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Artigo adicionado em 22/07/2005, às 05:58

Entrevista: OS ARTISTAS DO ANIME FRIENDS 2005
Simplesmente um dos mais felizes dias da minha vida… LEIA MAIS: :: Anime Friends 2005: Crônicas de um evento de anime A gente vinha tentando marcar uma entrevista com Hironobu Kageyama, Akira Kushida, Yoshiki Fukuyama e Takayuki Miyauchi, as quatro atrações internacionais do Anime Friends 2004, mais ou menos um mês antes do evento. Mas […]

Por
Emílio "Elfo" Baraçal


LEIA MAIS:
:: Anime Friends 2005:
Crônicas de um evento de anime

A gente vinha tentando marcar uma entrevista com Hironobu Kageyama, Akira Kushida, Yoshiki Fukuyama e Takayuki Miyauchi, as quatro atrações internacionais do Anime Friends 2004, mais ou menos um mês antes do evento. Mas toda a loucura envolvendo a organização de uma coisa deste porte fez com que A ARCA só conseguisse estar cara a cara com os sujeitos aos 45 minutos do segundo tempo, poucas horas antes do último show do último dia de AF – domingo, dia 17 de junho.

Não arredamos o pé da frente do camarim dos sujeitos. Na verdade, enquanto o bicho pegava nos andares inferiores da Uni’ Santanna, eu quase cochilei na cadeira de espera, com medo de que, a qualquer momento, a porta se abrisse e alguém nos dissesse: “Perdão, mas e entrevista não vai mais acontecer. Desculpe”. Mas não foi o que aconteceu. Finalmente, surge Ricardo Cruz, o brasileiro integrante do Jam Project – grupo japonês de músicos de animesongs, do qual Kageyama é líder -, que nos manda entrar. Claro, que meu coração tremia a todo momento. Ídolos que eu tive desde criança estavam na minha frente, sorridentes, gentis e prestativos. Embora eu adore todos ardorosamente, claro que quem sempre me chamou a atenção foi Kageyama, devido à sua simpatia inigualável e ao seu carisma no palco. E pô, convenhamos, é ele que canta as músicas de abertura dos Changeman e Cavaleiros do Zodíaco!

Enfim, uma intérprete foi providenciada e logo começamos as perguntas. Agora, o resultadodeste papo de fã para ídolo você conhece logo abaixo:

A ARCA: De todas as coisas que viram no Anime Friends, o que mais surpreendeu vocês? Aconteceu algo marcante?
Kushida: Várias coisas. Da 1ª vez que estive aqui, o que inicialmente me deixou espantado foi o tamanho do país. Como é grande, né? E com certeza o calor das pessoas. O japonês é mais contido, mais fechado. Aqui as pessoas se beijam no rosto, se abraçam. São bastante comunicativos socialmente no que se refere à algo mais informal.
Miyauchi: Um exemplo é o que aconteceu comigo ao chegar no aeroporto daqui. No Japão, se alguém famoso aparece, o povo continua reservado, não mudam muito o comportamento. Aqui, uma pessoa esbarrou em mim e falou comigo algo que não entendi e que só fui saber mais tarde que foi um pedido de desculpas. Aqui o povo é mais aberto.
Kageyama: Eu gosto da paixão do povo. Se o brasileiro gosta de algo, gosta mesmo, verdadeiramente e não tem receio de demonstrar isso. Um exemplo são os shows que venho fazendo desde quevim pela primeira vez, em 2003. O pessoal pula, grita, canta junto, agita bastante. Geralmente, quem agita sou eu, mas aqui a platéia participa da coisa. O japonês ainda está engatinhando nesse tipo de coisa.
Fukuyama: Churrasco e caipirinha!

AA: Gostaram tanto assim da carne aqui no Brasil? Bom, com o tipo de alimentação japonesa, quase sem carne vermelha, acho que não é de se espantar que tenham aproveitado a oportunidade. Boa parte da comida daqui tem carne. Eu tenho problemas com isso às vezes, pois sou vegetariano. Não gosto de carne.
Kageyama: Ah é? É brasileiro e não gosta de carne?
Fukuyama: A carne que comi aqui foi excelente.
Miyauchi: Realmente a comida é excelente. E pensando em outros aspectos, eu me senti em casa aqui. Não sei se é porque vi muitos japoneses e descendentes quando estive no bairro da Liberdade ou se é pelo calor da recepção do público. Acho que um pouco dos dois.

