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Artigo adicionado em 19/04/2006, às 06:00

CLÁSSICOS DO CINEMA ERÓTICO
Je t’aime, je t’aime, oh oui mo non plus, je vais je viens, ah mon amour, merci beaucoup! LEIA MAIS NO NOSSO ESPECIAL: ::: Crítica: INSTINTO SELVAGEM 2 ::: Relembrando o primeiro INSTINTO SELVAGEM ::: As FEMME FATALES mais letais do cinema No fabuloso Boogie Nights, aclamado longa de 1997 que alçou o nome de […]

Por
Leandro "Zarko" Fernandes


LEIA MAIS NO NOSSO ESPECIAL:
::: Crítica: INSTINTO SELVAGEM 2
::: Relembrando o primeiro INSTINTO SELVAGEM
::: As FEMME FATALES mais letais do cinema

No fabuloso Boogie Nights, aclamado longa de 1997 que alçou o nome de Paul Thomas Anderson à estratosfera, o dedicado produtor e cineasta de filmes pornôs Jack Horner, vivido por Burt Reynolds, defende a tese de que cinema pornográfico não deixa de ser cinema como qualquer outro, à exceção do pequeno fato de esfregar sexo explícito na cara do espectador; logo, em sua visão, é necessário apresentar atrativos básicos de qualquer produção cinematográfica que se preze, como atuações convincentes, cenários realistas e, acima de tudo, um roteiro consistente, para que o público se acostumasse com a idéia e direcione ao gênero um respeito tão harmonioso quanto a fitas de comédia, ou dramas, ou suspense… Se o plano do cara deu certo? Bem, assista ao filme e você saberá. 😉

Bem, embora narre a ascensão e queda de um astro do cinema pornô com elementos que lembram bastante a vida de atores similares, “Boogie Nights” não passa de um longa ficcional. Mas só o longa; seus ideais não. Esse negócio de tentar aproximar o cinema porno-erótico do público médio é uma idéia antiga e, há algum tempo atrás, alguns cineastas não se intimidaram e arregaçaram as mangas para torná-la real. Com isto, surgiram grandes trabalhos – ainda que prejudicados e fadados ao ostracismo justamente pelo pudor dos espectadores em aceitar e/ou assumir o gosto por este gênero marginalizado.

E para piorar ainda mais a questão, nos anos 80 o tal do videocassette dominou a parada, e com ele, as fitas pornôs que deixavam enredos e atuações de lado para mostrar, na visão de alguns “executivos de estúdios” do ramo, apenas o que o público queria ver: sexo, sexo e sexo. Se você já assistiu a algum filme erótico e/ou pornográfico na vida, sabe bem que, no universo do gênero, qualquer coisa – desde uma topada numa pedra até um acidente nuclear – é motivo para o povo sair “furunfando” ladeira abaixo… 😀

Bem, o lance de tentar aproximar o cinema erótico da arte é um troço antigo que, infelizmente (ou felizmente, para os puritanos de plantão), não vingou. Na minha opinião pessoal, não me sinto incomodado com cenas eróticas, desde que haja um contexto justificável – como em Instinto Selvagem, por exemplo. Caso contrário, incomoda e torna-se vulgar – como no tenebroso Brown Bunny, aquele da Chloë Sevigny com a “boca na botija” (!)… Enfim, cinema porno-erótico pode ser comercial ou vice versa? Alguns defendem o “sim” como resposta. E já que é assim, aproveite e confira uma rápida seleçãozinha de 13 longas, entre filmes comerciais que abusam do erotismo e produções pornô que fizeram história por suas qualidades além das “carcadas”… hehehe! Leia… mas mantenha os hormônios no lugar, per favore! 😛

:: GARGANTA PROFUNDA, de Gerard Damiano

– A história: A jovem Linda (Linda Lovelace) sofre com um problema grave: ela tenta, tenta e tenta, mas não consegue atingir o orgasmo… Aconselhada por sua melhor amiga, Linda decide procurar o notório dr. Young (Harry Reems), que faz uma impressionante e aterradora descoberta: o clitóris da moça não está na vagina, e sim na garganta (???). Assim, Linda resolve investir na prática de sexo oral como forma de conseguir prazer.
– Nota rápida: Não se trata apenas de uma película pornográfica. Garganta Profunda (Deep Throat, 1972) foi convertido em cult instantâneo ao ser lançado e é considerado o maior clássico do gênero. Tudo isto por uma incendiária polêmica que se alastrou pelos EUA nos anos 70. É também o pornô de maior sucesso no mundo inteiro. Sua controvérsia vem do fato de apresentar cenas pesadíssimas de sexo oral; os produtores foram processados em vários países e o longa tornou-se centro de discussão de intelectuais que pregavam que “Garganta Profunda” era inovador por inverter preceitos machistas e por apresentar várias formas de se praticar o sexo. Ganhou um documentário recentemente, intitulado Por Dentro da Garganta Profunda, ainda inédito comercialmente nos cinemas.

