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Artigo adicionado em 23/11/2005, às 07:53

HARRY POTTER, eu não gosto de você
Vamos precisar de outro Zarko! LEIA MAIS: :: Leia a crítica do filme Harry Potter e o Cálice de Fogo :: Prevendo o futuro com Sibila Trelawney :: Saiba tudo sobre o game Harry Potter and The Goblet of Fire :: Crítica: Harry Potter e a Pedra Filosofal :: Crítica: Harry Potter e a Câmara […]

Por
Leandro "Zarko" Fernandes


LEIA MAIS:
:: Leia a crítica do filme Harry Potter e o Cálice de Fogo
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Todo mundo aí conhece aí o slogan d’A ARCA, certo? Quem não conhece, conhecerá agora: A ARTE EM SER DO CONTRA. E foi justamente por isto que este ser nefasto chamado Zarko foi contratado por este glorioso núcleo nerd. Afinal, eu sou tão do contra que consigo destoar até mesmo dos meus caríssimos colegas nerds. O El Cid achou maior legal e resolveu me contratar. Com isto, A ARCA ganhou mais um usuário (mamãe :-D) e eu, um monte de e-mails “carinhosos”. 🙂

Ok, não chego a ser tão louco a ponto de afirmar que gosto do Batman de Joel Schumacher (como vai, Srta.Ni?), porque, pra mim, assistir “Batman & Robin” e rasgar nota de 50 reais é a mesma coisa. Entretanto, não vou negar que eu mesmo me espanto com algumas opiniões vindas da minha pessoa. Tem o lance de não curtir Star Wars, os filmes bizarros que adoro… já aproveito e adianto que, até o momento, o melhor filme do ano de 2005 (que contou com jóias como Batman Begins e Sin City), na minha opinião, é um drama co-produzido entre a Alemanha e a Turquia, que conta a história de dois amantes suicidas e é narrada por um grupo de instrumentistas árabes (!!!). Sentiu o drama do sujeito aqui, não?

Por ser tão diferente dos demais, e também aproveitando o frenesi por conta do filme-evento de novembro (que todos sabem qual é), aproveito este espaço para falar de um assunto beeem delicado. Assim, confesso sem medo de represálias:

Eu não gosto de Harry Potter.

(pausa para que você, leitor, possa me xingar, me amaldiçoar, colocar meu nome na boca do sapo, despachar uma galinha preta em minha, er, “homenagem”)

Tá, o que acontece é o seguinte: não chega a ser um óóóódio mortal. Só não gosto mesmo. Acho fraco, acho clichê, acho mais do mesmo. E acho (todos bebendo suco de maracujá neste momento) bem chatinho, por favor. Simplesmente não consigo entender por quais razões o tal bruxinho inglês, suposta “criação” de uma senhora britânica chamada J. K. Rowling, é tão amado e adorado por milhões de pessoas. Desculpem os fãs, mas… o negócio não tem graça, meu! E sim, a meu ver, Harry é um dos personagens mais manés da história da literatura. Simplesmente um chute nas bolinhas de gude. Enfim, acho que a tal lenda urbana que diz que Rowling fez um pacto com o cramulhão deve ser verdadeira, pois o livro é bem sem sal.

Como eu sei que muita gente vai me xingar e descer o cacete na minha caixa de mails, e tenho consciência de que esta matéria será linkada e zoada por uma centena de blogs e fotologs de miguxos e miguxas xiitas obcecados pela série, digo logo que não estou nem aí para esta espécie de atitude imatura. Claro que estamos falando da MINHA opinião. E isto não significa que eu sinta um desejo obscuro e doentio de não me aproximar ou de querer mudar o ponto de vista de qualquer um. Não me dói tanto notar que existem zilhões e zilhões de cinemas exibindo Harry Potter e o Cálice de Fogo, enquanto pelo menos uma salinha poderia fazer a alegria daquela minoria que gostaria, só pra variar um pouquinho, de assistir outra coisa que não fosse isto. Também não quero morrer quando vejo TODOS à minha volta falando sobre Harry Potter e seus amiguinhos bizarros.

Eu não gosto, meu ponto de vista não mudará nada, então que ninguém me encha o saco e deixe-me viver minha própria vida. É isso aí, a arte em ser do contra! 😛

Enfim, eu, como nerd-cinéfilo-viciado em livros que sou, sei e pratico a ideologia de que cada um tem o direito de gostar ou não daquilo que lhe convém. Respeito acima de tudo, não é mesmo? Mas realmente não consigo enxergar na obra de Rowling e muito menos nos filmes a tal “profundidade emocional” que os fãs de “Harry Potter” insistem em ressaltar.

