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Artigo adicionado em 19/10/2006, às 12:49

UM CARA QUASE PERFEITO: mamãe, quero ser Jerry Maguire!
E um recado ao Ben Affleck: Cara, desiste. Você é ruim mesmo. :: Visite o site oficial Vamos a uma realidade incontestável em nossas vidas: Ben Affleck é um dos piores atores, senão o pior, em atividade na história da indústria cinematográfica ianque atual. Ponto. O problema é que o carisma desta canastríssima criatura é […]

Por
Leandro "Zarko" Fernandes


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Vamos a uma realidade incontestável em nossas vidas: Ben Affleck é um dos piores atores, senão o pior, em atividade na história da indústria cinematográfica ianque atual. Ponto. O problema é que o carisma desta canastríssima criatura é tão grande que o cara não precisa sequer aprender a atuar (o que é impossível, diga-se de passagem) para manter intacto – ou quase intacto – seu lugar de prestígio no esquemão hollywoodiano. E pensar que Ben Affleck já tem até um (desmerecido) Oscar em sua estante… bem, a Gwyneth Paltrow também tem, então o troféuzinho da Academia não é prova de talento algum. Do contrário, como o nosso querido amigo El Cid costuma dizer, “Titanic” seria um dos dez maiores clássicos de toda a história da sétima arte. Creda! 😛

Se Ben Affleck como ator é um ótimo pintor de paredes (ele é alto pra cacete, pô!), até que sua presença em certos trabalhos não chega a incomodar – desde que, claro, haja um belo contrapeso para seu péssimo desempenho. Nos últimos anos, Affleck teve a sorte de dividir fitas bacaninhas com gente de calibre, como Morgan Freeman (“A Soma de Todos os Medos”), Jason Lee e Joey Lauren Adams (“Procura-se Amy”) e Samuel L. Jackson (“Fora de Controle”); nestes três longas citados, a crítica foi unânime em racionalmente apontar Ben Affleck como um dos “elementos negativos”.

É justamente aí que entra Um Cara Quase Perfeito (Man About Town, 2006). Aqui, não há nenhum grande ator – à exceção do eterno Monty Python John Cleese, totalmente desperdiçado – que possa representar uma ameaça para Ben Affleck. Tampouco há uma história que exija demais dos limitadíssimos dotes interpretativos do pobre coitado. Na verdade, esta comédia dramática dirigida por Mike Binder, cineasta independente que assinou o divertido “A Outra Face da Raiva”, não é nada além de um mero pretexto para Affleck exercitar sem obstáculos sua (falta de) técnica de atuação – o que muito me lembrou o prepotente “Jerry Maguire” de Tom Cruise. Este detalhe torna a fita uma boa pedida? SIM e NÃO. Mas depois falamos sobre isso. 😉

Antes de qualquer coisa, então, eis o enredo: Affleck vive o executivo Jack Giamoro, sujeito que leva a vida que pediu a Deus; é um bem-sucedido agente de roteiristas, tem fama, dinheiro a rodo e uma maravilhosa esposinha, Nina (Rebecca Romijn, mais linda do que nunca). Só que algo falta em sua vida, ele sente um vazio dentro de si, coitado… Para tentar entender o que está acontecendo, Jack decide freqüentar uma espécie de curso de criação literária, onde aprende a escrever um diário para extravasar suas frescuras frustrações, seu medos e afins. Jack pega gosto pela coisa e não pensa duas vezes em passar para o papel TUDO o que já aconteceu em sua vida.

