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Artigo adicionado em 03/03/2006, às 08:19

Direto Para Vídeo: A NOVA ONDA DO KRONK
Tenho três boas razões pra você assisti-lo (e três pra não assisti-lo) A Nova Onda do Imperador é um filme mui interessante na história recente da Disney. Ele não foi um estrondo nas bilheterias, passou longe de criar legiões de fãs como os bacanudos desenhos da Pixar e não foi uma aposta milionária da empresa. […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


A Nova Onda do Imperador é um filme mui interessante na história recente da Disney. Ele não foi um estrondo nas bilheterias, passou longe de criar legiões de fãs como os bacanudos desenhos da Pixar e não foi uma aposta milionária da empresa. Porém, se você perguntar pra qualquer um que tenha assistido ao desenho qual é o filme mais engraçado que a Disney já produziu, provavelmente escutará: “aquele do imperador que vira uma lhama, ‘A Nova Onda do Imperador'”. E com razão. Ele foi lançado em 2000, uma época em que a Walt Disney já sofria tentando resgatar seus clássicos em 2D com histórias fofas e musicais sem muito brilho, e chegou com suas tiradas muito bem sacadas, uma história insana e uma dublagem impecável. A história já é bastante original por si só, pois se passa em alguma parte do Império Inca e envolve um imperador que é transformado em uma lhama, mas o que mais conta aqui são as piadas geniais que permeiam o desenho inteiro. Que outro filme teria a fala: “Me transformaram em uma vaca, eu posso ir pra casa?”

Pois tudo isso não passou despercebido pelos fãs, que foram aumentando de número com o passar do tempo e louvando as qualidades dessa animação, que, sem exageros, é talvez o longa animado mais engraçado que já vi em minha existência. E na sua também. Então, chega a vez “deles”. Ora, para “eles” um bom filme não pode ser um bom filme sozinho. Uma vez que “eles” têm dinheiro e a certeza de público garantido – nem que seja pra DVD – a produção de uma seqüência para um filme ou desenho animado é uma boa coisa a se fazer. Eu sei lá quem são “eles”, mas tenho sérias suspeitas de que sejam os tais “executivos do estúdio” de quem tanto falam. Mas de que “eles” provavelmente são umas pessoas más e sem escrúpulos, disso eu não tenho dúvidas. E tenho certeza de que foi por culpa “deles” que nasceu A Nova Onda do Kronk, seqüência de “A Nova Onda do Imperador” que chegou aqui no Brasil diretamente em DVD no mês de fevereiro.

E essa seqüência mostrou o poder dos fãs da lhama inca. Ao menos na vídeo locadora aqui perto de casa – céus, todo mundo queria alugar esse DVD! Depois de sair no tapa com cinco criancinhas, – digo -, depois de finalmente reservar o disco pra assisti-lo, consegui conferir o que foi que “eles” fizeram. O que eles fizeram? Bom, fizeram uma continuação. E como tal, é lógico que é um filme inferior ao primeiro, com um roteiro aparentemente feito “nas coxas” e algumas piadas repetidas. Mas não fiquemos assim tão tristes. Porque virá de cima a maldição contra os injustos, e, oras, ninguém é assim tão mau: “A Nova Onda do Kronk” tem seus defeitos, mas é perfeitamente assistível pelos fãs que mantiverem suas expectativas baixas. Afinal, é uma seqüência, e ninguém espera grandes coisas de uma fita que só existe por causa de outra, ainda mais nos dias em que estamos, cheios de Bambi 2, Pocahontas 2, A Pequena Sereia 2, O Retorno de Fulano etc (menos O Rei Leão 3, que é maior legal). =)

Nessa seqüência, como é óbvio pelo título, o personagem principal não é mais o lindo, maravilhoso e poderoso Kuzco, e sim o antigo comparsa da vilã Yzma, o Kronk. Sabe aquele personagem que era legal e tinha graça e charme justamente por não ser o protagonista e não aparecer em todas as cenas? Então, ele mesmo. Não que Kronk tenha ficado chato no seu próprio filme, mas justamente por ter virado protagonista, boa parte da graça que ele tinha foi jogada pelo ralo. Já reparou que personagens secundários são legais porque são secundários e sempre surgem com pérolas geniais? Então. Como o Kronk passou a ser um personagem principal, era muito difícil fazer com que o nosso querido rapaz conservasse o mesmo grau de risadas do filme anterior, e eles realmente não conseguiram.

“A Nova Onda do Kronk” conta o que aconteceu com Kronk depois do que se passou no primeiro filme. O moço virou chefe de cozinha da Birosca e líder de pequenos escoteiros incas que atendem pelo nome de esquilinhos. Ele está às voltas com um grande problema: uma visita de seu pai, um senhor que nunca na vida lhe deu um sinal de positivo, e está se encaminhando à birosca acreditando que seu filho tem tudo – uma casa na montanha, esposa e filhos (nada se diz aqui da mãe do Kronk, claro, já que os animadores da Disney têm problemas com mães e assassinam todas elas em quase todos os desenhos). Porém, o pai de Kronk está redondamente enganado, já que seu filhote não tem nenhum desses bens. E sem isso nosso amiguinho nunca terá o almejado dedão positivo do papai.

