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Tudo começou em 1932, das idéias do carpinteiro dinamarquês Olé Kirk Christianse. Dois anos antes, em 1930, e sendo um dos milhões de desempregados em decorrência da depressão econômica, o carpinteiro começaria a produzir brinquedos de madeira para crianças, utilizando seu ofício para continuar a colocar pão na mesa da família.
Mas apenas em 1932 que, em companhia de seu filho Godtfred Kirk, de apenas 12 anos, Olé inicia formalmente a LEGO. Muitos até hoje devem se perguntar o que raios significa, e eu respondo: é a junção das palavras dinamarquesas “Leg” e “Godt” (algo como “brincar bem”). Coincidentemente, a palavra “lego” significa algo como “eu estudo” e “eu construo” em latin. Vai saber dessas coincidências…
Até o final dos anos 40, a empresa formada por Olé e Godtfred tinham apenas 6 ou 7 empregados e fabricava diferentes tipos de brinquedos em madeira e plástico, inclusive um de montar em formato de “tijolos” que se encaixavam e formavam figuras, animais e outros objetos. Eis que, em 1942, um incêndio destrói a fábrica dos dinamarqueses. Ainda assim, Olé e seu filho não se deixaram abater, e colocaram a empresa em pé de novo. Em 5 anos, a empresa estava de volta aos eixos, agora empregando mais de 200 funcionários e já começava a mostrar as primeiras idéias do que hoje conhecemos como peças Lego.
:: Surge a Lego como a conhecemos
A Lego ainda chegou a vender algumas peças do famoso Automatic Binding Bricks, blocos de montar muitos similares às peças Lego de hoje em dia. Ainda assim, muitas diferenças – como o próprio material que era usado para fabricar essas peças, o acetato de celulose, que não retinha bem as cores e não era tão durável quanto as peças atuais – acabaram por ficar para trás e, em 1953, a Lego deixa de fabricar as peças de Automatic Binding Bricks, e começa a promover os próprios blocos de montar. Em 1954, a Lego registra oficialmente a marca e o nome na Dinamarca.
Mas foi em 1958 é que surge o conceito Lego System of Play. As peças, com aqueles tubinhos que se encaixam uns nos outros – que servem para dar estabilidade para o encaixe das peças umas nas outras – já começaram a ser vendidas para a Suécia. E 1958 também marcou o falecimento do fundador da empresa, Olé Kirk Christianse. O filho, Godtfred, toma o controle da companhia do pai.
Claro, a Lego estava crescendo rapidamente, com seus brinquedos sendo vendidos em diversas partes do mundo. Eis que, em 1960, a empresa sofre mais uma baixa: outro incêndio destrói o galpão onde toda a fabricação e estoque dos brinquedos de madeira eram executados. Isso fez com que a empresa tomasse a decisão de deixar a produção de brinquedos de madeira de lado, se concentrando apenas nos blocos e outros brinquedos de plástico.
E pensar que dois incêndios decidiram o futuro da empresa… ^_^
O resto da história é, bem… história. A partir daí, a empresa desenvolveu séries muito conhecidas, como os blocos infantis Duplo, lançados originalmente em 1969 e um sucesso estrondoso até hoje, chegando mesmo nas últimas série como Technic e Trains (trens motorizados estupidamente maravilhosos e caros de dar dó…).
:: A Legoland
Muitos de vocês com certeza já escutaram falar da LEGOLAND, um parque de diversões inteirinho construído com as peças dos brinquedos. O que muitos não sabem é que o primeiro parque foi aberto em 1968 em Billund, uma pequena cidade na região oeste da capital da Dinamarca. E para quem já viu algumas imagens deste parque e pensou que tinha armação, nunca acreditou que poderia existir um parque cheio de brinquedos (e quando digo brinquedos eu estou falando de montanha-russa, roda gigante e tudo mais que se têm direito, ok?) aqui vai uma informação: o parque têm ao total 55 milhões de peças LEGO formando figuras e brinquedos. Por lá já se passaram 33 milhões de pessoas desde de sua abertura.
Em 1996 foi a vez da Grã-Bretanha sediar a segunda LEGOLAND, na cidade de Windsor, visitado por 1,6 milhão de pessoas em 2001. O terceiro parque LEGOLAND foi inaugurado em Carlsbad, Califórnia (o que é ótimo, pois é uma opção diferente da rota feijão-com-arroz dos parques Disney/Universal) e no ano passado foi a vez do quarto parque temático em Gunzburg, cidade da Baviera Alemã aonde esperam receber uma média diária 6 mil visitantes.
:: Para finalizar
Mas uma pergunta deve ter ficado no ar: como pode uma empresa que nasceu há 71 anos e que, por escolha própria, optou em ter um único produto, manter-se saudável e em crescimento durante várias décadas?
A resposta é: constante atualização.
Para quem têm acompanhado, mesmo que de canto de olho os Legos nas lojas nos últimos anos, sabe do que eu estou falando. Quando as crianças começaram a se cansar de simplesmente montar seus brinquedos, elas começaram a pensar: “Seria demais se pudéssemos colocar um motor aqui e fazer esse carrinho andar!”. A LEGO não perdeu tempo e se adaptou aos gostos dos seus fãs, sem comprometer o fator diversão: começou a lançar diversos brinquedos que vinham com motores elétricos juntos.
Você poderia dar vida ao seu carro, barco, robô…
Falando nisso, sabia que você pode montar seu pórprio Drone motorizado do filme Star Wars: A Ameça Fantasma? Pois é, no final dos anos 90, a Lego começou a lançar produtos com algumas licenças famosas, como a saga Star Wars e Harry Potter. Estive outro dia na Brinquedos Laura do Shopping Paulista, em São Paulo, e sabe o que eu vi? Um Lego do Steven Spielberg. Sim, é isso mesmo. Uma caixa de legos do famoso diretor de cinema, na qual vêm as peças, cenários, uma webcam para que você conecte ela no computador e crie e grave sua própria animação stop-and-motion além de um bonequinho do próprio diretor. É mole?
Atualmente quem nos traz as últimas novidades da LEGO, bem como os clássicos baldes contendo dezenas de peças é a Estrela, que têm acordo com a empresa dinamarquesa para a distribuição exclusiva dos produtos aqui no Brasil.
E que venham cada vez mais e mais Legos!
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