Saído das páginas do especial DC: Brave New World, vem o título OMAC.Mais uma aposta num título diferente do habitual, pois o personagem principal vive na ambigüidade de sua personalidade e do seu alter-ego OMAC. Bem, para entendê-lo melhor, temos que ir ao início. Desconfiado de seus companheiros de “trabalho” – por causa dos eventos mostrados em Crise de Identidade -, Batman cria um satélite chamado Brother Eye, que espionaria os metahumanos. Só que o satélite acabou caindo nas mãos da facção do Xeque-Mate liderada pelo traidor Maxwell Lord, e este foi associado ao Projeto OMAC, no qual o satélite coordenaria a ação de humanos infectados com um vírus tecnológico. Ao fim de Crise Infinita, Batman e seus aliados conseguiram barrar os esforços do satélite, desativando todos os OMACs e aparentemente destruindo Brother Eye.
Bom, aparentemente, como podemos ver nas páginas da nova série OMAC. BrotherEye ainda tem uma última cartada, e conseguiu infectar um humano e transformá-lo no último OMAC. E assim segue a história, onde um pobre rapaz transforma-se aos poucos em uma máquina assassina especializada em chacinas – mas algum defeito no restaurado Brother Eye faz com que às vezes o hospedeiro se sobressaia no comando, e este volte a ser um humano normal. Com isto, numa fuga enlouquecida da polícia, o rapaz e sua contraparte são perseguidos inclusive por heróis como Nuclear, e o jovem tenta entender o que aconteceu na verdade com ele, enquanto divide seu tempo em sua versão e na versão pronta para matar.
Bem, a premissa da série é boa, e suas duas primeiras edições estão muito bem produzidas. Mas é uma série que tende a perder o sentido, e se não souber ser bem levada acaba afugentando os leitores. Por mais que seja uma historia de “heróis”, ela tende muito para o lado psicológico. Apesar de que estamos falando do autor Bruce Jones, que sabe muito bem levar a questão adiante, pois ele conseguiu ser bem feliz em sua passagem pela revista “Hulk” onde também trabalhava com dubiedade de personagens. Mas quem quiser ler “OMAC”, tem que saber que a revista tem ação sim, mas a questão será muito mais do que isto, vai ser encima do conflito de personalidades do personagem principal.
Outro grande destaque no título, é a arte do brasileiro Renato Guedes, que assim como Ivan Reis e Adriana Melo, a gente pode acompanhar mais de perto, e após passar por editoras desconhecidas, e por adaptações de séries como “Stargate”, 24 Horas e “Smallville”, além do prequel de Jogos Mortais, enfim o talento dele chega a um titulo mensal da DC Comics. Ele continua com sua arte meio fotográfica, com rostos bem reais, além de se sair muito bem com cenários – o que acaba dando mais um grande destaque a este nova revista.
Bom, eu estou apostando neste título, pelo menos suas duas primeiras edições estão bem acima do nível de alguns outros lançamentos da editora.
OMAC / Ano: 2006 (Estados Unidos)/ Editora: DC Comics / Roteiro: Bruce Jones / Desenhos e arte-final: Renato Guedes / 24 páginas.
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