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Artigo adicionado em 22/10/2002, às 05:07

COLECOVISION – O MITO
Ou: "Nem só de Atari viveram os anos 80" Detalhe do ColecoVision Clique para ver maior No ano de 1982, chegou ao mercado norte-americano o console de videogame que se tornou num mito: o ColecoVision, produzido por uma empresa do ramo de couros, a Coleco (acrônimo de COnnecticut LEather COmpany), que eventualmente já mostrava sinais […]

Por
Marcus "Garrettimus" Garrett

Para quem está acostumado ao Playstation, pode parecer bizarro...

Detalhe do ColecoVision
Clique para ver maior

No ano de 1982, chegou ao mercado norte-americano o console de videogame que se tornou num mito: o ColecoVision, produzido por uma empresa do ramo de couros, a Coleco (acrônimo de COnnecticut LEather COmpany), que eventualmente já mostrava sinais de competência no ramo de jogos eletrônicos por meio da série de PONGs (telejogos) "Telstar" previamente produzidos. A Coleco inovou o mercado de videogames domésticos com um novo console cujo conceito o tornava "imbatível": o ColecoVision e seus Expansion Modules (Módulos de Expansão). Conforme a premissa da Coleco, seu console de videogame "nunca ficaria desatualizado tecnologicamente", pois cada nova tecnologia criada no futuro poderia ser facilmente adicionada ao sistema através dos tais módulos de expansão.

Cores vivas, som elegante e alguns gráficos "imitando" 3D. Tudo cativou as crianças daquele já distante ano de 1982. Não bastasse isso, o ColecoVision chegou às prateleiras das lojas acompanhado de um clássico do Arcade, o jogo "Donkey Kong", uma adaptação muito bem feita do clássico jogo de Fliperama. Esse fato ocorreu graças a um acordo muito bem engendrado com a Nintendo – produtora do jogo – concretizado após algumas viagens dos executivos da Coleco ao Japão. Essa "jogada de mestre" disparou as vendas do console – 550 mil aparelhos foram vendidos no ano de lançamento -, fazendo com que, pela primeira vez na história, o "reinado" da Atari fosse realmente ameaçado. Certamente, o fato do cartucho Donkey Kong ter "vindo com o videogame" foi fator determinante para o sucesso inicial do console.

Não somente Donkey Kong, mas as versões dos jogos de Fliperama foram a grande "sacada" da Coleco. Jogos como "Zaxxon" e "Congo Bongo" foram verdadeiras "febres" de consumo à época, tão fabulosas foram suas respectivas adaptações para o ColecoVision. Ele foi o primeiro console de videogames a possuir jogos de Fliperama realmente bem convertidos e "convincentes".

Para quem está acostumado ao Playstation, pode parecer bizarro...

Módulo de expansão

Não obstante, a Coleco também lançou uma parafernália de controles e de joysticks para o console, fazendo-o ainda mais especial. O Roller Controller, por exemplo, foi lançado visando-se ao aperfeiçoamento dos controles de jogos como "Time Pilot", "Slither" e "Front Line", proporcionando-se ao jogador a sensação de se estar jogando com o "manche" original do Fliperama. O Super Action Controller, comando especial para jogos da chamada série "Super Action" – como o "Baseball" e o "Football" – foi a coqueluche dentre os diversos acessórios criados. Em tais jogos a quantidade de opções de comando era elevada, fazendo com que o jogador utilizasse diversos botões e o direcionador conjuntamente, provendo-se "mais realismo" às partidas. O Expansion Module 2 – Driving Module – inovou novamente em realismo, pois possibilitou aos proprietários do Coleco a possibilidade de se jogar jogos de corrida utilizando-se um volante (de verdade!) e um pedal acelerador. É realmente um barato o jogo "Turbo" (conversão do Fliperama da Sega) jogado com o tal "volantinho"!

