Pois é: mais um novo universo no ar. Logo, logo a Marvel vai precisar de uma Crise nas Infinitas Terras pra dar um jeito nesta bagunça toda. Bom, aproveitando que, não só aqui no Brasil como também nos States a nova moda são os mangás, a Casa das Idéias procurou Ben Dunn, fodão da editora Antartic Press (especializada em quadrinhos inspirados pela terra do Sol nascente) e pediu: "Recrie os heróis do universo Marvel como se eles tivessem sido inventados por um artista japonês". E foi o que ele fez, desenvolvendo releituras das origens de alguns dos principais nomes do universo marvete de acordo com os mais divertidos clichês do mundo dos heróis japoneses.

Este Universo Mangá é bem interessante, e é legal pra quem quer ler algo sem precisar ler milhares referências em outra revista (a principal razão do sucesso da universo ultimate, por exemplo). Publicada originalmente nos EUA em 2 edições e uma série de especiais, a série sai aqui no Brasil pela Panini Comics em 5 edições, compilando até mesmo os especiais numa coisa só. Além de Dunn (que também faz grande sucesso nas terras gringas no seu mangámericano Ninja High School, da Dark Horse), nas próximas edições teremos as presenças de Adam Warren (Gen 13), Kaare Andrews (a nova estrela da Marvel) e Jeff Matsuda (Wolverine), entre outros. Muitos podem chamar de leitura descartável, mas eu chamo de uma leitura divertida e sem compromisso com um bela preocupação visual. E, falando aqui bem baixinho pra ninguém nos ouvir: o precinho também ajuda bastante…

Dá só uma olhada no que aconteceu com os principais heróis da Marvel e a nossa cotação do ficou legal e do que nós achamos uma bosta:

Os Vingadores são uma equipe estilo super-sentai (Changeman, Flashman, lembra deles?): cada um representando uma cor, eles unem seus veículos e formam um enorme robô para combater o mal. O mal, no caso é o Hulk – um monstro verde gigante exalando radiação para todos os lados e preparado para destruir Tóquio…ou seria Nova York? O uniforme do Capitão América lembra pra cacete o Capitão Comando (do jogo homônimo da Capcom), o Homem-de-Ferro é…bem…uma Mulher-de-Ferro, e o Visão é um robô que lembra um dos dróides da Federação do Comércio em "Star Wars: Episódio 1"…só que com cara de inseto. Além disso, ainda tem um Homem-Formiga roqueiro, uma Viúva Negra em roupas diminutas (típicas de desenhos japoneses, por sinal) e um Namor com cara de elfo. Olha só a ilustração aí ao lado e me diz o que você acha. Nota: 7,5. Vale dar uma conferida…

O Homem-Aranha é um jovem aprendiz das artes do ninjitsu que tem seu honorável mestre assassinado por um terrível homem chamado… Venom. A partir daí, ele se especializa em escaladas com cordas e, usando aquelas luvas com garras típicas dos ninjas, acaba se tornando um herói chamado…você sabe. E o que é mais legal: sem poderes. Esqueça qualquer referência a "aranhas radioativas". O visual está muito divertido, a arte é muito competente (ágil e cheia de classe), e o roteiro é pura aventura juvenil. Resultado? Nota: 9,5. O melhor material do Mangaverso.

Os X-Men são uma equipe treinada numa espécie de dojo (e não mais na Escola para Jovens Super-Dotados), usando a doutrina samurai aliada à boa e velha tecnologia. O Wolverine, por exemplo, parece um velho e rabugento samurai (de cabelo branco e tudo mais)…mas com garras de energia. Esquisito prá cacete. Nota: 5,5. Podiam ter pensado em outra alternativa…

Já o Quarteto Fantástico também é uma equipe super-sentai, mas com um outro foco, mais elemental do que super-heroístico. Talvez a palavra "transmorfos" seja mais interessante. O Tocha Humana é uma mulher, o Coisa não é um monstro de pedra, mas sim alguém que pode controlar sua forma de pedra e a Mulher-Invísivel usa seus campos invisíveis muito mais para o ataque (criando uma verdadeira armadura ao seu redor) do que para a defesa. Vale pelo visual – a arte está ótima, um dos estilos mais elegantes e cheios de movimento do mangá. Nota: 6,5. Se você estiver afim…

E o Justiceiro… também é uma mulher. Uma espécie de gueixa, que mata seus inimigos…de rir. De verdade. Usando um par de penas, ela…ah, nem quero saber. Argumento horrível, arte escrota. Se a idéia era fazer algo mais pro lado humorístico, acho que não era este o caminho. Nota: 0. NEM MORTO!