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Artigo adicionado em 28/08/2006, às 12:39

Review: OS MAIORES CLÁSSICOS DOS X-MEN: A SAGA DA FÊNIX NEGRA
Porque nem todo clássico é indiscutível! Ok, sejamos sinceros: é bem verdade que ter A Saga da Fênix Negra encadernada é motivo de comemoração para os colecionadores de quadrinhos – porque este arco de histórias publicado dentro da revista dos X-Men na década de 80 foi inovador ao transformar uma potencial personagem secundária (no caso, […]

Por
Thiago "El Cid" Cardim


Ok, sejamos sinceros: é bem verdade que ter A Saga da Fênix Negra encadernada é motivo de comemoração para os colecionadores de quadrinhos – porque este arco de histórias publicado dentro da revista dos X-Men na década de 80 foi inovador ao transformar uma potencial personagem secundária (no caso, a ruivinha Jean Grey) em uma entidade assustadora e potencial ameaça para todo o universo. E vejam só – eles ainda mataram a moça no fim da série (embora aqueles que conheçam o universo Marvel saibam que isso jamais significaria o fim definitivo de um personagem)!. Mas…sabe que ao reler, quase vinte anos depois, a obra escrita por Chris Claremont e desenhada por John Byrne, tive a mesmíssima sensação de outrora? A sensação exata de que alguma coisa ali não funciona.

Para quem ainda não está familiarizado com a coisa toda (ou é jovem demais para se lembrar), a “Saga da Fênix Negra” é a série que deu origem ao conceito da Fênix enquanto vilã, uma entidade cósmica devoradora de mundos que toma conta do corpo da telepata Jean e aos poucos a vai transformando em um monstro terrível – exatamente a fonte de inspiração para parte do roteiro de X-Men 3: O Confronto Final. Por gentileza, não vamos entrar no mérito do que foi descoberto logo no começo das primeiras histórias do X-Factor e vamos em frente, para não confundir ainda mais nossas próprias cabeças.

Na época, Claremont estava lidando com a formação mais carismática dos mutantes da Marvel: Ciclope, Jean Grey, Wolverine, Colossus, Noturno, Lince Negra e as deliciosas participações especiais do Fera e do Anjo. Ou seja: bom material em mãos, definitivamente o cara tinha. O seu retrato dos problemas típicos do dia-a-dia dos alunos do Professor Xavier era muito simpático e característico, mostrando o cotidiano da equipe de maneira cativante e inteligente (sorry, detratores do Claremont, mas isso é verdade). O grande problema, no entanto, é que a resolução da saga envolvendo a Fênix se perde de maneira absolutamente absurda.

Convenhamos: os X-Men não combinam em nada com esta ambientação cósmica, com naves espaciais, raios laser e afins. O conceito em torno dos mutantes é muito mais focado no preconceito, no choque de culturas, na perseguição, no submundo…Certo, é claro que do jeito que a coisa toda se desenvolveu, Claremont não teria como escapar do julgamento do Império Shiar e afins. A Fênix cresceu demais, tornou-se poderosa o suficiente para fazer o universo detectar sua presença. No entanto, a pergunta que cabe aqui é: precisava tudo isso? Precisava crescer assim? Será que Claremont realmente precisava conceituar a Fênix como uma “entidade espacial”? Ou a saída encontrada na série X-Men Ultimate (e adotada também no filme) não seria muito mais palpável e acessível – a Fênix seria na verdade um traço de personalidade de Jean, perigosa o suficiente para ser mantida escondida pelo Professor Xavier por meio de barreiras psíquicas? Bem mais interessante e condescendente com o x-universo, não?

O resultado é que jogar Logan e cia. no meio de seres interplanetários não cola de jeito nenhum. As situações ficam forçadas e os diálogos idem, e Claremont entra irremediavelmente em um beco sem saída. E cá entre nós…e que ninguém da Marvel nos ouça…um perigo tão grande como é a Fênix, uma força tão intensa a ponto de ameaçar toda a vida em nosso sistema solar e vizinhos, como conceber que NENHUM outro personagem do universo Marvel tenha se envolvido na trama? Os Vingadores, o Quarteto Fantástico, o Doutor Estranho, o Surfista Prateado? Eles simplesmente não perceberam? Ou só “sentiram”, como fica claro em uma minúscula seqüência, mas nem sequer investigaram do que se tratava? Fala sério!

Como eu mesmo fiz questão de frisar no primeiro parágrafo, não dá para fechar os olhos para o mérito que a “Saga da Fênix Negra” teve para os quadrinhos e principalmente para a cronologia Marvel, com ecos sentidos até hoje nas histórias dos mutantes. Mas qualquer um com um mínimo de sensibilidade percebe que a proporção da história torna-se tão gigantesca que os próprios autores perdem o controle – e os X-Men acabam em uma história muito mais Jornada nas Estrelas do que qualquer outra coisa.

Os Maiores Clássicos dos X-Men: A Saga da Fênix Negra (Original: X-Men 129-137) / Editora: Panini Comics / Roteiro: Chris Claremont / Desenhos: John Byrne / 196 páginas / Papel LWC / Formato Americano


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