A ARCA - A arte em ser do contra!
 
Menu du jour! Tutu Figurinhas: o nerd mais bonito e inteligente dessas paragens destila seu veneno! GIBI: Histórias em Quadrinhos, Graphics Novels... é, aquelas revistinhas da Mônica, isso mesmo! PIPOCA: Cinema na veia! De Hollywood a Festival de Berlim, com uma parada em Nova Jérsei! RPG: os jogos de interpretação que, na boa, não matam ninguém! ACETATO: Desenhos animados, computação gráfica... É Disney, Miyazaki e muito mais! SOFÁ: É da telinha que eu estou falando! Séries de TV, documentários... e Roberto Marinho não está morto, viu? CARTUCHO: Videogames e jogos de computador e fliperamas e mini-games e... TRECOS: Brinquedos colecionáveis e toda tranqueira relacionada! Tem até chiclete aqui! RADIOLA: música para estapear os tímpanos! Mais informações sobre aqueles que fazem A Arca Dê aquela força para nós d´A Arca ajudando a divulgar o site!
Artigo adicionado em 11/08/2005, às 06:51

Crítica: ÁGUA NEGRA
Esqueçam o terror: direção segura de Walter Salles gera um bom suspense LEIA MAIS: :: Ídalos: Walter Salles :: Saiba mais sobre o filme original, Honogurai mizu no soko kara :: Filmes de terror japoneses e coreanos: o medo vem do oriente! :: Trailer 1: Tela Cheia | Alta | Média | Baixa :: Trailer […]

Por
Paulo "Fanboy" Martini


LEIA MAIS:
:: Ídalos:
Walter Salles
:: Saiba mais sobre o filme original, Honogurai mizu no soko kara
:: Filmes de terror japoneses e coreanos: o medo vem do oriente!

:: Trailer 1: Tela Cheia | Alta | Média | Baixa
:: Trailer 2: Tela Cheia | Alta | Média | Baixa
:: Comercial de TV “Itsy Bitsy”: Alta | Baixa
:: Comercial de TV “Vision”: Alta | Baixa
:: Comercial de TV “Fear”: Alta | Baixa
:: Comercial de TV “Hold Your Breath”: Alta | Baixa
:: Notícias relacionadas: aqui, aqui, aqui, aqui e aqui
:: Site oficial em inglês

Mas essa tal de globalização tá começando a gerar coisas muito estranhas mesmo. Em mais uma tentativa de emplacar um sucesso dessa nova fase de filmes de terror japoneses, os produtores chegaram ao cúmulo de chamar o diretor brasileiro Walter Salles (de Central do Brasil e Diários de Motocicleta para dirigir a adaptação do filme Honogurai mizu no soko kara, do diretor nipônico Hideo Nakata (o mesmo da versão original d’O Chamado, Ringu, e diretor da continuação estadunidense, O Chamado 2), para as telonas ianques.

Logo que eu soube, eu pensei: “terror japonês, produção norte-americana e diretor brasileiro? Rapaz, o que é que vai sair dessa lambança, hein?” E não vou negar que fiquei bem curioso, já que não se pode negar que Salles é um diretor muito competente. Mas partir para um gênero de filme – o terror psicológico – que praticamente jamais foi filmado no Brasil (e não, Zé do Caixão e os filmes da Xuxa não contam) e que, sejamos sinceros, com o qual até mesmo os americanos não são muito familiarizados… Podia esperar-se de tudo.

:: O QUE ACONTECE, AFINAL?
O filme conta a história de Dahlia Williams (Jennifer Connelly, de Hulk e Uma Mente Brilhante e Casa de Areia e Névoa) e de sua filha de 7 anos, Ceci (Ariel Gade, de A Inveja Mata), que estão à procura de uma nova moradia. Recém-separada de Kyle (Dougray Scott, o vilão de Missão: Impossível 2), Dahlia está lutando sozinha para manter a guarda da filha e achar um novo emprego, o que está gastando todas as suas forças.

