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Artigo adicionado em 21/07/2005, às 02:30

Crítica: A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE
“The most something something of any something that’s ever been!” CONFIRA AINDA: :: Memória: relembre a “Fantástica Fábrica” de 1971 :: Vídeos: confira aqui, aqui e aqui :: E mais: – os websites bizarros do filme! É um filme do Tim Burton, baseado na história supimpa do livro de Roald Dahl, protagonizado por Johnny Depp […]

Por
Francine "Sra. Ni" Guilen


CONFIRA AINDA:
:: Memória: relembre a “Fantástica Fábrica” de 1971
:: Vídeos: confira aqui, aqui e aqui
:: E mais:os websites bizarros do filme!

É um filme do Tim Burton, baseado na história supimpa do livro de Roald Dahl, protagonizado por Johnny Depp e com trilha sonora de Danny Elfman. Só essas linhas já seriam uma crítica completa do filme para qualquer um que conhece a qualidade das obras de cada um desses sujeitos aí. Por isso, antes de mais nada, vou resumir, sem surpresa alguma: o filme é sensacional. Mas confesso que eu entrei na sala do cinema com medo do que veria. Admito que gosto muito do trabalho do Burton, mas nem sempre consigo aplaudir seus filmes. Alguns deles, como A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, simplesmente me deixaram entediada, por mais que eu me esforçasse em lembrar que era alguma coisa do Tim Burton, o pai de O Estranho Mundo de Jack, de Marte Ataca!, de Beetlejuice. E daí vinha meu medo em relação à Fantástica Fábrica de Chocolate. Estava curiosa para saber se ele viraria mais uma das obras primas do diretor maluco ou algo “bom mas com alguma coisa faltando”, que foi o que achei de Peixe Grande (por mais que todo mundo goste dele…). Felizmente, amiguinho, meus temores não foram confirmados. =D

Existe uma infinidade de coisas para divagar sobre essa nova cria de Tim Burton, então para evitar a fadiga do querido leitor, dividi por tópicos, pra cada um ler o que mais lhe interessar. Viu como eu sou boazinha? E, ah sim! Leia essa crítica munido de uma barra de chocolates. Pra criar… o clima! ^_^

:: CONHECENDO A HISTÓRIA

Charlie Bucket (Freddie Highmore, de Em Busca da Terra do Nunca) é um menino pobre que, apesar de não ter nada e suas refeições serem compostas sempre de uma rala sopa de repolhos, tem o amor de sua família – a mãe, o pai e os quatro avós inválidos. Ele mora perto de uma fábrica de chocolates, que faz bastante sucesso e é cercada de boatos – seu dono, o excêntrico Willy Wonka (Johnny Depp, também de “Em Busca da Terra do Nunca”) vive lá dentro há anos e, depois de uma demissão em massa, nunca ninguém foi visto entrando ou saindo do local. A esperança chega para Charlie quando Wonka anuncia que, depois de 15 anos sem deixar um visitante sequer se aproximar de seus domínios, ele irá abri-la para visitação – porém, apenas para cinco crianças. Essas cinco crianças serão selecionadas através da sorte – cinco barras de chocolate com um bilhete dourado foram lançadas pelo mundo afora, e quem encontrar esse bilhete terá o direito de conhecer a fábrica e todos os seus segredos. Aos poucos, os vencedores são conhecidos: o guloso Augustus Gloop (Philip Wiegratz), a ambiciosa e “mascadora de chicletes” Violet Beauregarde (Annasophia Robb), a esnobe mimada Veruca Salt (Julia Winter) e o metido a sabe tudo e viciado em televisão Mike Teavee (Jordan Fry). Charlie, sem condições para comprar os milhares de barras de chocolate que lhe dariam maiores chances de encontrar o bilhete dourado, quase perde as esperanças. Mas, em um golpe de sorte, ele abre uma única barra de chocolate e descobre que é o feliz possuidor do último bilhete!

