A ARCA - A arte em ser do contra!
 
Menu du jour! Tutu Figurinhas: o nerd mais bonito e inteligente dessas paragens destila seu veneno! GIBI: Histórias em Quadrinhos, Graphics Novels... é, aquelas revistinhas da Mônica, isso mesmo! PIPOCA: Cinema na veia! De Hollywood a Festival de Berlim, com uma parada em Nova Jérsei! RPG: os jogos de interpretação que, na boa, não matam ninguém! ACETATO: Desenhos animados, computação gráfica... É Disney, Miyazaki e muito mais! SOFÁ: É da telinha que eu estou falando! Séries de TV, documentários... e Roberto Marinho não está morto, viu? CARTUCHO: Videogames e jogos de computador e fliperamas e mini-games e... TRECOS: Brinquedos colecionáveis e toda tranqueira relacionada! Tem até chiclete aqui! RADIOLA: música para estapear os tímpanos! Mais informações sobre aqueles que fazem A Arca Dê aquela força para nós d´A Arca ajudando a divulgar o site!
Artigo adicionado em 05/07/2006, às 05:15

BANDIDAS: dizer que é ruim chega a ser um elogio
Não, não! Aquela tiradinha dos beijos não é engraçada! Não! :: Trailer Oficial: vários formatos :: Visite o site oficial: em Francês | em Português Se há algo que a indústria cinematográfica ianque não cansa de nos ensinar, é que para ser executivo de estúdio por aquelas bandas, basta ser tão inteligente quanto uma toupeira […]

Por
Leandro "Zarko" Fernandes


:: Trailer Oficial: vários formatos
:: Visite o site oficial: em Francês | em Português

Se há algo que a indústria cinematográfica ianque não cansa de nos ensinar, é que para ser executivo de estúdio por aquelas bandas, basta ser tão inteligente quanto uma toupeira – desculpe Greenpeace, prometo que nunca mais ofenderei as pobres toupeiras deste jeito (!). Bem, você entendeu o que quero dizer. E Bandidas (Bandidas, 2006), co-produção entre França, México e EUA, não é nada além de mais uma prova disso. Até minha tartaruguinha de estimação teria tato para jogar este projeto no lixo e demitir o primeiro “gênio” que tentasse aprová-lo. 😛

Senão, vejamos: quem em sã consciência acredita que uma mistureba de comédia e ação ambientada no Velho Oeste e estrelada por Salma Hayek e Penélope Cruz Credo (hehehe) seja sinônimo de gordas bilheterias, até mesmo porque westerns, principalmente cômicos, não chamam a atenção do público há um bom tempo? Tá, ok, claro que bilheteria não quer dizer nada quando estamos falando da qualidade de um filme, mas… quem em sã consciência acha que esta salada é sinônimo de bom cinema? Sinceramente, não é necessário perder muito tempo lendo sinopses, vendo imagens da produção ou conferindo trailers para farejar uma desagradável fragrância de BOMBA rondando “Bandidas”.

E sim, é isso mesmo. “Bandidas” é ruim e ponto final. Não é um daqueles trabalhos que até têm potencial, mas se perdem em algum ponto de sua realização por cagadinha de alguém; ele é ruim desde o início. Sério mesmo, não há NADA no lugar. O roteiro começa horrível e termina catastrófico, a idéia é chula, a direção é amadora até não poder mais, e o elenco, à exceção de um único nome, é tenebroso. Não dá nem para acreditar que um dos criadores deste filmeco é ninguém menos que Luc Besson – bem, dá para acreditar sim, afinal, para cada “Imensidão Azul” e cada “O Profissional”, sempre há um “Joana D’Arc” e um “Quinto Elemento” no currículo do sujeito… ugh! 😀

Então, já que temos que falar sobre isso (bem que mamãe queria que eu fosse médico…), vamos lá. Comecemos pelo primeiro grande erro de “Bandidas”: Salma Hayek e Penélope Cruz. Pelo amor de todos os deuses do universo, quem disse que elas sabem atuar??? Sério, elas não sabem MEEESMO! Bem, Salma Hayek é uma coisinha assim totosona, e até que não faz feio em fitas como Ladrão de Diamantes e “Frida”, mas num saldo geral ela é bem canastrinha. Resumindo, ela pode até interpretar alguma coisa, mas para isso precisa ser muito bem dirigida.

