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Bem, não há muita coisa a se dizer de Vôo Noturno, o novo filme do conhecido diretor de filmes de terror Wes Craven, criador da trilogia Pânico. Também o que falar sobre um filme que tem apenas 80 minutos de duração (sim, menor do que alguns longas animados da Disney)?

Dessa vez, Craven deixa de lado os terrorzinhos sobrenaturais de quinta categoria que realizou (ou ajudou a realizar, como produtor) desde que retornou à fama com “Pânico” (ou vai me dizer que Amaldiçoados é bom? Que é isso, pô!) para tentar um suspense mais sério, sem criaturas de outro mundo ou maldições, para mostrar o pesadelo de uma linda menina nas mãos de um horrível terrorista (nossa, que brega!).

Depois de viajar até Dallas para chegar ao enterro da avó, é hora da jovem Lisa Reisert (Rachel McAdams, de Penetras Bons De Bico) voltar para casa. Ao chegar ao aeroporto, descobre que houve um atraso com seu vôo, e ela terá que pegar o último vôo do dia (o tal “red eye” do título original). Enquanto espera, ela conhece o sedutor Jackson Rippner (Cillian Murphy, o Espantalho de Batman Begins) e a atração entre ambos vai crescendo. Isto é, vai crescendo até que Jackson, já em pleno vôo, revela à Lisa que está com seu pai (Brian Cox, totalmente mal aproveitado, de X2 e O Chamado) sob a mira de um assassino de aluguel, e que esse assassino irá puxar o gatilho caso ela não cumpra com suas ordens.

Simples, não? É… e é isso que me deixou meio encafifado quando os créditos começaram a rolar sobre a tela. Parece que o roteirista Carl Ellsworth (que já escreveu episódios para as séries de tv Buffy A Caça Vampiros, Xena A Princesa Guerreira e Animorphs), ao retirar os elementos sobrenaturais da história – marca registrada dos filmes de Craven – ele mostrou que não há muito a se contar. É tão simples que nem mesmo o pai de Lisa tem nome nos créditos do filme (é citado apenas uma vez no decorrer da produção… e eu até esqueci)! E quem é o contratante por trás de Jackson? E por quê o objetivo deles é acabar com a família do Secretário de Estado William Keefe (Jack Scalia)?

O filme é ruim? Não. É bom? Bem… é blé. Sabe? Blé. Você sabe como a história vai acabar, Rachel McAdams e Cillian Murphy são ótimos atores (sem falar que McAdams é lindíssima) e a química entre eles é ótima… e é isso. Nada memorável.

Quer mais o quê? Acabou. Por quê ainda está lendo isso? É o fim! Chega!

:: ALGUMAS CURIOSIDADES

– “Vôo Noturno” representa um milagre na indústria cinematográfica estadunidense: o marinheiro de primeira viagem Carl Ellsworth, roteirista estreante em longas-metragens, foi o único que tocou no roteiro. O script de Ellsworth não sofreu modificação alguma por parte do estúdio e dos produtores, algo raríssimo em Hollywood.

– Tanto o roteirista quanto o diretor Wes Craven fazem aparições cameo como passageiros do avião.

– A maravilhosa Rachel McAdams, cuja carreira deslanchou depois de aparecer em películas elogiadas como Meninas Malvadas e Diário de uma Paixão, passou um bom período de sua vida trabalhando em uma filial qualquer da rede de fast-foods McDonald’s. O detalhe é que a garota é vegetariana…

– Recentemente, Rachel McAdams confessou numa entrevista que pensa em abandonar o showbiz, pois está secretamente apaixonada por um certo redator de um certo website nerd brazuca. O problema é que a garota sequer consegue se concentrar em seus papéis, e a idéia de beijar outras pessoas além de seu tal amor secreto a incomoda bastante. O nickname deste tal redator por quem ela caiu de amores é Zarko, com quem ela pretende se casar em breve. E então… o despertador tocou e ele acordou. E todo mundo riu. 😀

Vôo Noturno (Título original: Red Eye) / Ano: 2005 / Produção: Estados Unidos / Direção: Wes Craven / Roteiro: Carl Ellsworth / Elenco: Rachel McAdams, Cillian Murphy, Brian Cox, Laura Johnson, Max Kasch / Duração: 85 minutos.