Mal sabe Jack que o que deveria ser a solução transforma-se em um belo de um pepino. Pra começar, ele descobre que sua mulher lhe bota diariamente um belo par de chifres, e o “vizinho dentro do armário” é ninguém menos que o roteirista mais talentoso de sua carteira, Phil (Adam Goldberg). Quando o agente acha que nada pior poderia lhe acontecer… o pior acontece: seu diário é roubado pela gananciosa jornalista Barbi Ling (Bai Ling), que pretende ganhar um cascalho publicando seu conteúdo. E o conteúdo do livrinho revela um segredo hiper-ultra-mega-escabroso de Jack, um segredo capaz de enterrar sua carreira e mantê-la debaixo da terra pelos próximos 752 anos… 😛

E… prontinho! Este é o enredo. A trama é até interessante e permite uma série de alfinetadas na indústria do entretenimento ianque – se fosse tratada da maneira certa. Aqui, o foco é extremamente superficial; afinal de contas, não dá pra usar uma história que exija tanto assim do astro central. Eis o grande problema da película: “Um Cara Quase Perfeito” transparece em cada fotograma suas verdadeiras intenções. Tudo aqui gira em torno da proposta de apresentar Ben Affleck como um grande ator. Assim, ótimos personagens são desperdiçados, a estrutura da narração é enfraquecida, personagens secundários com potencial para engolir o protagonista em cena são diminuídos e respondem pelos piores diálogos da fita – é de dar pena ver o que fizeram com o pobre John Cleese, viu?

Portanto, se você ler em alguma resenha por aí que o trabalho de Ben Affleck como ator aqui é bem-sucedido, não se engane. Não é Affleck que é bom, e sim todo o resto que é fraco (!!!). Digamos que trata-se de uma, er, “posição privilegiada”. Heheheh! 😀

Entretanto, é interessante apontar que “Um Cara Quase Perfeito” não converte-se em um lixo tenebroso só por centrar toda sua atenção em Affleck; não que haja algum problema com filmes pré-fabricados apenas para massagear o ego de suas estrelas. Se há algum cuidado com a produção, até sai coisa boa – que o diga Naomi Watts e seu hilário “Ellie Parker”, só pra citar um exemplo. Se o espectador enfrentar uma sessão de “Um Cara Quase Perfeito” consciente de que verá apenas um filme programado para fazer Ben Affleck brilhar, até poderá curtir. Desde que não preste muita atenção em TODOS os elementos da fita além do próprio ator.

Ainda assim, há alguns pontos positivos na produção. Durante sua projeção, há uma meia dúzia de momentos razoavelmente divertidos, como a seqüência do teste da pseudo-atriz vivida por Amber Valetta, uma reprodução inspirada da cena que tornou Sharon Stone lendária em Instinto Selvagem (embora esta seqüência pudesse render muito mais, verdade seja dita). E também é inspirada a atuação do veterano Howard Hesseman como o pai de Jack Giamoro, além da câmera de Mike Binder, cheia de maneirismos e efeitos bacanas, como os travellings pela cidade (ainda que estes efeitos soem, às vezes, demasiadamente exagerados, visto que uma produção deste porte não justifica tanto exercício de estilo).

Assim, voltemos alguns parágrafos para finalizar. Estamos falando aqui de uma boa pedida? Sim e não. Sim, se você procura uma comédiazinha rápida para se degustar em um daqueles dias na qual não se tem NADA para fazer. Sim, se você é fã inveterado(a) de Ben Affleck – afinal, cada fotograma é pretexto para o ator mostrar suas milhares e milhares de três expressões (!!). Não, se você perder tempo com isto em um sábado à noite no cinema, quando o ingresso é caro e não dá pra gastar com qualquer troço. E não, se você parar um instante e notar como “Um Cara Quase Perfeito” poderia render um trabalho no mínimo contundente e até subversivo se cada minuto de projeção não parecesse implorar para que o público ADORE Ben Affleck. Egocentrismo pouco é bobagem.

Vejamos se em “Hollywoodland” ele se sai melhor, já que aqui ele continua tão ruim como sempre. Não foi desta vez, tio! 😛

Um Cara Quase Perfeito (Título original: Man About Town) / Ano: 2006 / Produção: Estados Unidos / Direção: Mike Binder / Roteiro: Mike Binder / Elenco: Ben Affleck, Rebecca Romijn, Bai Ling, John Cleese, Kal Penn, Adam Goldberg, Amber Valetta, Jerry O’Connell, Howard Hesseman, Mike Binder, Gina Gershon / Duração: 96 minutos.


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