No dia seguinte, Charlie e seu avô (David Kelly, que participou da série britânica Fawlty Towers), ao lado das outras crianças e seus respectivos papais, estão diante dos portões da fábrica e conhecem o bizarríssimo Willy Wonka. Mas, aos poucos, os felizes convidados do dono da fábrica descobrem que as coisas lá dentro são ainda mais surreais do que imaginavam. Não bastasse isso, as crianças, que vão se comportando mal de acordo com seus defeitos (citados acima), vão aprendendo a lição pelo seu mau comportamento, através de situações realmente sinistras em que se metem. Irá Charlie sobreviver até o final ou sucumbirá também? Irá Willy Wonka se mostrar um cara malvado ou alguém de bom coração? Irá Srta.Ni ter medo dos Oompa Loompas? Bem, se você já viu o filme antigo – e creio que deve ter visto – sabe a resposta a (quase todas) essas perguntas. ^_^

:: TIM BURTON… YOU’RE REALLY WEIRD!

Tim Burton tem idéias malucas e não tem medo de inovar dando uma atmosfera bizarra a seus filmes. Se a história criada por Roald Dahl já é por si só um pouco sinistra, dá pra imaginar que “A Fantástica Fábrica de Chocolate” carrega uma boa quantidade de elementos esquisitões. E isso é maior legal. Mas eu não me espantaria se visse no cinema algumas crianças realmente apavoradas com algumas cenas – Augustus caindo no rio de chocolate, Veruca sendo atacada por esquilos, Violet inchando… realmente conseguem apavorar criancinhas.

Burton já é sinônimo de uma direção de arte impecável. Enquanto fora da fábrica tudo é muito sombrio como é o costume do diretor, dentro dela tudo já é mais colorido, mas com um aspecto meio pálido às vezes, combinando com o ar “de sonho” do mundo de Wonka. A maior prova do gosto excêntrico de Burton são, sem dúvida alguma, os números musicais dos Oompa Loompas – pequenas criaturas trazidas da Oompalândia e que trabalham em troca de sementes de cacau. Explicar não tem graça, basta ver pra entender.

:: ATORES E SEUS PERSONAGENS

Os personagens de “A Fantástica Fábrica de Chocolate” são, por querer, totalmente caricatos. Roald Dahl usou as crianças e seus pais mais ou menos como alegorias, dando a cada uma um defeito e uma personalidade bem definidas. Claro que isso combina com o enredo, que, por trás de toda a história de Wonka e sua fábrica, passa mesmo é uma lição para que os pais aprendam a educar melhor seus rebentos. Felizmente, algumas mudanças sutis foram feitas nas personalidades das crianças. Violet, por exemplo, que no livro original é considerada mal criada apenas porque fica mascando chiclete sem parar, aqui tem como maior defeito a mania estadunidense de só querer vencer, chamando todo mundo de perdedor. E Mike TV, o menino viciado em televisão, é também viciado em vídeo games e violência. Os atores mirins estão muito bem, mas lamento informar que Freddie Highmore, apesar de ser fofinho, não é nenhuma “Dakotta Fanning“…

A atriz Helena Bonham Carter, tão arroz de festa quanto Depp nos filmes de Burton, também está lá interpretando a mãe de Charlie, ao lado de Noah Taylor, o Sr. Bucket. Eles e (principalmente) os quatro velhinhos estão muito bem, e cativantes. Liz Smith como a Vovó Georgina é a coisa mais encantadora que já vi! =D

:: OOMPA LOOMPAS E OINGO BOINGO?

Assim como a antiga versão, a coisa mais memorável dessa nova “Fantástica Fábrica” é sem dúvida a cantoria dos Oompa Loompas. Quem não se lembra deles? Em 1971, foram interpretados por anões pintados de verde, um horror. Agora, todos têm a cara do mesmo ator, Deep Roy. Além disso, a imagem do ator, que em algumas cenas é substituído por bonecos e imagens por computador, foi reduzida a apenas 76 centímetros de altura. O filme não é um musical, como o de 1971, mas nessa nova versão os Oompa Loompas também cantam. A explicação é lógica: esses pequeninos trabalhadores da fábrica gostam de cantar, e no próprio livro, a cada criança que desaparece, existe um verso escrito, cantado pelas criaturinhas. E agora, prepare-se, porque se você já tinha medo dos anõezinhos verdes entoando “Oompa Loompa Dumpa Dee Doo”, vai ter ataques quando ver a bizarrice dos números musicais nesse novo filme. Eles são a coisa mais bizarra e divertida que você pode esperar de uma parceria entre Burton e Danny Elfman. E sim, espere Oompa Loompas cantando METAL. =)

Para quem não sabe, Elfman é o compositor que quase sempre trabalha com Burton, e o criador da linda trilha sonora dos Batmans do diretor. Danny Elfman era também o vocalista da banda Oingo Boingo, e – surpresa! – é ele quem empresta a voz a todas as canções dos Oompas! Além da música que talvez você conheça do trailer (aquela “Willy Wonka, Willy Wonka – the amazing chocolatier”) e dessas entoadas pelos Oompa Loompas, não é novidade alguma dizer que a trilha sonora está perfeita. Caso você não goste do filme – o que eu acharia bem estranho – ao menos a trilha sonora não vai decepcionar.

