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Artigo adicionado em 15/12/2005, às 01:28

ADULT SWIM
Agora você tem alguma coisa pra fazer nas noites de fim de semana! É hora da vingança. Apesar de ainda existir muita gente nesse planeta que ainda acredita piamente que desenhos animados são coisa de criança, alguns nerds poderosos (ok, nem tão poderosos assim) se esforçam para mostrar que isso não é verdade, e que […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


É hora da vingança. Apesar de ainda existir muita gente nesse planeta que ainda acredita piamente que desenhos animados são coisa de criança, alguns nerds poderosos (ok, nem tão poderosos assim) se esforçam para mostrar que isso não é verdade, e que dá sim pra juntar personagens desenhados com um humor mais adulto e alguns eventuais palavrões sem o menor problema. Daí que o Cartoon Network também resolveu fazer a parte dele, selecionando animações com um teor menos infantil e criando o bloco chamado Adult Swim. Isso nem foi um passo assim tão ousado por parte do canal, já que, de acordo com as pesquisas de audiência, o Cartoon lá nos Estados Unidos tem um 1/3 de público formado por adultos entre 18 e 34 anos. Número maior até mesmo que o de outros canais não muito animados, como A&E Mundo e Discovery Channel, pra você ter uma idéia. Então, lá nas paragens bushinísticas, o Adult Swim aportou, mais precisamente em 2 de setembro de 2001, trazendo algumas sensacionais produções do próprio canal e outras emprestadas de estúdios forasteiros. E agora, para nossa felicidade, em outubro de 2005, os brasileiros foram agraciados com essa novidade, que está passando no Cartoon Network às sextas, sábados e domingos, entre às 23h e 5 horas.

Para quem está curioso: “Adult Swim” é o nome em inglês para aquela parte da piscina que é mais funda, e não “dá pé” pras crianças. Sagaz, não? E aí você se pergunta: é realmente adulto, com conteúdo impróprio para menores de dezoito anos, como é anunciado em todo início de programação? Eu diria que não exatamente. Claro, é um humor nonsense e/ou que trata de temas que atraem muito mais às pessoas mais velhas, mas também não espere ver animações eróticas ou com ultraviolência nesse tal bloco adulto. Eu diria que o conteúdo seria impróprio para menores de 12 anos (ou então 14, como o é nos Estados Unidos), principalmente porque os mais novos não vão sacar alguns desenhos, e só isso. Uma coisa legal, que foi um grande passo na dublagem brasileira, é que finalmente eles traduziram os palavrões de verdade, sem modificar as falas dos personagens com expressões interessantes como “seu canalha bobalhão” ou “seu maldito filho da mãe”.

Se quiser conhecer um pouco da sinopse ou das curiosidades dos desenhos que compõem a programação do Adult Swim aqui no Brasil, leia a seguir. Senão, leia mesmo assim, porque não escrevi isso aqui de bobeira, seu canalha bobão maldito filho da mãe.

:: HARVEY, O ADVOGADO

Desde Space Ghost de Costa a Costa o Cartoon Network conserva o saudável hábito de pegar personagens antigos da Hanna Barbera e tirar uma onda com a cara deles, os transformando em criaturas infames como apresentadores de talk shows de segunda… ou advogados. E, como você pode imaginar, isso fica simplesmente hilário. É o caso desse desenho, onde o incrível Homem Pássaro trabalha como advogado, ao lado de seu falcão-escrivão Vingador. O personagem defende casos de outros antigos desenhos da Hanna Barbera, e tenta vencer audiências onde os advogados de defesa geralmente são antigos vilões do herói, e os juízes se alternam entre personagens ainda mais bizarros. Um deles, aliás, costuma vomitar coisas sem sentido, e gosta de chamar Harvey de “Passarinho”. Entre os clientes do Homem Pássaro, destacam-se a família Quest, brigando pela guarda de Johnny e aquele seu amigo do turbante, Salsicha e Scooby, acusados de usarem maconha, e Catatau, hoje transformado em um ferrenho ativista ambiental. Assim como as outras produções genuínas do Cartoon Network, “Harvey, O Advogado” é uma sucessão de piadas sem sentido algum, coisa que eu acho simplesmente genial. Só não é um dos meus favoritos por causa das inúmeras referências àquelas animações antigas. Porque eu não gosto de muitas delas. E sei que vou apanhar por causa disso.