AA: Por falar nos fãs, quais as diferenças entre os fãs brasileiros e japoneses?
Kushida: Atualmente, quase nenhuma. Apesar do povo japonês ser mais contido, eles estão aprendendo a se soltar em coisas como espetáculos musicais e outros do gênero. Antes, ficavam sentados, quietos cada um em sua cadeira durante o show, se manifestando apenas com aplausos no término de cada música. De uns tempos pra cá, estão gritando, pulando, como o povo brasileiro. Porém, em questão de paixão, o brasileiro é muito mais fervoroso.
Kageyama: Realmente, aos poucos a diferença está sumindo.
Miyauchi: Eu não sabia que tinha fãs aqui! (risos)

AA: Para Fukuyama e Miyauchi: é a primeira vez de ambos aqui no Brasil. O que mais vocês gostaram no país?
Miyauchi: O brasileiro admira a vida. Ele vive mais no sentido de experimentar as coisa boas. O povo brasileiro é apaixonado por tudo o que faz. Eu admiro isso. É algo comovente.
Fukuyama: É bom tocar pra um povo do qual você não sabe o que esperar. É uma platéia diferente, parece que é a primeira vez que vou me apresentar. Ouvi histórias, mas não é nada comparado a estar num palco diante de brasileiros que eu não sabia que escutavam Jpop.

AA: A pergunta que não quer calar: há algum plano de vocês, em conjunto com a Yamato, lançarem algum DVD dos shows que fazem aqui?
Kageyama: Ouvi falar algo sobre eles passarem pra DVD sim, mas não pra comercialização, não para vender.
Kushida: Bom, pode ser que aconteça, pode ser que não, mas não é algo que estamos preocupados no momento. Não há idéias em relação a isso.

AA: Mas e outros álbuns ou DVDs já feitos? Há planos de lançarem algo oficialmente aqui? Mesmo que seja num número limitado, específico para o nicho que consome o tipo de trabalho de vocês?
(nesse momento, todos ficam pensativos)
Miyauchi: É um fato a se pensar. O problema é que essa é uma questão delicada e que não posso te responder de forma simples.
Kushida: Isso é verdade.

AA: Obviamente, vocês são amigos de vários outros artistas japoneses. Vocês comentam com eles sobre a viagem? O assunto com certeza deve entrar em algum momento na conversa de vocês, imagino.
Kageyama: Ah, com certeza! Estamos criando um carinho especial pelo Brasil, ainda mais eu, com todas as vezes que vim e o Kushida, que é o primeiro a retornar desde então. Falamos bastante do que encontramos por aqui, das coisas que nos surpreenderam.

AA: Por exemplo?
Kushida: A diversificação do Brasil. Desta vez, fizemos shows não só em São Paulo, mas também no Rio de Janeiro. Aqui, a coisa é mais calorosa, a cidade tem mais atrativos, parece viva. Já o Rio de Janeiro não parece uma cidade em si. Há as belas praias e um ou outro bairro nobre que não é nada além do que já vimos em outras cidades. O bom do Rio de Janeiro foi seu público, que foi tão simpático e caloroso como o de São Paulo, mas como cidade, gostamos mais daqui.
Kageyama: Com certeza.
Fukuyama: Eu ouvi bastante coisa sobre o Brasil da boca do Kageyama e do Kushida. Porém, do jeito que contavam, eu começava a imaginar mil coisas. O legal é que foi tudo bem diferente do que imaginei e bem melhor. Mesmo o Rio de Janeiro foi bem legal e surpreendente. Acho que o que não gostamos muito foi o clima do Rio mesmo, o tipo de agitação e do jeito que a cidade anda pra frente. Comparando com uma previsão do tempo, parece que o clima do Rio é meio “nublado”, bem sóbrio. Mas no geral, incluindo o Rio e tudo mais, o Brasil é um lugar maravilhoso.
Miyauchi: É, o Brasil em geral despertava em mim uma expectativa enorme e me surpreendeu quando o resultado foi muito além das expectativas que eu tinha.