Apesar de tudo, já tive contatos (bastante infelizes, por sinal) com o tal “universo” de Potter. Comecei a ler A Pedra Filosofal há um tempo atrás – e parei depois da 40.ª página, com aquela sensação de “hummm, já vi isto em algum lugar…”. Tentei assistir o primeiro filme mas, pra falar a verdade, não me atraiu em nada. E quando enfrei uma sessão de O Prisioneiro de Azkaban, dormi nos minutos iniciais e só acordei com os créditos de encerramento.

Pode ser que esta indiferença ao fenômeno “Harry Potter” seja mesmo uma antipatia nada a ver – e se realmente fosse, estaria no meu direito de curtir ou não aquilo que eu bem entender. Mas sim, há alguns fatores que contribuem para o meu, ahn, “desamor” para com o bruxo:

:: O fator “J. K. Rowling não é um gênio nem aqui e nem na Conchinchina”
Quando estourou o boom J. K. Rowling e sua obra-prima “A Pedra Filosofal” (cuidado: ironia), esperei a poeira baixar e corri atrás de um exemplar do romance, para ver se realmente era tudo aquilo que metade do planeta dizia. E… nada de revolucionário. Nada de inovador. Nada de profundo. Nada de interessante. Uma escrita meio ruinzinha e uma história bobinha já contada outras vezes, de diversas maneiras. Não preciso dizer que fiquei totalmente decepcionado e frustrado, e este sentimento contribuiu para o meu desinteresse com relação aos outros livros. Quem acha que Rowling é boa escritora deveria ler Mark Twain com urgência! E me desculpem, mas não confio em seu suposto talento até ver uma obra fora do universo “Harry Potter”. Tenho certeza que, ao melhor estilo George Lucas, a mulher vai morrer mexendo e remexendo nos livros da saga para ganhar dinheiro e compensar sua falta de criatividade. Na boa, cinco anos depois do futuro lançamento do último volume e do último filme, ninguém mais lembrará de Potter.

:: O fator “Harry Potter nunca será O Senhor dos Anéis”
Já ouvi gente dizer que não curto Potter porque sou um grande fã de J. R. R. Tolkien e seu O Senhor dos Anéis. Grande parte do público associou “Harry Potter” a “O Senhor dos Anéis” por conta de seus cenários e pelas estréias simultâneas de A Pedra Filosofal e A Sociedade do Anel. Esta, meu caros, é uma grande abobrinha. Não há semelhança ALGUMA entre as histórias do aprendiz de feiticeiro e a Irmandade do Anel, assim como Rowling jamais será um Tolkien – a não ser aquele tal elfo doméstico de A Câmara Secreta que, a meu ver, tem semelhanças DEMAIS com o nosso camarada Gollum. E os tais Dementadores de “O Prisioneiro de Azkaban” lembram bastante os Espectros do Anel.

:: O fator “ler a saga não prova nada a ninguém”
Se tem algo que realmente me irrita no mundo pós-Harry Potter é esta mania que as pessoas têm de afirmar com veemência que a literatura de J. K. Rowling despertou nos jovens o gosto pela leitura, como se isto fosse grande coisa. Bullshit! Todo mundo que conheço diz que “aprendeu a gostar de ler ao ler Harry Potter”, mas depois disto nunca mais leu nada a não ser os novos volumes da própria saga. Outro dia, perguntei a um conhecido o que ele leu além de Potter. Nada, respondeu. Quando este pessoal devorar um A Divina Comédia ou um 1984 da vida, eu retiro o que digo aqui. Bah! 😛

:: O fator “qual é o problema em não ter poderes?”
Muitos afirmam que a obra é recheada de metáforas do universo juvenil e afins, e blá blá blá. Se é assim, beleza: por que aqueles que não possuem poderes são renegados ao posto de vilões e/ou perdedores? Até o nome chega a ser ofensivo: trouxa. Não, não sou politicamente correto e não sou daqueles que ficam procurando cabelo em ovo. Mas é algo a se pensar. Os livros da série frisam o tempo todo as maravilhas de ser um bruxo e os trouxas sempre são rebaixados. Se é pra encontrar metáforas onde não existem, continuo defendendo meu ponto de vista com esta bela apologia ao preconceito.

