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Artigo adicionado em 19/08/2006, às 02:40

JAMIE FOXX
Ah, vamos lá, você sabe quem é este cara, vai… Quando Um Domingo Qualquer (Any Given Sunday), o drama esportivo de Oliver Stone, chegou aos cinemas em 1999, quase ninguém sabia quem era o tal de Jamie Foxx que ostentava uma posição de destaque no cartaz e também nos créditos da fita, dividindo espaço em […]

Por
Leandro "Zarko" Fernandes


Quando Um Domingo Qualquer (Any Given Sunday), o drama esportivo de Oliver Stone, chegou aos cinemas em 1999, quase ninguém sabia quem era o tal de Jamie Foxx que ostentava uma posição de destaque no cartaz e também nos créditos da fita, dividindo espaço em pé de igualdade com indivíduos de prestígio como Cameron Diaz, Al Pacino, Dennis Quaid e James Woods – e que, surpreendentemente, em meio a tanta gente competente, foi apontado pela crítica especializada como o maior atrativo da película. E provavelmente ninguém esperava que este mesmo tal de Jamie Foxx respondesse pela interpretação mais elogiada, ovacionada e premiada (inclusive com um Oscar) de 2004, apenas cinco anos depois deste surgimento súbito.

Bem, mais um menos. Jamie Foxx era um velho conhecido da nerdaiada ianque por suas participações no cultuado In Living Color, em 1993, e em sua própria sitcom, The Jamie Foxx Show (criado em 1996). O que ninguém poderia imaginar de fato é que aquela aparência de “apenas mais um humorista a assombrar nossas existências” escondesse um talento ilimitado, que hoje, em 2006, alçou Jamie Foxx ao patamar de “sucessor direto de Sidney Poitier”, ao lado de Denzel Washington (para alguns, até melhor do que Denzel). E isso não é pouca coisa.

E pensar que Foxx pensou em ser tudo, menos ator. Nascido em 13 de dezembro de 1967 em Terrell, Texas, Jamie Foxx (ou melhor, Eric Morlon Bishop, seu nome de batismo) foi adotado por seus avós Mary e Estelle Tacey aos sete meses, com a separação de seus pais. No colégio, demosntrou grande interesse em se tornar jogador de futebol americano, e sua atuação como quarterback no time da escola foi bastante bem-sucedida, a ponto de virar manchete nos jornais de Dallas. Em seguida, decidiu ingressar na música: estudou música na United States International University, em San Diego, e trabalhou como produtor musical, chegando até a lançar um álbum, Peep This, em 1994.

Jamie Foxx só começou a se interessar pela comédia quando, em 1989, uma namorada o encorajou a subir no palco do conhecido Comedy Club para fazer algumas imitações (ele era conhecido na faculdade por ser um exímio imitador). Sua atuação nesta noite arrancou aplausos entusiasmados da platéia presente, o que o fez considerar esta carreira. Tornou-se stand-up comic (comediante de palco) e ficou conhecido na noitada ianque por sua famosa imitação de Ronald Reagan… 🙂

Dos palcos para a televisão, foi um pulinho. Então veio “In Living Color” (programa de TV que fez um bem à humanidade nos apresentando a Jim Carrey – e cometeu a tragédia de revelar os Irmãos Wayans) e, com o destaque no humorístico, Foxx participou de seu primeiro longa-metragem para os cinemas, Toys – A Revolta dos Brinquedos (Toys), de Barry Levinson, na qual vivia um dos capangas do maligno militar interpretado por Michael Gambon. Em seguida, Foxx aproveitou-se da popularidade de seus quadros cômicos no “In Living Color” para criar “The Jamie Foxx Show”, que durou nada menos que cinco temporadas, com ótimos índices de audiência.

No cinema, Foxx fez vários papéis pequenos em comédias não muito bem-sucedidas – para não dizer “totalmente fracassadas” -, como o romancezinho mela-cueca Feito Cães e Gatos (The Truth About Cats and Dogs, 1996), com Uma Thurman e Janeane Garofalo (a.k.a. Srta.Ni, hehehe); O Trambique do Século (The Great White Hype, 1996), bizarra sátira sobre o mundo do boxe estrelada pelo badmothafucka nigga Samuel L. Jackson; a pavorosa fitinha teen Procura-se um Bumbum Desesperadamente (Booty Call, 1997); a estréia do rapper Ice Cube na direção, Clube dos Imorais (The Players Club, 1998); e virou par da gracinha Nia Long em outra fitinha mela-cueca, Segura a Onda (Held Up, 1999).