AA: Kageyama, ano passado vieram Maasaki Endoh, Massami Okui e Eizo Sakamoto, além de você, é claro. Este ano, também vieram quatro artistas. Há algum plano ou idéia de trazer todo o Jam Project para o Brasil?
Kageyama (abrindo um sorriso enorme): Fico feliz de você perguntar isso. Claro que seria maravilhoso, explêndido juntar todo o Jam Project e se apresentar fora, ainda mais no Brasil. Porém, o maior problema disso é de agenda. Todos temos compromissos pessoais que nada ou pouco tem a ver com o grupo. Dessa forma, fica difícil ficar um período até relativamente médio fora do Japão numa mesma data. Claro que seria divino trazer todo mundo pra cá e fazer um mega-show pra vocês. Pode ser que aconteça? Sim, mas é muito difícil mesmo.
AA: E o que os artistas do ano passado acharam do Brasil?
Kageyama: Ah, eles amaram. E querem voltar. Vou te falar uma coisa… tanto eu, quanto o Kushida, quando viemos da primeira vez, não sabíamos o que esperar do público brasileiro. E nos surpreendemos. Mesmo. Quando contamos a todos os outros, claro que ficaram curiosos. Tanto é que aos poucos, todos estão vindo. E até agora, todos gostaram mesmo. Foi uma experiência nova pra todos tocar e cantar aqui no Brasil.
Kushida: Um exemplo aconteceu da primeira vez que eu e o Kageyama viemos pra cá. Não demorou muito tempo depois que voltamos de viagem para o Japão para um olhar pra cara do outro e dizer “Vamos para um restaurante brasileiro comer churrasco e tomar caipirinha?” (risos)
Kageyama: É mesmo esse tipo de carinho que todos estão pegando. O que não vão faltar são atrações pra vocês. É incrível a lembrança que o público brasileiro tem de todos os momentos que nós artistas, especialmente eu e o Kushida, passamos com vocês.

AA: Eu vim em todas as edições do Anime Friends e vi todos os shows. Claro que adorei, amei, fiquei de boca a berta com você e o Kushida quando vieram da primeira vez. Porém, no ano passado, apesar de ter gostado de todos os novos convidados, quem mais me surpreendeu foi Eizo Sakamoto. O cara simplesmente arregaça no palco. Ele tem uma presença bem forte. Agora, claro, fico na expectativa pra ver o Miyauchi cantando Flashman ao vivo.
Fukuyama: Ah é? E o que achou da apresentação? Foi minha primeira aqui…

AA: Achei fantástica. O momento mais marcante com certeza foi quando cantou November 16, de Macross 7. Aquilo foi lindo mesmo. Ah, e claro, o seu jeito de cantar, se portar no palco, mais o cabelo, me fazem lembrar do Ian Gillan, vocalista do Deep Purple. (risos)
Fukuyama: Hahaha! Fico orgulhoso com a comparação, mais eu sou mais gordo, né?

AA: Eu acho que não. Sinal de que você não acompanha o Deep Purple de uns anos pra cá. O Gillan tá gordinho sim…
Fukuyama: Ah, então tá bom! (risos)
Miyauchi: Já pra mim, só quero poder fazer a melhor apresentação possível para o público brasileiro. Como já dissemos, é um povo apaixonado e que gosta mesmo de viver. Viemos de muito longe e por isso tenho que dar o melhor que nós pudermos de nossa capacidade. É especial se apresentar aqui.

AA: Kushida, qual foi a diferença de estar no primeiro Anime Friends e a dessa vez? Houve alguma?
Kushida: Quase nenhuma. Na realidade, fiz amigos aqui. Talvez essa seja a maior diferença, mas não teve muita não, o que é excelente, já que adorei tanto que estou de volta.

Nesse momento, Ricardo Cruz interfere na entrevista, dizendo pra sermos rápidos, pois o horário do show já estava em cima. Eu disse que não era necessário mais sermos rápidos, pois eu já tinha terminado. Claro, não ia abusar e pedir um autógrafo de todos eles devido à pressa para o show começar, mas uma imagem vale mais do que mil palavras e tirei uma fotos ao lado deles. Pra quê autógrafo se a prova era uma imagem? Esse dia, com certeza, vai ficar na minha memória como um dos mais felizes da minha vida. Claro que tive que agir como um profissional e devido a isso, só fui surtar mesmo depois que me despedi deles, dizendo que assistiria ao show e que agradecia os momentos da entrevista. Quando a porta do camarim se fechou atrás de mim, claro que quase tive um treco. Afinal, não é todo dia que você esbarra com caras desse porte.


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