:: O fator “criaturas medonhas”
Este é um mal que aflige 9 em cada 10 longas de fantasia. Pelo amor de Deus, qual é a mente sórdida que elabora a descrição dos bichos estranhos que surgem na saga? E aquele tal de Bicuço? O troço é um dos bichos mais feiosos que já apareceram no cinema! Eu jamais chegaria perto daquele cavalo-pássaro, ou pássaro-cavalo, sei lá. 😛

:: O fator “fãs xiitas tiram o humor de qualquer um”
Explico: acho totalmente ridículo alguém achar-se no direito de ofender, criticar e julgar uma pessoa pelo que ela gosta ou não gosta, tanto com relação ao bruxinho quanto com qualquer outra coisa. Estes dias, encontrei na Internet uma série de blogs que denigrem a imagem da bela Katie Leung, só porque ela interpreta a pretendente de Daniel Radcliffe em “O Cálice de Fogo”. A menina foi chamada de prostituta, ganhou ofensas preconceituosas por conta de sua descendência oriental e chegou até a ser ameaçada de morte! Esta espécie de atitude besta só me faz querer manter distância de “Harry Potter”. E por que cargas d’água os não-fãs de Harry Potter são tão odiáveis assim, na visão de quem gosta? Quem pensa assim deveria procurar no dicionário o significado da expressão livre-arbítrio.

:: O fator “cópia da cópia da cópia da cópia”
O sucesso de vendas de “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, o livro, rendeu uma série de frutos malignos. Vários deles correspondem a subprodutos baratos que plageiam as histórias do bruxinho na cara dura. É um tal de “Fulano e o Enigma de Não-Sei-o-Quê-Lá” e “Sicrano e o Mistério Daquilo-Outro-Lá” que eu vou contar. Cada um pior que o outro! Bem, isto não tem nada a ver diretamente com “Harry Potter”, mas como seu sucesso trouxe estas coisas direto do inferno, a culpa é toda dele. 🙂

:: O fator Chris Columbus
Uma pergunta: como não ter antipatia quando se sabe que o pseudo-diretor responsável pela estréia da franquia no cinema é o mesmo que nos fez ter náuseas com tragédias como Uma Babá Quase Perfeita, Lado a Lado e o horroroso O Homem Bicentenário? Afe. Graças aos céus, Chris Columbus está fora da saga – o que não me faz muita diferença, já que não pretendo assistir nenhum filme da franquia mesmo.

:: O fator Daniel Radcliffe
Neste ponto, até que a escolha do ator para viver o personagem-título funcionou. Pois Daniel Radcliffe consegue ser tão entojado e sem graça quanto seu papel. Sim, as menininhas me odiarão depois desta, mas a verdade é que este bizarríssimo ser, que mais parece um filho bastardo do Boy George, é a encarnação perfeita do personagem visualmente falando. Só que lhe falta… talento. O cara é mau ator, interpreta tão bem quanto a parede da minha casa, é feio, bobo, fedido e xoxolento (!). Com o visual meio “emo” adotado neste último longa, então, ficou a coisa mais linda… socorro! Independente da “beleza” e do “talento incomum” do jovem Radcliffe, ainda acho que a alma da série é mesmo Rony Weasley, o único personagem realmente interessante de todos os livros – embora seu intérprete, Rupert Grint, faça sempre as mesmíssimas “caras e caretas” e seja tão belo e formoso quanto o Príncipe Charles… Ugh!

:: O fator “será que o Harry Potter solicita?”
Tudo bem, este item aqui foi só pra encher o saco. Mas que é engraçado, é. 😀

Enfim, estas são algumas das razões pelo qual não sou lá muito chegado em Harry Potter e seus coleguinhas. Mas gostando ou não, não serei hipócrita em não destacar as muitas qualidades das obras literárias e cinematográficas protagonizadas pelo garoto. Uma destas qualidades é o poder que tem em atrair uma das maiores concentrações de grandes atores e atrizes trabalhando juntos, como o saudoso Richard Harris, Emma Thompson, Gary Oldman, Kenneth Branagh, Maggie Smith e agora Ralph Fiennes. Destaco também o frisson que causa na molecadinha e o enorme incentivo à leitura que a série proporciona. Espero mesmo, de coração, que Harry Potter consiga gerar a mágica de despertar nos jovens o prazer da leitura, tão esquecida com a banalização da mídia hoje em dia.

Agora… corre para o cinema e vá assistir “O Cálice de Fogo”! Eu até poderia assistir, para ver se, desta vez, a titia J. K. Rowling consegue conquistar minha simpatia (embora duvide muito, pois quando não gosto, não gosto mesmo), mas não pretendo sair de casa nos próximos dois meses. Vai que desapareço e surjo boiando em algum canal por aí, cinco dias depois, com a boca cheia de sirizinhos… 🙂


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