A ARCA - A arte em ser do contra!
 
Menu du jour! Tutu Figurinhas: o nerd mais bonito e inteligente dessas paragens destila seu veneno! GIBI: Histórias em Quadrinhos, Graphics Novels... é, aquelas revistinhas da Mônica, isso mesmo! PIPOCA: Cinema na veia! De Hollywood a Festival de Berlim, com uma parada em Nova Jérsei! RPG: os jogos de interpretação que, na boa, não matam ninguém! ACETATO: Desenhos animados, computação gráfica... É Disney, Miyazaki e muito mais! SOFÁ: É da telinha que eu estou falando! Séries de TV, documentários... e Roberto Marinho não está morto, viu? CARTUCHO: Videogames e jogos de computador e fliperamas e mini-games e... TRECOS: Brinquedos colecionáveis e toda tranqueira relacionada! Tem até chiclete aqui! RADIOLA: música para estapear os tímpanos! Mais informações sobre aqueles que fazem A Arca Dê aquela força para nós d´A Arca ajudando a divulgar o site!
Artigo adicionado em 29/07/2003, às 03:18

Entrevista com AIRES FERNANDES, diretor de marketing da ESTRELA
Aquele que moraria, sem pestanejar, na Casa dos Sonhos… 😉 Em uma entrevista exclusiva para A Arca, o diretor de marketing e porta-voz da Estrela, Aires Fernandes, fala a respeito dos planos e lançamentos dos brinquedos da empresa para 2003 e responde a perguntas até então sem respostas para fãs e colecionadores: Por que a […]

Por
Paulo "Zero Cochrane" Ruas


Em uma entrevista exclusiva para A Arca, o diretor de marketing e porta-voz da Estrela, Aires Fernandes, fala a respeito dos planos e lançamentos dos brinquedos da empresa para 2003 e responde a perguntas até então sem respostas para fãs e colecionadores: Por que a Estrela nunca produziu um desenho animado no Brasil para vender seus brinquedos? Qual a importância das figuras de ação para a empresa? A Estrela também entrará na onda mundial dos relançamentos dos anos 80?

Prontamente nos atendendo e muito simpático durante toda a entrevista, foi um grande prazer ter realizado esta entrevista com o Aires. Em alguns momentos não foi possível conter minha veia de entusiasta, deixei minhas pré-análises mercadológicas de lado e não segurei perguntas que me fazia desde de criança quando assistia a desenhos animados na tv: “Afinal, porque não fazem isso por aqui?” ou o mais recente anseio: “Teremos relançamentos no Brasil”? Leiam abaixo esta entrevista exclusiva que fizemos com a Estrela:

Bem, confira abaixo:

A ARCA: Primeiramente, Aires, gostaria de agradecer em nome da equipe d´A ARCA pela oportunidade desta entrevista. Vamos começar falando um pouco do mercado nacional de brinquedos. Você poderia nos dizer qual é a participação da Estrela, Matell e Gulliver?

Aires Fernandes: A ferramenta que utilizamos para a mensuração do mercado é o Ibope Painel que mede a chegada das marcas de brinquedos nas casas dos consumidores de Setembro a Dezembro (Nota do Zero: época de Dia das Crianças e Natal aonde as empresas brasileiras registram suas maiores vendas). O Ibope Monitor aponta participação de mercado da Estrela de 35% aonde no segmento jogos e bonecas somos líderes absolutos.

AA: De tempos em tempos há toda uma nova geração de crianças “chegando” ao mercado de brinquedos. A Estrela têm conseguido falar com todas elas?