Já Penélope Cruz… afe, essa nem bonita é. Canastra é pouco! Ela é muito péssima! Me dá arrepios só de lembrar dela falando “the pleasure of Sofiaaaaa” com um pavorosíssimo sotaque spanglish no Vanilla Sky. Céus! Tudo bem, podemos dizer em defesa desta pobre bastarda que ela se sai bem nos filmes assinados pelo excelentíssimo senhor Pedro Almodóvar. Mas é porque é do Almodóvar, pô! O cara é ferradinho! Ele seria capaz de arrancar uma boa interpretação até da Tidinha, a Xuxinha rosa bizarra do SBT! Ou pior, ele conseguiria arrancar uma boa atuação até do elenco da monstruosidade chamada Coisa de Mulher!

Se bem que não, da Tidinha até pode ser, mas extrair talento do elenco de “Coisa de Mulher”, acho que só com milagre divino mesmo… 🙂

Voltando, se Penélope Cruz e Salma Hayek já não têm muito talento individualmente (para não dizer que não tem nada), a coisa piora quando elas atuam juntas. Não há química entre as duas atrizes. Óbvio que o saldo final deixaria muito a desejar, afinal, percebe-se a cada fotograma que o pseudo-roteiro é totalmente apoiado nelas – diz a lenda que Hayek e Cruz são amigas de longa data, então acho que já sabemos o porquê da existência disso. Cá entre nós, dá pra confiar nas virtudes de um trabalho que declaradamente é apenas um veículo para que as atrizes-amiguinhas desfilem seus “dotes interpretativos”? Não, não dá. Não com este roteiro. Se eu fosse elas, teria aproveitado o manuseio de armas durante a produção para dar um tiro em si mesmas! 😛

A historinha desta tentativa de filme é assim: lá pelos idos de 1880, no México (por sinal, um México onde todos falam somente inglês), o perigoso Tyler Jackson (Dwight Yoakam, um dos meliantes de O Quarto do Pânico), representante do Banco de Nova York, ordena que seus capatazes expulsem a população de suas terras para dominá-las, não importando se alguns corpos precisem ser amontoados para este fim. Um dos corpos é o do banqueiro mais poderoso do México, Don Diego (Ismael Carlo), pai da aristocrata Sara Sandoval (Hayek), dondoquinha que cresceu e estudou na Europa. E um dos tantos que perdem suas terras é o pai da fazendeira barraqueira Maria Alvarez (Penélope Cruz). Assim, as duas unem forças para assaltar os bancos mexicanos dominados por Jackson e devolver as terras aos seus verdadeiros donzzzzzzzzz… zzzzzzzzz…

Daí, acontece o mais do mesmo: as duas se odeiam desde o início, mas as poucos aprendem os verdadeiros valores da amizade e da confiança, e tornam-se as grandes heroínas justiceiras do México, e blá blá blá. Tá, até então, sabemos que não importa se um enredo é batido, desde que ele seja bem contado. Este, claro, não é o caso de “Bandidas”: o filme é muito mal dirigido pelos noruegueses Joachim Roenning e Espen Sandberg, estreantes no cinema. Mal dirigido MESMO! Só para se ter uma idéia, as seqüências de lutas e perseguições são tão “genuínas” quanto as cenas de ação das novelas da Globo – a fuga de Sara Sandoval de sua própria casa é algo vergonhoso de tão mal feito. E como não poderia deixar de ser em se tratando de uma produção de Luc Besson, imaginem um tiroteio em… bullet-time (sim, “Matrix” influi até no velho oeste).

