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Artigo adicionado em 11/10/2005, às 08:54

Crítica: UMA VIDA ILUMINADA
E um roteiro não tão iluminado assim. :: Trailer oficial: Alta | Média | Baixa :: Visite o site oficial Então é a estréia de Liev Schreiber na direção e no roteiro. É, aquele cara que fez o Cotton da cinessérie Pânico. E o que aprendemos com isso? Que atores de suspenses adolescentes são ótimos […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


:: Trailer oficial: Alta | Média | Baixa
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Então é a estréia de Liev Schreiber na direção e no roteiro. É, aquele cara que fez o Cotton da cinessérie Pânico. E o que aprendemos com isso? Que atores de suspenses adolescentes são ótimos diretores-roteiristas. Só que podiam ser um pouco menos pretensiosos. Antes, à história: Jonathan Safran Foer (Elijah Wood) é um moço judeu e um tanto excêntrico. Ele tem um hobby bastante mágico: coleciona objetos relacionados a pessoas que ele conheceu. Assim, por exemplo: se sua avó morre, ele pega a dentadura da velhinha, coloca em um saquinho plástico e pendura o bibelô em um enorme painel, ao lado da foto dela e de outros pertences recolhidos por ele. Sua coleção começou quando Jonathan era criança e seu avô tinha morrido. Ao lado da cama dele, o menino encontrou um âmbar, o pegou e deu início à coleção. O tempo passa e tudo o que ele guarda do avô é isso. E dá para o sagaz telespectador concluir que, lá no fundo, Jonathan quer saber muito mais do seu avô, e através dele se conhecer melhor (olha, eu acho que isso realmente não tem naaada a ver, mas se o Jonathan quer, deixemos-no ser feliz).

Pois bem. Logo no início do filme, o colecionador recebe uma fotografia que mostra seu avô, jovem, ao lado de uma moça – que não é sua avó – usando um colar com o âmbar que ele guardou, fica sabendo que essa donzela salvou seu avô na Segunda Guerra Mundial e decide encontrá-la. Jonathan vai até a Ucrânia em busca dela, e para isso conta com a ajuda de dois novos conhecidos: um ucraniano fã de Hip Hop chamado Alex (Eugene Hutz) e seu avô que gosta de pensar que é cego (Boris Leskin, realmente muito bom). E aí começa a aventura. Tá, não a aventura, e sim a “jornada ao eu interior e às verdades ocultas no passado”, segundo os personagens tentam desesperadamente te dizer no decorrer do filme.

Ao som de muita música ucraniana, os divertidos personagens vão se entendendo e aprendendo uns com os outros, como era de se esperar. O ápice da inspiração surge quando os três, mais a cadela do avô, encontram uma casa que fica em um campo de girassóis. Lá dentro vive uma velhinha excêntrica (que, vou dizer, foi copiada de uma personagem minha, mas isso é outra história). O interior da casa é muito legal, e toda a idéia que a cerca também. Mas assim como em todo o resto da produção, parece que falta algo.

No filme tudo vai bem, só que o roteiro não dá mostras de querer colaborar. Não sei se é fiel ao livro em que é baseado – Uma Vida Iluminada, do Jonathan Safran Foer da vida real (ainda sem tradução para o português), pois não li. Mas acabamos sendo atropelados por uma série de mensagens profundas e imagens poéticas, que, bem, de tão naturais que tentam ser, ficam meio jogadas. Dá pra entender a sombra de um vínculo que se forma entre os três protagonistas (e a cachorrinha do velho “cego”, que é outra estrela do filme), captamos que o passado esconde segredos e às vezes precisa ser revisitado e blá blá blá. Mas sei não.

Pareceu-me que o senhor Schreiber achou que, só porque um filme está sob o selo independente da Warner, tem que ser complexo. Ok, filmes complexos e profundos de verdade são bons, mas requerem uma certa técnica. Senão não passam sua mensagem do jeito que o roteirista quer. “Uma Vida Iluminada” é assim: eles tinham em mãos uma boa história, personagens legais, uma fotografia sensacional e uma mensagem final bonita. Só que se perderam no caminho. Talvez estivessem tão preocupados em não deixar o filme piegas que sentaram na sala de edição e, maquiavelicamente, picotaram o celulóide, dizendo: “é melhor eles não entenderem, do que entenderem e acharem brega!” Resultado: perfeito, não recebemos o filme mastigado. Viva. Só que recebemos o filme mal mastigado. E assim ele acabou justamente perdendo a essência e a profundidade que tanto se gaba de ter, de ser uma jornada de autoconhecimento. No fim, não percebemos realmente como isso foi importante para os protagonistas. Faltou um tempero. Quando os créditos passam, você fica uns 15 minutos olhando para o teto do cinema se perguntando se perdeu alguma coisa do enredo. É aí que você entende e tudo fica claro. E pensa: “Mas é só isso? Que deprimente”. E isso, depois de tanto vai e vem, tantos personagens legais, tantos atores bons, cenários lindos, trilhas sonoras perfeitas e idéias geniais… é bastante frustrante. E o Elijah Wood parece um boneco de cera. Acho que se abrirem a cabeça dele, deve ter um punhal lá dentro. Igual o Fofão.

Uma Vida Iluminada (Título original: Everything Is Illuminated) / Ano: 2005 / Produção: Estados Unidos / Direção: Liev Schreiber / Roteiro: Liev Schreiber, baseado no romance de Jonathan Safran Foer / Elenco: Elijah Wood, Eugene Hutz, Boris Leskin, Laryssa Lauret / Duração: 106 minutos.


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