AF: O achatamento do mercado de brinquedos é o grande desafio da indústria do mercado mundial. Desde que a criança começa a crescer, o grupo social dela inibe que continue comprando brinquedos. O pré-adolescente começa a buscar status de maturidade. A nossa boneca Driks (Nota do Zero: boneca da Estrela baseada na apresentadora Adriane Galisteu e que juntamente com a boneca Bratz, de uma concorrente, protagonizaram durante o ano passado um dos maiores reboliços do mercado de disputa entre as fabricantes e procura pelas consumidoras) entra justamente no segmento de resgatar este pré-adolescente. Outros comportamentos que temos observado é o das indústrias de pelúcia forrarem os quartos das adolescentes, e dos jogos de sociedade (Nota do Zero: Banco Imobiliário, Detetive e etc.) sendo resgatados devido ao jogo solitário dos videogames e computadores. Isto vêm ocorrendo desde o final da década de 90.

AA: Recentemente li uma entrevista de vocês na Meio & Mensagem que mencionava o sucesso de vendas da boneca Chuveirinho direcionada a classe C durante o ano passado. Vocês continuarão planejando lançamentos para este segmento em 2003?

AF: A classe C têm merecido muita atenção da nossa parte. É um grande desafio atrair este público para este tipo de varejo e disputar o pouco dinheiro que sobra para os brinquedos.

AA: Quais são os planos para 2003 e os lançamentos que gostaria de destacar?

AF: Caca Cambalhota que é uma boneca interativa, a boneca pede ajuda à “mãe” para fazer cambalhota. O Controle Radical é outro lançamento, trata-se de um carro de escala, chassi roda livre que virá em 7 modelos europeus e é controlado através de um relógio.

AA: Nos EUA e Japão o desenho animado é uma das principais formas de propaganda dos brinquedos. Porque a Estrela nunca assumiu o papel de criar um brinquedo, um desenho e relacionar-se com as emissoras de tv no Brasil?

AF: Economia de escala. O mercado total de brinquedos no Brasil é de aproximadamente R$1 bilhão. Apenas 2 empresas no Brasil são S.A.s, a Estrela e a Bandeirante; há ainda o mercado informal de brinquedos. As empresas que adotam esta prática, como Hasbro e Mattel têm mercado mundial e conseguem amortizar estes investimentos. Só o faturamento mundial da Hasbro do ano passado é maior que nosso mercado.

AA: Qual é sua opinião sobre a Mattel ter colocado como obrigatoriedade, durante a dublagem do novo desenho do He-Man, que os nomes dos personagens permanecessem em inglês, alegando que isso ajudaria os consumidores a identificar as embalagens dos brinquedos nas lojas?

AF: Não seria ético da minha parte questionar a atitude de uma concorrente. A Estrela sempre procura “tropicalizar” os produtos quando ela precisa trazer de fora para que haja uma maior interação possível entre os consumidores.

AA: Vamos falar de figuras de ação agora. Quais são os planos para 2003?

AF: Teremos a manutenção de Medabots, lançaremos Transformers Armada, Batman, Beyblade, Hamtaro nas versões vinil e jogos de ação que serão fabricados por aqui, além de produtos do universo Toy Story.

AA: Figuras de ação é uma linha sem importância para a Estrela? A Gulliver autodenomina-se a líder no país em figuras de ação. Isto procede?

AF: Figuras de ação é um segmento o qual estamos sempre atentos mas trata-se uma linha muito inconstante. As figuras de ação representam apenas 4% do mercado, enquanto bonecas e acessórios representam 40%. É uma linha baseada em heróis e personagens e devo admitir: durante o ano passado, devido ao filme do Homem-Aranha, a Gulliver conseguiu um bom desempenho.

AA: Atualmente existe um movimento mundial de relançamentos de brinquedos que fizeram sucesso durante os anos 80. Entre as razões desses relançamentos, pode-se citar que as crianças daquela época hoje são consumidores ativos, podendo adquirir algo que lhe pertenceu na infância ou simplesmente ter algo que ela não ganhou pois agora não depende mais de mesada. A Mattel ingressou nesta onda com a vinda do remake do He-Man e a Gulliver por sua vez através do lançamento da série GiJoe x Cobra, da antiga série Comandos em Ação. Existem planos para a Estrela realizar relançamentos como Falcon, Transformers e outros?