Os criadores, escritores e produtores da série são Erik Richter e Michael Ouweleen, que é o vice-presidente do Cartoon. O piloto de “Harvey, O Advogado” ficou pronto em 2000, antes de sequer se ouvir falar em Adult Swim. Um ano depois, o primeiro episódio foi ao ar, e o desenho continuou a ser produzido normalmente. Ele tem só 15 minutos de duração, e sua temporada mais nova estreou nos EUA em 24 de julho de 2005. A primeira temporada foi feita com animação tradicional, mas a partir da segunda, os animadores notaram que precisavam economizar tempo e passaram a fazer tudo em Flash. Muito espertinhos, já que deixaram tudo muito mais rápido, mais prático e mais barato. E, cá entre nós, ninguém está assim tão interessado em “qualidade Pixar” quando se trata de uma animação de 15 minutos cujo protagonista é o Homem Pássaro de terno.

:: AQUA TEEN – O ESQUADRÃO FORÇA TOTAL

Aqua Teen conta com a dupla honra de ser ao mesmo tempo o mais queridinho desenho do Adult Swim norte-americano e o possuidor do título com a tradução mais infame do Adult Swim brasileiro. Mas essa do título não importa tanto assim, já que “Aqua” e “Teen” não têm absolutamente coisa alguma a ver com a série, que não possui adolescentes e tem baixo teor de umidade. Os protagonistas são Batatão, Mestre Shake e Almôndega, três itens de fast food gigantes, falantes e com poderes especiais: o pacote de batatas fritas solta raios de seus olhos, o copo de milk shake consegue soltar um pouco de milk shake de seu canudo quando está zangado e o bolo de carne com voz irritante consegue se transformar em um iglu, em um cachorro quente, e, ocasionalmente, no presidente Lincoln carregando uma katana. O vizinho dessas aberrações é Carl Brutananadilewski, um cara solteirão não muito feliz com a vida que leva. Esse argumento, recheado de falas hilárias e personagens muito bem feitos, foi o que contribuiu para o sucesso do programa nos States. É tão insano quanto parece, e ainda possui um cientista maluco que não tem nada a ver com a série. Aliás, com o passar dos episódios, dá pra perceber que os roteiristas fogem cada vez mais da idéia original, mas isso não teve um resultado ruim até agora.

Esse plot insano só poderia ter saído da mente doentia de David Willis (também a voz de Almôndega e de Carl na versão original) e Matt Maiellaro – que já trabalharam em Space Ghost de Costa a Costa – e dos estúdios do Cartoon Network, novamente. A idéia original surgiu durante uma reunião de discussão para um episódio do talk show do Space Ghost e depois foi melhor desenvolvida até chegar ao que temos agora, em 2000. Mas, nesse ínterim, os três personagens chegaram a aparecer em um episódio de “Space Ghost de Costa a Costa”, e já ficaram populares. Seu primeiro episódio oficial foi ao ar em 16 de setembro de 2001, e a série continua sendo produzida, com a quinta temporada tendo previsão de estréia por lá em dezembro de 2005. O estúdio responsável por essa animação é o Williams Street Studios, uma divisão do Cartoon Network que também produz os meus outros dois desenhos favoritos do Adult Swim: O Show do Brak e Laboratório Submarino 2021.

Na dublagem em inglês, os escritores e os dubladores usaram uma técnica já conhecida em programas como Segure sua Onda, onde o roteiro contém apenas a linha central da história e alguns diálogos básicos, deixando todo o resto por conta do talento em improvisação dos atores-dubladores. Isso deixa tudo muito mais natural, e é bastante divertido. Mas, claro, esse processo só acontece na dublagem em inglês, que é feita antes do desenho ser animado. Aqui, a dublagem em português está genial, graças principalmente à direção de Guilherme Briggs, ao eterno Pinky Alexandre Moreno (sempre, sempre genial) como o Mestre Shake, Marcelo Garcia como o Batatão e Mauro Ramos como Carl.

