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Artigo adicionado em 21/06/2006, às 10:05

POSEIDON: efeitos especiais bacaninhas e só!
Vejamos pelo lado bom: pelo menos não é do Roland Emmerich… :: Trailer #1: Alta | Média | Baixa :: Trailer #2: Alta | Média | Baixa :: ShoWest Reel: Alta | Média | Baixa :: Visite o site oficial Outro dia, me perguntaram qual a minha opinião sobre Titanic. Respondi que acho bem “nhé”, […]

Por
Leandro "Zarko" Fernandes


:: Trailer #1: Alta | Média | Baixa
:: Trailer #2: Alta | Média | Baixa
:: ShoWest Reel: Alta | Média | Baixa
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Outro dia, me perguntaram qual a minha opinião sobre Titanic. Respondi que acho bem “nhé”, mas sempre que a fita é exibida na TV, paro o que estou fazendo, a qualquer hora do dia, para assistir. Explico: o filme de James Cameron é chatíssimo e muito mal desenvolvido em seu lado “romance”, que nem deveria existir, mas representa um espetáculo visual único quando o foco é o navio afundando. Do momento em que o transatlântico choca-se com o iceberg até o momento em que finalmente vai a pique, sento e vejo tudo sem piscar e sem mover um músculo. E quando o último pedacinho do navio desaparece no mar, nem espero o filme acabar; já desligo logo a TV e a vida continua.

Num saldo geral, “Titanic” é mal escrito, clichêzento e absolutamente maçante, mas se o namorico mela-cueca entre Leonardo DiCaprio e Kate Winslet não existisse, seria mais um filmão daqueles que James Cameron consegue fazer como poucos.

E o que “Titanic” tem a ver com Poseidon (2006), além do fato de ter um navio afundando? Tudo. Primeiro, porque este disaster movie dirigido pelo alemão Wolfgang Petersen (de “O Barco: Inferno no Mar” e “Mar em Fúria”) faz exatamente o que “Titanic” deveria ter feito: focar sua história apenas no naufrágio e na corrida de alguns de seus tripulantes pela sobrevivência. Nada de romancezinho chulé! Nada de perder uma hora inteira só com blá-blá-blá! E segundo, porque assim como “Titanic”, este “Poseidon” cai na armadilha de entregar muitos efeitos visuais batutinhas e esquecer-se do fator primordial para a qualidade de qualquer longa-metragem, independente de seu gênero: um roteiro decente. O roteiro aqui é um problema sério, meu!

Tá, tudo bem. Claro que ninguém esperava que “Poseidon”, remake de um dos mais famosos filmes-catástrofe da história, O Destino do Poseidon (The Poseidon Adventure, 1972), fosse algo além de “efeitos legais e ponto”. Mas a produção peca em não desenvolver itens fundamentais para o andamento desta história e, o pior de tudo, peca em tentar se levar a sério. Um filme destes não é para se levar a sério, não estamos falando de um clássico do cinema catástrofe! Bem, se pararmos para analisar, nem “O Destino do Poseidon” era tão legal assim… mas pelo menos tinha personagens carismáticos, algo em falta nesta nova fita. Ou seja: “Poseidon” é mais um filme-escravo-do-CGI, filme que só funciona em função de seus efeitos – quando na verdade, os efeitos deveriam servir para ajudar a contar a história, e não ser seu único atrativo. 😛

De uma coisa não pode-se reclamar: “Poseidon” é tão rápido que você nem sente. Perde-se pouquíssimo tempo para o público conhecer superficialmente os protagonistas, o acidente acontece muito rápido e, quando você acha que a trama ainda está na metade, o filme acaba. Simples assim. Quando começa a projeção, não demoram 10 minutos até que uma onda gigante (muito bem fotografada, por sinal) choque-se com o transatlântico de luxo SS Poseidon no Oceano Atlântico, em plena festa de ano novo, virando-o de ponta cabeça em questão de segundos, matando mais da metade da tripulação e enclausurando os poucos sobreviventes no salão de festas, uma enorme bolha de ar no meio de um navio totalmente inundado.

