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Eu preciso contar esta história: tenho 18 gatos em casa. Isso mesmo, não vá ficar assustado. O que acontece é que um deles eu e minha muié pegamos na clínica veterinária de um amigo nosso, abandonado e sozinho (o gato, e não o nosso amigo. Presta atenção!). Quando levamos o felino para casa, ele já tinha até nome: Garfield. É um gato amarelo alaranjado e todo rajado, gordão, cara de preguiçoso… Seria ideal. Mas aí descobrimos que ele tinha sido deixado de lado por um dono… que já tinha dado um nome pra ele. E ele só atende por este maldito nome. Adivinha só: o nome do gato é Belo (por causa do cabelo amarelo do pagodeiro). Pode?
Reza a lenda que o irônico e sarcástico gato Garfield nasceu no dia 19 de junho de 1978, numa cantina italiana. Comprado pelo perdedor nato de nome Jon Arbuckle, o simpático felino então começou a mostrar as suas garras para o mundo. Atualmente, cerca de 220 milhões de pessoas em 110 países lêem as histórias deste animal cheio de trejeitos humanos. As tiras do Garfield são publicadas em 2.570 jornais diferentes por todo o planeta, através das quais sabemos que ele odeia segundas-feiras (imagina só se ele trabalhasse num escritório) e é viciado em café e… lasanha.
Graças a uma asma, um jovem garoto de nome Jim Davis ficou semanas de cama trancafiado no quarto. Seu único recurso eram papel e lápis, com os quais ele se aperfeiçoou na arte de desenhar e criou um divertido inseto para ser protagonista de suas histórias. No entanto, assim como disse Martin Goodman para Stan Lee em 1962 (Pessoas não gostam de insetos), Davis logo percebeu que precisaria de um apelo mais popular. Criado numa fazenda com 25 gatos (viu? Mais do que eu!), a escolha do moleque foi óbvia… O batismo da bola-de-pêlos laranja veio com o nome de seu avô, James Garfield Davis (e que, segundo o próprio Davis, tinha uma personalidade bem similar a de seu xará felino).
Atualmente, Davis vive numa fazenda no estado de Indiana, nos Estados Unidos, onde ele comanda uma equipe de mais de 100 pessoas todos empenhados em cuidar dos milhares de produtos com a cara do bichano. Davis também é fanático por lasanha e tem três cachorros… mas nenhum gato. Adivinha: sua esposa é alérgica a pêlos.
:: O Futuro é… nas telonas
Depois de colocar a cara nas telinhas com um desenho bem meia-boca (que não se compara em nada aos gibis e tiras de jornais, mas era escrito pelo Mark Evanier, co-criador do Groo), o felino vai fazer sua estréia nos cinemas em 2004. Mas não será um longa animado. Da mesma forma que foi com Scooby Doo, Garfield terá um filme com atores reais, no qual apenas ele será fruto de animação computadorizada.
Ao que tudo indica, a história da película, dirigida por Peter Hewitt (o mesmo do primeiro filme de Bill & Ted), será mais ou menos essa: o simpático Jon Arbuckle (Breckin Meyer, o protagonista da comédia Tá Todo Mundo Louco, com Rowan Mr.Bean Atkinson), não satisfeito com o tratamento que recebe de seu animal de estimação quem não se lembra das humilhações às quais o Garfield submete seu dono? -, resolve comprar um cachorro. E eis que surge o babão Odie.
Claro que a inimizade entre os dois bichos surge imediatamente… ou melhor, a inimizade de Garfield para com o Odie, porque o cachorro é tão bobão que nem percebe as sacanagens de seu colega felino. Em um dado momento, o cachorro será roubado… e só um certo animal laranja vai poder salvá-lo, mesmo que relutantemente, para ajudar o choroso Jon. Também estão no filme a bela Jennifer Love-Hewitt (da série O Quinteto), que vai interpretar a Dra. Liz Wilson, veterinária que cuida do Garfield e é a grande paixão da vida de Jon, e Geoffrey Gould no papel do leiteiro, outro personagem freqüente das tiras de Jim Davis. O ator Bill Murray (o Pete de Os Caça-Fantasmas) vai dar voz aos pensamentos de Garfield.
Vale lembrar que, nos quadrinhos, o surgimento de Odie se dá de forma diferente: Jon era colega de quarto de Lyman, que tinha um cachorro chamado Odie. Quando Lyman vai embora, ele deixa o cãozinho para trás… e nunca mais volta para buscá-lo. O resto… Ah, o resto é história.
(Hã
você deve estar se perguntando até agora o que diabos aquela história que contei no primeiro parágrafo tem a ver com tudo isso? Nada. Porra, mas eu sempre quis contar esta história…)
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