:: NA PIOR DAS HIPÓTESES, VOCÊ VAI RIR

Apesar de o Willy Wonka do Johnny Depp não ser assim tão master quanto o do Gene Wilder (e eu vou falar disso lá embaixo), ele é hilário. Afinal, todo mundo que já viu Piratas do Caribe já sabe como Depp consegue ser engraçado, ainda mais com um personagem tão incomum quanto Wonka. Os outros personagens, caricatos até não poder mais, ajudam nos momentos cômicos. Mas preciso mesmo falar é de uns pares de cenas que fazem referências a filmes, que sem dúvida vão garantir boas risadas do público nerd.

Quando falamos de “A Fantástica Fábrica” adentramos um território perigosíssimo – afinal, ele não só é uma adaptação de um livro, como é uma refilmagem de um filme conhecido e que fez parte da infância de quase toda criança que assistiu Sessão da Tarde alguma vez na vida. Mexer com os sentimentos de fãs antigos não é uma tarefa fácil, e, assim, as comparações são inevitáveis. Então os dois próximos parágrafos são pra você que gosta extremamente das versões antigas e está tendo piripaques para saber se vai aprovar essa mudança em sua história querida:

:: PARÁGRAFO PARA FÃS DO LIVRO

Boa notícia para quem gosta da obra de Roald Dahl: esse filme está ainda mais fiel ao livro que o de 71. Cenas que haviam sido modificadas, como a da Veruca Salt, estão aqui como no livro: nada de gansos e ovos de chocolate, e sim fofos esquilos abridores de nozes. A famigerada cena das “bolhas” que foi criada no filme antigo também não existe. O início, com a apresentação dos personagens e até mesmo alguns causos sobre Willy Wonka contados pelo avô de Charlie está idêntico ao livro. Mas, para os que esperam cem por cento de fidelidade na adaptação cinematográfica, nem tudo são flores. Tim Burton tomou algumas liberdades criativas, explicando o passado de Willy Wonka, e modificando bastante o final. Digamos assim, a essência do final continua a mesma, mas ele foi bastante mudado. Mas posso dizer, já que também li o livro de Roald Dahl, que não foi uma mudança de mau gosto.

:: PARÁGRAFO PARA FÃS DO FILME DE 1971

Muita gente teme assistir a esse filme porque lembra claramente da versão de 71, e o considera um clássico de sua infância. Mas devo avisá-lo para que não entre em pânico. Os dois filmes são diferentes? Oh, sim. Só que, no fim das contas, é divertido rever um filme da infância transformado em algo melhor e mais divertido. Se o outro filme já era bizarrinho, esse é ainda mais insano e adiciona um ar de super produção à história. Maaaaaas… a maior e mais deprimente frustração é o Willy Wonka. O personagem de Gene Wilder ainda é mais divertido que o de Johnny Depp, apesar de tudo. Leia o parágrafo abaixo se quiser saber mais!

:: LAMENTAÇÕES DE SRTA.NI

Por fim, depois de quilômetros de elogios, tenho que apontar um defeito que me incomodou. E digo “ME incomodou” porque talvez não irrite outras pessoas e seja algo pessoal meu. Qual é o defeito? Justamente a maneira que construíram o Willy Wonka! Mas, calma, a culpa não é do Johnny Depp. Ele interpreta o maluco dono da fábrica com a competência de sempre. A culpa foi mesmo do roteiro. E temos aqui duas fontes de comparação: 1) o Willy Wonka do livro de Roald Dahl: é excêntrico, não tão cínico e sádico como o do filme da década de 70, mas com alguns elementos meio misteriosos e mágicos em torno da sua pessoa. 2) o Willy Wonka do Gene Wilder, de 1971: é excêntrico, insano, sutilmente malvado, fala frases de livros antigos, tem uma forte veia “nonsense” e também tem toda uma atmosfera mágica em torno de si.

