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Artigo adicionado em 10/01/2003, às 07:06

Crítica: PLANETA DO TESOURO
O que está havendo com a Disney, hein??? Vocês acreditam que o projeto de Planeta do Tesouro é mais velho do que A Bela e a Fera? Pois é verdade! Mesmo com os diretores Ron Clements e John Musker sempre tentando emplacar a adaptação da obra literária escrita pelo famoso escritor americano Robert Loius Stevenson, […]

Por
Paulo "Fanboy" Martini


Vocês acreditam que o projeto de Planeta do Tesouro é mais velho do que A Bela e a Fera? Pois é verdade! Mesmo com os diretores Ron Clements e John Musker sempre tentando emplacar a adaptação da obra literária escrita pelo famoso escritor americano Robert Loius Stevenson, a maioria das respostas sempre foi “não” (principalmente do ex-presidente da área de animação da Disney, Jeffrey Katzenberg, hoje na Dreamworks). Mas com a saída de Katzenberg, e 4 filmes de sucesso no currículo, a dupla finalmente conseguiu colocar a película em desenvolvimento.

Será que Katzenberg esteve certo desde o começo? Que o filme não daria certo?

O filme narra as aventuras de Jim Hawkins (voz de Joseph Gordon Levitt, o Tommy da extinta série de TV Third Rock From the Sun) em busca do Planeta do Tesouro, onde supostamente o Capitão Flint, um dos mais notórios piratas do espaço, escondeu seu tesouro. Jim entra nessa aventura após conseguir um artefato de um alienígena que teve sua nave avariada perto da taverna de sua mãe. Hawkins, então, acaba acompanhado pelo Doutor Doppler (voz de David Hyde Pierce, da série de TV Frasier), que financia a expedição e contrata a embarcação da Capitã Amélia (voz de Emma Thompson, de Retorno a Howard´s End). No navio, Jim acaba fazendo amizade com o cozinheiro John Silver (voz do desconhecido Brian Murray).

A grande sacada dos diretores Ron Clements e John Musker – que têm no currículo a direção de outros clássicos Disney, como O Ratinho Detetive, A Pequena Sereia, Alladin e Hércules – foi jogar a aventura de piratas criada por Stevenson para o espaço. O universo habitado pelos personagens remete muito aos clássicos cenários de piratas que conhecemos, com arquitetura e ambientação do século 15 e 16, mas com caravelas que voam pelo espaço e aliens de todas as formas, a la Star Wars (e com muito mais liberdades).

A outra grande sacada do filme foi a perfeita mistura entre animação tradicional – a chamada animação 2D – com computação gráfica do personagem John Silver, que é um cyborg sem um dos braços e uma das pernas, que foram substituídas por próteses mecânicas. Essas partes foram animadas separadamente com tecnologia 3D, enquanto a animação tradicional do personagem ficou a cargo do fantástico animador Glen Keane, que foi responsável pelas fantásticas animações da Fera em A Bela e a Fera e de Tarzan, no animado de mesmo nome. A fusão, que os próprios animadores da Disney chamaram de “5D” (junção de 2D com 3D), é espetacular!! Silver é o melhor personagem da história, não apenas por esse belo trabalho estético, mas também pela sua personalidade: você não consegue saber se ele realmente gosta de Jim ou se está apenas se aproveitando do garoto para conseguir chegar ao tesouro.

Mesmo assim, Planeta do Tesouro afundou. Nos EUA, estreou com apenas US$ 11 milhões em bilheteria, e foi piorando a performance a cada semana que passava (até agora só conseguiu faturar algo em torno de US$ 36 milhões – uma bilheteria horrível para um filme onde foram gastos US$ 170 milhões). E ele foi o estopim que a mídia aproveitou para expor os problemas internos da Disney.

Muitas teorias da conspiração andam dizendo por aí que na verdade a Disney se aproveitou da falha de Planeta do Tesouro para provar para os investidores que cortes mais profundos na área de animação tradicional devem ser feitos, e que o que realmente o público quer agora são filmes animados em computação gráfica, como A Era do Gelo e Shrek. Outros dizem que o filme afundou por causa da péssima campanha de marketing. Outros dizem que o público adolescente não curte animações com o nome “Disney”, já que as últimas animações tiveram o foco justamente neste público. Outros, que o momento de lançar um filme em um período que está sendo dividido por Harry Potter e a Câmara Secreta, Senhor dos Anéis: As Duas Torres e Meu Papai é Noel 2 (que foi muito bem por lá) foi um tiro no pé. Tirando os imbecis que acham que o problema é que a animação 2D está morta, e o que o público quer hoje é animação 3D.

Eu já acho que o problema é o seguinte: a história não empolga.

Sim, uma divulgação mal feita atrapalha mesmo a performance de um filme (o sensacional O Gigante de Ferro teve críticas espetaculares, mas com a péssima divulgação da Warner, o filme afundou nas bilheterias americanas). Mas, até aí, a propaganda boca-a-boca de A Era do Gelo nos EUA ganhou muitos dos seus US$ 176 milhões desta maneira. Mas qualquer dado que você tenha sobre o filme vai acabar na história, no roteiro: é fraco. O filme passa, você vê os personagens passarem por aquelas desventuras todas… e, em nenhum momento, consegui me importar com Jim Hawkins. E nem com o resto que acontecia na telona. Visual maravilhoso, dublagem de primeira… mas sem aquela empolgação do tipo “Minas de Moria” em Senhor dos Anéis ou “viagem no tempo” em De Volta para o Futuro.

Outra coisa interessante a ser notada é como o filme tenta ser “engraçado”. Mesmo com o clima sério – a perda do pai de Hawkins, quando este ainda era uma criança; a relação de Hawkins com a mãe, John Silver, os perigos pelos quais passam – a Disney ainda insiste em colocar personagens engraçadinhos e descolados. Dr. Doppler é um cientista meio atrapalhado, nota-se. Até aí tudo bem. Isso muda de figura quando ele veste uma roupa cheia de quinquilharias para embarcar no galeão da capitã Amélia: sua imagem muda de engraçadinho para embasbacado, sem necessidade. E, conforme rola o filme, é fácil notar que não é essa a situação. A presença do robô B.E.N. (voz de Martin Short, de Viagem Insólita) também é algo completamente desnecessário, já que é um escracho só. Apenas o pequeno Morph, um ser pequenino que se transforma em diversas coisas e é o bichinho de estimação de Silver, se salva.

E, sendo Disney, isso só torna a experiência pior, já que sou louco pela empresa de Tio Walt.

Como o filme vai se sair por aqui? Não sei, mas creio que não será grande coisa não. Vou assistir o filme com minha família e ver as opiniões deles e também vou perguntar a opinião ao público lá na hora, para sentir o que eles acharam, aí eu conto prá vocês.

E eu queria de ver uma teoria minha ser provada: coloquem o time criativo da Pixar para fazer um animado tradicional, e qualquer um verá que o problema não está no desenho animado. Ah, isso eu queria ver…

Aproveite para ver o trailer! É só clicar aqui.


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