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Artigo adicionado em 10/04/2006, às 03:20

O ALBERGUE: de terror não tem muito, mas de trash…
E me lembrem de nunca, nunca mesmo, pensar em visitar a Eslováquia! 😉 :: Trailer: Alta | Média | Baixa :: Trailer Alemão: Clique aqui :: Notícias relacionadas: aqui e aqui :: Visite o site oficial Se você visitar o nosso deus Google e procurar por O Albergue (Hostel, 2005), esperado terror indie dirigido por […]

Por
Leandro "Zarko" Fernandes


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Se você visitar o nosso deus Google e procurar por O Albergue (Hostel, 2005), esperado terror indie dirigido por Eli Roth (“Cabana do Inferno”) e com produção executiva de ninguém menos que Quentin Tarantino, encontrará uma série de reportagens, matérias e entrevistas descendo o cacete na produção, acusando-a de xenófoba, patriota, desrespeitosa com relação aos estrangeiros, “os norte-americanos são ingênuos e bem-intencionados e o resto do planeta que se exploda”, e blá blá blá.

Com todo respeito aos colegas jornalistas que defendem esta opinião, devo dizer que esta história de tecer acusações é a maior BESTEIRA. Tudo bem, o longa não é perfeito e tem lá seus defeitinhos (como atuação, por exemplo), mas estes defeitos nada têm a ver com discussões mais profundas. A proposta de “O Albergue” não é inflamar patriotices ou coisa que o valha, e sim ser apenas um filme de terror. E neste quesito, “O Albergue” é totalmente bem-sucedido. Quem perdeu tempo preocupando-se com a suposta xenofobia do enredo, se ferrou bonito. Pois deixou de se divertir adoidado (ou de ficar bastante enojado) com um filmaço gore que deve muito pouco, quase nada, às gloriosas origens de Sam Raimi e Peter Jackson – ei, antes do anel e do macacão, ele fez o trashíssimo “Fome Animal”, não esqueçam disso! 😉

Então, se você está pensando seriamente em sair do conforto de sua casa para enfrentar uma sessãozinha desta película, deixe todo o nhé-nhé-nhé acima de lado e vá consciente de que verá nada menos que um FILME DE TERROR. Ponto. Você não vai perder seu sono por três dias, mas sentirá o estômago revirar, isto é fato. A não ser, claro, que a sua pessoa seja como este que vos escreve, que morre de rir em cenas asquerosas de dedos decepados, tripas para fora e troços do gênero (se até meu pai costuma dizer que não sou normal, quem sou eu para discordar?).

Ainda assim, “O Albergue” tem uma estrutura não muito convencional. Trocando em miúdos, demora a pegar no tranco. O roteiro, escrito também por Eli Roth, não tem pressa em apresentar os personagens e fazer com que o público se acostume (e crie empatia) com eles. Nos primeiros 35 minutos, não há um traço de suspense e/ou terror; o clima, por sinal, é típico de comediazinha teen, com várias piadinhas bestas, melões de fora o tempo todo e uma bunda peluda com uma carinha desenhada (!). Depois destes 35 minutos, porém… prepare-se para o banho de sangue! Não esqueça de levar seu “saquinho para chamar o Hugo”, viu? 😛

E só um adendo: “O Albergue” não tem semelhança AL-GU-MA com Jogos Mortais, pelo amor de Deus! Tem uma pá de gente falando isso. Eles não sabem o que dizem. 😉

Supostamente inspirado (mas de leve) em um caso verídico, “O Albergue” pega emprestado a fotografia escura e suja tão na moda por conta de “Jogos Mortais” – mas só a fotografia, nada mais – para contar a história de dois amigos estadunidenses em viagem pela Europa; viagem que acabará mal, muito mal. Os mochileiros Paxton (Jay Hernandez, o par de Kirsten Dunst no bacana “Gostosa Loucura”) e Josh (Derek Richardson, do horroroso Débi & Lóide 2) saem dos States em busca de muito sexo e um pouco de drogas. Bem, esta é a visão de Paxton, o típico jovem adulto que quer aprontar tudo e todas antes de torna-se responsável; Josh prefere ficar na sua e não está tão empolgado assim para “fornicar” com todas as européias totosas que cruzarem seu caminho. Enfim, em Amsterdam, os dois amigos conhecem o elétrico islandês Oli (o estreante Eythor Gudjonsson, uma grata surpresa) e logo fazem amizade com o indivíduo.

O troço começa a ficar beeeeem esquisito quando Paxton, Josh e Oli, encantados com o relato de outro mochileiro, saem à caça de um suposto albergue particular escondido num cantinho qualquer da Eslováquia. O albergue é tido como o paraíso na Terra: entupido de garotas gostosas, taradas por estrangeiros, que topam tudo e têm preferência por visitantes vindos da terra do Tio Sam. Tá pra eles! Os três amigos chegam ao lugar rapidamente e logo de cara mergulham de cabeça na luxúria com as deliciosas Natalya (Barbara Nedeljáková) e Svetlana (Jana Kaderabková), duas das mulheres mais lindas do lugar. Em nenhum momento os três desconfiam da facilidade com que conseguiram as coisas no albergue…

Até que um deles desaparece de repente. O horror começa sem aviso, como um tapão na cara – e o repentino surgimento de uma “mostra de arte”, um clube privê onde figurões pagam caro, muito caro, para satisfazer seus desejos mórbidos de torturar e assassinar pessoas com requintes de crueldade. E eu não falo mais nada. 😉

