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Artigo adicionado em 16/09/2005, às 06:28

DIGITADOR #02
Analisando a teoria do Kaos! A JANELA MALDITA DO FERIADO DO DESTINO A coluna tá uma semana atrasada por causa do feriado da Independência. No dia seguinte foi feriado local em Santos, da padroeira da cidade. Odeio feriados: como não sou assalariado nem tenho horário de trabalho, e feriado pra mim só serve pra não […]

Por
Os Master


A JANELA MALDITA DO FERIADO DO DESTINO

A coluna tá uma semana atrasada por causa do feriado da Independência. No dia seguinte foi feriado local em Santos, da padroeira da cidade. Odeio feriados: como não sou assalariado nem tenho horário de trabalho, e feriado pra mim só serve pra não achar as pessoas que preciso [além de justificar certas mancadas]. Pra compensar, e porque ando empolgado, vou tentar fazer a parada semanal por algum tempo.

Parabéns à A ARCA pelos 4 anos de vida. Tá gorda, bonita, tá forte, tá corada!

PROCURA-SE UMA DIABA DESESPERADAMENTE

Um aviso rápido: estou atrás de uma modelo-diaba pra capa de uma antologia de HQ que estou editando. O conteúdo já foi fechado e a moça em questão vai ser photoshopada e inserida num cenário com outros bichos. Mais detalhes aqui e em colunas futuras explico melhor colé a do álbum.

ESSAS COISA KAÓTICA!

Uma pessoa que achei – e no próprio 7 de Setembro – foi o gigante loiro e às do lápis e nanquim Sam Hart [não é pseudônimo, bom lembrar]. Tive o prazer, meus caros colegas de plenário, de conhecer o Sam com o Anderson Cabral e o Sandro Castelli – os outros co-editores do projeto – em um lançamento da KAOS aqui na terrinha.

A revista é uma grande vitória por vários motivos:

1] tem um acabamento gráfico excelente, entrevistas com autores de HQ brasileiros e ingleses que dão uma visão interessante do seu trabalho [Alan Moore, Marcelo Cassaro, David Lloyd, Lourenço Mutarelli, Dave Gibbons e Luiz Gê];

2] pin-ups de caras como Greg Tochinni, Octávio Cariello, Marcelo Campos

3] e o mais importante: HQs muito boas no geral. Como toda antologia, tem lá sua irregularidade [sou bem parcial quanto a algumas escolhas de diálogo do Jean Canesqui, por exemplo] mas o saldo de qualidade é muito positivo, com destaque especial pra FF, de André Valente, o drama sobre um cara que sobrevive em uma velocidade diferente.

4] todas as aventuras se passam no Brasil – até onde se pode ver – mas não são forçadamente “brasileiras”. Digo isso porque há trabalhos que parecem exigir selo de qualidade só por suas histórias serem situadas aqui. [mais a respeito também em colunas futuras.]

5] os caras foram espertos de a cada número colocar várias SÉRIES movimentadas e divertidas com personagens que aparecem em histórias fechadas pra cada edição. A saber: o suspense urbano noir A DE ALUGUEL, o freak aterrorizante espiritual BELASCO, o infanto-pós-apocalíptico MENINOS PERDIDOS e jornalístico-futurista O HOMEM QUE TUDO VÊ. Mini-universos dos próprios autores que aos poucos vão entrando no imaginário nacional dos leitores com novos personagens. Gente nova querendo contar histórias sem medo de limites de gênero e tendo um suporte pra levar isso às pessoas. Isso é muito bom.

Se você não achar a revista na sua banca dá uma olhada no site – cheio de pin-ups, entrevistas e HQs exclusivas pra internet – e veja como pedir pra eles: www.revistakaos.com.br. Bom, vou te facilitar: kaos@revistakaos.com.br.

KAOS no MSN: Sam Hart

A seguir você vai ler a primeira entrevista pra coluna, feita pelo MSN Messenger pra manter o tom de conversa. Falei rapidamente com Sam Hart, ilustrador brasileiro do mercado de RPG e Quadrinhos brasileiro e inglês, sobre a experiência de editar a revista KAOS.

