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Artigo adicionado em 07/07/2005, às 12:18

Crítica: QUARTETO FANTÁSTICO
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Por
Os Master


:: Gibi: As famílias fantásticas das HQs
:: Acetato: A saga do Quarteto nos desenhos animados
:: Roger Corman e sua Tosqueira Fantástica!
:: Trecos: Os brinquedos do filme
:: Trailers e vídeos: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
:: Site oficial: em inglês e português

Para este que vos escreve, é realmente uma tarefa deveras interessante analisar uma película inspirada nos odiáveis membros do Quarteto Fantástico. Afinal, assim como meus gostos pessoais certamente terão influência sobre esta crítica de caráter imparcial, com certeza os seus vão pesar (e muito) na sua tolerância à película dirigida por Tim Story (do intragável “Táxi”).

Antes de mais nada, cabe uma apresentação: meu nome é Victor Von Doom, conforme a assinatura do texto denuncia. Sou o governante de uma pequena nação européia chamada Latvéria, uma das mais prósperas do continente, lar de uma série de evoluções tecnológicas que rivalizam – e superam, sem falsa modéstia – àquelas promovidas pelos maiores gênios desta dimensão que se convencionou chamar Universo Marvel. Além de cientista, também sou estudioso das artes místicas e, nas horas vagas, o maior terror dos patéticos super-heróis americanos, em especial do odioso Quarteto Fantástico, liderado pelo meu eterno rival, Reed Richards.

E admito que foi ao mesmo tempo odioso e regojizante ver a minha contraparte ganhando vida nas telonas, assistindo ao filme na minha sala de cinema particular, que fica na torre oeste do meu castelo. Mas esta faceta eu pretendo abordar mais para frente. Por ora, vamos ao filme.

Tentando abocanhar o mesmo público que lotou as salas de cinema para conferir as aventuras em 35mm de heróis como o irritante Homem-Aranha (maldito piadista) e os X-Men daquela teórico cego de nome Charles Xavier, “Quarteto Fantástico” enfrentou séria resistência por parte dos fãs mais radicais. O trailer de gosto duvidoso e os efeitos especiais desinteressantes – contando aí a maquiagem de Michael Chiklis (da “The Shield”) na pele rochosa de Ben Grimm, o Coisa – deixaram uma cheiro de dúvida no ar. Mas creio que, no saldo final – sim, é um filme com muitos defeitos. Mas tem lá os seus acertos, como no retrato fiel de Grimm e do pueril Johnny Storm (interpretado por Chris Evans, de “Celular”). Comparando com algumas produções recentes, consegue ser melhor do que Demolidor e Elektra, por exemplo, citando apenas dois produtos similares do mesmo estúdio.

O grande erro da trama de Story (com o perdão do trocadilho que, em inglês, acaba surgindo nesta frase) sou…eu. Sim. O grande antagonista da saga. O Von Doom de Julian McMahon (do pífio seriado “Nip/Tuck”) é um nativo da Latvéria, que foi estudar nos EUA e lá estabeleceu uma das maiores empresas de pesquisas científicas do mundo. Maldito infiel! Todos sabem do meu ódio pelas instituições americanas! Como diabos Destino se curvaria ao apodrecido mercado financeiro daquelas terras? JAMAIS! ARGHHHHHHHHHH! (rajadas de energia começam a estalar das luvas metálicas)

Hum. Desculpe. Por pouco não destruí o teclado do meu computador pessoal.

De qualquer maneira, aquele Von Doom é rico, poderoso, bonitão, maquiavélico, egocêntrico, arrogante e narcisista. Ou seja: carrega uma série de elementos típicos do arquétipo de supervilão. Mas o resultado final não funciona. Porque o personagem não consegue ser ameaçador como eu. Nesta escola, eu sou diretor. Depois que coloca a máscara e a armadura inspiradas – mas não iguais, por favor – nas minhas vestimentas, então, a situação piora e ele perde toda a força que deveria ter. Afinal, um certo George Lucas se inspirou em mim para criar o tal Darth Vader. Tudo que eu peço é um pouco de respeito. Mas nada que duas noites de tortura nos calabouços de minha morada não façam este parco cineasta entender…

Na história, Richards (Ioan Gruffudd, de “Rei Arthur”) é um famoso e rico cientista que… já não é mais tão rico assim. À beira da falência e com a reputação abalada, ele precisa fazer algo para conseguir manter seu laboratório e seus experimentos. Então, ele recorre a Von Doom para realizar uma experiência que visa descobrir os segredos do código genético humano, descobrindo a cura para várias doenças e moléstias que afligem a raça humana. E o ingênuo Richards (como sempre…) acredita que a chave para tal descoberta está numa nuvem radiotiva que irá passar perto da Terra muito em breve. Mas Von Doom adora ver seu antigo rival de faculdade sofrer – neste caso, acho que o filme está absolutamente certo – e sela um acordo que vai lhe dar muito mais mais benefícios. Com a corda no pescoço, Richards aceita de quaquer jeito.

Para realizar a experiência, Susan “Sue” Storm (a bela Jessica Alba, de “Sin City”), competente diretora de pesquisas genéticas da empresa de Doom, faz parte da equipe, assim como seu irmão mais novo Johnny Storm (Evans) e o melhor amigo de Reed, Grimm (Chiklis) – os dois últimos como os pilotos do foguete que conduzirá a experiência. Ex-namorada de Richards e atualmente envolvida com Von Doom – como seria óbvio, aliás – Susan trata o cientista com desdém. E, durante a viagem, além de aguentar as humilhações de Von Doom (Bwahahahahahahahahahaha. Perdão, não posso evitar), Richards tem que lidar com os constantes desentendimentos entre Ben e o irresponsável Johnny.

