Sim, eu também fui daqueles que, mal ouvi falar no começo das filmagens de Jurassic Park 3, já imaginei um filme totalmente “grana”: era só isso que importava, faturar em cima de uma franquia que dá uma grana absurda! E eu sou fã dos dinos, não posso negar: amei (e pulei que nem um maluco no cinema) o primeiro filme e gostei do segundo (mesmo achando que poderia ser muuuuito melhor). Para esse terceiro filme da série, tudo estava levando para um grande tiro n´água. E azar daqueles que pensavam assim, porque o filme é muito legal! Não, não será o filme do século. Mas o cuidado com o roteiro (sim, existe um roteiro) e os efeitos especiais deram um gostinho bacana para esse filme. Eu curti pacas.
Bom, a história é o seguinte: o Dr. Alan Grant (Sam Neil, do primeiro Jurassic Park e de O Piano) recebe uma proposta de Paul Kirby (William H. Macy, de Heróis Muito Loucos, Magnólia e Deu a Louca nos Astros) e de sua mulher, Amanda Kirby (Téa Leony, de Homem de Família e Impacto Profundo) para levá-los a um tour aéreo pela ilha Sorna, pois se diziam aventureiros e queriam uma visão privilegiada dos dinossauros como um presente de aniversário de casamento. O Dr. Grant simplesmente não pode mais ouvir nada relacionado ao Jurassic Park, ou velociraptors… ele ainda está traumatizado com os lagartões desde o primeiro filme (tá, eu sei que eles não são répteis… ah, vocês entenderam). Mas desde o primeiro filme ele está precisando de dinheiro para financiar suas escavações, afinal, foi assim que John Hammond o convenceu a ir ao Jurassic Park. E quando Paul Kirby oferece uma doação ao Dr. Grant, bem… ele vai. 🙂 Mas havia mais coisa que Kirby não contou ao Dr. Grant…
O que realmente chama a atenção nesse filme é como ele é muito bem situado. Ele é totalmente baseado nos dois filmes anteriores, e usa os dois como referência para montar a história. No começo, eu ouvi comentários (e algumas críticas mais que imbecis) de que esse Jurassic Park faria a mesma coisa que Higlander 3 fez: esqueceu do segundo filme. Muito pelo contrário. As referências são várias, a começar que a ilha que é usada é a ilha do segundo filme, isto é, não onde era o parque, e sim a ilha que servia de ecossistema para a pesquisa e criação de novos dinossauros. Por isso, uma boa desculpa para colocar diversos bichos novos, como o Espinossauro, a estrela desse filme. Caracas, meu, esse bicho é uma máquina de matar! Sério, o Tiranossauro não chega aos pés dele (e nem é cego, pelo que se percebe, diferente do lagartão que só vê sombras). A história tem outros detalhes muito interessantes, também.
Algo que eu achei muito legal nesse filme também é que, diferente dos outros dois, ninguém sabe que os personagens estão na ilha! Ninguém! Por exemplo, no primeiro havia toda a estrutura do parque que estava sendo construído, e no segundo a Ingen, a empresa que era de John Hammond e responsável pela pesquisa do DNA dos dinossauros, estava atrás dos bichos, além de que os personagens sempre tiveram a mão diversos recursos, como armas e tal (que sempre acaba detonada pelos dinos). Nesse terceiro filme, ninguém faz idéia que ainda tenha algum ser humano lá… e isso que deixa os personagens mais à mercê dos bichos do que nunca! É puramente humano contra natureza… e o humano é o invasor! E também, graças a Deus, chega de inimigos humanos, como no segundo. Desnecessário.
As atuações dos atores estão todos à altura dos seus personagens, que também estão muito bem construídos. Mas o prêmio mesmo vai para Sam Neil como Alan Grant. Seu personagem está muito bacana: a falta de jeito (e o ódio) a computadores, a falta de vontade de sair do local de escavação… e agora um trauma absurdo dos dinos. Tosco, muito tosco. E muito legal. 🙂 Até a doutora Ellie Sattler (Laura Dern, também do primeiro Jurassic Park e Dr. T e as Mulheres) aparece numa ponta. Nem chega a ser uma ponta, exatamente, pois ela tem um momento muito importante no filme.
A única coisa que eu realmente fiquei com o pé atrás foi o final. Não que seja ruim, mas é muuuito conveniente. A sensação é que o diretor olhou para o relógio, viu que o filme deu uma hora e quarenta minutos e disse prá produção: “Galera, vamos acabar com filme que não temos mais tempo”. Aí deram uma deculpa… quer dizer, não bem uma desculpa, mas fecharam tudo rápido demais. Faz sentido, mas… sei lá, ficou tudo muito nas coxas. Traduzindo: mesmo a história lembrar muuuuuuito o primeiro (tipo, muito), ter um certo clima de filme B (realmente) e simplesmente ser desnecessária, os roteiristas mandaram muito bem, e evitaram uma bomba colossal. E o pessoal da ILM, os masters, fizeram dinossauros que conseguiram ser mais reais que os do primeiro. Mais vivos. Show, muito show!.
É… pega lá o telefone… isso, ali mesmo…. – fanboy@a-arca.com
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