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Artigo adicionado em 25/11/2005, às 01:28

Review: HARRY POTTER AND THE GOBLET OF FIRE
Leia o livro. Veja o filme. NÃO JOGUE O JOGO LEIA MAIS: :: Leia a crítica do filme Harry Potter e o Cálice de Fogo :: Prevendo o futuro com Sibila Trelawney :: Zarko avisa: Harry Potter, eu não gosto de você! :: Crítica: Harry Potter e a Pedra Filosofal :: Crítica: Harry Potter e […]

Por
Os Master


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Escritório da Eletronic Arts; Designer de Produção e Diretor de Games conversando.

– E aí chefinho, vamos começar o novo game do Harry Potter?
– Harry Potter?
– É, aquele da varinha. O que é britânico.
– Ah, sim, sim, vamos. E o que você acha que devemos fazer?
– Bom, poderíamos fazer o mesmo dos jogos anteriores, que eram legais e mantinham alguma coisa do espírito da série. E você?
– Bom, eu acho que poderíamos copiar algum sucesso nosso de outra série. Tipo aquele… aquele… “O Dono Das Alianças”.
– “O Senhor Dos Anéis?”.
– Isso, isso mesmo.
– Num sei hein…

Potter. Harry Potter. Você já ouviu falar dele. Sucesso de vendas, no cinema, nas livrarias e, porque não, nos games. Até agora, seis livros de sucesso, quatro filmes de sucesso e três adaptações para os games de considerável sucesso, de qualidade mediana, que conseguiu agradar fãs da série.

“Year four begins”. Com o novo filme, Harry Potter e o Cálice de Fogo, prometendo ser aquele arrasa-quarteirão, é bem normal um game aparecer para os principais consoles. O que não é normal é pegarem uma fórmula que não casa muito bem com o tema, jogar fora um formato que tinha sido a salvação dos outros jogos, unir a uma jogabilidade fajuta, uma narrativa nula, uma inteligência artificial xexelenta e entregar um jogo bonito, mas que não diverte.

– Mas porque jogaram o formato fora? Ele era tão legal!

A história, caso você não saiba, é sobre Harry Potter voltando a Hogwarts para o quarto ano de aula, quando acontecerá o Torneio Tribruxo, cheio de perigos, aventuras e dragões. Mistérios, intriga e um final surpresa aguardam o bruxinho.

A mudança de formato até tem uma “explicação”, e é “por causa da história”. Nos dois últimos games da série, você tinha Hogwarts à sua mercê. Podia andar e voar pela escola livremente, presenciando eventos dos filmes (e até eventos dos livros que faltaram aos filmes), evoluindo, aprendendo feitiços, etc. Neste novo jogo, você tem fases. Tem que recolher “Escudos de Tribruxo” para abrir mais fases, tem umas fases bônus aqui e ali… Ora, por que fazer isso? Hogwarts livre não é bem melhor? Eu não assisti o filme ainda, mas fontes confiáveis que já assistiram me contaram que o filme é praticamente todo sobre o Torneio Tribruxo, deixando de lado muito das aulas e da vida acadêmica dos personagens, melhor narrada no livro.

Sendo assim, um jogo mais focado em ação, e nas próprias tarefas do torneio se torna uma escolha até lógica. O problema é que, ao invés de criarem um jogo inovador, simplesmente tentaram encaixar o jeitão dos esplendorosos sucessos da Eletronic Arts, Lord Of The Rings: The Two Towers e LOTR: The Return Of The King (jeitão já devidamente copiado pela LucasArts no Star Wars Episode III: Revenge Of The Sith). Ou seja, um “passe pela fase matando os monstros”, com variantes “potterianas”. Você tem que conseguir itens, aprender dois ou três feitiços novos, mas isso são detalhes. Você tem um botão para feitiços de ataque, um para magias específicas para certos obstáculos, um para atrair itens (Accio!) e um para um modo temporário, que deixa os personagens mais fortes. E na maioria das vezes, é só ficar apertando o botão de ataque sem parar. Os gamers teriam ganhado bem mais com uma idéia inovadora, ou simplesmente se tivessem mantido aquele formato “free roam”. Talvez tivessem que adaptar mais partes do livro no game com isso, mas valeria a pena. Nem adaptaram bem do filme! O game é uma junção de possibilidades jogadas fora. Olhe a fase do dragão, por exemplo.

