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Artigo adicionado em 04/02/2006, às 05:14

BATE-PAPO COM ED MOTTA E EDNA LOPES
Rápido e direto! Bem, a proposta d’A ARCA é sempre trazer coisas diferentes. E é pensando nisto que trazemos este pequeno bate-papo com o cantor e compositor Ed Motta e sua esposa, a escritora Edna Lopes, que encontraram um tempinho na sua agenda lotada para conversar com a gente. Não é uma entrevista qualquer, onde […]

Por
Rodrigo "Machine Boy" Parreira


Bem, a proposta d’A ARCA é sempre trazer coisas diferentes. E é pensando nisto que trazemos este pequeno bate-papo com o cantor e compositor Ed Motta e sua esposa, a escritora Edna Lopes, que encontraram um tempinho na sua agenda lotada para conversar com a gente. Não é uma entrevista qualquer, onde se fala da carreira do músico – coisa que você poderá encontrar em qualquer website por aí. Ao invés de mergulhar no lugar comum, falamos de diversos assuntos, como quadrinhos, cinema e séries de TV. Aliás, para quem não sabe, Edna Lopes escreve e desenha HQs. Sua última obra foi a elogiadíssima saga Amana ao Deus dará, que conta a história de uma jovem brasileira que sai da casa da avó para procurar seus verdadeiros pais, e atravessa metade do Brasil conhecendo lugares e pessoas.

Quer saber mais? Então leia a entrevista que o simpático casal, bem inteirado no nosso glorioso mundão nerd, concedeu ao Machine Boy aqui.

A ARCA – Qual o tipo de quadrinhos que vocês mais gostam?
EDNA LOPES – Eu gosto de quase tudo. Tenho gostado muito dos mangás antigos com aquele traço bem limpo, como o de Osamu Tezuka (Metropolis), e os americanos Chris Ware (Blab!, Pictopia) e Daniel Clowes (Ghost World). E para sempre o belga Edgard Pierre Jacobs (Blake e Mortimer) com direito a continuação após a morte.
ED MOTTA – Eu tenho queda especial pelos europeus, com edições de capa dura etc., mas passei a ler mais do quadrinho feito hoje nos EUA e digo que em nenhuma expressão artística hoje existe alguém tão original e nostálgico ao mesmo tempo como Chris Ware por exemplo, ele é um dos meus favoritos.

AA – Vocês acompanham o envolvimento dos brasileiros nos quadrinhos americanos?
EDNA – Não muito. Só o que sai pelos jornais, mas nunca leio as obras propriamente.
ED– Acompanho por matérias, mas a estética Marvel/DC não é nem um pouco minha praia, então não presto muita atenção. Vai que tem um Watchmen brazuca né…
Torço pra isso como admirador da arte seqüencial.

AA – Edna, pelo que podemos ver em “Amana ao Deus dará”, seu quadrinho é bem a cara do Brasil. Você acha que os brasileiros devem tentar sair um pouco do jeito ‘americanóide’ e fazer algo bem nacional?
EDNA – A vida é muito curta e as pessoas devem procurar fazer ao máximo o que gostam. Criei o roteiro do “Amana” de um jeito muito espontâneo, e não tive que fazer muito esforço para representar o Brasil – a não ser pelas horas a fio sentada para desenhar. É claro que seria legal que tivessem mais quadrinhos representando o Brasil de verdade, mas isto também passa pela questão da grana. O pessoal fica sonhando em ser descoberto pela DC Comics com um mundo vasto ainda por explorar. Se tivéssemos um mercado forte e as editoras pudessem dar suporte para os quadrinistas, talvez rolasse mais.

AA – Ed, como grande fã de quadrinhos que você é, como foi ver sua esposa fazendo uma obra nesta área?
ED – Orgulhoso, coruja, feliz, só sensação boa. Acompanho o talento brilhante dela de perto, que inclusive mudou minha maneira de ler uma HQ.

AA – Edna, você acha que o Brasil ainda possui espaço para um quadrinho adulto nacional?
EDNA – Esse é um mistério para Blake e Mortimer – personagens de série de ficção científica européia criada por Edgard Pierre Jacobs. Eu tenho visto e comprado muita coisa editada em português de vários lugares do mundo, mas pouco material nacional. No Brasil, ninguém consegue viver de quadrinhos e por isso quem faz tem que fazer nas “horas vagas”, não fica muito profissional…

AA – Ed, você gostaria de fazer algo nesta área, escrever algo?
ED – Só se fosse uma espécie de “diretor de clima”, só idéias, nada de trabalho pesado…

AA – Quais os tipos de seriados que vocês gostam de assistir?
EDNA – Hoje em dia não tenho tempo para ver nada na TV e o pouco que vejo não me agrada, mas meus preferidos de todos os tempos são: “O Monstro da Lagoa Negra”, “Terra de Gigantes”, “Agente 86” e “Columbo”.
ED – Muita coisa mesmo, das animações inglesas “Joe 90” e “Thunderbirds”, policias como “Man from U.N.C.L.E.” e “Avengers”. Bagaceiras boas, tipo “Casal 20”, “Magnum”, “Ilha da Fantasia” e “Love Boat”.A TV dos anos 70 e início de 80 são espetaculares!

AA – E no cinema, que tipo de filme mais lhes atrai?
EDNA – Eu adoro Ficção Científica, desde “A Coisa”, passando por “Solaris” até “Star Wars”. Todos os noirs, de “O Falcão Maltês” a “Alphaville”. Faroeste, “Eldorado” é o meu preferido. Terror em Preto e Branco é o que há de melhor nessa categoria. David Lynch (“Twin Peaks”), todos. Comédias e musicais antigos, enfim, quase tudo.
ED – Clássicos PB dos anos 30, 40, 50, 60, espionagem e policial dos 60 e 70 tipo “Bullitt”, todas as imitações de “James Bond”, cinema europeu psicológico do dinamarquês Carl T. Dreyer e o sueco Ingmar Bergman. E o francês Jacques Tati, que é meu diretor favorito de todos os tempos.

AA – Edna, você está envolvida em algum projeto novo?
EDNA– Sim, fora as capas de CDs, sites, etc., estou fazendo uma história em quadrinhos que se passa em São Paulo nos anos 80 e vai retratar a fauna da cidade com roqueiros, punks, militantes de esquerda, travestis, etc. Baseado nas experiências de adolescente que tive quando morava lá.

AA – E Ed, música e gibi, combinam bem?
ED – linguagens modernas e eternas, mas as HQs precisam ainda conviver com o desconhecimento de muitos, acerca dos exemplos digamos mais eruditos da arte seqüencial. Hugo Pratt não deixa a dever a nenhum monstro da literatura.

Saiba mais sobre o casal:
:: Site oficial de Ed Motta
:: Site oficial de Edna Lopes
:: Compre Amana ao Deus dará


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