hector diz:
a primeira pergunta, hehehe: resume tuas origens anglo-brasileiras. pra quem acha que teu nome é pseudônimo
sam diz:
pai inglês, mãe brasileira, separados, nasci na Inglaterra, vim pro Brasil moleque, com 10 anos (já faz tempo…). algum dia eu faço um quadrinho autobiográfico, hehe
hector diz:
pros entrevistadores chatos pararem de perguntar, hehe
sam diz:
é, só passo o gibi pros caras e falo: “tá tudo aí”
hector diz:
então, cara, KAOS. legal q vcs no fim conseguiram fazer até séries com pesonagens fixos
sam diz:
é, teve várias ídeias q a gente teve pra revista. algumas a gente até conseguiu fazer. decidimos por personagens fixos pra poder desenvolver personalidades, universos e, quem sabe, um vínculo com o público… histórias fechadas, mas caso gostassem, podiam voltar q ia ter mais do mesmo… bem legal de fazer, no caso do Jean e Cabral acho q acertaram na mosca. no meu caso acho q tentei algo meio estranho. afinal, o personagem fixo da minha história é uma pedra (!)
hector diz:
no teu caso foi ótimo tb, uma parada meio sin city / pulp fiction de interconexões
sam diz:
é, mas não pra desenvolver muito a personalidade dela
hector diz:
pedra, o herói do hartverse. mas sério, foi bem sacado, cê pensa em fazer mais do A DE ALUGUEL? continuando dali ou rolando aquele ponto de encontro no bar de jazz/
sam diz:
tenho mais uma história pra contar, do pianista, mas se rolar essa deve ficar prum encadernado, no futuro
hector diz:
já rola um TPzinho legalsam diz:
quem sabe… aí eu tb trabalho mais essas três histórias, q não fiquei completamente satisfeito, acho q precisa de uma lapidada. aliás, tenho percebido q meu estilo de trabalho é meio assim: faço um esboção bem caprichado, mas aí preciso lapidar até ficar bom mesmo… se não tenho prazo, vai o esboção mesmo
hector diz:
hahaha, não à toa a pedra é o personagem principal
sam diz:
bem, eu tava pegando jeito (acho) de escrever histórias e 4 pgs (pra Dragão) e depois de 6 e 8 pgs (pra Aventuras na História e D20Saga). 20 pgs de história foi um pulo meio grande. tem outro ritmo, dá pra (TEM QUE) desenvolver personagens, personalidades…
hector diz:
editar as 3 KAOS te deixou meio como a Dê [personagem de uma das HQs], que enlouquece atrás de uma arte pra publicar?
sam diz:
por mais estranho q foi, foi uma história q eu precisava fazer, tem muita coisa da minha vida lá… amigos q morreram, o lugar onde trabalhei nos últimos anos, a faculdade… é, teve muita coisa naquele discurso dela da segunda edição q foi o q tava passando pela minha cabeça
hector diz:
legal! é, tem momentos emocionais em cada história que só podem vir dum ótimo observador ou de alguém que mais ou menos vive aquilo. pergunta idiota: vc olhou muito no espelho pra fazer o roberto?
sam diz:
hahaha. quando fiz ele na segunda edição não tive a intenção de ficar parecido. mas quando fui desenhar a 3a história eu tinha começado a usar óculos e pensei “hmmm, podia ser eu…”. fiz o visual dos 3 personagens principais (fora a pedra) baseado em pessoas q conheço: Sandro Castelli (na primeira), minha namorada (na segunda), e eu
hector diz:
e mesmo com um braço só o sandro desenha pacas
sam diz:
haha, essa parte inventei
hector diz:
hahahaha
hector diz:
como cês chegaram na Mantícora com o projeto? tinha rolado um mini-êxodo da FRONT, não?
sam diz:
foi… a gente curtiu publicar no FRONT, mas é um esquema q vc tem q participar muito, e depois de um tempo cansa… enfim, a gente se juntou com a ídeia de fazer algo pra banca. convidamos amigos, fomos atrás de editoras q podiam se interssar, fizemos o projeto editorial e começamos a produzir as histórias. a primeira editora q se interessou foi a Pandora, mas quando estávamos com a primeira edição pronta eles pararam de publicar HQ. daí mostrei pra Mantícora e, felizmente, eles estavam num momento de querer expandir
hector diz:
legal! os personagens/universos praticamente já existiam ou foram criados pra KAOS mesmo?
sam diz:
os Meninos Perdidos eram um projeto do André, Luiz e Caio, mas não tinha nenhuma hq pronta, e o Homem Que Tudo Vê era só uma idéia que tinha surgido numa conversa de bar entre o Jean e o Cabral. e o FF era um projeto do André, mas tb não tinha nada desenhado. de resto, tudo feito para a Kaos mesmo…
