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Artigo adicionado em 03/12/2005, às 02:21

Crítica: AS CRÔNICAS DE NÁRNIA – O LEÃO, A FEITICEIRA E O GUARDA ROUPA
O caso clássico de “ladra mas não morde” =D :: Trailer 1: Super | Alta | Média | Baixa :: Trailer 2: Super | Alta | Média | Baixa :: Escute trechos da trilha sonora do filme :: Promoção AS CRÔNICAS DE NÁRNIA: ganhe convites para o filme e outros brindes! Antes de começar, já […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


:: Trailer 1: Super | Alta | Média | Baixa
:: Trailer 2: Super | Alta | Média | Baixa
:: Escute trechos da trilha sonora do filme
:: Promoção AS CRÔNICAS DE NÁRNIA: ganhe convites para o filme e outros brindes!

Antes de começar, já aviso: não, vergonhosamente eu não tive a oportunidade de ler o livroAs Crônicas de Nárnia, então certamente não terei aquele olhar crítico ou empolgado de leitora, assim como tenho em relação a Harry Potter. Mas, bem, esperava o lançamento desse filme com ansiedade mesmo assim. =) Sempre que via o trailer, ficava babando e pensando “…Uau!”. Então chegou a hora de ver o filme em si e toda essa ansiedade se transformou em “…mas é SÓ isso?”. Pois é, explicar meu sentimento de frustração em relação a As Crônicas de Nárnia será uma tarefa um tanto quanto delicada, ainda mais porque posso entrar em territórios cuja culpa é pura e simplesmente da própria história do livro e não necessariamente dos roteiristas malditos, mas vamos em frente.

“As Crônicas de Nárnia” é uma série de sete livros escrita por C.S. Lewis (não confundir com Lewis Carroll), que foi publicada pela primeira vez entre 1950 e 1956. Todos os livros da série são os seguintes: O Sobrinho do Mago, O Cavalo e Seu Menino, Príncipe Caspian, A Viagem do Peregrino da Alvorada, A Cadeira de Prata e A Última Batalha – estes não são escritos necessariamente em ordem cronológica: O Leão, a Feiticeira e o Guarda Roupa é o primeiro da série, mas, se levarmos em conta o desenvolvimento da história, O Sobrinho do Mago seria o primeiro cronologicamente falando, onde se explica a história da origem do guarda-roupas mágico.

Pois bem. Nessas crônicas sobre um leão, uma feiticeira e um guarda-roupa, que acabam de ganhar uma roupagem cinematográfica através das mãos do diretor Andrew Adamson (de Shrek 1 e 2) e dos estúdios Disney, as grandes estrelas são quatro crianças: a linda e fofa Lucy (Georgie Henley), Edmund (Skandar Keynes), Peter (William Moseley) e Susan Pevensie (Anna Popplewell), que se separam da mãe para morar no interior da Inglaterra e fugir dos horrores da Segunda Guerra Mundial. Lá, elas vivem na casa do professor Kirke (Jim Broadbent, o melhor personagem, com a melhor fala do filme), e encontram um guarda roupa bastante peculiar, que é nada menos que um móvel mágico, que se revela como sendo um portal para o mundo fantástico de Nárnia.

Uma vez dentro desse “mundo paralelo” os quatro irmãos descobrem que fazem parte de uma antiga profecia do local, que anunciava que quatro humanos (filhos de Adão e de Eva) um dia lá chegariam para salvar Nárnia do domínio da Feiticeira Branca (Tilda Swinton) e entregar a terra de volta para seu verdadeiro “dono”, o leão Aslam (dublado em inglês pelo jedi/mentor do Batman Liam Neeson, e em português pelo ator Paulo Goulart). Nesse ínterim, como é previsível em histórias de fantasia, as crianças vão se deparar com situações que colocarão à prova valores como coragem, amor, companheirismo, lealdade e outras coisas que muita gente acha brega mas que, quer queira quer não, todo mundo tem que enfrentar na vida real. =) Nossos protagonistas também encontram amigos nessa jornada, como o bonitinho fauno Tumnus (James McAvoy) e vários animais falantes. No fim, temos uma grande guerra típica de épicos – mas o mais interessante disso tudo é que, como se trata de uma cria da Disney, não vemos uma gota de sangue durante toda a batalha. O cara enfia a espada no estômago do outro e ela sai limpinha. É uma beleza. =D