Aqui uma curiosidade interessante pro público brasileiro: os intervalos do Adult Swim são repletos de vinhetas, que são frases com piadas ou comentários idiotas escritos em branco sobre um fundo preto. Lá em sua terra original, os caras que escrevem essas vinhetas por vezes fazem referências a comentários encontrados na Internet, em fóruns e comunidades sobre os desenhos (aqui na América Latina já começaram a fazer isso, usando algumas coisas mencionadas no Orkut). Certa vez, um detrator escreveu em um fórum algo sobre o Aquateen com a seguinte grafia: “teh s uck” (provavelmente querendo dizer “they suck”), e os roteiristas se apropriaram desse termo para todo o sempre, o utilizando em vinhetas, e finalmente introduzindo a frase no próprio desenho animado. O vilão em 2D Ignignokt vive se referindo a outros vilões do Aqua Teen como “teh s uck”.

“Aqua Teen Força Total” também virará um filme, que vai sair nos cinemas (só lá fora, provavelmente) no primeiro semestre de 2006. A película terá 80 minutos, custou 750 mil dólares e terá participações especiais de nomes como Bruce Campbell.

:: PROJETO CLONAGEM

Essa é uma dentre várias séries do Adult Swim que mostra a vida medíocre de adolescentes estudantes. Com a diferença de que os estudantes de Projeto Clonagem são clones de pessoas famosas que já morreram, como os protagonistas Gandhi, Joana D’Arc, Cleópatra, John Kennedy e Lincoln. Esses clones fazem parte de um incrível plano secreto do governo: o propósito era fazer um exército de clones para fortalecer o exército norte-americano, mas o diretor da escola onde estudam as duplicatas, que tem como assistente um robô, tem outros planos, que incluem a criação de um divertido parque temático sobre clones. A princípio, a idéia do desenho parece até ser interessante, mas o é pouco explorada, deixando a história muito centrada nas tentativas da alternativa Joana D’Arc em chamar a atenção de Lincoln, que prefere arrastar a asa para a Cléo, que, como a original, é uma garota bastante “dada”. As piadas quase sempre ficam presas no fato dos clones possuírem alguns traços de personalidade bem diferentes do original, e é isso. Apesar de não ser o horror, acho esse o desenho mais fraquinho do bloco Adult Swim – depois de Colégio Bromwell, é claro. Mesmo assim, conheço bastante gente que gosta, então o causo deve ser algo pessoal mesmo.

“Projeto Clonagem” foi produzido pelo estúdio Nelvana do Canadá e pela MTV norte-americana, e durou entre novembro 2002 e março de 2003, com um traço bem parecido com o saudoso Sheep na Cidade Grande. O desenho não foi oficialmente cancelado, mas se mantém em um hiatus infinito desde essa data. A criação e a produção foram por conta de Phil Lord e Chris Miller, que também faziam várias vozes de personagens.

A Índia, até certo ponto compreensivelmente, não gostou muito da imagem que os ianques deram ao Gandhi do desenho animado, mesmo ele não tendo sido exibido no país. E no dia 30 de janeiro de 2003, não muito compreensivelmente, umas 150 pessoas, incluindo membros do parlamento indiano, fizeram greve de fome como forma de protesto contra a animação. A MTV respondeu pedindo desculpas e alegando que o desenho era direcionado ao público americano e estava ciente de que seria visto com outros olhares por pessoas de diferentes culturas.