:: ATRÁS DA PORTA VERDE, de Artie & Jim Mitchell

– A história: A doce Gloria Saunders (Marilyn Chambers) é misteriosamente seqüestrada e levada a um bizarro clube caracterizado por uma porta verde, onde ocorrem todas as espécies de sacanagens e coisas pecaminosas que se possam imaginar. A presença da garota comove os “associados” mascarados do clube da porta verde, que unem-se numa grande surubada. Mas nem tudo são flores, e…
– Nota rápida: Enquanto “Garganta Profunda” marcou época por trabalhar a ótica da liberdade sexual, Atrás da Porta Verde (Behind Green Door, 1972) ficou conhecido por ser o primeiro longa-metragem pornô a contar sua “história” a partir do ponto de vista de uma mulher. Para quem acha que trata-se apenas de um “filminho sujo”, basta que eu diga que o excelentíssimo e saudoso senhor Stanley Kubrick (de Laranja Mecânica) era um dos maiores fãs desta fita, chegando a homenageá-la em seu derradeiro trabalho, De Olhos Bem Fechados – a cena da orgia na qual Tom Cruise se envolve é uma reconstituição da principal seqüência de “Atrás da Porta Verde”. E tem a Marilyn Chambers, uma das mais lendárias atrizes do ramo!

:: O ÚLTIMO TANGO EM PARIS, de Bernardo Bertolucci

– A história: O americano Paul (Marlon Brando) e a francesa Jeanne (Maria Schneider) encontram-se casualmente num apartamento vazio em Paris. Ele carrega o trauma do recente suicídio da esposa; ela está prestes a se casar. Sem trocar uma única palavra, os dois começam a se encontrar com freqüência apenas para transar sem compromisso – tanto que sequer dizem seus nomes um ao outro. A coisa desanda quando Paul e Jeanne tornam-se cada vez mais íntimos, o que deixa os encontros cada vez mais violentos e fora dos trilhos.
– Nota rápida: Um dos mais conhecidos dramas eróticos da história é também o filme mais polêmico dos anos 70; só para se ter uma idéia, foi proibido no Brasil por sete anos, malhado pelo governo da Itália e, nos Estados Unidos, só foi lançado em algumas poucas salas e com a censura X, destinada às produções pornográficas. Independente de qualquer coisa, O Último Tango em Paris (Last Tango in Paris, 1972) talvez seja o melhor trabalho de Bernardo Bertolucci (Os Sonhadores), e a tal cena envolvendo Marlon Brando, Maria Schneider e um pote de manteiga já entrou para a história.

:: O DIABO NA CARNE DE MISS JONES, de Gerard Damiano

– A história: Cansada de viver num tédio total, a virgem e casta Justine Jones (Georgina Spelvin) decide cortar o mal pela raiz e comete suicídio. Assim, Justine vai parar no Purgatório. Chegando lá, ela é forçada a esperar que as “autoridades” decidam se ela vai para o Céu ou para o Inferno, embora as circunstâncias apontem a segunda opção, já que Miss Jones se suicidou e isto é um pecado mortal. Mas a garota implora por uma nova chance na Terra. O Tinhoso concorda, desde que ela viva seguindo os dogmas de um dos pecados capitais. Miss Jones escolhe a luxúria…
– Nota rápida: Mais uma pérola comandada pelo mesmo notório Gerard Damiano que rodou “Garganta Profunda”, O Diabo na Carne de Miss Jones (The Devil In Miss Jones, 1973) foi bastante elogiado à epoca de seu lançamento por sua história relativamente criativa (para o gênero pornô) e – pasmem – pela elogiadíssima interpretação de Georgina Spelvin fora das cenas, er, “educativas”. De fato, os momentos que antecedem o suicídio de Miss Jones carregam uma tensão dramática notável e são impressionantes em termos de interpretação. Quanto ao resto do filme… bom, o resto do filme é engraçadíssimo! Sério, eu caio na gargalhada toda vez que assisto a esta pequena jóia. 🙂