O que fizeram no Willy Wonka de 2005 foi explicar o porquê das excentricidades dele. Toda a magia em torno dele e de sua fábrica foi deixada de lado, quando explicam como e porquê eles existem e são assim. E isso não se faz. Puxa, o Willy Wonka é estranho porque é mágico, não porque teve problemas em sua vida, seus roteiristas chatos. “Doce não tem que ter algum sentido, é por isso que é doce”, como já diria o próprio Charlie. Por isso afirmo: apesar dessa nova “Fantástica Fábrica” ser mais perfeita, o Willy Wonka mais legal é o Gene Wilder e ponto final. Bem… como disse, isso é algo que EU penso, e talvez não cause maiores problemas para todo mundo que assistir ao filme. Enfim, se você também se incomodar com isso, desabafe na Voz dos Nerds!

:: MORAL DA HISTÓRIA

Uma coisa que é importante não esquecer em “A Fantástica Fábrica” é seu efeito lição de moral. Não que isso seja um defeito – aliás, não é forçado nem incomoda de jeito maneira, e sim, é divertido ^_^. Como já disse em um dos parágrafos lá em cima, a história de Dahl serve como um aviso para que os pais aprendam a educar bem seus filhos. E é bom que todo mundo que conhece a história assista a esse filme do Tim Burton sabendo que outra moral também é adicionada aí, dessa vez direcionada aos filhos. Isso tudo porque uma das liberdades do diretor foi fazer flashbacks que contam a história de Wonka, mostrando seu pai (Christopher Lee, o Saruman) e explicando algumas coisas sobre o personagem. O final foi ligeiramente alterado graças a isso, e focalizou mais o próprio Willly Wonka com seus conflitos. Pra falar a verdade, isso tornou o filme mais “realista”, se pensarmos por um lado. Mas que eu ainda prefiro o Wonka não explicado e sem conflitos psicológicos, ah eu prefiro! =)

:: CURIOSIDADES

– Para gravar as seqüências de dança dos Oompa Loompas, o ator Deep Roy teve que filmar todos os passos várias vezes, apenas alterando um pouco o movimento e a expressão facial. Depois, as imagens gravadas foram agrupadas na tela.

– O ator que interpreta Augustus Gloop não é assim tão gordo quanto parece, o menino usou um enchimento. E o pobrezinho teve que aprender a nadar para conseguir filmar a cena em que se debate no rio de chocolates.

– Os cenários da fábrica, como o do Jardim feito de doces, foram confeccionados e pintados à mão.

– O ator Freddie Highmore tem TREZE anos. Não parece mesmo!

– Toda a filmagem foi bem acompanhada. A viúva do próprio escritor Roald Dahl colaborou e deu apoio ao filme.

– Para o rio e a cachoeira foram usados mais de 760 mil litros de chocolate líquido. O rio de chocolate tinha quase um metro de profundidade e foi feito com corantes alimentícios, água e fibra dietética de celulose (seja lá o que for isso).

– As dúzias de esquilos que atacam Veruca Salt se dividiam em três grupos: uma parte era composta por 40 bichinhos adestrados, outra era auxiliada por computação gráfica e outra era feita de esquilos-robôs.

– As canções dos Oompas foram compostas por Danny Elfman, que conseguiu manter quase intacta, na letra, a poesia original escrita por Roald Dahl.

– Curiosidade idiota: Johnny Depp já fez um filme chamado Chocolate, e ele não gosta de chocolate de boa qualidade. Ele prefere aquelas coisinhas ruins que atendem pelo nome de guarda chuvinhas ou cigarrinhos de chocolate. ^_^

– Quem queria desesperadamente interpretar Willy Wonka era o esquisitão Marylin Manson. Medo. Mais medo ainda é saber que Depp se inspirou um pouco no cantor para o papel.

A Fantástica Fábrica de Chocolate (Título original: Charlie and the Chocolate Factory) / Ano: 2005 / Produção: EUA / Direção: Tim Burton / Roteiro: John August / Baseado no livro de Roald Dahl / Elenco: Johnny Depp, Freddie Highmore, David Kelly, Deep Roy, Helena Bonham Carter, Noah Taylor, Missi Pyle, James Fox, Annasophia Robb, Julia Winter, Jordan Fry, Philip Wiegratz e Christopher Lee / Duração: 115 minutos.


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