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Artigo adicionado em 14/09/2005, às 09:32

Crítica: A FEITICEIRA
*tentando mexer o nariz para ficar igual a Nicole Kidman* VEJA MAIS: :: Relembrando a série de tv d’A Feiticeira :: Das Telinhas para as Telonas Parte 2 :: Das Telinhas para as Telonas Parte 1 :: Teaser: Alta | Média | Baixa :: Trailer 1: Alta | Média | Baixa :: Trailer 2: Quicktime […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


VEJA MAIS:
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:: Das Telinhas para as Telonas Parte 2
:: Das Telinhas para as Telonas Parte 1

:: Teaser: Alta | Média | Baixa
:: Trailer 1: Alta | Média | Baixa
:: Trailer 2: Quicktime (.MOV)
:: Site oficial em inglês
:: Site oficial em português

Sabe o nome da diretora desse filme? Nora Ephron. Ah, não conhece não? Mas que puxa. Então sejam apresentados. Nora, (coloque seu nome aqui); (coloque seu nome aqui), Nora. Foi ela que dirigiu coisinhas como Harry e Sally – Feitos um para o Outro, Mensagem pra Você e Sintonia de Amor. Pérolas doces com a Meg Ryan e o Tom Hanks. Mas não desanime de ver o filme só ao saber disso! Apenas saiba com quem está lidando: não é nenhum diretor conhecido por filmes incríveis, cabeça ou artísticos, e sim a diretora de filmes leves e feitos pra serem apreciados em dias de descanso mental. É, é verdade… eu acho todos eles deprimentes, mas se estou sozinha em casa em uma noite fria, tomando sorvete, de pantufas, assisto sim e me comovo com o enredo fofo. Quem diria? Pois é. A “má notícia” é que A Feiticeira é tão leve e sem profundidade quanto esses filmes água-com-açúcar. A boa notícia é que dá pra apreciá-lo sem precisar da ajuda do sorvete e das pantufas.

Provavelmente você já sabe disso, mas vale lembrar que A Feiticeira foi uma série antiga assistível por toda a família, e que, seguindo o padrão de séries antigas assistíveis por toda a família, era uma delícia de se ver (era não. Ainda é, porque ainda passa na Rede 21 toda quarta feira às 20h). Contava a história de Samantha (Elizabeth Montgomery), uma feiticeira que se apaixonou por um mortal, Darrin (Dick York/Dick Sargent), e casou com ele, sob a condição de viver com seu esposo como uma mortal, sem pôr em prática seus poderes mágicos. Toda a série, que durou 8 anos no ar, transcorreu em torno da vida do casal, que com o passar dos anos teve dois filhos, e em todos os episódios passava por problemas com a família bruxa de Samantha e os amigos mortais de Darrin.

Pois bem. Esse “A Feiticeira” que está no cinema é quase – mas não completamente – bastante diferente do seriado de 1964. Não, não conta a história de Samantha e o publicitário Darrin, nem mostra as várias personagens da série como a conhecemos. Ao menos não da forma que uma refilmagem provavelmente faria. No filme, o seriado “A Feiticeira” realmente existiu, e estamos falando do mundo real. Ou como o Zarko preferiria dizer: “Nora Ephron se utilizou da metalinguagem para fazer uma brincadeira aproximando o universo ficcional da série antiga à vida real”. Ou qualquer bobagem do gênero ^_^. Jack Wyatt (Will Ferrell, de Penetras Bons de Bico) é um ator famoso, mas realmente tosco e quase fracassado depois de seu último trabalho, que foi um fiasco. Ele e seu agente (Jason Schwartzman, não creditado em O Guia do Mochileiro das Galáxias) investe suas últimas esperanças na produção de uma nova versão do seriado “A Feiticeira”. O esquema é deixar que, nessa nova série, Jack seja a grande estrela. Para tanto, precisam encontrar uma atriz novata que dê todo o espaço possível para o péssimo ator mostrar seu “talento”, e que, ao menos, saiba mexer o nariz como Elizabeth Montgomery fazia na série das antigas.