:: EMMANUELLE, de Just Jaeckin

– A história: Esposa de um diplomata francês em Bangkok, Tailândia, a introvertida Emmanuelle (Sylvia Kristel) mantém um relacionamento aberto com seu marido, de modo que cada um tenha liberdade para manter casos extra-conjugais, se assim lhes convém. Embora concorde com o troço todo, Emmanuelle não consegue evitar o ciúme ao saber que o diplomata anda pulando a cerca com uma ninfetinha da vida. Este é o estopim para uma revolução na vida da jovem ricaça, que descobre sua sexualidade e decide aventurar-se num rolinho… com uma outra mulher…
– Nota rápida: Não é possível que ninguém aí conheça a enorme fama de Emmanuelle (1974), uma das películas mais famosas do gênero. Foi o primeiro filme não-pornô que usou e abusou (e abusou e abusou e abusou) das fortes cenas de sexo para contar uma história de ódio à burguesia e a tratar abertamente de bissexualismo. O resultado? Mais de 10 anos em cartaz na França, o reconhecimento da belíssima Sylvia Kristel e pelo menos dez mil continuações (!), que surgem nas telinhas do Cine Privê até hoje e colocaram Emmanuelle nas mais variadas situações – a moça já foi até para o espaço transar com extraterrestres! Sério! 😛

:: O IMPÉRIO DOS SENTIDOS, de Nagisa Oshima

– A história: No Japão dos anos 30, a prostituta Sada (Eiko Matsuda) apaixona-se perdidamente pelo empresário Kichizo (Tatsuya Fuji), dono de um pequeno restaurante. Sada e Kichizo se envolvem e dão início a uma turbulenta relação apoiada somente em sexo. À medida que ficam mais próximos, começam a enfrentar dificuldades para atingir o orgasmo. Até que descobrem uma estranha associação entre prazer e dor… e as “casuadas” passam a ficar mais pesadas. O negócio vai acabar mal.
– Nota rápida: Desta relação, este certamente é o título mais odiado. Eu mesmo não gosto nem um pouco de O Império dos Sentidos (Ai No Korida, 1976), do cultuado Nagisa Oshima, mas não sou louco de negar sua importância. Tido como um clássico do cinema erótico, o filme, o primeiro com cenas explícitas a ser exibido comercialmente no Brasil, extrapola no sexo explícito e no sadomasoquismo, mas traz em paralelo uma produção impecável e muito bem dirigida. A seqüência na qual Sada aplica sexo oral em Kichizo enquanto este fuma tornou-se ultrapolêmica por sua conclusão. Indicado apenas para aqueles de estômago forte, ou aqueles que são muito ligados à cultura oriental – segundo consta, o Emílio Elfo já assistiu 37 vezes… 🙂

:: HISTÓRIAS QUE NOSSAS BABÁS NÃO CONTAVAM, de Oswaldo de Oliveira

– A história: Depois da morte do Rei, a fogosa Rainha (Meiry Vieira) propõe ao seu amante Príncipe (Denis Derklan) a união dos dois reinos com um casamento. O problema é que o Príncipe só tem olhos para a espetacular Clara das Neves (Adele Fátima), filha do rei morto. Destituída de seu título de princesa e perseguida pelo Caçador (Costinha), contratado pela Rainha para dar cabo da moça, a sofredora Clara das Neves busca “asilo político” na casa dos Sete Anões, onde se entrega a uma série de afazeres deveras interessantes e descobre literalmente que, ao menos com relação ao seis anões (já que um não curte o barato), “tamanho não é documento” (!!!).
– Nota rápida: Descarada sátira à fábula da Branca de Neve, o clássico brazuca Histórias Que Nossas Babás Não Contavam (1979) foi a pornochanchada de maior sucesso do cinema nacional, vendendo em sua época mais de um milhão de ingressos. E não foi à toa: com uma série de cenas sensualíssimas protagonizadas pela lendária Adele Fátima no auge de sua beleza, “Histórias” ainda traz uma engraçadíssima ponta de Costinha e entrega as melhores piadas do cinema brazuca para os sete anões – em especial o bizarríssimo anão gay, dono das tiradas mais hilárias. Um dos filmes da vida do El Cid, e OBRIGATÓRIO para todo mundo que adora rir de coisas toscas.

