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Artigo adicionado em 10/03/2006, às 10:16

OS SEUS, OS MEUS & OS NOSSOS: mais do mesmo…
O seu saquinho, o meu saquinho, os nossos saquinhos… :: Trailer Oficial #1: em QuickTime :: Trailer Oficial #2: em QuickTime :: Visite o site oficial Se você levar o cursor de seu mouse para a figura ao lado esquerdo da tela (a imagem do porquinho com uma pizza na boca) e clicar no botão […]

Por
Leandro "Zarko" Fernandes


:: Trailer Oficial #1: em QuickTime
:: Trailer Oficial #2: em QuickTime
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Se você levar o cursor de seu mouse para a figura ao lado esquerdo da tela (a imagem do porquinho com uma pizza na boca) e clicar no botão esquerdo uma vez (ou botão direito, depende), ampliar-se-á o pôster oficial de Os Seus, Os Meus & Os Nossos (Yours, Mine & Ours, 2005), mais uma tentativa de “comédia infanto-juvenil para toda a família” que chega aos cinemas brazucas. E se você fizer isso, você provavelmente nem precisará ler esta resenha até o final, pois só de olhar para o cartaz, matará a história, os diálogos e até mesmo a qualidade disso. Se você decidir clicar um pouco acima e assistir ao trailer, então… uau, nem precisará perder seu tempo passando em frente à sala de cinema.

Aí você pensa: “Uau, o cara realmente ODIOU esse filme, não?”. Pra falar a verdade, não muito. “Os Seus, Os Meus & Os Nossos”, novo longa-metragem dirigido pelo pseudo-cineasta Raja Gosnell (sim, aquele meliante que cometeu as tragédias anunciadas Scooby-Doo e “Vovó Zona”), não é tão ruim assim e, em comparação aos trabalhos anteriores do diretor, até se sobressai. Eu esperava coisa beeeem pior, na boa. O que não significa nada, diga-se de passagem. O fato é que esta comédia, um remake de uma fitinha descartável de 1968 – mais uma refilmagem, que inferno… -, é totalmente idêntica a tantos outros filmes do gênero que vemos por aí. E quando digo idêntica, não quero dizer traz elementos parecidos, e sim é uma cópia XEROX autenticada e reconhecida em cartório! 😛

Ok, eis a questão: todos nós sabemos que Hollywood anda mesmo atravessando uma terrível crise de criatividade, e que ultimamente a meca do cinema não faz outra coisa além de cavucar produções cada vez mais velhas e obscuras para dar uma nova roupagem. Às vezes eles acertam, como foi o caso de As Loucuras de Dick e Jane – refilmagem até oportuna, tendo em vista o tema ultra-atual da película. Mas em sua grande maioria, os caras escolhem projetos equivocados. Senão vejam só: quem hoje em dia estaria tão interessado em ver um filme sobre um grupo de 18 crianças, todas irmãs (?), tramando a separação dos pais? E quando sabemos que não há NADA na história além disso? Você gastaria um real no ingresso por isso? Pois é, nem eu. 😛

A história é assim: “Os Seus, Os Meus & Os Nossos” segue a sossegada vidinha do militar Frank Beardsley (Dennis Quaid, Em Boa Companhia), viúvo e pai de oito filhotes. A molecada, educada de maneira absolutamente rígida, é um poço de simpatia e bastante comportadinha. Em contrapartida a Frank, a artista e também viúva Helen North (a ainda embasbacante Rene Russo, Showtime) vive em total ausência de regras com seus dez filhinhos, todos em total harmonia. Frank e Helen, que são ex-namorados dos tempos de colégio, reencontram-se depois de 30 anos e percebem que o amor que sentiam um pelo outro não mudou em absolutamente nada. Assim, decidem casar-se em segredo e morar juntos, ele, ela… e os 18 rebentos, que previsivelmente odeiam-se logo de cara. Notando o caos que impera na vida de cada um deles, as crianças unem forças, mesmo odiando-se, para sabotar o casamento de Frank e Helen e, voltar às suas vidinhas de antigamente.

