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Artigo adicionado em 19/05/2006, às 06:37

VEM DANÇAR: um amontoado de clichês que funciona muito bem!
Prepare-se para sair do cinema direto para uma pista de dança… ::: VEJA MAIS: Site Oficial | Trailer | Remix TV | DJ 2nd Nature Remix | Eclectic Method Remix Em uma escola de periferia, a violência e o crime imperam. Os jovens, em sua maioria negros ou descendentes de latinos, estão envolvidos com o […]

Por
Thiago "El Cid" Cardim


::: VEJA MAIS:
Site Oficial | Trailer | Remix TV | DJ 2nd Nature Remix | Eclectic Method Remix

Em uma escola de periferia, a violência e o crime imperam. Os jovens, em sua maioria negros ou descendentes de latinos, estão envolvidos com o mundo das drogas e das gangues – e não é incomum vê-los adentrando as salas de aula portando armas à vista. Para mudar tudo, eis que surge um professor. De métodos poucos ortodoxos, ele vai assumir a pior classe da instituição. E depois de uma série de problemas, vai ensinar um pouco de respeito e auto-estima a estes jovens aspirantes a criminosos.

O tema parece familiar para você? Talvez o professor em questão possa ser Sidney Poitier em Ao Mestre Com Carinho (1967)? Ou Michelle Pfeiffer, em Mentes Perigosas (1995)? Ou ainda Tom Berenger, em O Substituto (1996)? Quem sabe ainda o treinador de basquete Samuel L.Jackson, do recente Coach Carter (2005)? Até Jon Lovitz já interpretou este papel, em tom satírico, no tenebroso Uma Escola Muito Doida (1996). Agora, chegou a vez de Antonio Banderas, em Vem Dançar (Take The Lead/2006). A principal difeença, no entanto, é a seguinte: assim como em “Mentes Perigosas” e “Coach Carter”, trata-se de um filme inspirado em uma história real. Mas o educador de “Vem Dançar”, como o título nacional já acusa, resolveu fazer a sua parte…através da dança. Pode parecer surreal. Mas é verdade.

“Vem Dançar” tinha tudo para dar errado, por misturar um montão de clichês de filmes do gênero. O trailer, apesar de atrativo e funcional, já dava todas as pistas possíveis sobre o rumo da história. Mas, quer saber? O resultado é que “Vem Dançar” funciona. E muito bem. É uma diversão deliciosa, daqueles filmes do tipo clássico da Sessão da Tarde que, mesmo previsíveis ao extremo, a gente quer ver de novo e de novo. É bem verdade que você sabe onde a história vai acabar. Mas o carisma dos personagens compensa tudo. Os secundários e, vejam só, também um supreendente Banderas, totalmente à vontade no papel, incorporando seu lado “canastrão latino” de tal forma que o personagem acaba crescendo em cena – mais ou menos o que aconteceu com Keanu Reeves em Constantine, onde a canastrice também é benéfica para o personagem.

Na história, somos apresentados ao professor de dança Pierre Dulaine (Banderas), cuja academia de dança atende os jovens filhos dos ricaços da cidade em busca da perfeição na dança de salão. Certo dia, Dulaine tem um choque de culturas ao se deparar com um jovem (Rob Brown, de “Encontrando Forrester”) depredando um carro duante a noite. E resolve que quer fazer a sua parte, ajudando a molecada das classes menos abastadas. Seguindo algumas pistas óbvias, ele acaba chegando à escola do tal garoto que vira na noite anterior. E se oferece para dar aulas de dança de salão para os alunos. Inicialmente, a diretora Augustine James (Alfre Woodard, a Betty Applewhite de “Desperate Housewives”) acha graça da proposta – e encontra no solícito Dulaine a solução para cuidar da problemática classe de detenção, a qual nenhum professor do corpo docente regular pretende assumir.