As melhores softhouses da época produziram jogos para o Coleco. Empresas como "Activision", "Parker Bros." e "Imagic" foram algumas das grandes lançadoras de jogos para o console. As versões de jogos já existentes para outros sistemas contemporâneos ao Coleco – Intellivision e Atari, por exemplo – foram reescritas para o ColecoVision de forma a apresentarem gráficos e sons superiores, obviamente aproveitando-se do poderoso hardware existente. Jogos clássicos como "Smurf", "Decathlon", "Time Pilot" e "H. E. R. O." foram brilhantemente realizados no Coleco, trazendo-se maior realismo às telas das TVs.

No primeiro semestre do ano de 1983, a Coleco vendeu 2,2 milhões de unidades de seu ColecoVision, e, por conseguinte, colocou sua maior concorrente, a Atari, no segundo lugar na disputa dos consoles de videogames domésticos, tendo obtido 41% das vendas do setor. O Expansion Module 1 (primeiro módulo de expansão) proporcionou ao console "rodar" cartuchos lançados originalmente para o Atari 2600 – não bastasse a formidável coleção de cartuchos disponíveis ao Coleco, através da utilização do Expansion Module 1 toda a biblioteca de jogos do Atari 2600 também passou a estar à disposição do jogador! Essa "jogada de marketing" acabou fazendo com que a Coleco fosse processada por sua rival, fato que culminou com a obrigatoriedade de pagamento de uma porcentagem à Atari por cada unidade do módulo de expansão vendida. É amigos, foi uma briga feia!

Brasileiro quando é quer consegue ser muito sacana...

O "clone" SpliceVision

:: ColecoVision no Brasil!?

Infelizmente, o ColecoVision não foi lançado oficialmente em nosso país. Ao invés do console original, foi lançado no Brasil um console "clone" (não autorizado) do sistema, fabricado por uma empresa do ramo de Telefonia situada em Sorocaba (cidade do interior Paulista), a Splice. A Splice lançou o SpliceVision em 1983, no mesmo ano em que o Atari 2600 foi lançado oficialmente pela Polyvox.

O design do aparelho é horrível e com acabamento tosco, realmente dos piores. Interessante mesmo foi a alteração dos nomes dos poucos jogos lançados pela Splice. Donkey Kong passou a chamar-se "Monkey Dong", ao passo que Looping passou a chamar-se "Spitfire". Outras alterações feitas foram as traduções das opções de tela dos jogos, trocando-se palavras como "Score" para "Pontos". Ah! Quase me esqueci de mencionar: o SpliceVision era caríssimo! Houve um protótipo de outro clone do Coleco, fabricado pela Microdigital, a "famosa" empresa responsável pelos micros da linha TK (TK85, TK90X, TK3000, etc.). Esse protótipo chegou até mesmo a ser apresentado ao público na feira "Informática 83", realizada naquele ano. Contudo, devido aos motivos mais diversos que possamos imaginar, ainda não descobrimos realmente o porquê do não lançamento do console.

Aos que desejassem possuir um ColecoVision "de verdade", não optando pelo Splice, era possível adquirir-se um em videoclubes e videolocadoras daquela época (tais lojas também comercializavam e alugavam cartuchos e acessórios). Em São Paulo, o Coleco foi bastante comercializado pela extinta "Rentacom", e no Rio de Janeiro foi vendido pelo famoso "Josias Studio". É desnecessário dizer: o preço do ColecoVision, ainda que trazido de "contrabando", era muito elevado; muito mais caro quando comparado ao Atari, ao Odyssey ou ao Intellivision. Porém, o valor empregado era "compatível" se levado em conta o potencial dos jogos disponíveis à época.

Era o que tinha de melhor na época...

Tela de "Monkey Kong"

:: A derrocada da Coleco…

Infelizmente, durante o decorrer de 1983 os executivos da Coleco tiveram a idéia que lhes custou o futuro da empresa: a crição de um microcomputador baseado no hardware do ColecoVision. Tal computador, o ADAM, acabou por ser lançado no final daquele ano após rios de dinheiro terem sido gastos com o projeto do mesmo. O aparelho era bom, lógico, contudo, em 1984 ocorreu o fenômeno conhecido mundialmente como o CRASH DOS VIDEOGAMES, e o início da falência da Coleco aconteceu.

