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Artigo adicionado em 06/10/2005, às 05:19

Crítica: O CORONEL E O LOBISOMEM
Pepê? Mas que mané Pepê o quê, meu! :: Trailer: direto no site oficial Opa, um filme do Guel Arraes? Aquele que dirigiu o Alto da Compadecida? Com o Selton Mello, que fez o Chicó n'”O Alto da Compadecida” e que também interpretou o malandro de bom coração Leléu em Lisbela e o Prisioneiro que, […]

Por
Paulo "Fanboy" Martini


:: Trailer: direto no site oficial

Opa, um filme do Guel Arraes? Aquele que dirigiu o Alto da Compadecida? Com o Selton Mello, que fez o Chicó n'”O Alto da Compadecida” e que também interpretou o malandro de bom coração Leléu em Lisbela e o Prisioneiro que, vejam só, também é do Guel Arraes? Bom, só pode ser um filmão, então, certo?

Né. Longe disso.

O Coronel e o Lobisomem, nova produção de Arraes e Paula Lavigne (ex de Caetano Veloso e mega produtora), é uma mostra de que somente nomes fortes não seguram um filme. E o que não falta são ótimos atores: além de Selton Mello, ainda há Diogo Vilela, Pedro Paulo Rangel, Ana Paula Arósio, Tonico Pereira, Lúcio Mauro Filho, Andréa Beltrão, Marco Ricca e Othon Bastos e o saudoso Francisco Milani, em atuações inspiradíssimas.

Também não há como ignorar a ótima cenografia de José Roberto Eliezer, o responsável pelas ótimas cenas de Nina.

Mas pára por aí.

A meu ver, o grande problema está no roteiro. “O Coronel e o Lobisomem” conta a história do pomposo Ponciano de Azeredo Furtado (Vilella), coronel de patente e fazendeiro por direito de herança, que batalha na justiça contra Pernambuco Nogueira (Mello), irmão de criação de Ponciano. O coronel garante para o júri que perdeu tudo o que tinha – dinheiro e sua fazenda, na família há gerações – para Pernambuco, usando o seguinte argumento: o coronel garante que Pernambuco é o lobisomem. Sim, desses que criam pêlos e garras ao menor sinal da lua cheia, e saem à noite caçando e uivando. Para provar seu ponto, Ponciano começa a contar sobre sua vida, e é aí que começa a história.

Uma história que não se decide se é comédia ou drama, para ser sincero. Baseado no livro do escritor José Cândido de Carvalho, Arraes se juntou aos roteiristas João Falcão (responsável pelo roteiro de A Dona da História) e Jorge Furtado (que escreveu Os Normais: O Filme e Meu Tio Matou um Cara) para transformar os contos que compõe a obra de Carvalho. O resultado?

– Um filme pretensioso. Segundo Arraes e Lavigne, durante a coletiva de imprensa, esse filme pretende ser um marco, o início do “cinema popular brasileiro”, iniciado com “Compadecida” e “Lisbela”, e está longe de atingir essa meta, com diálogos complicados e falta de humor verdadeiro.
– Um filme arrastado. Como a Tayra, consorte do Borbs e colunista do site camarada Judão, deixou bem claro, não parece que estamos vendo um filme, e sim lendo um livro, com cenas entupidas de diálogos e situações que, quando não são desnecessárias para o andamento da história, são tão longas que chegam a cansar.
– Um filme que se perde. Na boa, alguém conseguiu entender aquele final? A narrativa e o desenvolvimento até que andam certinho até o final do filme quando… bem, isso seria contar, mas acontece algo bizarro no finalzinho da película que, sei lá, deixou muitos ali na sessão boiando. Inclusive eu (tá, tudo bem que eu não sou o melhor exemplo de inteligência, ainda assim…). Isso sem falar na máxima “é comédia ou é drama”, que foi definido, na coletiva de imprensa, como “humor que não faz dar gargalhadas”. Hein?

Isso porquê eu nem vou me estender muito no assunto “efeitos especiais”. A produtora Digital 21 entrou como co-produtora do filme e contribuiu com ótimos efeitos, justamente aqueles em que você nem sequer imagina que são efeitos. Resultado de primeira mesmo… bom, isto é, até chegar a cena em que aparece o lobisomem em toda a sua glória, o que inclui a transformação de homem para o bicho endemoniado: semelhanças com o filme-bomba Van Helsing não será mera coincidência. E digo isso no mal sentido mesmo…

No geral o saldo é negativo. Quem arriscar ir ao cinema assistir, e for esperando um “Compadecida” ou um “Lisbela”, dará com os burros n’água. De qualquer maneira, esse dia teve uma vantagem para mim: pude conhecer aqueles grandes atores durante a coletiva, e o melhor: tirei foto com a Ana Paula Arósio e com o Selton Mello. ESPETACULAR! ^_^ Além de todos serem uma simpatia, ainda pude ver a Ana Paula Arósio de pertinho, bem pertinho… e pelamordedeus, aquele sorriso dela ilumina qualquer noite sem lua! Sério! E o Selton Mello, bem, desse eu já sou fã de carteirinha desde a época que ele dublava o perdedor Charlie Brown dos desenhos animados do Snoopy. Quem lembra daquele “Que Puxa…” cheio de tristeza que o Minduim soltava toda vez que se ferrava? Pois é, obra de Selton Mello. O engraçado é que ele é muito mais comedido que os personagens que interpreta, e se veste igualzinho ao Benício, mas isso é outra história… ^_^

Ficha técnica:
O Coronel E O Lobisomem (Título original: Idem) / Ano: 2005 / Produção: Brasil / Direção: Maurício Farias / Roteiro: Guel Arraes, João Falcão e Jorge Furtado / Elenco: Diogo Vilela, Selton Mello, Ana Paula Arósio, Pedro Paulo Rangel, Tonico Pereira, Lúcio Mauro Filho, Andréa Beltrão, Marco Ricca, Othon Bastos, Francisco Milani


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