Por uma bela ironia do destino, foi justamente em um drama, o já citado “Um Domingo Qualquer”, que Foxx chamou a atenção da crítica. Na papel de Willie Beamen, quarterback novato que torna-se a sensação do Sharks ao substituir um veterano contundido (Dennis Quaid), Foxx arrancou diversos elogios e foi até indicado a alguns prêmios – como o troféu de Melhor Revelação Masculina do MTV Movie Awards de 1999, na qual perdeu para Haley Joel Osment e seu “I see dead people” de “O Sexto Sentido”. Enfim, “Um Domingo Qualquer” alçou Foxx à condição de possível novo astro – e só dependeria de um novo grande trabalho de interpretação para mostrar que Foxx não era somente uma promessa de um único filme.

Infelizmente, Foxx não escolheu muito bem… A Isca (Bait, 2000), de Antoine Fuqua, não agradou a crítica e muito menos o público. Não por sua culpa, já que o ator até tentou dar um pouco de dignidade ao papel do ladrãozinho pé-de-chinelo usado pelo governo na captura de um assassino; o problema é que o filme é ruim mesmo. 😀

Não demorou muito, porém, para que Jamie Foxx comprovasse o fato de que “Um Domingo Qualquer” não era apenas um trabalho bem escolhido em seu currículo. Em 2001, o ator iniciou uma bacana parceria com o ótimo cineasta Michael Mann em Ali, a controversa cinebiografia de Cassius Clay, a.k.a. Muhammad Ali (Will Smith), onde interpreta Drew “Bundini” Brown. Há quem diga numa boa (eu incluso, hehehe) que a atuação de Foxx simplesmente apaga Will Smith. Bem, não é preciso ser muito bom para ser melhor do que Smith, vamos concordar. Hehehe!

Três anos e um único filme depois – a saber, o estranho Shade: Nos Bastidores do Jogo (Shade, 2003) -, Jamie Foxx viu sua carreira como ator chegar ao auge em 2004. Afinal, este foi o ano do segundo e ótimo longa-metragem do ator sob o comando de Michael Mann, Colateral (Collateral), onde vive o taxista Max, forçado a acompanhar o matador de aluguel Vincent (Tom Cruise) em uma noitada de “trabalho”. Também foi o ano na qual Foxx brilhou em um pequeno e instigante drama made for TV, Redenção (Redemption: The Stan Tookie Williams Story), na pele de um bandido que decide dar um giro de 180º e tornar-se escritor de livros infantis – papel que lhe rendeu alguns prêmios bem consideráveis, como o Satellite e o MovieGuide. Também foi o ano na qual Foxx voltou às raízes cômicas com a divertida comédia romântica Quebrando Todas as Regras (Breakin’ All the Rules, 2004).

Mas não adianta: 2004 será eternamente lembrado na carreira de Jamie Foxx com Ray. A incrível interpretação de Foxx como o lendário Ray Charles emocionou e destruiu platéias do mundo inteiro e lhe deu de lambuja uma cacetada de prêmios, entre eles o Oscar mais previsível em muito tempo (no sentido, claro, de que não havia alguém mais merecedor neste ano). Só para se ter uma idéia do poder de sua atuação fantasmagórica em “Ray”, Foxx recebeu nada menos que 25 indicações a prêmios, sendo que deste número, levou 22 – e um destes que não abocanhou é o Teen Choice Awards, cujos vencedores são escolhidos por adolescentes descerebrados ianques, então dá pra ignorar. Hohoho! 😉

Se ainda faltava alguma porta a se abrir para Jamie Foxx, “Ray” tratou de escancará-las. Com o poder de escolher o trabalho que quiser, Foxx aproveitou para descansar com o divertidinho Stealth – Ameaça Invisível (Stealth, 2005), filme de pancadaria sobre um avião dotado de inteligência artifical (e enlouquecido), onde divide a tela com Josh Lucas e Jessica-uh-babe-Biel, e em seguida entregou-se ao bacanésimo papel do ríspido Sargento Sykes do “drama de guerra sem guerra” Soldado Anônimo (Jarhead, 2005), de Sam Mendes.

