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Artigo adicionado em 03/10/2005, às 05:12

RAVNICA: O NOVO BLOCO DE MAGIC
Ideal para Timmies e Johnnies (Aviso: Esse artigo parte do princípio de que o leitor já possui um certo conhecimento do jogo de cartas colecionáveis Magic: The Gathering, não sendo, portanto, o melhor meio para um iniciante tomar conhecimento das particularidades do jogo ) A Wizards of The Coast divide os jogadores de Magic informalmente […]

Por
Os Master


(Aviso: Esse artigo parte do princípio de que o leitor já possui um certo conhecimento do jogo de cartas colecionáveis Magic: The Gathering, não sendo, portanto, o melhor meio para um iniciante tomar conhecimento das particularidades do jogo )

A Wizards of The Coast divide os jogadores de Magic informalmente em três tipos. Timmy é o jogador que olha para o poder bruto de uma carta, mas não se preocupa com os reveses dela. É aquele que abre um pacote, procura pela carta rara e diz “Uau! 800/500! E daí que custa 600 BBBGGG? Meu deck vai ter quatro dessas!”. Claro, o Timmy quer ganhar o jogo, mas ele raramente o faz através de estratégias ou combos. O que ele quer é força bruta – diferente do Johnny, o jogador que prefere fazer combos mirabolantes e desnecessariamente complicados, e prefere jogar a vencer. É comum ver jogadores desse tipo felizes após serem derrotados simplesmente porque seu combo infinito de geração de fichas 0/1 funcionou perfeitamente.

O terceiro tipo de jogador de Magic é o Spike, o jogador de campeonato. Para o Spike, só a vitória importa, nem que para isso ele precise se aproveitar de regras dúbias, combos pouco elaborados, ou qualquer coisa que o juiz ache aceitável. E foi esse tipo de jogador que projetou as mecânicas de jogo do ciclo de Kamigawa, a expansão anterior de Magic. Primeiro ciclo onde todos os seus designers vinham do cenário profissional de Magic, “Kamigawa” se caracterizou por mecânicas sólidas, coerentes e bem desenhadas e, por isso mesmo, pouco surpreendentes, o que prejudicou um pouco um aspecto que empolgou inicialmente os Timmies e Johnnies ao redor do mundo: a temática oriental.

Quem esperava grandes batalhas épicas no melhor estilo de filmes de Samurai e Mangás/Animes foi surpreendido por decks de combos multicores e outras estratégias que acabaram não se focando claramente no ambiente que o ciclo propôs. Uma prova de que Kamigawa teve um planejamento minucioso e controlado é a lista de cartas banidas em campeonatos que pertencem ao ciclo: uma. E banida apenas de partidas em dupla, um contraste brutal em relação ao ciclo imediatamente anterior, Mirrodin, planejado em sua maioria por Johnnies e que teve inclusive terrenos comuns banidos.

Dizer que, por conta disso, “Kamigawa” foi um fracasso, ou mesmo ruim, seria absurdo, principalmente em um jogo que possui um público tão variado quanto o de Magic. Por isso, é ridículo pensar que Ravnica, expansão mais recente a ser lançada em 07 de outubro mundialmente, foi projetada para corrigir “falhas” de “Kamigawa”, mesmo porquê enquanto a primeira série do ciclo oriental estava sendo lançada, “Ravnica” já estava em testes. Mas é evidente a preocupação da equipe de design do ciclo, da qual fez parte apenas um jogador profissional, em fazer um cenário empolgante, mecânicas de jogo que se encaixem no contexto desse cenário e cartas igualmente interessantes.

Ravnica: A Cidade das Guildas

Ravnica é uma cidade-estado, um ambiente puramente urbano, onde diversas facções, as Guildas, disputam o poder. São elas:

Boros Legion: também conhecida como A Legião. Altamente militarista, A Legião é a maior força da manutenção da ordem em Ravnica. Suas cores são o Branco e o Vermelho.

Selesnya Conclave: organizados de maneira igualitária, o Conclave clama pela igualdade entre todos seus membros e é centrada na proteção, elevação espiritual e na vida. Suas cores são o Branco e o Verde.

House Dimir: constituída por assassinos, necromantes e fantasmas, os Invisíveis são encarados por alguns como lenda, mas isso só os torna ainda mais perigosos. Especializados em toda a espécie de truque sujo, suas cores são o Azul e o Preto.

The Golgari: o Enxame. Mas não de abelhas ou outro inseto “positivo”. Os Golgari se assemelham mais às moscas que atacam um cadáver e dele tiram sustento. Encarando a morte como parte da vida, eles são a casa de elfos negros, mortos-vivos e abominações diversas, tudo representado pelo Verde e pelo Preto.

A essa altura quem possui um certo tempo de experiência com Magic vai perceber que o tema por trás dessas Guildas é a combinação de cores, mesmo que entre tradicionais inimigas, como Branco/ Vermelho e Verde/ Preto, como já foi visto no ciclo Invasão. Acontece que o tema foi explorado de maneira mais intensa agora.

Um exemplo: normalmente, uma carta de Magic possui apenas uma cor, que representa o mana que é usado para invocá-la. Cartas Douradas. são invocadas usando mana de duas ou mais cores distintas. Elas voltaram com força total em Ravnica, após dois ciclos de quase que total ausência, mas agora também temos cartas bicolores. Por exemplo, Centaur Safeguard é uma carta que custa 2 manas genéricos e 1 mana branco ou verde, e não importa qual cor de mana você usou para pagá-lo. Ele é considerado uma carta verde e branca. Não é nada, não é nada, mas abre a possibilidade de usar essa carta tanto em baralhos puramente verdes ou puramente brancos, tornando-as muito mais versáteis do que as cartas douradas que só podem ser invocadas através de mana de uma determinada cor.

