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Artigo adicionado em 23/08/2005, às 12:23

EU PREFIRO O CICLOPE!
Ou: “Wolverine My Ass!” “She did make a choice, Scott. It was you” — Wolverine em “X-Men 2” Navegando pel’A ARCA recentemente, me deparei perdido nos comentários d’A Voz dos Nerds acerca do enroladíssimo X-Men 3. E percebi alguns exacerbados ataques ao simpático personagem de Scott Summers, mais conhecido pela alcunha de Ciclope. E, afinal […]

Por
Thiago "El Cid" Cardim


“She did make a choice, Scott. It was you”
— Wolverine em “X-Men 2”

Navegando pel’A ARCA recentemente, me deparei perdido nos comentários d’A Voz dos Nerds acerca do enroladíssimo X-Men 3. E percebi alguns exacerbados ataques ao simpático personagem de Scott Summers, mais conhecido pela alcunha de Ciclope. E, afinal de contas, como se trata de um dos meus x-men favoritos, resolvi que era hora de defender o cara – apesar do panorama que insistem em apresentar os dois filmes dirigidos por Bryan Singer.

Juro que fico revoltado com todo este alarde que os fãs de quadrinhos fazem em cima do invocado baixinho canadense Wolverine. Blah. Uau, ele é todo misterioso, malvadão, fica rosnando pelo meio dos dentes com um charutão, tem a barba por fazer, um monte de cabelo no peito saltando pra fora da camisa aberta, usa aqueles “dog-patches” e ainda tem seis garras do metal mais poderoso do universo Marvel prontas para rasgar quem estiver na frente.

E daí?

Cá entre nós, nunca entendi esta predileção dos fãs de quadrinhos anos 90 pelos bad boys e bad girls. Não fica só no Logan: é Justiceiro, Motoqueiro Fantasma, Darkness, Witchblade, Lara Croft, Painkiller Jane, Pitt e toda aquela leva de idiotices da Image (Youngblood, Stryke Force, Cyber Force, entre outros). Muita adrenalina, músculos saltando, veias expostas e litros de testosterona. Quanto mais sangue e violência, melhor. E se der pra mostrar algumas mulheres semi-nuas no meio do caminho, é melhor ainda. Uêba.

Nota: creio que eu excluiria desta lista o Justiceiro do Garth Ennis que, usando muita inteligência e humor negro, brincou com o personagem e me fez gostar pacas dele.

Não, não, pode parar. Como sou um egocêntrico nato, não preciso projetar meus ensejos do que eu “gostaria de ser” nos meus heróis de quadrinhos. Ao invés disso, prefiro idolatrar personagens divertidos, carismáticos e, antes de tudo, tridimensionais e psicológicos. Menos sangue e mais cérebro. Aliás, mais alma. Que se pareçam com pessoas de verdade. Que se pareçam comigo. E não que se pareçam com quem eu supostamente gostaria de ser.

Por isso curto tanto o tímido e atrapalhado Homem-Aranha, o endividado Homem-Animal, o complexado Surfista Prateado, o tristonho Monstro do Pântano, o político e machista Arqueiro Verde, o confuso Noturno…e, sim, o Ciclope.

A maior parte dos fãs dos X-Men não só adora o Wolverine como faz questão de ODIAR Scott Summers. Eu mesmo, quando comecei a ler quadrinhos, tinha minhas ressalvas quanto ao cara. A grande verdade é que, recentemente, muita gente se deixou influenciar pela visão que Singer deu ao sujeito nos filmes dos “X-Men” – e que acho um dos únicos defeitos de ambas as películas. Lá, vemos um Ciclope idiotizado, jovem demais, mal-interpretado por James Marsden e sempre servindo como escada cômica para as tiradas do Wolverine interpretado pelo bonitão Hugh Jackman. Como o cineasta nunca escondeu sua predileção pelo carcaju, aí ficou fácil.

Pó pará. O verdadeiro Ciclope é aquele que vem sendo retratado no Brasil em dois momentos: nos New X-Men de Grant Morrison e nos Ultimate X-Men de Mark Millar e cia. Apesar de serem personagens de cronologias distintas, ambos dão uma excelente visão de quem é de verdade o irmão mais velho da família Summers.

Scott é um sujeito cheio de problemas. Primeiro aluno de Xavier e líder nato, ele é uma espécie de soldado certinho que carrega nas costas mais responsabilidade do que consegue. É a cristalização do sonho do professor e acaba acreditando nele um tanto quanto cegamente. Sempre falando alto e dando ordens pra lá e pra cá, ele mantém esta pose de homem forte e chefão impassível, o perfeito comandante de campo… mas é, no fundo, só um nerd assustado e chorão. E por isso ele é tão legal. Eu prefiro os nerds como o Ciclope. E não os bad boys que dão tapa na cabeça dos nerds, como o Wolverine. Percebeu agora? 🙂

Basta ver os problemas que o Scott tem com as mulheres. Apesar de gostar tanto da Jean Grey, o relacionamento deles sempre viveu aos trancos e barrancos. Ele não soube lidar quando a Psylocke começou a dar em cima dele (ainda na era Jim Lee) e acabou entrando numa das maiores confusões de sua vida quando se rendeu à sedução psiquíca de Emma Frost, a Rainha Branca.

Mais uma nota: graças ao Morrison, passei a gostar muito da personagem da Emma – por quem eu comecei a torcer na disputa pelo coração do Ciclope. Ela REALMENTE se apaixonou pelo cara, por mais que não quisesse admitir no começo. E, na verdade, cá entre nós: sempre achei a Jean meio mala mesmo.

O resultado foi uma das edições mais espetaculares e definitivas sobre este personagem e sobre como funciona justamente o seu relacionamento com o Wolverine. Basta dizer que, no fim das contas, Ciclope acaba enchendo a cara de champanhe em pleno Clube do Inferno, acompanhado de Logan e do Fantomex.

E para quem acha que ele não tem culhões de encarar o colega canadense, basta relembrar determinada passagem do universo “ultimate”, quando Wolvie deixou o “quatro-olhos” abandonado à própria sorte durante uma missão na Terra Selvagem, já pensando nas possibilidades de seu retorno ao lado da Jean. Ciclope se quebou todo. Mas voltou. E deu uma SENHORA lição no peludão metido à besta. Literalmente a vingança dos nerds.

Isso se a gente resolver que não vai discutir o fato de que uma bela rajada óptica do Ciclope pode tirar o Wolverine de circulação por um bom tempo…Mas aí já é outra história.


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