E enquanto o Kronk tenta resolver o problema de sua vida, nós estamos às voltas com o grande problema do filme: o roteiro. Não ter milhares de gags geniais a gente até entende, mas não ter sido feito com o capricho necessário já é mais difícil de perdoar. O causo é o seguinte: o desenho começa e termina bastante bem, fazendo uma paródia ao início e ao final da “Nova Onda do Imperador”, mesmo insistindo em repetir propositalmente algumas piadas do filme anterior. Mas nesse meio tempo embola o meio de campo legal. Isso porque, para o filme não virar um curta metragem de 15 minutos, fizeram com que Kronk contasse dois episódios de sua vida – um envolvendo a Yzma, e outro envolvendo um interesse amoroso. Daí que você fica em estado de letargia durante essas duas “histórias paralelas”, que não têm muita graça nem ligação entre si, já que mais parecem dois curtas perdidos no meio do filme, e só acorda no final, que volta a ser engraçado e a conter mais elementos interessantes. E, bem, isso tudo é muito ruim quando sabe-se que essas duas histórias perdidas no meio do filme são de fato praticamente o filme todo.

E o erro da animação é basicamente apenas esse, o de possuir um roteiro que podia ter sido transformado em alguma coisa bem mais legal. Assim do jeito como vimos, dá sinceramente a impressão de que dois roteiristas inventaram histórias diferentes que não caberiam num filme inteiro, resolveram juntá-las e formar “A Nova Onda do Kronk”. E já que estamos falando em coisas perdidas no roteiro, quem está perdida aqui é a Yzma, que surgiu na história só pra fazer uma ponte entre o filme passado e esse. Da mesma forma o Kuzco, que aparece ainda menos, mas pelo menos não perde a graça do personagem nas cenas em que surge. Uhm… você pensa que acabou? Não está esquecendo de nada não? E se eu disser três sílabas? Du-bla-gem.

Oh sim, porque a dublagem em português do “A Nova Onda do Imperador” é na minha opinião a melhor já feita em uma animação, mesmo tendo a presença de globais, que nesse caso conseguiram mandar tão bem quanto dubladores profissionais: Selton Mello (tudo bem que ele é café-com-leite já que começou a carreira como dublador ^_^), Marieta Severo e Humberto Martins, ao lado do conhecido dublador Guilherme Briggs, que deixaram o filme, que já era bom, atingir um patamar ainda mais alto no grau dos filmes-da-Disney-que-merecem-ser-lembrados-pela-posteridade. Mas é claro que vivemos em um mundo injusto que paga mais pela dublagem de atores conhecidos -por causa de direitos de imagem e tudo mais – e, lógico, possivelmente ninguém estava disposto e com grana de divulgação suficiente pra pagar o retorno dos três globais. Resultado: Yzma, Kuzco e Pacha com vozes diferentes das originais. Não pude ver quem foi o dublador brasileiro do Kuzco nessa versão, mas ele mandou muito bem e quase engana como o Selton Mello. Já a Yzma e o Pacha (que, se não me engano, foi dublado pelo Mauro Ramos) estão notadamente diferentes dos originais. Não que os personagens tenham ganhado uma dublagem ruim, não, pelo contrário, a qualidade é boa como sempre. =) Mas só pelo fato de terem vozes diferentes, a magia nesse caso aqui é um pouquinho apagada.

Pois é, amiguinho, nas últimas linhas eu azucrinei demais com o desenho animado. Sim, é verdade. E com justiça. Mas isso serve apenas pra que você mantenha suas expectativas bem baixas pra não se decepcionar ^_^. No geral, “A Nova Onda do Kronk” não é tão engraçado nem tão bom quanto o primeiro, mas tem suas qualidades sim. Quer dizer, ele não é RUIM. É apenas pior do que o primeiro, mas mesmo assim consegue ser melhor do que algumas animações arrastadas como Irmão Urso e Nem que a Vaca Tussa, porque apesar dos pesares, garante algumas risadas. Não é uma seqüência ininterrupta de piadas ótimas como seu antecessor, mas já que não foi lançado no cinema, vale uma locação em uma tarde chuvosa. Desnecessário? É. Mas não deixa de ser uma curiosidade divertida para os fãs da “Nova Onda do Imperador” – que o assistam sem muitas expectativas, de preferência. E depois veja o making of de 17 minutos “Como fazer um desenho animado”, com o hilário Patrick Warburton – dublador em inglês do Kronk, além de ser o eterno Puddy de Seinfeld – e os doidos diretores do filme. Vale a pena!

Ah, e as três boas razões que eu disse no título? Aí vão:

:: TRÊS BOAS RAZÕES PARA VOCÊ ASSISTÍ-LO

1. Não deixa de ser uma boa curiosidade para fãs do primeiro.
2.Tem uma trilha sonora bacana.
3. Bem… você prefere ver Bambi 2? Pelo menos aqui tem umas referências pop divertidinhas.

:: TRÊS BOAS RAZÕES PARA VOCÊ NÃO ASSISTÍ-LO

1. Olha só pra esse roteiro, é costurado porcamente.
2. Selton Mello, cadê você, meu rapaz? Que puxa.
3. Olha só o que eu sei fazer!

E pela última vez: ninguém aqui pediu uma cama elástica.

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