Em 1984 os microcomputadores pessoais iniciaram seu "domínio" sobre os videogames, pois seus fabricantes ofereciam preços interessantes aos consumidores finais, bem como se proporcionava a utilização do aparelho não somente para jogos. As crianças podiam, por exemplo, além de brincarem com jogos muito bons, fazer seus trabalhos escolares. Os "papais" podiam utilizar os micros a fim de, dentre outras coisas, efetuarem seus balanços domésticos. Em outras palavras, utilizando-se micros domésticos como o Commodore 64, por exemplo, passou-se a não mais existir interesse na compra de um "simples" videogame – era mais vantajoso gastar-se um pouco mais de dinheiro na aquisição de um microcomputador pessoal, o qual traria infinitas possibilidades ao dono.

As vendas dos videogames, como um todo, despencaram vertiginosamente devido a isso. A esse fato foi dado o nome de CRASH DOS VIDEOGAMES, ou simplesmente CRASH DE 84. O Crash quase não ecoou aqui no Brasil, mas essa é outra história…

A Coleco "tomou uma invertida" muito grande, pois, ao contrário do ocorrido ao ColecoVision, o microcomputador ADAM foi um fiasco de vendagem logo de início. O design "grandalhão" do ADAM, a falta de variedades de aplicativos e de utilitários, e o o próprio crash foram os motivos de sua perdição. A vendagem do ADAM deu-se muito abaixo do esperado pela Coleco, tendo provocado enormes prejuízos à empresa. O ADAM acabou sendo visto como "o computador pessoal que era um videogame de luxo". Outro fato responsável por denegrir a imagem do ADAM foi o seguinte: de todas as unidades vendidas no início, pelo menos 30% precisaram ser repostas devido aos mais variados problemas técnicos (os aparelhos já saíam da linha de montagem contendo defeitos).

Devido ao CRASH já explicado, a vendagem do ColecoVision, da mesma forma, caiu vertiginosamente. A Coleco, a partir de então, conheceu a falência após muita luta para tentar reverter o quadro negativo que se formou. Os direitos da empresa foram comprados por outra, a CBS, a qual passou a produzir o console em escala moderada. Após certo tempo, novamente os direitos sobre o ColecoVision foram passados a outra empresa, dessa vez a uma do ramo de jogos eletrônicos, a Telegames, a qual produziu um console clone do Coleco (era horroroso), além de cartuchos de jogos.

O preferido da Cidona

H.E.R.O, que virou título do ColecoVision

Infelizmente, o ColecoVision teve um breve momento de glória, como uma chama de brilho muito forte que consome-se rapidamente. Imagino: se o CRASH de 84 não houvesse acontecido, provavelmente a glória do ColecoVision teria persistido muitos anos. O ColecoVision, entretanto, marcou sua presença na história dos videogames, pois nos mostrou pela primeira vez a possibilidade de se "ter jogos de Fliperama em casa", com ótima qualidade!

:: Quer comprar um Coleco, hoje?

Atualmente ainda há possibilidade de se encontrar Colecos à venda (usados, é claro!), principalmente se a procura acontecer entre os colecionadores de videogames antigos. No Brasil existe um clube de colecionadores famoso, o Canal 3 (www.clubecanal3.com.br). Tente a sorte lá!

Outra boa dica: procure pelo aparelho no site de leilões "eBay" (www.ebay.com) – com um pouco de sorte e algum dinheiro no bolso você comprará seu tão sonhado ColecoVision "de carne e osso"!

Não quer comprar um Coleco, mas ainda assim quer "experimentá-lo"? Existem bons emuladores de ColecoVision para as mais diversas plataformas, tais como: Windows 3.1, Windows 95/98/Me, Windows NT/2000, Unix, O/S 2, Macintosh, MSX, etc. Acesse esta URL a fim de encontrar tais emuladores e divirta-se: http://www.colecovision.com

Aproveite e visite o site em tributo ao Colecovision criado por este que vos fala: http://www.colecovision.com.br.


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