O elenco coadjuvante até tenta ajudar. O cantor country Dwight Yoakam, no papel do maligno Jackson, se esforça bastante para dar dignidade ao seu personagem, mas morre na praia. O mesmo acontece com o geralmente hilário Steve Zahn, que aqui vive Quentin Cook, um gringo especialista em criminalística que chega ao México a mando do vilão e acaba aliando-se às bandidas. O cara fica totalmente perdido entre entregar-se ao pastelão ou manter um ar sério. E como se não bastasse, é o protagonista de um momento vergonhoso: o primeiro encontro com as meliantes, que começa como uma ameaça a troco de informações e termina com Sara ensinando Maria a beijar, usando o sujeito (pelado) como modelo. Esta, sem dúvidas, é uma das seqüências mais mal-elaboradas e humilhantes do cinema desde que Selma Blair ficou com a boca grudada num “canetão” naquela porcaria chamada Tudo para Ficar com Ele.

Aproveitando este parágrafo, um desabafo e um recadinho aos executivos de Hollywood que porventura estejam lendo este artigo (hahaha): entendam, essa maldita piadinha dos beijos que vocês repetem 752 mil vezes durante a projeção de “Bandidas” NÃO TEM GRAÇA! Ela não é engraçada!!!!

Se há alguém que se salve aqui, é só mesmo o grande Sam Shepard, numa minúscula e bacana pontinha – mas não vale, pois o cara é totalmente auto-suficiente. O mérito é só dele! Porém, não se empolgue por isso. Se der vontade de assistir à fita só por causa do Sam Shepard, corra até a locadora, alugue “O Viajante” ou “Estrela Solitária”, e seus problemas estão resolvidos. 😀

De resto, nem dá pra falar muito. Os cenários e a trilha sonora, por exemplo, até são bem feitos, mas são idênticos a tantas outras produções deste gênero. Então, não há nada que se aproveite em “Bandidas”? Hummm, deixe-me pensar um instante… er… NÃO! Não há nada que justifique uma conferida, nada mesmo – a não ser, claro, que você goste de comédias que não te fazem rir (?), filmes de ação que não te empolgam (??) ou não se incomode em gastar 13 pila no ingresso de cinema só para ver mulher boazuda (o que definitivamente não é meu caso, se é pra ver mulher boa eu vejo na Internet e não pago nada).

Melhor guardar dindim pra ver o “Azulão Returns”, que já está perto de estrear! 😉

:: ALGUMAS CURIOSIDADES

– Só para se ter uma idéia de como “Bandidas” é tão mal escrito, vejam só esta falha horrorosa: numa seqüência, os personagens de Steve Zahn e Salma Hayek disfarçam-se de casal e, durante uma conversa com o gerente do banco que estão prestes a assaltar, comentam que ela está de luto pela morte de sua mãe. Na cena seguinte, ao levar uma bronca da personagem de Penélope Cruz por ter beijado Steve Zahn, Salma Hayek diz com todas as letras que só fez aquilo pois precisava ser autêntica em seu papel de VIÚVA (???). Nossa, então ela era casada com sua própria mãe?

– Sim, eu tenho medo do sotaque de Penélope Cruz em “Vanilla Sky”.

Bandidas (Título original: Bandidas) / Ano: 2006 / Produção: França, México, Estados Unidos / Direção: Joachim Roenning e Espen Sandberg / Roteiro: Luc Besson e Robert Mark Kamen / Elenco: Salma Hayek, Penélope Cruz, Steve Zahn, Dwight Yoakam, Denis Arndt, Audra Blaser e Sam Shepard / Duração: 93 minutos.


Quem Somos | Ajude a Divulgar A ARCA!
A ARCA © 2001 - 2007 | 2014 - 2024