Então, beleza. Se você leu este último parágrafo já imaginando as zilhões de piadinhas infames e batidas que cansamos de ver nas comédias da Disney que ilustram a Sessão da Tarde toda semana… pode crêr que é exatamente o que verá aqui. O fraquinho roteiro de Ron Burch e David Kidd (de “Cinco Evas e um Adão”) não tem preocupação em injetar sangue novo na história, nem em inovar em um ou outro momento. Se o plot já é igual a tanta coisa existente por aí, até novela da Globo (ei, só eu aí me lembro de “Vamp”?), os roteiristas entregam não um roteiro, e sim um belo Ctrl+C e Ctrl+V na cartilha de “como se fazer comédias infanto-juvenis para segurar a molecada em casa”. E nada mais que isso.

Enquanto isto, a direção de Raja Gosnell é nada menos que sofrível. Então temos dois atores competentes nos papéis centrais, mas que não possuem a menor química entre si: enquanto Dennis Quaid é reduzido a algumas caretas, Rene Russo aparentemente está é bem incomodada em boa parte das cenas; o caso de Quaid chega a ser BIZARRO! Qualquer seqüência de zona entre a criançada termina com o ator levando tombo e caindo de cara em alguma lata de tinta ou algo similar… (??). Medo. Se isto é a idéia de “comédia” que os estadunidenses têm, eu preciso ir para lá enriquecer urgentemente!

Continuando, temos também alguns coadjuvantes de luxo presentes apenas para pagar as contas, como é o caso de Linda Hunt (como a inútil babá da casa), Rip Torn (apagadíssimo como um oficial da marinha) e Jerry O’Connell (sem comentários), e um sem fim de pivetes sem o menor talento para atuar. Sério, ô bando de criança mala!!!! Se é pra realizar um filme apoiado no carisma dos atores, bem que eles poderiam ter escolhido melhor, pelo menos… Bem, algo de fato parece feder quando, no meio de mais de 20 personagens atuantes o tempo todo, quem se sobressai é um porquinho… 🙂

Então não se aproveita nada de “Os Seus, Os Meus & Os Nossos”? Bem, quase. Independente de trazer mais do mesmo e fator novidade ZERO, há uma ou outra situação divertidinha aqui. Assistindo de maneira descompromissada, você não se arrepende tanto (mas se arrepende). O que torna a fita tão dolorida é a certeza de que esta bobagem é a prova de que a criatividade dos roteiristas e dos diretores atuantes no esquemão hollywoodiano de hoje parece estar cada vez mais longe. E pra quê raios eu quero ir ao cinema e gastar uma fortuna para ver uma história que já cansou de ser exibida na Sessão da Tarde??? Sendo assim, é mais fácil esperar até que passe na TV. E o pior é que, quando isto acontecer, mesmo sendo inédito, terá um amargo gostinho de reprise… 😛

:: ALGUMAS CURIOSIDADES

– O longa original, também chamado “Os Seus, Os Meus & Os Nossos”, foi dirigido em 1968 por Melville Shavelson e estrelado por Henry Fonda (pai da nossa amiga Jane Fonda), Lucille Ball (a Lucy do conhecidíssimo “I Love Lucy”) e o ótimo Van Johnson. A fita foi baseada num livro escrito por Helen Eileen Beardsley, que realmente tinha 18 filhos… Ui!

– O filho mais velho de Rene Russo é vivido por Drake Bell, astro dos popularíssimos seriados da Nickelodeon “O Show de Amanda” (com a chatonilda da Amanda Bynes) e “Drake e Josh”, na qual divide a tela com Josh Peck (o macabro George de Quase um Segredo).

– O novo longa custou US$ 45 milhões. Tudo isso… pra fazer isso. Desgosto.

Os Seus, Os Meus & Os Nossos (Título original: Yours, Mine & Ours) / Ano: 2005 / Produção: Estados Unidos / Direção: Raja Gosnell / Roteiro: Ron Burch e David Kidd / Baseado no roteiro original de 1968, escrito por Melville Shavelson e Mort Lachman / Elenco: Dennis Quaid, Rene Russo, Rip Torn, Linda Hunt, Sean Faris, Katija Pevec, Drake Bell, Danielle Panabaker, Jerry O’Connell / Duração: 90 minutos.


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