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Artigo adicionado em 24/06/2005, às 06:22

Crítica: A SOGRA
Abençoada seja a nossa eterna Barbarella… VEJA MAIS: :: Ídalos: Jane Fonda :: Trailer 1: Baixa Resolução | Alta Resolução :: Trailer 2: Teaser A | Teaser B :: Clipes: Was That Expensive? | Featurette | Bring Me The Key :: Site oficial em inglês Roubar a cena num filme estrelado pelo fenômeno midiático conhecido […]

Por
Thiago "El Cid" Cardim


VEJA MAIS:
:: Ídalos:
Jane Fonda

:: Trailer 1: Baixa Resolução | Alta Resolução
:: Trailer 2: Teaser A | Teaser B
:: Clipes: Was That Expensive? | Featurette | Bring Me The Key
:: Site oficial em inglês

Roubar a cena num filme estrelado pelo fenômeno midiático conhecido como Jennifer Lopez não é, definitivamente, uma missão fácil. A imagem da mulher carrega consigo uma carga de informação muito maior do que se imagina, já que ela está toda hora na telinha da MTV (sim, ela também acha que é cantora) e nas manchetes dos tablóides e veículos especializados em fofocas, ávidos por saber quem é o novo namorado da moça ou qual foi a nova manifestação da PETA contra os seus casacos de pele. Enfim: nos cartazes, Lopez é a estrela da comédia romântica A Sogra (Monster-in-Law, 2005). Mas quem rouba a cena mesmo é a maravilhosa Jane Fonda, transformando o que poderia ser um filme potencialmente medíocre numa experiência engraçadíssima.

Lopez está lá, bonita como sempre, sorridente, jogando os cabelos pra lá e pra cá. Mas interpretando da mesma forma: nula como uma parede em branco. Já Jane Fonda faz uma participação sublime, que enche os olhos de qualquer um que lembre da atriz em trajes sumários, lá pelos idos de 1968, na pele da sensual personagem de quadrinhos Barbarella. Depois de Stanley & Iris (1990), Jane passou exatos quinze anos longe das telonas. Produziu alguns filmes e programas de TV. E concentrou uma forte atuação na prestação de serviços à comunidade – como, por exemplo, campanhas pela prevenção da gravidez na adolescência. Também esteve na berlinda graças aos seus famigerados vídeos de ginástica, parodiados até n’Os Simpsons. E, atualmente, é militante contra a Guerra no Iraque. Mas, mesmo depois de mais de uma década sem atuar no cinema, ela prova que está em excelente forma. E, numa película na qual ela seria apenas a cereja do bolo, Jane Fonda se transforma no prato principal. Exuberante, ela devora JLo em cena.

Dirigido por Robert Luketic (de “Legalmente Loira”), “A Sogra” conta a história da adorável Charlotte “Charlie” Cantilini (Lopez), uma trabalhadora autônoma que se afunda em diversos empregos – incluindo a divertida atividade de levar cachorros para passear – eu queria ser pago para isso…- só para esconder a realidade de sua triste vida pessoal. Sempre sozinha, ela está à procura do príncipe encantado. Até que ele aparece, na forma do médico Kevin Fields (Michael Vartan, da série “Alias”, que não fede e nem cheira). O mundo ganha tons cor-de-rosa. O amor está no ar. Os passarinhos estão cantando e tem até uma música do Simply Red rolando. Até que, interrompendo o que parecia um clima demasiado açucarado de novela das oito, Kevin resolve levar Charlie para conhecer sua mãe, Viola (Fonda). E o mundo desaba.

Depois de quatro casamentos, Viola vive tranquila no papel de uma solteirona bem-resolvida em seu emprego como a famosa âncora de um telejornal de alcance nacional. Apaixonada pelo filho único, ela é um tanto neurótica e possessiva em sua relação com o rapaz – e as coisas pioram quando Viola é demitida repentinamente para dar lugar a uma jornalista mais jovem. A classuda senhora tem um surto neurótico, quase esgana uma sósia da Britney Spears (sim, sim, estou falando sério) e acaba ficando internada numa clínica de recuperação. Assim que ela sai, Kevin resolve apresentar-lhe a namorada e acaba dando a notícia: vai se casar com Charlie. A futura sogra, enciumada e acreditando que a garota não é digna do amor de seu filhote (como se qualquer uma fosse…), resolve tornar a vida de Charlie um inferno. E se transforma numa verdadeira jararaca – contando sempre com a ajuda, ainda que relutante, de sua fiel escudeira e assistente Ruby (Wanda Sykes).