“Ravnica” também traz de volta os terrenos duplos, que contam como dois tipos de terreno básicos ao mesmo tempo. Ausentes desde as primeiras edições de Magic, os terrenos duplos podem ser usados como planície e montanha, pântano e floresta ou qualquer outra combinação impressa na carta, como em Overgrown Tomb. Alguns podem pensar em usar várias dessas cartas em seus decks, mas é bom ressaltar que o tipo delas é, por exemplo, pântano e floresta, mas não seu nome. Ou seja, você só pode usar quatro delas com o mesmo nome por deck, mas qualquer coisa que se importar com florestas ou pântanos vai notar sua “Overgrown Tomb”. Em outras palavras, ela vai tanto aumentar o tamanho do seu Pesadelo, quanto o poder de sua Blanchwood Armor.

O que vem por aí…

Além de todo esse colorido, “Ravnica” ainda apresenta mecânicas de jogo próprias para cada Guilda: Radiance para Boros, Convoke para Selesnya, Transmute para Dimir e Dredge para os Golgari. Ainda é cedo para saber o real potencial de cada uma dessas mecânicas, mas é bem possível pensar em quais devem dominar a atenção dos jogadores.

“Radiance” é inspirada em uma antiga carta chamada Radiate, e possibilita que uma única carta ou efeito atinja múltiplos alvos. Um efeito interessante, mas como ele procura por cartas de mesma cor, ou que compartilhem a mesma cor, os resultados de algo que use “Radiance” podem se tornar imprevisíveis, afetando bem ou mal tanto suas cartas quanto as de seus adversários.

Imprevisibilidade é um fator que costuma deixar boas cartas de lado em campeonatos, o que não deve acontecer com as mecânicas Dredge e Transmute. A primeira permite que você troque cartas de seu grimório por cartas de seu cemitério. Por exemplo, se você tem um Golgari Browscale em seu cemitério, você pode, a qualquer momento em que fosse comprar uma carta, colocar duas cartas do topo de seu grimório em seu cemitério e colocar o Golgari Brownscale de volta em sua mão. Fãs de decks de Zumbis e que gostem de ressuscitar criaturas vão amar essa habilidade, enquanto que todos os inimigos da casa de Dimir devem odiar Transmute. Essa habilidade permite que você descarte uma carta para procurar por uma outra de igual custo em seu grimório, transformando uma carta que só esta ocupando espaço em sua mão em um eficiente tutor. A ferramenta perfeita para decks de combo.

A grande surpresa talvez venha de Convoke. Cartas com essa habilidade podem ter seu custo de mana reduzido para cada criatura que você virar durante a execução da mágica. Além do óbvio benefício de redução de custos, isso permite que se use mágicas de Brancas ou Verdes em baralhos sem planícies ou florestas. Veja o caso de Devouring Light por exemplo. Se você possuir três criaturas em jogo, sendo uma um Boros Guildmage, outra um Boros Recruit e uma outra qualquer, todas desviradas, é possível usar Devouring Light de graça simplesmente virando as criaturas, e mesmo que todos os terrenos de seu deck sejam montanhas. Por enquanto existem poucas cartas com essas habilidades, mas com certeza teremos mais opções nas próximas expansões, bem como mais Guildas.
,br>O acesso do Verde e do Branco a habilidades de duas Guildas diferentes fatalmente dará a essas cores mais versatilidade a baralhos de criaturas nessas cores, trazendo de volta baralhos de criaturas onde elas devem servir para algo mais do que serem sacrificadas para gerar efeitos esdrúxulos, mas existem excelentes cartas nessa coleção que não são criaturas. Fique atento a encantamentos como Blood Funnel (velocidade no melhor estilo preto) e Searing Meditation (o sonho de qualquer um que goste de ganhar muitos pontos de vida, e diminuir os do oponente).

Apesar de poucos, os artefatos de Ravnica também tem tudo para fazer história, como Bottled Cloister (defesa definitiva contra baralhos de descarte) e Sunforger, simplesmente o melhor tutor Vermelho e Branco já impresso.

Ravnica também traz antigas raças de criaturas de volta, como os Veldakeanos de Mirrodin, os clássicos Grifos e os Viashinos, ou mesmo os elfos, ausentes durante todo o ciclo de Kamigawa. E essa volta mostra mais uma vez o cuidado de Ravnica com um tipo de jogador que Kamigawa não agradou tanto, aquele que gosta de construir decks tribais, um devaneio que nenhum jogador de campeonato, nenhum Spike, se permitiria sem uma forte razão, como acontece com os decks de goblins competitivos.

Ravnica apresenta um cenário rico, mecânicas complexas e nem sempre previsíveis, grandes criaturas e mágicas maiores ainda. Tudo feito como que de encomenda para os Timmies e Johnnies. Se você se encaixa em um desses perfis de jogador, coisa que você pode conferir aqui, prepare-se para construir decks engenhosos e divertidos. Caso você seja um puro Spike, ainda assim é bom estar atento a Ravnica. Anteriormente, apenas um ciclo de Magic me empolgou tanto quanto Ravnica: Mirrodin. E todo bom jogador de Magic sabe como Mirrodin produziu cartas dignas de vencerem campeonatos sozinhas. Aposte em Ravnica, Spike, você não vai se arrepender. Palavra de um autêntico Johnny/Timmy.


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