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:: Crítica: CAPOTE
Durante esse mês de janeiro, me dediquei exclusivamente (tirando ler as HQs Crise de Identidade e Lanterna Verde: Renascimento, e visitas ao Cine Posto 4 com o Fanboy, Zarko e Machine Boy) à leitura deste livro para responder às seguintes perguntas: por quê uma história sobre dois assassinos que receberam a pena de morte por massacrarem uma família inteira, nos confins do Estados Unidos, é uma das maiores obras-primas da literatura norte-americana até hoje; e por quê justo o Benício, que não faz nada nesse site, resolveu escrever logo essa matéria?
Começando pela segunda pergunta: como bom jornalista que sou (modesto? EU? ^_^), A Sangue Frio é um dos livros essenciais na lista de 99 entre 100 professores da área por ser um precussores do jornalismo literário, mas conhecido no meio como “novo jornalismo”.
A resposta da primeira é que Truman Capote, que intitula sua obra como um romance não-ficção, mostra para aqueles (assim como ele era) que nem imagina como é o estado do Kansas, mais especificamente a cidade de Holcomb, nos passando todos os dados. Desde o tipo de vegetação do local, a agricultura mais comum, o sistema social, a religião predominante e o clima, para cada um se familiarizar e se envolver com todos, em especial com os Clutter, a família assassinada. Intercalando com a história de Holcomb e dos Clutter, Capote apresenta Perry Smith e Dick Hicock: os assassinos. Destrincha o passado, particularidades e defeitos, tanto de caráter quanto físico, de ambos.
Após a morte da família, quem entra em cena é o policial da KBI (Kansas Bureau of Investigation) Alvin Dewey, que Capote também dá uma pincelada em seus valores e planos de vida, além de ser tornar o mocinho do livro.
Mas o título de “novo jornalismo” vem mesmo porque o livro introduz o “lead” (Quem, Quando, Onde, Como e Por quê), um termo indispensável para qualquer jornalismo, em especial o investigativo, e responde a todas elas, menos uma: por quê dois assassinos mataram quatro integrantes da família Clutter. E nisso o livro se desenrola, junto como as viagens pela região sul dos EUA e o desespero dos policiais da KBI.
Você consegue conhecer todos os personagens e a se familirizar com eles, principalmente com os criminosos, por mais asquerosos que sejam A parte em que eles fazem uma viagem, do Novo México de volta ao Kansas e encontram um garoto com um velho e começam a catar garrafas de vidro pela estrada, você esquece completamente o que eles fizeram antes. É como se fossem outras pessoas.
Para quem curte jornalismo, é essencial conhecer Capote. Para aqueles que apenas gostam de uma história envolvente, também tá aqui uma boa pedida.
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A Sangue Frio (In Cold Blood) / Autor: Truman Capote / Tradução: Sergio Flaksman / Apresentação: Ivan Lessa / Posfácio: Matinas Suzuki Jr. / Coleção: Jornalismo Literário / Editora: Companhia das Letras
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