Sim, Dulaine logo enfrenta a resistência dos meninos e meninas, mais interessados no rebolado do hip-hop do que na dança “careta” que o fleumático e romântico cidadão de sotaque espanhol resolve lhes apresentar. Mas o sujeito é teimoso. Cabeça-dura. E aos poucos, com sua fala mansa, vai enfiando Ella Fitzgerald goela abaixo desta turma da geração Black Eyes Peas. O seu objetivo? Através da dança, ensinar liderança (daí o título em inglês, “take the lead”, algo como “assuma o comando”) e confiança a estes jovens – depois de mostrar-lhes, por meio de uma sensual performance com uma loira curvílinea, que a dança de salão também pode ser sensual, provocante e fazê-los se sentirem cool. Ao mesmo tempo, Dulaine vai descobrindo um pouco mais da história pessoal de cada um (em especial do casalzinho principal), e se envolvendo com eles. E, entre aluno e professor, surge uma cumplicidade que acaba misturando ritmos, surgindo uma nova batida que promete surpreender os riquinhos arrogantes do principal campeonato de dança da região.

Parece pouco atrativo pra você? Bem, o fato é que, em seu primeiro trabalho na sétima arte, a conceituada diretora de videoclipes Liz Friedlander fez um ótimo trabalho, na medida certa, redondinho do jeito que a proposta pedia. A edição ágil é herança de seus vídeos para grupos como Blink 182, Simple Plan, 3 Doors Down e os veteranos do R.E.M.. E mesmo para quem odeia musicais e/ou filmes de dança, não há como negar que todas as danças do filme são muito bem coreografadas e de saltar aos olhos – especialmente as últimas, que misturam uma pontinha de black music com ritmos clássicos como a salsa e mesmo o tango. Fique ligado na hora do fantástico tango threesome. Nada menos que fenomenal. Meio brega. Mas fenomenal.

Alguns podem reclamar do final, por ter deixado algumas pontinhas soltas de sub-tramas que poderiam ser resolvidas (como determinados indícios de romances). Mas sendo bem sincero: do jeito que a coisa se desenrolou, prefiro não ver alguns plots ganharem melhor resolução do que enxergar a história principal se encerrando com aquele arzinho medíocre de filme da Xuxa, onde o mundo é um lugar maravilhoso, todos são alegres e contentes e tudo dá absolutamente certo no final. Por ter nos poupado de uma obviedade tremenda, a senhorita Friedlander já merecia um prêmio! Mais detalhes, favor enviar mensagens para elcid@a-arca.com.

“Vem Dançar” é leve e divertido. E, diabos, é daqueles produtos hollywoodianos tão bem amarradinhos que, mesmo sem nada de novo e revolucionário para apresentar, funciona que é uma beleza! Passei a sessão inteira com o pézinho batendo e, ao final, podia jurar que ia sair dançando por aí. Ainda bem que a vontade passou. Por enquanto.

::: CURIOSIDADES :::

– Para a diretora e para a roteirista, Banderas foi a escolha ideal para o papel de Dulaine porque “as mulheres o desejam e os homens desejam ser iguais a ele”;

– Os membros mais jovens do elenco tiveram aulas pessoalmente com o verdadeiro Pierre Dulaine para aprender a dançar;

– O documentário Mad Hot Ballroom também aborda os dezenas de programas comunitários de aprendizado de dança instaurados por Pierre Dulaine nas escolas públicas de Nova York – mas que, na realidade, são voltados para crianças mais jovens do que aqueles adolescentes rebeldes da película.

Vem Dançar (Título original: Take The Lead) / Ano: 2006 / Produção: Estados Unidos / Direção: Liz Friedlander / Roteiro: Dianne Houston / Elenco: Antonio Banderas, Rob Brown, Yaya DaCosta, Alfre Woodard, Dante Basco, John Ortiz, Laura Benanti, Marcus T. Paulk, Jenna Dewan, Jonathan Malen, Elijah Kelley, Brandon D. Andrews / Duração: 108 minutos.


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