Mas o fato das pessoinhas não sangrarem é o de menos, assim como o é o fato dos efeitos especiais não serem nada muito “especial”. Vi muita gente reclamando da computação gráfica do filme – ok, os efeitos não são sensacionais, mas também não achei nada de tããão grave assim quanto disseram. Em verdade vos digo que o maior defeito da película é, na minha opinião, o desenvolvimento do roteiro. O início do filme é deveras supimpa, sem nada para botar defeito… mas se perde por aí. O problema é que a narrativa demora pra pegar no tranco, e quando finalmente chega às vias de fato, tudo acontece rápido demais. É pra frustrar qualquer um. Imagine você ver o começo do filme, todo empolgado, percebendo que tudo indica que será uma produção tão boa quanto o trailer promete. Então o começo vai se prolongaaaando, e quando você começa a querer olhar para o relógio, a parte mais emocionante começa. Só que acaba dali a cinco minutos, sem muita explicação para satisfazer vossos anseios cinematográficos. O pior erro é mesmo na forma como escolheram narrar os acontecimentos depois que os protagonistas começam a jornada em Nárnia. Como exemplo, o personagem que precisa pôr a prova sua coragem acaba não sendo o responsável pela vitória na batalha final, e a redenção do que traiu o grupo é muito simples, o que tira um pouco o brilho da história. Tudo acaba tão “pãns” que parece que a tal profecia então não queria dizer nada.

A história do filme, assim como no livro, tem bastante semelhança com algumas passagens bíblicas. O causo é que C.S.Lewis realmente se utilizou de histórias tiradas de crenças cristãs pra escrever os volumes das Crônicas, “traduzindo” essas histórias em contos para crianças. No caso desse filme, o Novo Testamento: pra quem não sabe, aquela história de Jesus, apóstolos e tudo mais. Tanto é que, em certa parte, é difícil não entender toda a história como uma metáfora, onde as crianças representam toda a humanidade, ainda mais porque elas são chamadas de filhos de Adão e filhos de Eva e de “os humanos” toda hora. É inusitado ver um leão falante fazendo o papel de Messias. Ainda mais quando você não pára de lembrar de O Rei Leão, já que, pros viciados como eu, certas cenas lembram muito esse desenho. Que divertido! Mas isso não é nem qualidade nem defeito, só achei interessante. Mesmo. =D

Então, o defeito está somente no jeito que o roteiro foi desenvolvido, que cortou toda a minha onda, e, pra piorar, quase não tem piadas. Pois é, é um defeitão, mas isso não nos impede de dizer que a trilha sonora é boa (principalmente no começo do filme), que o figurino e a fotografia estão muito bons (mas não excelentes), e que o filme se sustenta principalmente graças às crianças principais. Sim, os atores que interpretam os irmãos Pevensie, apesar de não serem geniais, têm muito carisma, e a fofa Lucy já vale ao menos metade do ingresso. Eu quero ter uma filha igual ela.

Vai daí que “Crônicas de Nárnia” não é um filme ruim, de maneira alguma. Mas acabou virando um filme de férias, daqueles que você vai simplesmente adorar se assistir nas férias, ao lado de pessoas legais. Do contrário, não é aquela superprodução mágica e inovadora que a Disney está querendo tanto que seja. É só um ótimo filme de fantasia, principalmente pras crianças. Pra ser sincera, eu gostei bastante do filme, mas já nem pensava mais nele no dia seguinte, o que é um mau sinal. E quem disse que este é um Senhor dos Anéis para crianças só está certo no quesito “história que se passa em uma terra fantástica e possui cenas de guerra com criaturas feiosas”, porque a produção e a complexidade da história não têm nem dedo de Senhor dos Anéis não.

E, para terminar, a melhor fala do filme: “O que é que andam ensinando nas escolas hoje em dia?”. Ah, se quer entender o contexto, só assistindo. ^_^


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