:: COLÉGIO BROMWELL

Imagine um colégio público com professores de matemática com sua formação máxima em um curso de encanador por correspondência, alunos de ginásio que não sabem ler, e infra-estrutura precária. Não foi muito difícil imaginar, né? A diferença é que o colégio fica em Londres e possui alunos imigrantes do Terceiro Mundo. As personagens principais Latrina, Keisha e Natella são meninas nada delicadas (uma delas, por exemplo, tem tendências incendiárias) que na versão em inglês falam em um linguajar tenebroso: um inglês com o mais forte sotaque e acento de subúrbio que você já ouviu. Não sei se essa diferença cultural vai ajudar muito a que os brasileiros gostem tanto do desenho. Eu particularmente acho bastante nhé. Talvez a gente não ache muita graça em professores corruptos e alunos com um ensino porco, né não?

A produção é meio canadense-meio inglesa, feita pela Hat Trick Productions e Decode Entertainment. O engraçado é que a série passa lá nos Estados Unidos em um bloco de animações adultas de outro canal (o Teletoon) e seus produtores agem como verdadeiros concorrentes do Adult Swim. A animação continua sendo produzida, e ainda está na primeira temporada. Será que vai longe?

:: BOB E MARGARET

Bob e Margaret é provavelmente a animação-sitcom mais inglesa que existe. Narra a vida comum de um casal comum (ele, dentista e ela, podóloga) que passa por situações comuns. Mas sempre com aquele humor inglês que todo mundo gosta. Quer dizer, que todo mundo sensato deveria gostar, ao menos. Os dois são cheios de manias, e sofrem com as visitas em casa, os sobrinhos malas, os vizinhos incômodos e os colegas de trabalho, assim como eu e você. E, assim como eu e você, possuem nariz de batata. Tá bom, tá bom, assim como eu, apenas. É um dos mais longos do bloco (e passa todo santo dia, o que dá ainda mais impressão do desenho ser eterno), e, apesar de ser um sitcom inglês, é só divertido. Vale dizer que infelizmente é um dos poucos desenhos que ficam mais divertidos no som original. E mesmo assim continua meio enjoativo.

A série é baseada em um curta com os dois personagens que foi feito nos anos 90, tinha 12 minutos de duração e ganhou o Oscar de melhor curta-metragem em 1995. Então foram produzidos vários episódios, ironicamente, em terras não inglesas. O estúdio responsável pelo programa era o canadense Nelvana, embora os roteiristas fossem, adequadamente, ingleses. Aliás, além de ingleses, marido e mulher, que atendem pelo nome de David Fine e Alison Snowdenwere (essa última, também dubladora de Margaret). Com o tempo, mais precisamente 26 episódios depois, o pessoal da Nelvana começou a se revoltar, e quis transformar o programa em algo mais canadense e menos inglês. A outra metade dos 52 episódios totais, então, se passou em Toronto, quando o casal protagonista se muda de país e passa a enfrentar as diferenças entre um lugar e outro. Mais uma coisa que nem sempre ajuda os brasileiros, principalmente quando um personagem começa a tirar uma onda com a pronúncia do inglês de outro, e outras coisas bem desconhecidas aqui nas terras latinas. Os escritores não aprovaram a mudança, e continuaram a participar da produção apenas servindo como consultores.

:: O SHOW DO BRAK

Aqui é meu momento de declaração de amor total e incondicional ao Brak, ao Zorak, e principalmente aos criadores da série. Podem me chamar de exagerada, mas essa é uma das animações mais engraçadas já criadas nos últimos tempos. Porque é simplesmente a história da pacata vida suburbana levada pelo vilão do Space Ghost chamado Brak e seu amiguinho gafanhoto Zorak. Brak é um menino-ET-vilão inseguro e vive com seus pais Pai e Mãe. A mãe é uma criatura da mesma espécie que o filho, enquanto o pai é um humano pequenino. Sim, ele bate mais ou menos na cintura do filho, e nada é comentado a respeito disso. Os roteiros são lindamente absurdos. Um deles, por exemplo, tem até um Dom Pixote comedor de narizes como figurante. E o Brak é o personagem mais perfeito da história dos personagens de todos os universos já existentes até então. Ah é.