Mas parece que as coisas estão se acertando, pois Dahlia acaba de achar um apartamento que une o útil ao agradável: é bem barato e fica perto de uma das melhores escolas da região, o que seria perfeito para sua filha. Atendida com muita simpatia pelo corretor Murray (John C. Reilly, de Chicago e O Aviador), Dahlia decide alugar o apartamento depois de uma súbita mudança de pensamento da pequena Ceci, que há poucos segundos resistia em se mudar para o local.

Quando as coisas finalmente parecem estar voltando ao normal, Dahlia começa a notar coisas estranhas em seu apartamento e no prédio: uma estranha goteia que aparece no quarto de Ceci, além de barulhos estranhos no andar superior. A partir daí… bem, isso seria falar demais, não? ^_^

:: MAS É TERROR OU É SUSPENSE?
A campanha de divulgação bate muito na tecla do “terror”, e “do criador de ‘O Chamado'” e tal, mas já digo aos mais afoitos: “Água Negra” NÃO É um filme de terror. É, na verdade, um suspense; um muito bem feito, diga-se de passagem. E que dá de dez a zero em sua versão original (leia o artigo que o Zarko vez sobre o filme japonês clicando aqui). Tanto é que a campanha de divulgação da produção, aqui no Brasil, está partindo muito mais para esse lado.

Esse clima de suspense é muito bem construído pela fotografia – com muitas cenas utilizando apenas com um tom de cor – sem falar nos ambientes claustrofóbicos (o apartamento é um cubículo, e o prédio em que as personagens principais vivem parece que está sempre querendo pressioná-las entre as paredes) e na trilha sonora do mestre Angelo Badalamenti (o criador de toda a trilha sonora da espetacular série de tv Twin Peaks).

Dito isso, para aqueles que estão esperando sustos a la “O Chamado” ou até mesmo O Grito, podem esquecer. Sim, eles estão lá, mas nada que te faça realmente pular da cadeira.

E é claro que se espera algo de sobrenatural acontecer, mas será que há mesmo alguma coisa do além? Ou será apenas a pobre Dahlia pirando na batatinha? Afinal, com a pressão de perder a filha e com traumas de infância ainda muito vivos, a trama não deixa claro se a personagem de Connelly está mesmo vendo coisas de outro mundo ou se está sobre pressão e estresse do dia-a-dia. E é aí que Salles, com o roteiro bem construído de Rafael Yglesias (que também roteirizou Do Inferno), consegue dar seu toque, com uma direção muito segura e personagens muito mais bem construídos do que no original, o que ganha ainda mais força com ótimas atuações de todo o elenco, com destaque para Connelly e para a menina Ariel Gade, de apenas 8 anos. Claro que, com atores da tarimba de John C. Reilly, Tim Roth (de O Planeta dos Macacos do diretor Tim Burton) e Pete Postlethwaite (de Jurassic Park 2: O Mundo Perdido e Amistad), fica difícil deixar um personagem ruim. Até mesmo o “até agora com pouca expressão” Dougray Scott cumpre muito bem seu papel com uma atuação bem convincente.

:: O FILME É ESPETACULAR, ENTÃO?
Espetacular? Não. É, sem dúvida, uma ótima estréia do diretor brazuca em solo hollywoodiano, um trabalho muito sólido mesmo. Mas não há ali nada muito novo, nada de estupidamente criativo, que você não tenha visto parecido em algum outro filme. É fácil sacar aonde o roteiro está te levando, e o que vai acontecer. Salles não chega a sugerir tanto quanto o filme original, e se atém mais a explicar o que está acontecendo – o que deixa a trama muito mais amarrada, mas faz perder um pouquinho do mistério.

Eu recomendo. É um filme muito bom mesmo, que fica ainda melhor se você não compará-lo com “O Chamado”, “O Grito” ou qualquer outro filme do gênero. Você verá um show de interpretação e até será pego de calças curtas em certos momentos.

Água Negra (Título original: Dark Water) / Ano: 2005 / Produção: EUA / Direção: Walter Salles / Roteiro: Rafael Yglesias / Elenco: Jennifer Connelly, Ariel Gade, Dougray Scott, John C. Reilly, Pete Postlethwaite, Tim Roth, Perla Haney-Jardine / Duração: 105 min.


Quem Somos | Ajude a Divulgar A ARCA!
A ARCA © 2001 - 2007 | 2014 - 2024