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Olha, eu fico muito mal em dizer o que eu vou dizer agora, mas saí do cinema com aquele gostinho de decepção… Sou um grande fã do primeiro filme, ação e comédia como há tempos eu não via. Gostei muito dos personagens, dos diálogos, da história. Claro, não é nada prá se ganhar prêmio, mas te deixa entretido que é uma beleza. Agora parece que, mais uma vez, a continuação não dá conta do primeiro. E eu fico ainda pior pois gostei muito dos trailers, e era um entusiasta desse filme! Os nerds nem agüentavam mais eu falar “Múmia Rules”. Mas o filme viajou muuuito na maionese…
Bom, tudo começa com a apresentação da história do Escorpião Rei (The Rock, o lutador fortãããão de WWF) – e porque não Rei Escorpião? -, um guerreiro pirado e com um exército gigante! Conta a história de suas vitórias até sua queda, e as maracutaias que ele fez para tentar voltar à vida. A história começa 7 anos depois do primeiro filme, e vemos Rick O´Connell (Brendan Fraser, de “Monkeybone” e “Endiabrado”) e agora sua mulher Evelyn (Rachel Weisz, de “Círculo de Fogo”) estão em mais uma escavação com Alex (Freddie Boath, em seu primeiro filme) a tiracolo. Ao descobrirem mais algumas pistas da existência do Escorpião Rei – que até então se acreditava ser uma lenda – , eles descobrem que alguém também está tentando trazer Ihmotep (Arnold Vosloo, de “Darkman 2”, “Darkman 3” e “O Alvo”… é, aquele filme do Van Damme) de volta ao mundo dos vivos.
Olha, o filme é um clichê atrás do outro. Até aí, não é um grande problema, desde que você saiba contar a história, mesmo que ela tenha elementos que todos já vimos. O primeiro filme é assim. É a velha fórmula galã/mocinha em perigo/vilão fortão/companheiro do galã/dois ou três personagens engraçados. Mas copiar descaradamente cenas de Titanic e de outros filmes famosos é fogo! Além disso, o roteiro é apoiado em diversas muletas, quer dizer, o diretor e escritor do filme, Stephen Sommers, deu umas desculpas, fraquíssimas a meu ver, para segurar algumas pontas do filme… e se deu mal. Vocês vão ver como alguns detalhes sobre os personagens soam forçados, sem sentido… Mas uma coisa o filme tem de muito bom: Freddie Boath, que interpreta Alex. O personagem é metido a valentão como o pai e chato e insistente como a mãe, o que rende momentos muito engraçados.
Além disso, os diálogos estão fraquiiinhos… não tem aquela força do primeiro. As piadas são escassas, as situações são forçadas (e olha que eu estou falando de um filme onde uma múmia volta à vida)… tem partes que parece um grande RPG! Nada contra, mas não tem nada a ver com o filme… Prá vocês verem, até um veículo bizarro eles usam…
Mas o que mais decepcionou mesmo foram os efeitos especiais. Eles não chegam aos pés da sutileza do primeiro. Tudo ali é plástico, soa falso pacas! Os soldados dos Anúbis, a magia d´água (lembra da cortina de areia do primeiro? Agora imaginem isso com água!), a floresta… pelamordedeus, tem cena que você consegue ver com toda a facilidade o chroma-key, isto é, você nota facilmente quando o cenário destoa do ator ou da atriz, indicando que ele foi colocado lá, e não que ele realmente faz parte do cenário. Simplesmente feio. Os únicos efeitos que prestaram mesmo foi a do Ihmotep enquanto ele ainda está na forma decomposta, e outros pequenos detalhes.
Não me perguntem como esse filme conseguiu faturar mais de US$ 70 milhões no fim de semana de estréia nos Estados Unidos, e continua faturando alto… parece que ele vai bater a marca dos US$ 200 milhões fácil, fácil. Bom, mas se a gente notar que os filmes de maior faturamento na estréia são pérolas como “Missão Impossível 2” Eu fico me imaginando aonde isso vai parar… Tem até uma passagem no filme que ilustra o que eu quero dizer: Rick diz para Evelyn “Isso é ruim, Evy”. Ela responde: “Nós já tivemos problemas antes”. E ele responde: “Esse é pior!”… Será que eles sabiam disso? Bom, com tanta grana no bolso, quem realmente se importa…
E a tal da Patricia Velazquez, que faz a Anck-Sun-Namum é simplesmente maravilhosa!! – fanboy@a-arca.com
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