hector diz:
jóia. o FF foi sensacional, uma puta narrativa
sam diz:
quando a gente viu, babou. assim como quando a Julia mostrou as primeiras páginas dela
hector diz:
é quase um ‘Flash q se fode’…
sam diz:
essa foi uma das alegrias não-esperadas de editar a Kaos, ver esse material aparecer do nada e ajudar a publicar
hector diz:
a arte da Julia eh incrivel. de cara dá uma impressão que faltam tons de cinza ou cores, mas depois cê começa a ver como as linhas dão volume
sam diz:
o roteiro do André é interessante, mas quando a gente viu a arte, UFA! e a Julia tb, quando ela desenhou o gato pela primeira vez, a gente falou: é isso!
hector diz:
é, cara, quem eu tenho de subornar ou fotografar e chantagear pra um dia esse pessoal fazer roteiro meu?
sam diz:
ou melhor, $uborno$
hector diz:
hehe, com certeza
sam diz:
não q sejamos mercenários, é só q fazer 3 edições da Kaos sem ganhar um tostão deixou uma pilha de dívida pra todo mundo…
hector diz:
todo mundo quer fazer hq, né? tem mais é que ganhar mesmo, poxa. a Mantícora mexeu em alguma coisa do conteúdo ou deixou na mão de vcs?
sam diz:
praticamente deixou tudo com a gente… fizeram os tons de cinza na primeira HQ do belasco, pediram uma troca de pinup, depois voltaram atrás, pediram umas mudanças na capa da segunda edição, q ia ser mais limpa e com a figura menor, e… acho q só
hector diz:
ah, legal. o inve$timento então foi dividido entre vcs e a editora?
sam diz:
nós fizemos o investimento de trabalho, criação e divulgação… eles fizeram o investimento de gráfica e distribuição. o acordo é de rachar o lucro, ou seja: o q sobrar depois de pagar a gráfica, 50/50%
hector diz:
ah, legal. sabe/pode dizer se ele tá sendo recuperado?
sam diz:
a primeira edição quase está paga, a segunda falta um pouco, a terceira ainda não sei como foi a venda de banca (pq volta da banca daqui a duas semanas)
hector diz:
foi mensal a revista, né? qual a tiragem?
sam diz:
era pra ter sido bimestral, mas acabou sendo quadrimestral. a tiragem variou: a primeira foi 4000 com distribuição setorizada (primeiro São Paulo e Rio), a segunda 8000 com distribuição nacional e a terceira precisou ter uma tiragem reduzida, pois a grana já tava curta, de 2000 e distribuição somente pra gibiterias, lojas especializadas e as grandes bancas aqui de São Paulo
hector diz:
hmm, falou. valeu a pena fazer os 8000 na segunda então
sam diz:
bem, não foi decisão nossa… como falei, a editora cuidava da gráfica e distribuição, foi uma decisão deles…
hector diz:
saquei. quando a gente se encontrou no lançamento cê falou que há uma chance de rolar uma coleção das histórias
sam diz:
sim, se tudo rolar bem, é capaz de ter um encadernado das três edições, pra gibiterias e livrarias, e mais pra frente encadernados com os personagens principais, com material inédito
hector diz:
legal, cara!
sam diz:
mas por enquanto estamos de férias da Kaos! (+ ou – , ainda temos algumas palestras e tal), pra fazer projetos pesoais, colocar grana no banco, ajeitar tudo q ficou ficou de lado nesse último ano…
hector diz:
certo! depois dessa experiência toda editando, o que cê tirou de bom? faria de novo?
sam diz:
faria de novo com certeza. só aprendi q editar não é fácil como parece, não dá pra ficar o dia todo no tel ou na internet, conversando, cobrando, resolvendo pepino, fazendo divulgação, etctetctetc. é trampo q não acaba! q nem lavar louça, vc acaba e já tem q começar de novo…
hector diz:
pessoalmente acho que editar, além de tirar nosso tempo de criar mesmo, exige uma parte muito lógica do cérebro, que é limitante pra quem cria, de certa maneira
sam diz:
é, ficamos dando razão pro Luiz Gê, q na entrevista dele na 3a edição diz algo do tipo “seria bom desenhista poder desenhar, e não ter q se preocupar com o lado de ser empresário”
hector diz:
é, isso já é uma verdade antiga pra quem faz hq no brasil. não tem quase editor, a gente é editor de si mesmo. aliás, a entrevista dele me passou uma impressão… não conheço o cara pessoalmente, mas algo de ‘punk das antigas desconsolado’