A partir de então, você sabe o que acontece: a blindagem da nave não é suficiente para impedir que a radiação cósmica os atinja, todos quase morrem mas, aos poucos, descobrem que ganharam capacidades especiais. O sofrível Richards estica seu corpo como um elástico, Susan consegue ficar invisível e projetar campos de força, Johnny tem a capacidade de incendiar todo o seu corpo e voar e Grimm torna-se um gigante de pedra com uma força assustadora. Enquanto Richards e Susan tentam de todas as formas entender o que está acontecendo, Grimm vê seus novos dons como uma maldição e Johnny acha tudo “muito legal” e crê que é uma chance de se tornar famoso de vez, faturar mais mulheres, ganhar cada vez mais dinheiro… Tentando promover os amigos, ele os batiza com aqueles nomes pomposos, cria os uniformes e os transforma em…heróis. Humpf. Risível.

É claro que, originalmente, eu não participei do estúpido experimento mal-sucedido de Richards – porque, com meu intelecto superior, eu o teria evitado. No entanto, no filme, Von Doom não manifesta, pelo menos inicialmente, qualquer reação. Mas à medida que as mudanças começam a acontecer e as ações de sua empresa começam a cair, é claro que ele culpa o imbecil Richards, selando o conflito que vai transcorrer até o fim do filme.

Aos que reclamaram da escolha de Alba para o papel da maternal Susan, um consolo: a essência da esposa de Richards está ali. Mas menos pela interpretação da atriz e mais por sua dinâmica ao lado de Evans, cujo brincalhão Johnny acaba sendo repreendido todo o tempo, e também ao lado de Chiklis, já que Susan se transforma no principal pilar de sustenção para a sofredora criatura de pedra. Sobre este clima, por sinal, é bom que se esqueça as já clássicas batalhas cósmicas. A maior parte do longa é sobre como os cinco personagens principais estão lidando com suas mudanças. A idéia é a de que este filme estabelece os personagens, mostra ao mundo quem eles são. Apesar de ser Tim Story e do retrato um tanto boçal deste que vos escreve, a essência foi bem capturada. Em resumo: um filme que não faria feio numa “Tela Quente” – ei, a Globo pega aqui na Latvéria também.

E para os que ficaram decepcionados com a minha participação: meus contadores estão terminando de reunir o montante necessário para a produção de um filme-solo retratando Destino em toda a sua glória, dirigido por David Cronnenberg Estou pensando em chamar Jude Law para o meu papel. Que acha? Vou torturá-lo para ver se o distinto aceita.

CURIOSIDADES:

Chris Columbus, Raja Gosnell e Peyton Reed foram os diretores que, em algum momento, estiveram atrelados ao filme. Além deles, duas pessoas se mostraram interessadas em dirigir: Steven Soderbergh (de “Traffic”) e Sean Astin (o Sam Gamgee de “O Senhor dos Anéis”).

George Clooney e Brendan Fraser foram os atores sondados para ser Reed Richards. Já Sue Storm suou pra ganhar uma protagonista, pois a briga ficou entre Elisha Cuthbert, Julia Stiles, Kate Bosworth, Rachel McAdams, Elizabeth Banks e KaDee Strickland. O Tocha Humana quase ficou com a cara de Paul Walker. E o Dr. Destino quase foi vivido por Tim Robbins.

– Como parte de sua roupa, Michael Chiklis teve que usar prótese dentária para viver o Coisa. Para se acostumar, Chikilis a usava enquanto lia para os filhos. Além disso, o papel de Coisa foi pra ele depois que a fofura da Jennifer Garner deu a sugestão de que o ator ficaria perfeito. Outra coisa: dos quatro atores a viver alguém do Quarteto, Chikilis é o único que lê quadrinhos.

– Para deixar Chikilis legal na roupa do Coisa, uma das pedras da cabeça da vestimenta foi removida e foi colocado ar gelado entre o ator e aqueles falsos pedregulhos.

– O roteiro levou dez anos para ser desenvolvido, pois passou pela mão de muita gente. Vários roteiristas trabalharam em adaptar os heróis para as telas e no final, a história ficou a cargo de Mark Frost e Michael France. Aliás, Frost é mais conhecido por ser um dos caras que criou a aclamada série de TV Twin Peaks, junto com David Lynch.

Stan Lee, criador dos personagens, sempre fez pontas nos filmes de suas criações, mas em Quarteto Fantástico foi a primeira vez que ele interpretou um personagem dos quadrinhos, Willy Lumpkin, o carteiro do Edifício Baxter, prédio que é sede da equipe. E outra: dessa vez ele tem fala!

– Vários momentos do filme fazem alusão a momentos dos quadrinhos: a tempestade cósmica é muito parecida com aquela desenhada por Jack Kirby na primeira aparição do Quarteto nos quadrinhos. Já o visual do Coisa foi baseado também nos primeiros desenhos de Kirby. Johnny tenta escapar de um míssel da mesma forma como aparece na sua cena de estréia nos gibis. Além disso, no começo do filme, o visual de Johnny é mais como uma tocha gigante do que como um humanóide em chamas da versão moderna, exatamente como o desenho de Kirby. E a cena do Coisa contra o caminhão também faz parte do uma cena de uma história clássica do Quarteto.

Quarteto Fantástico (Título original: Fantastic Four) / Ano: 2005 / Produção: EUA / Direção: Tim Story / Elenco: Ioan Gruffudd, Jessica Alba, Julian McMahon, Chris Evans, Michael Chiklis / Roteiro de Mark Frost e Michael France / Música de John Ottman


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