AF: Nós já estamos há algum tempo fazendo estes relançamentos em um segmento mais feminino. O pai ou a mãe são os embaixadores dos relançamentos juntos às crianças em seus lares. Relançamos as bonecas Amiguinha, Tippy, Lala e Lulu. Relançamos também o Vertiplano e o Jogo do Tubarão. Estamos estudando relançamentos no segmento de figuras de 12 polegadas no final do ano, mas por enquanto não posso comentar mais.

Nota do Zero: MEU DEUS! Vocês sabem o que isso significa, não sabem? Para bom entendedor, meia palavra basta. Para quem não entendeu, eu vou explicar: há a possibilidade de, até o final deste ano, termos nas lojas o relançamento do barbudo mais querido do Brasil. Não, não é o Lula. É o Falcon! Será mesmo? Vamos esperar e torcer! 🙂

AA: No exterior, além de existirem lançamentos específicos para os colecionadores de brinquedos, há todo um programa de relacionamento desenvolvido com esta fatia do mercado. No Brasil as indústrias de brinquedos nunca desenvolveram o ato de colecionar, nem mesmo utilizando em suas embalagens termos como “Item de Colecionador” ou outra maneira que pudesse atingir este público. Por que isto não aconteceu no Brasil?

AF: Você está certo. Realmente é uma falha da nossa indústria nacional nunca ter cultivado este tipo de hábito e que poderia ser melhor aproveitado.

AA: Existe a possibilidade de lançamentos específicos para este público?

AF: Novamente o problema é economia de escala. A quantidade a ser produzida é relativamente alta quando falamos da viabilidade de um lançamento.

AA: Chegou até meu conhecimento que, no passado, um fã-clube de Transformers intitulado Planeta Cybertron chegou a requisitar um relançamento e comprometer-se com a compra mínima de 10.000 unidades, caso a Estrela realizasse este relançamento. Mesmo com esta venda comprometida, isto não seria viável?

AF: 10.000 peças torna viável um relançamento, caso ainda tenhamos estes moldes dentro da empresa. Eu mesmo me coloco à disposição para que eles entrem em contato comigo para verificar essa possibilidade.

AA: Falando ainda de Transformers. Depois do sucesso que a Estrela experimentou com “TF: Beast Wars”, a empresa ainda trouxe “TF: Beast Machines” e “TF: A Nova Geração”. Devido ao câmbio do ano passado e os impostos de importação, os preços destas últimas figuras ficaram realmente salgados. E em 2003? Será que teremos figuras de Armada por até R$ 50,00?

AF: Sim. Devido um equilíbrio maior do câmbio, acreditamos que teremos preços de ponta para Armada até a casa dos R$ 50,00.

AA: Para terminarmos essa nossa conversa, Aires, gostaria de perguntar como a Susy está se saindo, enfrentando a Barbie de frente depois de tantos anos fora do mercado?

AF: A Susy é o maior orgulho de nossa empresa. É a boneca mais vendida no Brasil. Sua adaptação ao corpo feminino e sua participação nos principais acontecimentos de moda brasileiros, como o SP Fashion Week e o Fenit, além de sua adaptação à nossa realidade, como Susy versão Olodum, versão IBCC, versão Festa do Peão de Boiadeiro, ou vestida com a camiseta do Projeto Tamar, têm ajudado a colocá-la nesta preferência. Claro que sabemos que a Barbie tem um aspiracional internacional.

A ARCA agradece a atenção dada pelo Sr. Aires Fernandes para essa entrevista.

Leia mais:
:: A Estrela mostrou muitos de seus lançamentos na ABRIN 2003, feira anual dos fabricantes de brinquedos. E A ARCA esteve lá!
:: Veja o review de OPTIMUS PRIME, toy da série Transformers: A Nova Geração, lançado aqui pela Estrela


Quem Somos | Ajude a Divulgar A ARCA!
A ARCA © 2001 - 2007 | 2014 - 2025