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Artigo adicionado em 11/07/2006, às 08:25

DEU A LOUCA NA CHAPEUZINHO: boa idéia, sim. Já o desenho…
“Nunca confie num coelho… ou num fã dos Transformers” Conversa ocorrida pelo telefone. O nome dos envolvidos foi trocado, para evitar maiores problemas: “Kaickull? Fala, garoto! Aqui é o Fanboy!” “Como você descobriu esse telefone?” “Contatos, rapaz, contatos é o que há… Escuta, queria saber se você não está interessado em assistir a HOODWINKED e […]

Por
Os Master


Conversa ocorrida pelo telefone. O nome dos envolvidos foi trocado, para evitar maiores problemas:

Kaickull? Fala, garoto! Aqui é o Fanboy!”
“Como você descobriu esse telefone?”
“Contatos, rapaz, contatos é o que há… Escuta, queria saber se você não está interessado em assistir a HOODWINKED e escrever algo pra gente.”
“O desenho da Chapeuzinho? VOCÊ não quer assistir a um desenho?”
“Ééééééé… mil coisas acontecendo: problemas com a patroa, atos de vilania… não vai dar tempo! Topas?”
“Ah, entãotáentão. Eu vou.”
“Valeu, meu rapaz! Um abraço forte pro senhor, hein? Té mais!”

Fanboy desliga o telefone.
“BWAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!” (risada satânica do Fanboy)


Eu devia ter imaginado pelo convite que Deu a Louca na Chapeuzinho (Hoodwinked, 2005), animação que conta uma versão um tanto diferente da história de Chapeuzinho Vermelho, guardava algo de sinistro. “Um desenho em CGI e dublado pela Anne Hathaway, a paixão da vida do Fanboy? Aí tem coisa…” E não deu outra: “Deu a Louca na Chapeuzinho” é decepcionante. Sendo você do tipo que odeia Disney e é ávido por novidades, talvez consiga encarar. Senão, a possibilidade de ficar entediado aqui é enorme.

A HISTÓRIA: Durante investigações que levem ao paradeiro do ladrão de diversos livros de receitas pela floresta, policiais descobrem um inusitado grupo reunido na casa de uma simpática velhinha: uma garota lutadora de Kung Fu, um Lobo metido a sabichão, um pretenso lenhador, um esquilo celerado e a própria velhinha, amordaçada e amarrada dentro de um armário. Conduzidos para interrogatório, eles contam, um a um, o porquê da atual situação.

O FILME: Se tem algo que Shrek nos mostrou é que não se pode julgar um livro pela capa: aquele Ogro feio, enorme e (pretensamente) devorador de pessoas, na verdade é um cara a fim de paz, pra ficar de bem com suas manias e esquisitices (Hmmm… não é muito diferente da maioria das pessoas que você conhece, não é mesmo? :D). “Deu a Louca na Chapeuzinho”, primeiro filme dirigido por Cory Edwards, bebe na mesma fonte de “Shrek”: aqui, ninguém é o que aparenta. Todos têm uma vida secreta, por onde fogem da melancolia que é seu conto de fadas, escondendo os seus motivos e razões, que só aparecem frente uma situação fora do seu controle.

Há diversos pontos similares nas duas obras, mas falta na turma de Edwards algo fundamental, e que fez com que “Shrek” fosse amado por todos que o assistiram: carisma. Você será incapaz de se afeiçoar aos personagens de “Deu a Louca na Chapeuzinho” Bem da verdade, você quererá é matar alguns deles, ao final da projeção. É um dos PIORES trabalhos de dublagem já realizados num desenho! Quero mesmo saber de quem foi a idéia de colocar Anne Hathaway como Chapeuzinho Vermelho. Ela é linda, sim, mas como dubladora poderia passar de boca fechada: a Chapeuzinho entrou pra minha lista de “personagens detestáveis dos desenhos animados”, juntinho da Uni (de “Caverna do Dragão”) e da chata da Smurfette. Difícil dizer o que ficou pior: a voz absolutamente sem graça da atriz ou as ridículas tentativas da garota em se expressar.

Afora isso (que já me faria sair correndo do cinema) o filme tem ótimas idéias. O problema: ele nunca chega a engrená-las, travando nas limitações técnicas da produção. O mesmo para os modelos dos personagens. Se pelas fotos você acha que eles são rústicos, basta dizer que Twitchy (dublado pelo próprio diretor Cory Edwards), o esquilo que fala mais rápido que uma metralhadora e é viciado em cafeína, foi o único do time principal que me ganhou alguma atenção. Não apenas por seu jeito de falar, mas por ele ter apenas TRÊS expressões faciais! Dizer que isso é fruto do baixo orçamento (e é mesmo) pode ser uma boa muleta, mas diversos desenhos que não se utilizam da tecnologia dos computadores conseguem entregar sua mensagem de maneira limpa e agradável de ver.

Afinal, escolher uma ferramenta de trabalho apenas porque todos os seus concorrentes também o fazem, e sabendo que o resultado será de qualidade inferior, me parece um grande desrespeito pelo público. Um filme com 1h20min de duração e que você IMPLORA pra que termine logo não é exatamente a minha idéia de entretenimento.

“Mas… não há NADA pra se ver, então?” Bem, houve um único momento REALMENTE engraçado e dá até pra contar qual: é quando aparece um bode, “amaldiçoado por uma bruxa a cantar tudo o que diz” e que tem uma coleção de chifres para cada atividade diária. Eu queria um desenho inteiro com esse bode! Mas é uma pena: ele aparece por cerca de cinco minutos e acabou. Provavelmente, alguém se tocou que havia um contraste enorme entre o amável bode e a dormência de seus companheiros de tela.

Mesmo assim… “Deu a Louca na Chapeuzinho” fez uma boa carreira nos States (custou cerca de 15 milhões e arrecadou perto desse mesmo valor na semana de estréia, indo bem também no mercado home video), e alavancou uma continuação, batizada de HOOD Vs. EVIL. Quando estrear por aqui, aviso ao Fanboy que estarei em prolongadas férias num dos anéis de Urano. De preferência, num onde telefones não existam.

Deu a Louca na Chapeuzinho (Título original: Hoodwinked) / Ano: 2005 / Produção: Estados Unidos / Direção: Cory Edwards / Co-Direção: Todd Edwards e Tony Leech / Roteiro: Cory Edwards, Todd Edwards e Tony Leech / Dublagem: Anne Hathaway, Glenn Close, James Belushi, Patrick Warburton, Anthony Anderson, David Ogden Stiers, Xzibit, Chazz Palminteri, Andy Dick, Cory Edwards, Tom Kenny / Duração: 80 minutos.


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