:: O DIABO NO CORPO, de Marco Bellocchio

– A história: Andrea (Federico Pitzalis), jovem estudante italiano, apaixona-se por uma jovem senhora que ele vê todos os dias pela janela de sua classe. A senhora é Giulia (Maruschka Detmers), filha de um político assassinado. O noivo de Giulia está na prisão, suspeito de colaborar com o terrorismo, e ela passa muito tempo na corte, dando-lhe apoio moral. A princípio resistente, Giulia cede e inicia um intenso relacionamento amoroso com Andrea, para desespero do pai do adolescente, um psicólogo que, por uma estranha coincidência, é o médico de Giulia.
– Nota rápida: Adaptação livre de um cultuado romance escrito por Raymond Radiguet, O Diabo no Corpo (Il Diavolo in Corpo, 1986) é o trabalho mais comentado do polêmico Marco Bellocchio (“Bom Dia, Noite”). Embora não seja exatamente erótico, encaixando-se melhor no drama romântico, está aqui por uma única razão: a seqüência de sexo oral protagonizada pela personagem de Maruschka Detmers. Cena, aliás, que é verdadeira – rááá, “cantar no microfone” não é exclusividade da Chloë Sevigny! – e que supostamente teria prejudicado toda a carreira da atriz desde então. Sobre o longa? Bem, é um bom filme. E nada mais. Incrível como um pequeno detalhe pode colocar um trabalho mediano em todas as listinhas de melhores filmes possíveis…

:: O AMANTE, de Jean-Jacques Annaud

– A história: Em Saigon, 1929, uma jovem de 15 anos (Jane March), recém-chegada de férias, conhece um homem de negócios chinês (Tony Leung), que lhe oferece uma carona até a escola. A carona torna-se rotineira. Certo dia, há uma folga escolar e o chinês muda seu itinerário, levando a jovem até um apartamento vazio, onde os dois iniciam um tumultuado relacionamento puramente sexual. A delicada situação sai do controle quando o chinês decide tomar à força a única coisa que a garota não pode lhe dar: seu amor.
– Nota rápida: Representando o retorno de Jean-Jacques Annaud (“O Nome da Rosa”) após um período de cinco anos sem filmar, o ótimo O Amante (L’Amant, 1992), baseado na obra de Marguerite Duras, disputou com “Instinto Selvagem” o posto de produção mais polêmica do ano de 1992. Pode-se dizer que “O Amante” saiu na frente, já que narra o envolvimento sexual entre um homem adulto e uma garota de apenas 15 anos… sendo que a celebridade passageira Jane March ainda tinha 17 durante as filmagens e protagonizou até uma cena de sexo explícito! Diz a lenda, por sinal, que ela precisou pedir um help a um ex-namorado para perder a virgindade, de modo que ficasse pronta para a tal cena. O mais aterrador é saber que está cruel história de amor é baseada num caso real vivido pela própria Marguerite Duras.

:: PERDAS E DANOS, de Louis Malle

– A história: O político conservador Stephen Fleming (Jeremy Irons) é bem casado com a amorosa Ingrid (Miranda Richardson), tem um filho competente, Martyn (Rupert Graves), e está perto de conquistar a privilegiada posição de ministro do governo britânico. Pra melhorar ainda mais seu dia, recebe a notícia de que Martyn, que nunca foi fã da palavra “monogamia”, está namorando sério e pretende se casar. Assim, Stephen conhece a bela Anna Barton (Juliette Binoche), sua futura nora. Eles trocam olhares. O que era sonho torna-se um pesadelo quando Stephen e Anna começam a ter um caso inconseqüente e a estrutra da vida do político desmorona, bem como a de sua família inteira.
– Nota rápida: Um dos mais cruéis exemplares do cinema europeu dos anos 90, Perdas e Danos (Damage, 1992) escandalizou a censura norte-americana com suas ousadas cenas de sexo. Hipocrisia: nem é tão pesado assim. Com um roteiro intrincadíssimo e nada menos que brilhante, o longa do francês Louis Malle (“Pretty Baby”) mete medo e ousa muito mais nas palavras do que na ação propriamente dita – ainda assim, há seqüências bem chocantes protagonizadas por Jeremy Irons e Juliette Binoche no auge de sua beleza. E de quebra, “Perdas e Danos” traz pelo menos um momento absurdamente embasbacante (que não desconstruirei aqui para não estragar o prazer de quem ainda não assistiu, né?).