Por sinal, enquanto Jane Fonda arrebata todas as atenções para si, tornando-se mais protagonista do que Jennifer Lopez, é Wanda Sykes quem vira a cereja do bolo, deixando a rebolativa cantora-e-atriz e seu par, o insosso Vartan, relegados a breves aparições como coadjuvantes. A química entre Fonda e Sykes, patroa e empregada tão íntimas que acabam se tornando amigas e confidentes, é perfeita. “Eu acho que você deslocou minha vagina”, diz a brutalmente honesta Ruby, enquanto tenta impedir que Viola cometa uma insanidade, talvez a maior de toda a trama. Entre as duas, por sinal, acontecem os diálogos mais inspirados da película.

E graças a esta dupla, “A Sogra” se torna uma comédia acima da média das idiotices que o cinema hollywoodiano despeja sobre nossas cabeças, com todas aquelas piadas exageradas sobre pintos, peitos, peidos e bundas. Graças a Deus, Luketic fugiu dos gracejos fáceis e deu espaço para Fonda esbanjar talento. Ok, ok, é claro que a maioria dos clichês do gênero estão lá. Isso é inevitável, afinal de contas. Tá bom, é verdade que alguém com metade do cérebro e alguma cultura cinematográfica de “Sessão da Tarde” já sabe exatamente como o filme vai acabar – ainda mais quando a simplória e mediana Charlie se mostra nitidamente deslocada no mundo cheio de glamour do namorado ricaço. Te lembra algo? 😛

Mas uma coisa é fazer um filme cheio de obviedades. E outra é fazer um filme cheio de obviedades e deixar que Jane Fonda as interprete. Funciona muito melhor. E as risadas estão garantidas. No final, mesmo vivendo num país onde piadas de sogra são obrigatórias em qualquer conversa de boteco, você vai se pegar torcendo para que ela acabe jogando a pentelha ex-Sra. Ben Affleck na primeira poça de lama no meio do caminho.

:: CURIOSIDADES

– O roteiro do filme foi escrito por Anya Kochoff, um ex-executivo da FOX que resolveu largar tudo para se dedicar à escrita e, para evitar que fosse descoberto pelos antigos colegas, usou um pseudônimo durante muito tempo. Logo depois, Richard LaGravenese, de “O Encantador de Cavalos”, mexeu no roteiro;

– A inspiração de Kochoff para a história foram as conversas que ele teve com suas namoradas a respeito… bem, a respeito de sua própria mãe.

– Michael Vartan foi escolhido pessoalmente por Jennifer Lopez. “Eu ganharia o papel se, durante a entrevista, não vomitasse nos sapatos dela”, brincou o ator. Bem, é isso mesmo. Foi quase uma entrevista de emprego. E, segundo consta nos bastidores, o expediente é comum nos filmes de Lopez – é ela quem escolhe o galã com quem vai contracenar. Tá podendo a moça, não? Bem que podia ter escolhido um melhorzinho, né?

– Quando Viola pergunta, em entrevista, para a cantora Tanya Murphy (a tal “Britney Spears” cover) quais os seus filmes favoritos, a moça lista, entre alguns nomes, “Legalmente Loira” – também dirigido por Luketic. Que sujeito egocêntrico…

– “Não pense muito, só pegue um grande saco de pipocas e divirta-se”, disse Jane Fonda, sobre o filme. Ela não poderia estar mais certa.

A Sogra (Título original: Monster-in-Law) / Ano: 2005 / Produção: EUA / Direção: Robert Luketic / Roteiro: Anya Kochoff / Elenco: Jennifer Lopez, Jane Fonda, Michael Vartan, Wanda Sykes, Adam Scott, Annie Parisse, Monet Mazur, Stephen Dunham / Duração: 93 min.


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