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Artigo adicionado em 06/07/2005, às 06:04

Crítica: KUNG-FUSÃO
Stephen Chow é o mestre! Desligue seu cérebro. De preferência, tire-o da cabeça e coloque-o no criado-mudo da poltrona. Só assim você conseguirá assistir a Kung-fusão (Kung Fu Hustle), do diretor e ator chinês Stephen Chow. Conhecido pelo mais que hilário Shaolin Soccer, Chow desta vez flerta com o mais puro filme de kung fu, […]

Por
Emílio "Elfo" Baraçal


Desligue seu cérebro. De preferência, tire-o da cabeça e coloque-o no criado-mudo da poltrona. Só assim você conseguirá assistir a Kung-fusão (Kung Fu Hustle), do diretor e ator chinês Stephen Chow. Conhecido pelo mais que hilário Shaolin Soccer, Chow desta vez flerta com o mais puro filme de kung fu, sem temas como futebol ou outro em especial para combinar com a milenar arte de luta. É kung Fu puro e simples, mas de uma forma bastante exagerada, lembrando em alguns momentos certas cenas de Matrix Reloaded, de forma mais descontraída, descompromissada.

O único filme de Chow que eu já tinha assistido era mesmo “Shaolin Soccer”, então nunca tive muita referência sobre esse cineasta, o que me deixava com, no mínimo, vontade de ver algo no nível de tal comédia futebolística. Depois de ver esta nova empreitada da mais nova promessa chinesa, já começei a me acostumar com seu jeito de contar uma história, observando alguns padrões aqui, como por exemplo, o interesse romântico do personagem principal, sendo assim como em Shaolin, uma garota tímida e anti-social, mas com uma ligação que fará a diferença em um momento crucial do filme; ou mesmo o protagonista ser um completo perdedor. Padrões e fórmulas à parte, o real é que Chow parece gostar de se reinventar a cada nova filmagem.

Conforme você assiste a este filme, fica evidente que ele não deve ser levado a sério em nenhum momento. Não tem propósito algum além da diversão pura, ótimo pra quem está acostumado a ver filmes de ação intensos ou suspenses de deixar o coração na garganta. Ao contrário de “Shaolin Soccer”, onde cenas engraçadíssimas aparecem a cada momento, este não é tão engraçado. Claro que há momentos hilários, como o do arremesso de facas, por exemplo (e talvez seja o momento mais engraçado do filme), mas “Kung-fusão” é bem mais impactante. Ainda assim, isso não atrapalha em nada a película, com Chow fazendo o que faz de melhor: misturar kung fu com situações nonsense.

E como situações nonsense imperam no filme, é melhor se deixar levar pelas cenas absurdas e por acontecimentos sem a mínima explicação (como o crescimento nas cenas finais do personagem principal, por exemplo). Caso se importe com esse tipo de coisa ou fique esperando muita profundidade do filme, você não vai gostar. É como eu disse: só desligando o cérebro mesmo.

“Kung-fusão” conta a história de um jovem zé ninguém (Chow) que, para se dar bem na vida, quer se tornar um gângster em plena China dos anos 40. Dominada por gangues, a cidade onde se passa a coisa abriga uma guerra entre elas, onde quem sofre mais são os inocentes. É durante a briga de duas dessas gangues que o tal zé ninguém quer de qualquer jeito se firmar. Só que existe uma pequena vila que consegue resistir à penetração das gangues e é justamente dominando essa vila que Chow quer de qualquer jeito provar seu valor e ser recrutado.

Porém, ele não contava que a vila é um reduto de mestres lendários do kung fu. Servindo de capacho na mão da Gangue do Machado e apanhando dos moradores da vila, Chow fica cada vez mais num beco sem saída. E é numa situação de desespero que ele acaba tendo uma idéia: libertar da prisão o maior e mais perigoso assassino de todos os tempos para fazer um serviço para a Gangue do Machado: matar todos na pequena vila, principalmente os tais mestres.

Usando de suas habilidades (quer dizer, as poucas que ele realmente tem, pois de lutador não tem nada, sendo um covardão de primeira), ele entra na prisão e consegue libertar o tal assassino. Depois disso, a coisa toda toma um rumo cada vez mais inesperado, onde o que parecia ser a solução acaba se tornando o maior dos problemas e tudo acaba sobrando para Chow, que terá que superar seus limites para colocar a casa em ordem.

A atuação de todos os atores está muito boa, competente o suficiente para esse tipo de produção, uma aventura-pastelão onde o que reina é a diversão e a criatividade. Os personagens são carismáticos, diferentes (como um dos mestres da vila, capaz de derrotar exércitos, mas quando está tudo na paz é meio afeminado) e bem distribuídos ao longo da trama.

Já a qualidade dos efeitos especiais varia muito, indo desde o excelente (mesmo para os padrões americanos) até mesmo ao propositalmente medíocre. Sim, propositalmente, pois nem os efeitos especiais são para serem levados a sério. Há cenas em que não dá pra saber onde é CG e onde não é, mas tem outras que é CG puro e não estraga em nada o propósito da película. Outros aspectos, como figurinos e trilha sonora, estão excelentes, mas os cenários poderiam ser melhor variados ou construídos em alguns poucos momentos.

Enfim, “Kung-fusão” é diversão de primeira e rende até alguns comentários divertidíssimos entre amigos naquela hora da pizza depois do filme. E pra finalizar com chave de ouro, odeio Dragon Ball, mas se tem um diretor que nasceu pra fazer um filme desse mangá é Stephen Chow!

— Ficha Técnica
Kung-fusão (Título original: Kung Fu Hustle) / Ano: 2004 / Produção: China / Direção: Stephen Chow / Elenco: Stephen Chow, Wah Yuen, Qiu Yuen, Kwok Kuen Chan, Hsiao Liang, Chi Chung Lan / Roteiro de Tsang Kan Cheong, Stephen Chow,Xin Huo e Chan Man Keung / Música de Raymond Wong

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