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Artigo adicionado em 29/12/2005, às 04:23

Crítica: ESCURIDÃO
Dakota Fanning my ass! O Amigo Oculto pode não ser exatamente o filme mais legal do mundo. Tudo bem. Nisso a gente concorda. Mas uma coisa boa, pelo menos, a produção estrelada por Robert De Niro tinha: a assustadora Dakota Fanning. Diferente daquela menininha gritadora e irritante de Guerra dos Mundos, neste filme ela tinha […]

Por
Thiago "El Cid" Cardim


O Amigo Oculto pode não ser exatamente o filme mais legal do mundo. Tudo bem. Nisso a gente concorda. Mas uma coisa boa, pelo menos, a produção estrelada por Robert De Niro tinha: a assustadora Dakota Fanning. Diferente daquela menininha gritadora e irritante de Guerra dos Mundos, neste filme ela tinha uma bizarra expressão de maluca, que deixaria fácil qualquer marmanjão com a pulga atrás da orelha. “Ela vai me matar ou está só querendo um cafuné? Ei, isso é uma faca?”. Enfim. Mas a menina acaba de perder o posto de “garotinha estranhamente esquisita” para uma semi-desconhecida inglesa chamada Abigail Stone, estreante na sétima arte e um dos destaques do interessante thriller sobrenatural Escuridão (The Dark/2005).

Dirigido por John Fawcett (cineasta conhecido no underground pelo agora cult Ginger Snaps, sobre um grupo de lobisomens adolescentes), “Escuridão” é uma grata surpresa vinda da Terra da Rainha. Ou você sinceramente achava que apenas e tão somente Hollywood conseguia fazer bons filmes de suspense/terror? Não, meu caro: “Escuridão” é uma película bem estranha (no bom sentido), daquelas nas quais os sustos fáceis, embora existam, são bem menos importantes do que toda a tensão natural que a história ganha com a condução inteligente do diretor.

A trama, baseada no livro Sheep, de Simon Maginn, começa com o último esforço de Adèle (a bela e surpreendentemente talentosa Maria Bello, de Marcas da Violência) para reunir a sua família despedaçada. Para tal, ela viaja com a jovem – e pentelha, diga-se de passagem – filha Sarah (Sophie Stuckey) para a Inglaterra em busca do pai da menina, seu marido James (Sean Bean, o Boromir de O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel), que agora vive afastado da civilização em uma velha casa de campo.

Embora separados, ainda existe uma espécie de “tensão romântica” entre Adèle e James, uma coisa que fica absolutamente no ar mas nunca se resolve – diferente de seu relacionamento com a filha, que só parece piorar graças a um acontecimento recente. Mas os piores pesadelos de Adèle se tornam realidade quando Sarah tragicamente cai nas agitadas águas próximas e desaparece na escuridão, mesmo depois de todas as tentativas da mãe para salvá-la. Enquanto James procura pelo corpo da filha, Adèle – carregando um enorme complexo de culpa – começa a ser perseguida por visões e traços de Sarah, quase como se a garota estivesse pedindo socorro em algum lugar. As coisas ficam ainda mais esquisitas quando surge uma estranha garota de olhar mórbido chamada Ebrill (Abigail Stone). De acordo com as pesquisas de Adèle, ela seria, na verdade, filha de um pastor maluco que conduzia uma espécie de seita baseada nas antigas lendas celtas naquela mesmíssima casa… há cerca de sessenta anos. E a menina deveria estar mortinha da silva, por sinal.

Enlouquecida e sem o apoio do incrédulo e cada vez mais assustado James, a mãe então descobre os detalhes de uma lendária terra dos mortos citada pelos antigos celtas, uma imagem distorcida do mundo real na qual os espíritos ficariam presos e da qual eles poderiam retornar se um sacríficio fosse feito – um dos vivos por um dos mortos. Já sacou o que acaba passando pela cabeça da mamãe querendo a filhota de volta?

Então… na verdade, você não sacou tudo não. A história pode parecer um tantinho óbvia. E, em determinado momento no meio da película, você pode achar tudo meio cansativo, por conta do timing mais lento que o diretor Fawcett impõe à produção. Isso é a mais pura verdade, tenho que admitir. Mas tudo que posso garantir, caro leitor, é que vale à pena esperar – especialmente pela meia-hora final, que ganha em ritmo e peso e vai, sem sombra de dúvidas, surpreender os menos incautos com uma conclusão daquelas que tiram o fôlego.

Dá para dizer, no fim das contas, que “Escuridão” começa como um filme de horror típico: apesar de competente, formulaico demais, com a trilha sonora aumentando para assustar você, os barulhos repentinos para te fazer grudar na cadeira e todas aquelas coisinhas que estão na “cartilha básica do diretor de filme de terror”. Mas, subitamente, a trama se transforma e ganha um tom mais psicológico, intenso, que dão oportunidade para Maria Bello mostrar ótima desenvoltura e para Fawcett nos assustar DE VERDADE.

E por último, mas não menos importante: você jamais imaginou que uma ovelha fosse assim tão apavorante. Cuidado com os seus casacos de lã.

Escuridão (Título original: The Dark) / Ano: 2005 / Produção: Inglaterra, Alemanha / Direção: John Fawcett / Roteiro: Stephen Massicotte / Baseado no livro “Sheep”, de Simon Maginn / Elenco: Maria Bello, Sean Bean, Richard Elfyn, Maurice Roëves, Abigail Stone, Sophie Stuckey / Duração: 93 minutos.


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