Claro que é uma produção do Cartoon (não, amiguinho, eu não ganho jabá do Cartoon pra escrever isso. Infelizmente ^_^) através do Williams Street Studios, e os responsáveis são Jim Fortier e Pete Smith, que também trabalharam em “Space Ghost de Costa a Costa”, pra variar. Cada episódio dura 15 minutos, tempo certinho para que o nonsense não chegue a enjoar. Sua estréia foi em setembro de 2001, mas foi deprimentemente cancelado em meados de 2003. Curiosidade final: em um especial de fim de ano do Adult Swim, houve um crossover entre essa animação e “Aqua Teen: Esquadrão Força Total”. Nesse episódio, Batatão se encontra com o vizinho-robô de Brak, o Thundercleese, e descobre que é seu pai. Isso porque, na vida real, ambos são dublados pela mesma pessoa.

:: LABORATÓRIO SUBMARINO 2021

Há muito tempo atrás, em uma galáxia muito muito distante existia uma animação chamada Laboratório Submarino 2020. Era o ano de 1967, e esse havia sido o primeiro desenho animado a tratar de um assunto mais ecológico, com dicas ambientais, temas politicamente corretos e personagens de diferentes nacionalidades e etnias interagindo entre si. Mais ou menos como um pai do Capitão Planeta. Mas, mal sabia o seu criador Alex Toth que, uns 35 anos depois, seu nobre desenho iria cair nas mãos de pessoas sem pudor que transformariam a tripulação do submarino em criaturas insanas e sem o mínimo senso de noção das coisas. O plot é exatamente esse: a tripulação do submarino passou um ano presa dentro dele e começou a ficar louca. O resultado: Laboratório Submarino 2021. A tripulação é composta pelo capitão Hank Murphy (com uma dublagem muito engraçada do Guilherme Briggs), Faísca, Dr. Quentin Q. Quinn, Derek Tempestade e Marco Rodrigo Diaz de Vivar Gabriel Garcia Márquez.

Outra dose de nonsense para as noites cartoonísticas. Se você está acostumado com várias piadas de duplo sentido e falas sem lógica alguma, não é nada difícil gostar do desenho. Esse também é um dos meus favoritos, embora eu ainda prefire o grau de nonsense do “Show do Brak”. “Laboratório Submarino” é outra produção Williams Street Studios (Cartoon Network) ao lado dos estúdios 7030, que já foi cancelada nos Estados Unidos no início de 2005 pelo próprio 7030, depois de cinco temporadas.

Em 2003, o dublador original do capitão Murphy, Harry Goz, morreu de câncer, e o personagem deixou de existir, com a explicação de que ele foi lutar em uma guerra. É substituído, então, no meio da temporada, pelo capitão Bellerophon Tornado Shanks, um ex-técnico de futebol que decide ser o capitão do submarino após ver um anúncio nos classificados do jornal. Ele tem a voz de Michael Goz, o filho do dublador anterior.

:: OS UNIVERSITÁRIOS

Os Universitários é um desenho animado cheio de personagens nerds de todos os tipos. Na verdade ele se passa na universidade, como o próprio nome diz, e traz toda a fauna que pode ser encontrada em uma faculdade, desde o porco chauvinista Rocko Gambiani até o nerd-master Justin ‘Gimpy’ Taylor, passando pelo retardado pega-todas Cal Evans e pelo protagonista perdedor Parker ‘Nitz’ Walsh. Apesar da idéia não ser nada nova, até que os episódios são bastante divertidos. A série estreou na MTV norte-americana em 2001, e só teve treze capítulos, pois foi sumariamente cancelada pelo canal, sob a alegação de que os personagens não eram bem explorados, que o timing cômico era muito ruim e que a dublagem em inglês era pior ainda. Seu criador, Pete Williams, não deve ter ficado muito feliz com isso, ainda mais porque era ele quem dublava grande parte dos personagens do desenho. O personagem Nitz é baseado nele, que teve a idéia original da série quando estava na faculdade, com 19 anos. Como curiosidade: a música tema do desenho é da banda Good Charlotte.

