que é a mais pura verdade. Muito mais do que o Super-Homem, é Diana quem tem argumentos para embarcar numa intensa discussão ideológica com o egocêntrico Wayne, que acaba se tornando quase um inimigo em “O Reino do Amanhã”. No entanto, ambos são muito parecidos em certos aspectos, o que acaba proximando a dupla às beiras de um romance, como começa a sugerir a saga “A Era Obsidiana”. Amor e ódio, amor é ódio, os opostos se atraem. Eu acho um casal perfeito. Mas a gente fala sobre isso depois.

Para quem sempre enxergou a Mulher-Maravilha como algo muito maior do que uma mera coadjuvante do Super-Homem, é de se comemorar a notícia que a DC está mudando este cenário. E a primeira medida foi trazer o argumentista Greg Rucka – que fez um excelente trabalho à frente de outra personagem tratada como um mero pedaço de carne nos últimos anos, a letal ninja Elektra. A humanização e tridimensionalização a qual Rucka submeteu a anti-heroína da Marvel (que, lembrem-se, teve excelentes momentos na pena de Frank Miller) atraíram a atenção da concorrência.

Além de recorrer aos elementos mitológicos das origens de Diana só para contra-balançar, Rucka a transformou na embaixadora oficial de Themyscira na ONU – o que muda completamente todo e qualquer estereótipo anterior sobre a guerreira amazona. A Mulher-Maravilha ganhou um escritório, imunidade diplomática e até um assessor de imprensa – e tudo isso sempre fez todo o sentido do mundo, por que diabos ninguém enxergou? Desta forma, Rucka começou a introduzir aos poucos uma série de discussões sobre assuntos polêmicos. A exemplo do Thor de Os Supremos, Diana se transforma numa crítica ácida aos mandos e desmandos do governo Bush. Ela também fala sobre terrorismo. E sobre… homossexualismo.

Ah, este último tópico te assustou? Sejamos bem sinceros: é uma verdadeira hipocrisia que o lesbianismo nunca tenha sequer sido citado nas histórias da moça. Afinal, a Mulher-Maravilha é egressa da ilha grega de Themyscira (conhecida pelos leitores mais velhos como “Ilha Paraíso”). Trata-se de uma ilha ídilica onde só vivem mulheres: deusas, semi-deusas e afins. Portanto, lá não existem homens. Preciso dizer mais alguma coisa?

Os puritanos que me perdoem, mas…Poderosa Minerva! Eu simplesmente odiava aquela dependência que Diana tinha do seu amor incondicional pelo astronauta-mala Steve Trevor. E também me irritavam aquelas insinuações de namorico com o Super-Homem – acho que a relação dos dois é meio platônica mesmo, porque tratam-se de dois deuses, duas criaturas titânicas entre os seus. Volto a citar “Reino do Amanhã” como exemplo. No entanto, a própria série escrita por Mark Waid deixa claro que Diana não conseguiria suportar aquelas pequenas fraquezas que Clark Kent esconde sob a capa. Ela se daria muito melhor com alguém de personalidade tão forte quanto a sua, como um certo Morcegão… tá bom, tá bom, eu prometi que eu deixar este assunto pra depois.

Putz, é claro, como pude esquecer de falar do uniforme da heroína? Afinal, em época de reformulação, faz pouco sentido aquela roupa que, apesar dos detalhes relembrando sua herança de amazona, é totalmente sexista e só existe com o único objetivo de mostrar as belas curvas de Diana (que eu sempre imaginei como uma mulher de seus 30 e poucos anos e muito alta, de porte tão imponente que chegaria a assustar).

Bom… aí o assunto é mais complicado. Afinal, assim como o Batman e o Super-Homem, ela nunca trocou aquele uniforme, apesar das pequenas variações com o passar dos anos. As roupas destes três personagens se tornaram parte de suas respectivas mitologias. Ao contrário dos X-Men, que desde sua criação já trocaram de modelito mais do que a Paris Hilton, mexer na roupa destes heróis pode causar muitos problemas com os fãs, especialmente os mais antigos e fiéis. Basta lembrar quela tentativa BIZARRA de dar ao Homem-de-Aço uma roupa meio elétrica, modernosa. Fazer o quê?


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