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Artigo adicionado em 18/09/2005, às 03:15

HEY! HEY! HEY! O BENDIS É O NOSSO REI!
E a Marvel delira na arquibancada! Como poderíamos imaginar que uma editora famosa por seus desenhistas e suas revistas cheias de adrenalina mutante pudesse revelar ao grande público um dos maiores autores “cabeça” da atualidade? Pois é, Brian Michael Bendis revelou-se um expert em dar ânimo a títulos paradões que há muito tempo estavam em […]

Por
Rodrigo "Machine Boy" Parreira


Como poderíamos imaginar que uma editora famosa por seus desenhistas e suas revistas cheias de adrenalina mutante pudesse revelar ao grande público um dos maiores autores “cabeça” da atualidade? Pois é, Brian Michael Bendis revelou-se um expert em dar ânimo a títulos paradões que há muito tempo estavam em baixa, sem contar com as excelentes novidades acrescidas ao universo da Marvel. Bendis deu uma guinada na tentativa da editora de fazer quadrinhos adultos, com um toque de realidade sem ser chato. Palavrões em Alias, reformulações em “Demolidor” e “Vingadores”, a realidade do “Universo Ultimate”… nada mais foi igual depois da chegada deste simpático careca.

:: ULTIMATIZANDO! ULTIMATIZANDO!

Marvel diz: Sim, Homem-Aranha!! A gente quer um novo sucesso com o personagem!
Bendis diz: Vocês me dão carta branca?
Marvel diz: Tudo bem, mas vai ter que ter a Mary Jane, a Gwen Stacy, a Tia May e o Venom (ela pensa: ele vai desistir!)
Bendis diz: Tudo bem, verei o que posso fazer por vocês…

Como você faria se tivesse uma fórmula usada diversas vezes e que ninguém agüenta mais? E se tivesse que fazer algo que dê certo desta fórmula tão gasta? Bem, esta formula chama-se “A Origem do Homem-Aranha”. Sim, esta origem foi recontada inúmeras vezes, e agora fala-se até de um clã de insetos (urgh!). Bendis – que já havia criado um burburinho com o quadrinho independente Powers – ganhou esta missão, e o mais importante: o negócio tinha que dar certo, pois seria a maior cartada da Marvel contra sua concorrente DC Comics. Por mais que tenham torcido o nariz à primeira vista para a criação deste novo universo chamado Ultimate, muitos críticos tiveram que dar o braço a torcer, pois o universo deu certo, tanto que Mark Millar veio logo depois com os “ultimatizados” X-Men e Vingadores (os Supremos).

Como fazer uma fórmula já saturada dar certo? Receita do Bendis: pegar os detalhes interessantes, tornar personagens chatos em algo tridimensional e esquecer todo o resto. Foi isto que ele fez, esqueceu que agora Parker é um professor e sua vida ficou meio chata. Ele voltou a ser adolescente, Gwen Stacy deixou de ser aquele fantasma – que, convenhamos, está irritando há muito tempo – e passou a ser um personagem coadjuvante. Mary Jane passou a ser o verdadeiro e único grande amor da vida dele – apesar da nova concorrente Kitty Pryde. Já a Tia May também mudou, se tornando uma mulher forte e um tanto menos irritante. Parker divide sua vida de aventuras com muitas dúvidas juvenis, relacionamentos palpáveis e um universo que tem toda cara de real, apesar da iminente aparição de super-vilões. Bendis adotou parte de uma fórmula que a DC tenta botar nos trilhos, e deu a nós uma leitura boa de acompanhar. Personagens como Duende Verde, Venom e Carnificina ganharam origens bem melhores que suas versões anteriores. Ultimatizando, rapaz!

:: DEMOLINDO! RECONSTRUINDO! HEY! HEY!

Marvel diz: Sim, estamos falando dos Vingadores! Queremos sucesso!!
Bendis diz: Bem, tem gente que não esta se encaixando bem lá…
Marvel diz: Desculpe, nós sabemos! É que o Joe Quesada deu as costas e o Chuck Austen assumiu o título por algum tempo…
Bendis diz: Sei, sei. E quando posso começar a matar alguns deles?
Marvel engasga
Bendis diz: Vocês não confiam em mim?
Marvel (fechando os olhos e com a garganta seca) diz: Tudo bem, carta branca para você (ela pensa: Oh, Meu Deus!)