:: A PROFESSORA DE PIANO, de Michael Haneke

– A história: Dominada por um convívio turbulento com a mãe possessiva (Annie Girardot), a professora de piano Erika (Isabelle Huppert) é uma solteirona na faixa dos 40 que não consegue extravasar a tensão. Como válvula de escape, freqüenta peep-shows e cinemas pornôs, acomodando-se na posição de voyeur. A coisa muda quando ela começa a dar aulas ao jovem Walter (Benoît Magimel), garotão que dedica sua vida a seduzir a professorinha. Inicia-se um relacionamento que envereda por caminhos imprevistos quando Erika insiste em controlar as transas e demonstra ter uma séria e inconseqüente tendência ao sadomasoquismo…
– Nota rápida: Acostumado a gerar obras tão polêmicas quanto explosivas, o austríaco Michael Haneke (responsável pelo grande “Violência Gratuita”) tem o costume de realizar dramas tão contundentes que beiram o horror psicológico. Em A Professora de Piano (La Pianiste, 2001) não é diferente. Incômodo e dificílimo de assistir, o filme defende a dominação psíquica enquanto estímulo erótico e choca exatamente por aquilo que não revela – realmente não há nada pior do que o poder da sugestão… Se você ousar enfrentar uma sessão, esteja preparado para pelo menos uma seqüência amedrontadora envolvendo automutilações sadomasoquistas. Credo!

:: INTIMIDADE, de Patrice Chéreau

– A história: Todas as quartas-feiras, Claire (Kerry Fox) visita Jay (Mark Rylance) em seu pequeno apartamento. Eles não se conhecem, mas encontram-se regularmente apenas para uma coisa: fazer muito muito muito muito e muito sexo, de todas as formas, sem qualquer barreira e sem qualquer envolvimento emocional. Para tanto, não ousam trocar uma única palavra, nem mesmo um oi. Só que Jay acabou de ser largado pela esposa, viu seu emprego de músico falir e está deprimido por amargar o trampo de garçom em um pub imundo de Londres. Ele se apoia em Claire, e decide lançar-se numa investigação acerca da vida da moça. É aí que mora o perigo.
– Nota rápida: Tudo bem, é um belo exagero relacionar Intimidade (Intimacy, 2001) numa listagem de clássicos do cinema erótico. Pra falar a verdade, nem tanto; sua presença aqui se deve por ser um dos poucos longas-metragens atuais extremamente competentes enquanto roteiro e atuações, e que não têm pudor algum em expôr as mais chocantes cenas de sexo explícito para contar sua história. O drama comandado por Patrice Chéreau, o mesmo de “A Rainha Margot”, é cru, nauseante e toca direto na ferida. Não é uma obra-prima, mas tá valendo! 🙂

:: 9 CANÇÕES, de Michael Winterbottom

– A história: Durante um show da banda Black Rebel Motorcycle Club, em Londres, o inglês Matt (Kieran O’Brien) e a norte-americana Lisa (Margot Stilley) conhecem-se e decidem ficar juntos. Estabelece-se uma rotina dividida entre vários concertos de rock e o pequeno e aconhegante apê do casalzinho, onde eles passam a maior parte do tempo fornicando feito coelhos (!). Aos poucos, o relacionamento se desgasta. Num novo show do Black Rebel, ela vai embora para os Estados Unidos. O que aconteceu? É o que Matt tenta descobrir, ao revisitar suas memórias durante uma viagem à Antártida.
– Nota rápida: Elogiadíssimo por meio mundo e odiado pela outra metade, 9 Canções (9 Songs, 2004) é nada menos que uma desconstrução totalmente realista do dia-a-dia de um casal de namorados, uma espécie de manual passo-a-passo com o retrato do primeiro até o último momento de um relacionamento amoroso, com todas suas alegrias e tristezas. Usando muitas cenas de sexo explícito e retratando o ato sexual totalmente despido de glamour, a fita dirigida por Michael Winterbottom é curtinha (apenas 66 minutos), mas marcante. E ainda tem a intervenção de uma série de bandas independentes durante a projeção, nas nove canções do título! Se você é indie ou um cult maldito como eu, é um prato cheio. Aproveita e clique aqui neste link para ler a crítica de “9 Canções”. 😀

Então… esta é a nossa listinha! Sim, sim, sim, claro que fomos obrigados a fazer algumas concessões e talvez tenhamos sido injustos com um ou outro título que porventura não apareceu aqui, mas infelizmente não dá pra citar todos aqueles que queremos por uma questão humanamente física… Mas enfim, a listinha tá aí! Curtiu? Falta algum título aí? Alguém tá sobrando? Foi bom pra você? 😛


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