Ignorando a ordem do capitão Bradford (Andre Braugher, de “Cidade dos Anjos”), que quer que todos fiquem ali no salão aguardando um possível resgate, um grupo de pessoas decide escalar o Poseidon por dentro, até encontrar uma saída que dê acesso ao casco do navio e, conseqüentemente, à saída – ao contrário do que o capitão prega, eles sabem que é apenas questão de tempo, de muito pouco tempo, até que o Poseidon vá a pique. O grupo:

Dylan (Josh Lucas), cara misterioso que de repente torna-se o Indiana Jones da turma;
Robert (Kurt Russell), ex-bombeiro e ex-prefeito, que odeia Dylan não se sabe porquê;
Jennifer (Emmy Rossum), filha de Robert, que não tem coragem de contar ao pai que vai casar;
Chris (Mike Vogel), noivo de Jennifer e alvo do ódio de Robert;
Maggie (Jacinda Barrett), amorosa mãe-solteira do pivete xereta Conor (Jimmy Bennett);
Elena (Mia Maestro), passageira clandestina que entrou no navio com a ajuda do garçom Valentin (Freddy Rodriguez, dublador de “American Dad” e “Teen Titans”);
Lucky Larry (Kevin Dillon, o menos afortunado irmão de Matt Dillon), o arrogante e nojento da vez;
Richard Nelson (Richard Dreyfuss, do seriado “Max Bickford”), arquiteto gay abandonado pelo namorado e suicida em potencial.

Ok, isso é tudo que você precisa saber. Até mesmo porque o restante do filme nem dá atenção à história de cada um deles, restringindo-se a mostrar o grupo passando diversos apuros e sofrendo algumas baixas. Mas como se não bastasse a batidíssima construção da história escrita por Mark Protosevich (assim que o grupo se une, já dá pra saber quem morre e quem fica) e os aborrecedores estereótipos (dá nos nervos ver Richard Dreyfuss passando por um perigo de morte e, ao mesmo tempo, chamando o garçom de “lindão” e “maravilhoso”…), o fiapo de trama deixa buracos tenebrosos – só para exemplificar, nunca se explica a razão da picuinha entre Robert e Dylan, nem como este último conhece tão bem a estrutura do Poseidon, nem por qual motivo Richard Nelson, que preparava-se para se suicidar quando viu a onda, desistiu da morte e lutou por sua vida.

O problema maior, a meu ver, é que este tipo de trabalho exige uma boa construção de personagens, de modo que o público possa se identificar e torcer por eles – coisa que não acontece aqui. O roteiro não dá brechas para que cada um tenha um tempo em cena o suficiente para fazer o espectador gostar deles. Ou seja: você não consegue torcer. Você não consegue ficar nervoso com as situações, você não consegue se comover quando alguém “bate a caçoleta”, você não consegue fazer nada além de prestar atenção nos belos efeitos visuais. Apenas isso. Enfim, nem dá pra tecer maiores comentários, pois não tem o que comentar; “Poseidon” é apenas um navio afundando e algumas pessoas morrendo, mais nada.

Por isso, nem me atrevo a dissecar a atuação do povo aqui. Em sua maioria, são todos ótimos atores, mas não há como fazer um bom trabalho neste longa. Não tem material pra isso!

Mas nem tudo está perdido, é verdade. Como eu disse lá em cima, este é um autêntico disaster movie, e até mesmo os mais conceituados exemplares do gênero nunca deram muita atenção para outras coisas além da situação extrema de perigo e a tentativa de algumas pessoas em escapar imune à esta situação. Enxergando por este prisma, “Poseidon” vale numa boa o valor do ingresso, mas desde que o espectador vá consciente de que estamos falando de um genuíno filme-escravo-do-CGI e nada mais que isso. Vejamos pelo lado bom: pelo menos este é bem melhor e mais “assistível” do que as pérolas que o mocorongo patriotinha Roland Emmerich costuma soltar por aí… 😀

Mas entre “Poseidon” e “Titanic”, acho que ainda fico com o primeiro. Não é por nada não, mas este tem a Emmy Rossum e a Mia Maestro, que são duas gracinhas! Hehehe.

:: ALGUMAS CURIOSIDADES

– A produção de “Poseidon” enfrentou um probleminha ao final das filmagens, quando boa parte do elenco, tanto o central quanto o elenco de apoio, apresentaram algumas infecções por passar várias horas por dia imersos em água suja. Menos sorte teve Josh Lucas, que durante uma cena foi golpeado por Kurt Russell na cabeça com uma lanterna. Acidentes acontecem, não?

– Só eu notei ou mais alguém reparou que o Wolfgang Petersen só faz fitas sobre acidentes marítimos? Das duas uma: ou ele odeia o mar, ou então tem uma tara ou algo assim… vixe! 😛

– Mia Maestro é uma gata!

– Não, não tinham muitas curiosidades a respeito deste filme… 🙂

Poseidon (Título original: Poseidon) / Ano: 2006 / Produção: Estados Unidos / Direção: Wolfgang Petersen / Roteiro: Mark Protosevich / Baseado no romance de Paul Gallico / Elenco: Josh Lucas, Kurt Russell, Richard Dreyfuss, Jacinda Barrett, Emmy Rossum, Mike Vogel, Mia Maestro, Jimmy Bennett, Andre Braugher, Freddy Rodriguez, Kevin Dillon / Duração: 99 minutos.


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