Além de “Miami Vice”, terceira colaboração com Michael Mann que finalmente chega aos nossos cinemas, Jamie Foxx poderá ser visto nas telonas até 2007 em três novíssimas produções: o musical Dreamgirls, de Bill Condon (Deuses e Monstros, Kinsey), que está em pós-produção e conta a história de um trio de cantoras tentando sobreviver nos anos 60; o thriller The Kingdom, de Peter Berg, que está em fase de filmagens e conta com história criada por Michael Mann (ou seja, provavelmente será um filmaço); e finalmente Damage Control, a ser dirigido também por Mann, na qual Foxx viverá um advogado que investiga um esquemão envolvendo empresas que supostamente utilizam lobotomia para controlar esportistas… Vixe! Este último acabou de ser anunciado, então pode sofrer alterações em seu cronograma.

Hoje, qualquer um que tenha um mínimo de familiaridade com cinema sabe quem é Jamie Foxx – e principalmente, o que ele representa para a indústria. Olhando esta minúscula filmografia e notando sua meteórica ascensão (a jato, por sinal), me responda: é difícil entender por qual razão este cara é merecidamente o master? 😀

:: ALGUMAS CURIOSIDADES

– Foxx tem uma filha, Corrine, de 11 anos, que vive com a mãe; a menina foi sua acompanhante no Oscar 2006.

– O ator é pianista clássico; ele começou a estudar piano com apenas três anos de idade, por insistência de sua avó. O ator chegou a freqüentar o conceituadíssimo Juilliard School.

– Em 2005, Foxx foi eleito pela revista People uma das 50 pessoas mais bonitas do mundo.

– Seus ídolos são Richard Pryor (na comédia), Denzel Washington (no cinema) e Steve Hardin (na música). Suas cinco canções preferidas são: Do Me Baby, do Prince; Sexual Healing, de Marvin Gaye; Always and Forever, do Heatwave; It’s All About the Benjamins, do Puff Daddy (ugh…) and Lady, do Lionel Richie.

– É a primeira pessoa a ser indicada em três categorias diferentes no Globo de Ouro num mesmo ano (melhor ator por “Ray”, melhor ator coadjuvante por “Colateral” e melhor ator em filme para TV com “Redenção”). As indicações foram anunciadas pela assessoria do Golden Globes no dia do aniversário de 37 anos de Foxx.

– Jamie Foxx é um dos dez atores a conseguir a façanha de ser indicado aos Oscars de melhor ator e ator coadjuvante por filmes distintos em um mesmo ano. Os outros são: Fay Bainter (em 1938, por “Jezebel” e “Novos Horizontes”), Teresa Wright (em 1942, por “Rosa de Esperança” e “Amante e Herói”), Jessica Lange (em 1983, por “Tootsie” e “Frances”), Sigourney Weaver (em 1989, por “Nas Montanhas dos Gorilas” e “Uma Secretária de Futuro”), Al Pacino (em 1993, por “Perfume de Mulher” e “O Sucesso a Qualquer Preço”), Emma Thompson (em 1994, por “Vestígios do Dia” e “Em Nome do Pai”), Holly Hunter (também em 1994, por “O Piano” e “A Firma”) e Julianne Moore (em 2003, por “As Horas” e “Longe do Paraíso”).

– Sim, faltou um nome aí nesta relação: em 1945, Barry Fitzgerald foi indicado aos Oscars de Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante… pelo mesmo papel em um mesmo filme, “O Bom Pastor”. Não me pergunte porquê.

– A interpretação de Jamie Foxx em “Ray” ocupa a 31.ª posição na lista das 100 Melhores Atuações de Todos os Tempos, desenvolvida pela conceituada revista Première (clique aqui para ver a lista completa). “Ray”, o filme, ocupa a 99.ª posição na lista dos 100 Filmes mais Inspiradores de Todos os Tempos, elaborada pelo American Film Institute.

– Durante as filmagens de “Ray”, Jamie Foxx usou uma prótese que cobria seus olhos e o deixava cego de verdade. Esta prótese era usada pelo ator pelo menos durante oito horas por dia. Na época das filmagens, durante uma entrevista, Foxx comentou o quão impressionante e assustador foi perceber como era rápido simplesmente esquecer a feição das pessoas à sua volta, e como seus outros sentidos aumentaram enquanto era “um cego”.


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