Por sorte, ao mesmo tempo, uma moça chamada Isabel (Nicole Kidman, de A Intérprete) está em busca de uma vida normal. Ela é uma bruxa e anda cansada de conseguir resolver seus problemas facilmente com magia. Atrás de algo mais “emocionante” que uma vida resolvida através de passes de mágica, Isabel vai morar longe de sua família bruxa e procura um emprego. Chega sozinha e totalmente ingênua no novo mundo, acaba se apaixonando bobamente por Jack, e, conversa vai, conversa vem, topa trabalhar como a protagonista da nova “Feiticeira”. Com o tempo, a semelhança entre a história real e a ficção vai aparecendo. No fim das contas, é tudo uma comédia romântica que faz muitas referências à série antiga, e tem algumas piadas bem sacadas. Quem conhece a “Feiticeira” original certamente captará muito mais as piadas e as várias referências à série. Nada que incomode muito um novato no assunto, mas é fato que tudo fica mais divertido para quem já foi iniciado no universo de “A Feiticeira” (talvez ajude ler essa matéria aqui). Tem também uma referência bem legal a Cantando na Chuva, e na trilha sonora toca uma música do Mágico de Oz. Nem preciso dizer que, com isso, o filme ganhou mais pontos comigo. E, já que falamos de música, a trilha sonora é impecável, com canções escolhidas a dedo pra combinar com a situação, misturadas à música tema da série.

É meio irônico eu falar isso, mas nem sempre ler muitas críticas sobre um filme é a forma mais confiável pra saber se ele é bom ou não. Por exemplo, acabei de ler duas críticas internacionais: em uma, o crítico alegou que o que salvou o filme foi justamente a química entre Nicole Kidman e Will Ferrell. Na outra, o tio disse que existe ZERO de química entre os protagonistas. Difícil disputa, hã? Pois eu fico com o segundo cara. Em termos. O que faltou no filme, na verdade, foi dar uma melhorada nos personagens. Quero dizer, na série original o casal era cativante porque Samantha era esperta e meio maluquinha, enquanto seu esposo era um panaca. No filme, Nicole Kidman com sua voz e gritinhos agudos não consegue deixar a personagem muito interessante, enquanto Will Ferrell é um perfeito insuportável. E quando os dois protagonistas, juntos, não conseguem a simpatia do público, parece que alguma coisinha fica faltando. Que fique claro: o problema é mais a construção dos personagens do que o trabalho dos atores propriamente ditos. Aliás, os coadjuvantes estão bem divertidos. Tem a veterana Shirley MacLaine muito engraçada como a atriz que interpreta Endora, tem o engraçadinho agente de Jack e até uma atriz que contracenou com o Mathew Broderick em um musicalzinho da Disney (O Vendedor de Ilusões, não sei se muita gente conhece). E… bem, preciso falar alguma coisa do Alfred (vulgo Michael Caine) como o pai de Isabel?

Não espere algo perfeito. Antes de mais nada, “A Feiticeira” é uma comédia romântica com todos os elementos inerentes a comédias românticas. “Divertido” é a palavra mais adequada a esse filme. Ele não é nada mágico, nem tem momentos incrivelmente engraçados, daqueles que te fazem dizer “uau-que-engraçado-meu-deus-vou-morrer-de-tanto-rir”. Mas é uma homenagem divertida à série antiga. E é, assim como toda comédia romântica, e toda homenagem divertida, uma delícia de se ver. Agora esvazie sua cabeça de todos os pensamentos funestos que há nela, compre uma pipoca e vá pro cinema rir um pouquinho.

Ficha técnica:
A Feiticeira (Título original: Bewitched) / Ano: 2005 / Produção: EUA / Direção: Nora Ephron / Roteiro: Nora Ephron e Delia Ephron / Elenco: Nicole Kidman, Will Ferrell, Michael Caine, Shirley MacLaine / Duração: 102 min.


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