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Artigo adicionado em 25/06/2003, às 10:34

ESPECIAL HULK: A crítica do filme
Talvez a sua namorada fique com um pouco de sono… Antes de qualquer coisa, um aviso: se você está sequer planejando ir aos cinemas a partir do dia 27, quando estréia o filme do Hulk por estas bandas, é preciso ter em mente que se trata de um filme radicalmente diferente de Homem-Aranha, X-Men 2, […]

Por
Thiago "El Cid" Cardim


Antes de qualquer coisa, um aviso: se você está sequer planejando ir aos cinemas a partir do dia 27, quando estréia o filme do Hulk por estas bandas, é preciso ter em mente que se trata de um filme radicalmente diferente de Homem-Aranha, X-Men 2, Demolidor e demais personagens de quadrinhos que ganharam as telonas. Embora sejam todos provenientes da mesma mente criativa (o Gigante Esmeralda também é criação do polivalente Stan Lee), o Hulk sempre carregou, mesmo nos quadrinhos, um estigma diferente: o de anti-herói. E o outro Lee, o Ang, aquele que dirige o filme, não fugiu em absolutamente nada ao conceito original do personagem criado em 1963: uma espécie de versão era nuclear de O Médico e o Monstro Dito isto, se você ainda não desistiu de assistir ao filme, acho que podemos seguir em frente.

É inegável que o diretor (que você com certeza conhece do oscarizado O Tigre e o Dragão) carregou uma série de elementos estéticos do universo dos quadrinhos. A edição do filme é prova viva e pulsante disso: toda entrecortada em quadros, em muitos momentos ela lembra uma página de gibi, diagramando a tela com duas ou mais cenas acontecendo ao mesmo tempo. O recurso deu agilidade e personalidade às aventuras do monstrengo… além de levar os fãs de HQs (como eu) ao delírio.

O interesse do diretor no personagem surgiu justamente do fato de que ele é, na verdade, a manifestação reprimida de um violento traço de personalidade do tímido cientista Bruce Banner. A história do filme, assinada por James Schamus (colaborador habitual de Lee), pode surpreender também aqueles que estão acostumados ao Verdão descerebrado e simpático vivido pelo fortão Lou Ferrigno na clássica série de TV da década de 70. Este Hulk é pura violência, selvageria instintiva e descontrolada. Ele não está ali para defender os ‘fracos e oprimidos’ ou enfrentar algum super-vilão fantasiado. O Golias Verde é o maior inimigo de Banner, seu alter-ego… e possivelmente, de toda uma cidade assustada com a aproximação da ameaça.

‘Hulk’ se parece muito mais com um dos clássicos filmes de monstros da Universal (nos quais Stan Lee se inspirou para criar o personagem das HQs, só pra constar) do que com um filme de herói. Um pouco longo e algumas vezes lento demais, o filme depende (e muito) das cenas dramáticas e das interpretações (todas muito boas, na média), demorando para engatar nas sequências de ação – o que pode acabar irritando o público mais jovem e em busca da boa e velha adrenalina.

Além disso, sou obrigado a admitir que um fanático por quadrinhos como eu com certeza deve curtir muito mais o filme do que uma pessoa ‘normal’, já que só um iniciado vai captar as pequenas referências que Lee vai deixando no caminho. Trata-se de uma história complicada e que, em alguns momentos, pode soar estranha e difícil de acreditar. Ele não é uma pessoa normal como o Peter Parker de Tobey Maguire – trata-se de um cientista que, quando irritado, torna-se uma criatura raivosa (e verde), com mais de 3 metros de altura! Com certeza, não é algo que se vê todo dia…

:: A História

Vítima de um acidente no meio de uma pesquisa de manipulação genética usando os perigosos raios gama, Banner (vivido pelo ator australiano Eric Bana, de ‘Falcão Negro em Perigo’) acaba sofrendo uma estranha mutação. Em momentos de raiva, seu corpo se transforma e libera um lado de si que ele desconhecia, uma criatura violenta, indestrutível… e verde.

É claro que o exército americano fica de olho nas enormes habilidades destrutivas do monstrengo e ele acaba batendo de frente com o seu maior algoz no mundo dos quadrinhos, o general Thaddeus “Thunderbolt” Ross (Sam Elliot de ‘Somos Soldados’). Para piorar a situação, Ross ainda é pai de Betty (a bela Jennifer Connelly, de Uma Mente Brilhante), ex-namorada e colega de pesquisas do alter-ego do Hulk.

O toque de gênio de Ang Lee reside no personagem de Nick Nolte (‘Além da Linha Vermelha’), o pai de Bruce Banner, em uma interpretação divertida e, ao mesmo tempo, impressionante. Embora tenha sido rebatizado – nos quadrinhos seu nome é Brian, enquanto no filme ele se chama David, em homenagem à série de TV -, os abusos físicos e psicológicos aos quais ele submeteu o filho na infância continuam sendo a chave para os problemas de Banner… e para a criação do Hulk. Novamente, o fã vai ao delírio: a influência de Peter David, o autor que melhor mexeu com os aspectos psicológicos do Golias Verde, é nítida e evidente.

:: E os efeitos especiais?

Ah, sim, não podíamos deixar de falar neles. Afinal, todos os olhares do mundo estão voltados para os movimentos do Hulk – completamente gerado por computação gráfica. Quando os primeiros trailers caíram na internet, o comentário geral era: ’Meu Deus, ele parece um boneco!’. Os produtores se defenderam, dizendo que aquelas eram ‘cenas não-finalizadas’. Desculpa esfarrapada ou não, o fato é que a animação do gigantão está realmente mutíssimo melhor. É claro que a comparação com o sinistro Gollum, de O Senhor dos Anéis: As Duas Torres, é totalmente injusta. No entanto, o Hulk até que é convincente. Com certeza, esta será a menor das suas preocupações quando estiver de frente para a telona – por sinal, as cenas em que ele encara toda a capacidade bélica do exército americano são de tirar o fôlego.

O filme acabou atrasando especificamente porque, próximo do final das filmagens, a Industrial Light & Magic, empresa responsável pelos efeitos especiais, apresentou ao diretor uma nova tecnologia que o ajudaria a criar expressões mais reais para o personagem, especialmente no que diz respeito às cenas de close, nas quais vemos o herói digital expressando suas emoções. Então, quem acabou assumindo a árdua tarefa de servir de modelo para estas expressões… foi o próprio Ang Lee. Vestindo uma série de plugues e captadores de movimentos, o diretor rugiu, saltou, gritou, rosnou, socou, rolou e fez de tudo, dando vida à pele esmeralda do Hulk. ’Na verdade, só eu sabia como ele deveria agir’, explicou Lee.

Fique ligado – parte 1: logo no começo do filme, quando Bruce Banner está chegando ao laboratório de pesquisas em Berkeley, ele cruza com dois seguranças – um simpático velhinho (que, é na verdade, o próprio Stan Lee) e um quarentão marombado (trata-se de Lou Ferrigno, intérprete do Hulk na TV).

Fique ligado – parte 2: para quem estava esperando ansiosamente, não, o Hulk não diz a clássica frase “Hulk esmaga homenzinhos!”. No entanto, ele chega a chamar Banner de ‘homenzinho fracote’.

Fique ligado – parte 3: o final do filme reserva uma deliciosa surpresa para o fã mais atento. Duas dicas: tem a ver com o pai de Banner… e com um antigo inimigo do personagem nos gibis.


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