Como sempre, o autor recebe em suas mãos coisas que já estão meio mornas e saturadas. Foi o caso do Demolidor: o título à beira do cancelamento ganhou um revamp pelo multimídia Kevin Smith (Arqueiro Verde) e o chefão Joe Quesada. A revista voltou a ser um blockbuster, sucesso de vendas disparado. Maaaas… com a saída da dupla, o título caiu no lugar-comum e desceu consideravelmente na lista dos mais vendidos. Foi então que a dupla formada por Bendis e o artista Alex Mallev (Batman) foi convocada. E não é que ele conseguiu de novo? Bendis reformulou a Cozinha do Inferno e seus personagens, deu uma reviravolta na trama, transformando o personagem no novo “Rei do Crime” e escancarou sua identidade ao público. E assim, mais uma vez os editores da Marvel sorriram ao ver o enorme sucesso que o título alcançara de novo. Tanto que existe uma fila enorme de fãs do herói, reclamando e lamentando-se à editora com a anunciada saída do título da dupla.

A mesma coisa houve com os Vingadores. A estrutura dos personagens estava sendo moldada pelo autor Geoff Johns (Crise Infinita), mas este, por assinar exclusividade com a DC, abandonou o barco. Entrou o melodramático Chuck Austen (Uncanny X-Men), que não acrescentou nada. Nova missão para Bendis! Nova fórmula: pegue o que ficou de interessante da fase de Johns, traga personagens bizarros para a revista e vire tudo de cabeça para baixo! Foi isto que ele fez: ele estraçalhou o grupo com uma terrível traição e o reconstruiu a seu modo. Agora, sem o dedo do governo e com novas caras inéditas no grupo. Cada personagem ganhou um foco, mistérios foram adicionados e aí está: mais um sucesso de vendas com a marca Brian Michael Bendis. New Avengers é o novo carro-chefe da editora – o que criou conseqüentemente até um clima de competição com o autor Mark Millar.

UH! UH! UH! JESSICA JONES RULES!

Bendis diz: Quero criar um novo título adulto.
Marvel diz: Sim, tudo bem.
Bedis diz: O título será estrelado pela Mulher-Aranha.
Marvel diz: Infelizmente, já temos planos para ela…
Bendis diz: Tudo bem, eu me viro…

Não sei se realmente foi este o diálogo, mas fontes dizem que foi algo parecido. A Marvel não quis lhe ceder Jessica Drew – identidade secreta da Mulher-Aranha -, e então ele criou sua própria Jessica. Uma detetive com um passado heróico, que deixou tudo para trás por causa de um grande trauma. Ao mesmo tempo em que a Srta. Jones se envolvia em casos cada vez mais bizarros, sua vida heróica foi revelando-se ao poucos. Uma vida amorosa que passeava das taras sexuais com Luke Cage para um confuso relacionamento amoroso com Scott Lang – também conhecido como Homem-Formiga. Assim como ele era apaixonado por sua cria, Bendis deixou os leitores com a mesma sensação, que a cada mês sedentos procuravam nas bancas as novas tramas e segredos da personagem.

Tudo bem, sejamos sensatos: quando a série tornou-se The Pulse, ela perdeu um pouco o charme dos palavrões. Só eu mesmo, palavrão charmoso? Ou você não se matava de rir ou ficava esperando ela falar de boca cheia tudo que a nossas mães lavariam com sabão? Tudo bem, agora a Marvel liberou a Mulher-Aranha para o cara, mas foi até melhor ela não ter liberado antes, pois assim nunca teríamos conhecido esta figura carimbada chamada Jessica Jones – e a editora perderia bastante sem a criação deste novo personagem em seu cast. Só pra se ter uma idéia do poder de Jessica Jones, até o Zarko leu suas histórias (e adorou)!

Pois bem, aqui termino minhas homenagens ao Bendis, por tudo que ele fez por esta editora, que para mim já tinha perdido a graça, mas me teve novamente como leitor, graças este carequinha. E que ele continue assim, derrubando paredes, dando nova cor no muro e o ar de novidade que a “Casa da Idéias” estava precisando há muito tempo.

Machine Boy: Olá, Bendis! Você conhece A ARCA?
Bendis: Eu dei uma olhada… hummm
Machine Boy: Que achou?
Bendis: Tá faltando um pouco de traição, um pouco de revelação… um toque de realidade, sabe? Qual de vocês pode morrer primeiro?
Machine Boy sai correndo com medo. Muito medo.

Links relacionados:
:: Bendis traz o Ultimate Omega Red!
:: Bendis faz nova série de Mulher-Aranha!
:: Bendis & Frank Cho em New Avengers!
:: Bendis e a nova fase de The Pulse!
:: Bendis confronta Mark Millar?!
:: Bendis e Powers na internet!
:: Bendis e sua House of M!


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