:: THE CHOSEN, ANTES DE CHEGAR NA FASE DO DRAGÃO…

“Poxa, este game está me decepcionando. Ao menos tá chegando a fase do dragão! Era o maior legal no livro, e dizem que é um momento bacanésimo do filme! Como será que é? Roubar o ovo, esquivar do dragão…”

AH! Necas de pitibiribas! A fase do dragão é UMA CORRIDA. É o Potter na vassoura atravessando cenários. Nem é uma corrida contra o dragão, ele só fica voando em volta jogando fogo. Possibilidade jogada fora, definitivamente.

:: CONTROLAR OS TRÊS AO MESMO TEMPO? ESQUEÇA

Ao entrar nas fases, você escolhe entre os três principais personagens: Harry , Rony e Hermione. Não há praticamente nenhuma diferença entre eles. Depois de um tempo você pode equipá-los com Cards que adicionam uns bônus interessantes, mas é só. Controlando um deles, você é “ajudado” pelos outros dois. Aqui está outra grande falha do game: não só o estilo anterior, de trocar de personagem no meio do game, era bacaninha, no novo jogo os seus ajudantes às vezes te atrasam e até te atrapalham. Não acontece toda hora mas, quando acontece, irrita. Isso foi também feito para que o jogador pudesse jogar junto com alguém, no segundo controle. O que ajuda um pouco, porque ao menos um dos personagens extras não vai ficar fazendo besteira.

Logo de primeira você vai perceber uma certa relutância dos personagens de seguir os seus comandos. Não é só aquele sentido “Lara Croft” de atraso no movimento, com o qual você logo acostuma. É a confusão que você fica quando aperta um botão para, por exemplo, levantar uma pedra (Wingardium Leviosa!), e o personagem não faz nada, e você não entende muito bem o porquê.

:: O PIOR É QUE O JOGO É ATÉ BEM FEITINHO…

O jogo é bonito, sim. Os gráficos são muito bem detalhados e limpos, com animações legais (pelo menos dos personagens principais) e com cenários bastante inspirados. A cena do dragão, mencionada antes, mostra como os designers e artistas malharam para fazer um trabalho bem feito. O desafio do lago é um show de luz, formas e design de fase. Outro ponto bem feito do game é a trilha sonora, que traz músicas “John-Williams-free”, aparentemente criadas para o próprio jogo. As vozes estão na medida, parecem muito com a voz dos atores. A física do game também impressiona às vezes. Use a levitação de pedras enormes para jogar uma na outra e você verá elas se comportarem de uma maneira bem realista.

Ah, é só para constar: você pode ter lido por aí que o ator Ralph Fiennes , um gamer convicto (Yey!), se entusiasmou com a idéia de gravar sua voz para a versão de Você-Sabe-Quem no videogame. Bem… Com tanta gente elogiando a atuação dele no filme, (a crítica americana, pelo menos), é de se impressionar que sua participação seja tão xoxa e sem personalidade. Sabe… Nem reconheci a voz dele. É tão sem graça…

É difícil compreender. Um game que contém, aparentemente, tanto esforço nas áreas estéticas e técnicas literalmente caga na concepção, e isso derruba o jogo. Sem falar que este é um game no qual a história deveria ser algo importante, e não “cacos de narrativa atirados ao jogador”. Se você não conhece nada da história, não vai ficar conhecendo pelo jogo. Antes, existia um narrador, que contava a história. Agora é simplesmente um maluco caolho que te manda fazer isso e aquilo, e depois passeios por ambientes diferentes com alguma coisa explicada pelo Dumbledore entre as fases.

Veredicto final? Uma enorme decepção. Pode muito bem se a maior do ano. Talvez alguns fãs possam gostar, mas se você quer um game bom, tem muitas outras opções para o fim de ano: Shadow Of The Colossus, Resident Evil 4 (agora finalmente lançado para PS2), o Dragon Quest novo, o X-Box 360 chegando… Quem procura acha. E para esse game do Potter? AVADA KEDAVRA!


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