E é neste ponto que vemos o que realmente importa em “O Albergue”. As escrotíssimas e incômodas seqüências de tortura envolvem desde um dedinho cortado a alicate (ai!) até um homem sendo perfurado cirurgicamente com uma furadeira elétrica (pavor) – aliás, prestem atenção na cena do “olho”, que culmina com a medonha seqüência do “trem”. NOJO! Do momento da descoberta do clube até o final da fita, só o que se vê na tela é sangue, mãos decepadas, sangue, pernas decepadas, sangue, mortes, sangue, sangue, sangue. Nada de atuações espetaculares e diálogos com profundos e diversos significados. Apenas sangue e terror, e é o que importa. Se você se impressiona fácil, é melhor esquecer e procurar outro programa para o sabadão… Mas os fãs de cinema gore e trash não têm absolutamente nada do que reclamar! 😀

Por outro lado, como comentei lá em cima, “O Albergue” não é mesmo uma produção perfeita, excelente e digna de figurar entre os maiores exemplares do cinema de horror da história. Pra começar, em matéria de “medo”, é um fracasso. É nojento, escatológico e aflitivo, sim senhor. Mas não dá medo de jeito maneira: a idéia em si é bem mais assustadora do que o resultado final. E os atores, cá entre nós, não são lá muito simpáticos, à exceção do divertidíssimo Eythor Gudjonsson. Se você parar pra pescar, verá alguns buraquinhos bastante consideráveis no enredo. E por falar nisso, como um mochileiro inocente torna-se um hiper-mega-ultra-superherói de uma hora para outra? Enfim, há problemas em “O Albergue”, sim, e ninguém pode negar.

Mas quem se importa, catzo? O importante é que “O Albergue” é extremamente bem-sucedido e competente naquilo que se propõe. Para o filmaço de terror que é, tá mais do que ótimo e ponto final, e quem reclama disso e daquilo tá procurando cabelo em ovo! E quem diabos perde tempo procurando profundidade num longa declaradamente trash? Nem mesmo eu faço isto, e olhe que meu nome é Zarko, hein? 😀 Enfim, num saldo geral, se você curte cinema de horror e principalmente gore, este aqui tem tudo para ser a melhor produção do ano. Caso contrário… fuja como o diabo da cruz!

Mas na verdade, o que eu quero ver é você conseguir comer uma pizza bem encharcada de molho de tomate logo após a sessão… hehehe! ;-D

:: ALGUMAS CURIOSIDADES

– A idéia central de “O Albergue” é inspirada no suposto caso real de uma empresa tailandesa que explorava a adrenalina de tortura e assassinato. Lá, qualquer um poderia sacrificar um ser humano por “míseros” US$ 10.000. O projeto foi sugerido a Eli Roth por ninguém menos que Harry Knowles, o nerdaço administrador do Ain’t It Cool News, que encontrou o link da tal empresa na Internet por acaso. Segundo o link, os sacrificados geralmente eram membros de famílias paupérrimas que aceitavam a morte para poder alimentar o restante de seu clã.

– Inicialmente, Eli Roth pensou em realizar um documentário sobre a empresa, mas temeu ser “eliminado” ao mexer neste vespeiro.

– O ator Eythor Gudjonsson tinha o emprego dos sonhos do Fanboy antes de decidir enveredar no ramo da interpretação: ele trabalhou como gerente de marketing da Walt Disney Home Video na Islândia durante cinco anos, sendo inclusive apontado como o responsável direto pelo enorme sucesso de O Rei Leão por lá. Antes de trabalhar na Disney, Gudjonsson foi bicampeão nacional islandês de handball e, atualmente, é dono de uma franqueada da rede de pizzarias Little Caesar’s em seu país natal. Versátil, o garotinho!

– O interior da “mostra de arte” foi filmada nas ruínas de um hospital psiquiátrico em Praga, construído em 1910 e desativado há cerca de 50 anos. A ala onde grande parte das cenas foram rodadas era exatamente a ala onde ficavam os pacientes loucos; o lugar era tão assustador que Eli Roth contratou um quarteto de cordas para tocar Vivaldi durante as tomadas, acalmando assim a equipe técnica, o elenco… e ele mesmo. 🙂

– O papel de Oli foi escrito especialmente para Eythor Gudjonsson, amigo de Eli Roth desde 2002. Quando se conheceram, durante um dos vários eventos de divulgação de “Cabana do Inferno”, Eli Roth ficou tão chocado com o jeitão maluco do ator que lhe prometeu um papel em seu próximo filme.

– Eli Roth emitiu um comunicado ao presidente da Islândia, na qual pede perdão por ter feito com que os islandeses parecessem maníacos por sexo e drogas através do personagem Oli. O presidente riu e concedeu o perdão, dizendo que “aquele era um lado pouco visto dos islandeses no cinema”. O diretor também desculpou-se oficialmente ao Ministério da Cultura da Islândia, por qualquer dano que o filme possa ter causado à reputação do país e de seus habitantes.

– “O Albergue” foi escrito, produzido, dirigido e lançado num período recorde de 12 meses, três vezes mais rápido do que o padrão dos filmes de Hollywood.

– Todos os membros da equipe técnica, todos MESMO, fazem pequenas aparições na fita.

O Albergue (Título Original: Hostel) / Ano: 2005 / Produção: Estados Unidos / Direção: Eli Roth / Roteiro: Eli Roth / Produção Executiva: Quentin Tarantino / Elenco: Jay Hernandez, Derek Richardson, Eythor Gudjonsson, Barbara Nedeljáková, Jan Vlasák, Jana Kaderabková, Jennifer Lim, Rick Hoffman / Duração: 95 minutos.


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