:: MISSION HILL

Mission Hill já é um velho conhecido das pessoas que costumavam assisti-lo no SBT há alguns anos atrás. É sobre Andy French e seu irmão adolescente chato e com tendências nerds, Kevin, que dividem a mesma casa, longe dos pais, junto a dois amigos. A história gira em torno da dificuldade de Andy em continuar em seu emprego e suas brigas com o irmão mais novo, cuja maior dificuldade é se relacionar socialmente. Possui vários personagens extras, entre eles um casal de homens gays maduros que é tratado com respeito pelos roteiristas da série, o que lhes garantiu um prêmio de uma organização de defesa dos gays, nos Estados Unidos. Aliás, é curioso saber que “Mission Hill” foi o primeiro desenho animado a mostrar um beijo gay, mas ninguém notou, já que não é uma série de tanto sucesso.

A estréia de “Mission Hill” foi em 1999, na Warner. E, apesar de só ter contado com 13 episódios, o desenho foi reprisado e se tornou cult. Agora passa no Adult Swim aqui e lá nos Estados Unidos. É um rebento de Bill Oakley e Josh Weinstein, que já trabalharam em Os Simpsons. E não há muito o que ser falado, já que acho os Frenchs uns carinhas de cabelo azul muito malas.

:: FILMES CASEIROS

E o que sinto pelos French é totalmente o oposto do que sinto pelo Brendan Small, o protagonista dessa série – um garoto que é como qualquer outro: é ruivo, tem oito anos e quer ser um cineasta. Mora com sua mãe solteira e uma irmã bebezinha e sai pela rua com seus dois amigos da mesma idade, Melissa e Jason, filmando os episódios de sua empolgante vida. Os dois tios que encabeçam a produção são Brendon Small – sim, xará do personagem principal, que é dublado por ele, além de Brendon ser o compositor das músicas da série – e Loren Bouchard, que era produtor do desenho Dr.Katz. Coincidentemente (ou não), Filmes Caseiros carrega algumas semelhanças com “Dr.Katz”, principalmente no estilo de animação e de roteiro: ambos utilizam a mesma técnica de “Aqua Teen”, em que o roteiro é livre para que os dubladores improvisem como quiserem; e nesse caso é bem mais visível – ou, eu diria, audível: o desenho é totalmente baseado no diálogo dos personagens, e este é absurdamente natural. Isso deve ter exigido pacas dos dubladores nacionais, e eles conseguiram se virar muito bem. É um desenho pra quem tem paciência de ver coisas cheias de diálogos, como os filmes do Woody Allen. Quanto à animação, inicialmente era feita igual à do Dr.Katz, utilizando uma tecnologia chamada Squigglevision, que é muito mais rápida e barata que a tradicional, e deixa o desenho meio chuviscadinho. Mas, nas temporadas seguintes, escolheram utilizar o ainda mais barato Flash, principalmente para se diferenciar do anterior.

“Filmes Caseiros” foi lançado nos EUA dia 26 de abril de 1999, passou por alguns canais canadenses, e por fim aportou no Adult Swim estadunidense, tornando-se um dos mais populares do bloco no país. Mesmo assim, o Cartoon cancelou o programa em 2004. Curiosidade: não é só o protagonista que possui o mesmo nome que seu dublador. Quase todos os personagens do desenho são xarás dos atores. Divertido a valer, né?

Mas ainda tem mais, muito mais. Além desses desenhos, desde o início de dezembro, o Adult Swim está reprisando aquele que ninguém imaginava que iria retornar, o “Space Ghost de Costa a Costa”. Além disso, as animações nacionais curtinhas baseadas em tirinhas de autores brasileiros, que formavam o Cartum Netiuorque agora se mudaram para o bloco adulto, com algumas novidades. Agora você não precisa mais reclamar se seus amigos não te chamaram para ir à balada nesse sábado. Ou que você não tem amigos pra te chamarem para ir à balada nesse sábado. Vá assistir Adult Swim. Esses dias me disseram que era o cúmulo da deprimência passar a madrugada assistindo ao “Show do Brak”. Então eu disse: vocês são ridículos. Eu odeio vocês. E comi o nariz deles e saí correndo sem olhar para trás.


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