sam diz:
é foi nossa impressão tb. gente finíssima
hector diz:
isso me chateou um pouco [do desconsolo dele], me impressionei do cara não estar produzindo mais hq regularmente. mas tb, a situação é outra
sam diz:
com as entrevistas nacionais a gente quis mostrar a realidade de vários profissionais trabalhando com HQ de várias maneiras: na banca, mais “mainstream”; em álbuns, mais autoral; e na faculdade, com aulas. ou seja, mostrar q quadrinho não é só uma coisa e não necessariamente quem quer trabalhar com isso precisa procurar em um só lugar
hector diz:
isso, é, e teve as gringas tb. foi tudo por email? acho q a do alan moore era fita, neh
sam diz:
a do Alan Moore foi a única ao vivo… a gente “herdou” a entrevista da Pandora, q já tinha a entrevista pronta… quando fomos pra Mantícora a Pandora gentilmente deixou a gente usar a entrevista (q transcrevemos, traduzimos e editamos)
hector diz:
com certeza! o mutarelli – logo ele, no fim das contas – é o cara que tá em várias mídias, inclusive cinema
sam diz:
é, o Mutarreli ficou pop. aliás, nas nacionas a do Luiz Gê foi a única ao vivo
hector diz:
ah, certo, é, tem um clima de conversa mesmo.
sam diz:
ao vivo dá pra aprofundar mais as perguntas
hector diz:
cês receberam cartas/emails de leitores comentando? acho q o HOMEM QUE TUDO VÊ e o BELASCO, por serem claramente personagens fixos em suas ‘aventuras’, devem ter criado fãs
sam diz:
tivemos sim, no site, na comunidade do Orkut. cartas pelo correio ainda não. a primeira edição, acho q por ser novidade, teve bastante resposta dos leitores. a segunda menos, e da terceira recebi alguns e-mails elogiando a entrevista do Luiz Gê.
hector diz:
legal!
sam diz:
deixa eu fazer mais uma divulgação: o site foi atualizado essa semana, com mais entrevistas, hqs e um preview da 3a edição
hector diz:
po, verdade! tem material no site que não saiu na revista
sam diz:
e pinups. aliás, se leitores quiserem mandar pinups de personagens da revista, a gente coloca os melhores no site
hector diz:
legal, seção do leitor! agora cê deve estar mais alucinado com os STARSHIP TROOPERS pra cair num projeto desses de novo né?
sam diz:
então, os Starship Troopers estão de férias tb … o primeiro livro saiu em fevereiro, o segundo deve sair só em 2006 (colorido) e quem desenha é uma inglesa, e o terceiro sai no fim de 2006, não sei quem vai desenhar
hector diz:
cê não vai fazer mais o ST?
sam diz:
o Tony Lee, roterista, colocou a primeira edição inteira disponível, por tempo limitado: http://www.tonylee.co.uk/st/
hector diz:
opa, boa jogada
sam diz:
no momento estou trabalhando em duas outras séries do Tony… Brothers – the Fall of Lucifer, e Where Evils Dare, uma hq da segunda guerra, com vampiros e lobishomens. a primeira já tem editora, a segunda a gente está preparando para lançar depois
hector diz:
não quero te prender mais aqui, meu. Só fala rapidão do teu trampo dando aula
sam diz:
bem, estou feliz de começar a dar aula na periferia, é algo q estou querendo faz um tempo… acho q pela inclinação à esquerda, filho de hippie, coisa e tal… ajudar a molecada a se desenvolver, contar suas histórias… começa semana q vem, vamos ver como é a experiência.

Agradeço ao Sam pela paciência e pelas artes que ilustram a coluna. Vou ter outra conversa dessas no futuro com o cara pra falar exclusivamente sobre seus projetos como ilustrador. Guarde o nome do rapaz.

P-P-P-P-P-P-P-P-P-P-P-P-P-PPO-PO-PO-PO-PO-PO-PO-PO-PO……..

Foi muito bom trocar uma idéia com o Sam [ó, mundo da HQ, tu és tão pequeno e solitário] e perceber que ele é mais um dos poucos que entendem e seguem O Plano. Mais sobre isso semana que vem, junto com as “Lair-ribeirices” que eu havia prometido e resenhas idiotas que não couberam por falta de espaço e tempo.

Acabo de escrever essa numa sexta e amanhã tem outra edição da Popscene pra cuidar. O Rock te afasta da HQ, e a HQ te afasta do Rock. Ouça o disco novo do Cidadão Instigado, veja as internerdices do www.hectorlima.tk e seja feliz.

MITSUBISHI!


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