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De todos os gêneros cinematográficos, a ficção-científica certamente é o mais nerd de todos. Talvez pelo teor tecnológico e, como diz o nome, científico de suas produções. Afinal, o estereótipo nerd determina que qualquer aspirante ao nosso “núcleo” tende a ser um sujeito CDF que tira nota 10 em matérias obscuras e aterrorizantes, como por exemplo Ciências – o que não deixa de ser uma bela de uma mentira deslavada, já que este que vos fala sempre foi um fracasso retumbante nesta matéria (!). Enfim, a verdade é que nós, nerds, somos viciados em cinema, HQs, games e afins, e estas, ahn, “categorias culturais” (óia!) quase sempre trazem um quê de sci-fi. E que atire a primeira pedra aquele que nunca sonhou com viagens interplanetárias, robôs inteligentes, brinquedinhos eletrônicos e alienígenas bonzinhos (e malvados) durante a infância! Bem, tem gente que ainda sonha com isso, mesmo depois de adulto… sim, eu mesmo! 😀
Já que a sci-fi é um gênero absolutamente nerdão, e A ARCA também é um site nerdão, casou direitinho! Para comemorar a chegada aos cinemas do novo filme do nosso caríssimo e glorioso titio Steven Spielberg, aquele tal de Guerra dos Mundos, nada melhor do que revisitar nossa infância e adolescência nerd com uma pá de filme de nerd! Confira logo abaixo, então, as produções do gênero que mais marcaram as humildes vidas dos nossos queridos colaboradores d’A ARCA! 🙂
Só uma observação, antes de qualquer coisa: infelizmente, nosso glorioso colaborador de cinema-bizarro, o senhor Benicio, não conseguiu entregar seu texto a tempo por motivos de força maior. Na verdade, ele ainda está tentando encontrar alguma fita de ficção-científica assinada pelos Irmãos Coen… E o Tutu Figurinhas não quis se pronunciar porque ele odeia tudo. 😀
:: STAR WARS – EPISÓDIO IV, por Bux
“Desculpem ser tão óbvio, mas o fato é que a ficção científica que mais me marcou foi Star Wars – Episódio IV: Uma Nova Esperança (Star Wars – Episode IV: A New Hope, 1977). Lembro até hoje a sensação, foi o primeiro filme que vi no cinema, aos cinco anos. Cheguei no antigo cine Iporanga, em Santos/SP, com minha mãe, e a surpresa já começou na porta: haviam montado uma Estrela da Morte de brinquedo, em frente ao cinema. Tive que disputar quase a tapa com outros moleques um espacinho lá dentro, só pra ficar apertando botõezinhos e me sentindo um astronauta. Depois entrei. E tive a experiência cinematográfica mais forte de toda a minha vida. Aquilo tudo que eu via na tela era mágico, inédito, especial, único. Naves espaciais cruzando o espaço a velocidades incríveis, a tal da força, que na ocasião eu não entendi muito bem o que era (afinal, tinha só cinco anos), as lutas com sabres de luz, aquele vilão meio robótico, os robôs, de fato, muito engraçados… “Star Wars” tem uma importância fundamental para a história do cinema, é um divisor de águas da indústria, mas para aquele garoto de cinco anos, teve uma importância vital: naquele momento eu decidi que iria fazer cinema, que era aquilo que eu queria. É claro que a fantasia foi mudando de acordo com as porradas que o mundo real me dava, mas eu comecei, poucos anos depois, um caderninho de filmes que, mais tarde, fazendo Jornalismo, foi o que me abriu as portas para escrever no maior jornal da Baixada Santista, A Tribuna. Comecei minha carreira, ainda em 1995, escrevendo sobre cinema, coisa que faço até hoje (embora, infelizmente, não faça só isso). Pouquinho tempo depois, assisti a outra ficção científica no cinema que me marcou bastante, mas por outras razões: “Contatos Imediatos do 3.º Grau”, um filmão do Steven Spielberg que quase me fez borrar de medo na sala de cinema, ajudado pelo meu pai, que sempre adorou ver o circo pegar fogo (alegria de palhaço, com todo respeito). Aquela estrada vazia, indo em direção a nada, o garotinho levantando de madrugada (coisa que eu não faria jamais) pra ir ver o que estava acontecendo do lado de fora da casa, os ETs saindo da nave no final… Enfim: minha experiência com a ficção científica no cinema foi a mais mágica possível e me empurrou não só para a carreira que sigo hoje mas também para um vício difícil de largar: livros de Ray Bradbury, Isaac Asimov, Arthur C. Clarke, Anthony Burgess, Phillip K. Dick, H.G. Wells, George Orwell, Júlio Verne, Aldous Huxley e Carl Sagan, entre outros.”
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:: INIMIGO MEU, por El Cid
“Sempre fui um sujeito de gostos estranhos no que tange à cultura pop. Afinal, o Darth Vader foi um dos meus heróis (?) de infância no cinema. Eu sempre quis que o Dr. Destino derrotasse o Reed Richards. E, aos 13 anos, já tinha assistido “Laranja Mecânica” umas doze vezes – sempre ansioso pela cena de “Cantando na Chuva”. Por isso, era de se supôr que uma das ficções científicas que mais me marcou não fosse daquele tipo tradicional, com naves cruzando o espaço em alta velocidade a cada cinco minutos em meio a uma saraivada de lasers e com toda uma gama de estranhos seres interplanetários. Na verdade, Inimigo Meu (Enemy Mine, 1985) só tem um: um reptiliano mal-humorado magistralmente interpretado pelo Louis Gossett Jr. Ao seu lado, num diálogo que dura quase o filme inteiro, está o terráqueo vivido por Dennis Quaid. Pilotos de impérios inimigos em guerra, ambos acabam caindo num desconhecido planeta alienígena cheio de perigos. Por natureza, eles se odeiam – já que cada um considera a raça do outro desprezível. No entanto, são forçados a viver juntos para sobreviver. E se tornam mais do que amigos. Se tornam irmãos. Uma trama calcada essencialmente em personagens, com uma mensagem que é mais atual do que nunca (palestinos? judeus? alô? alguém?). Bom pra caceta. Vejam só: se Wolfgang Petersen conseguiu fazer um filme destes há exatos vinte anos, acho que ele até pode ser perdoado por Tróia. Ou não.”
:: O EXTERMINADOR DO FUTURO, por Emílio Elfo
“A minha primeira sci-fi foi meio aterrorizante pra mim. Eu tinha meus seis, sete anos de idade. E não há tanto alienígena, robô, andróide, seres bizarros nos cinemas e na televisão quanto há hoje. Hoje, a molecada tá mais acostumada, o que não foi o meu caso. Meu pai tinha acabado de comprar o primeiro vídeo-cassete da família e ele rapidamente já foi se cadastrar numa locadora. Junto com filme como (na época era barato alugar) “Máquina Mortífera” e “Popeye” (sim, aquele com o Robin Williams), ele trouxe um filme que ele queria, porque queria rever: O Exterminador do Futuro (The Terminator, 1984). Quando o filme começou, apesar dos raios de teleporte temporal, o Arnold começar a aparecer com suas partes mecânicas expostas e tal, eu o via como um simples filme de ação. Claro que tudo aquilo de viagem temporal confundia minha cabeça, mas nada tirava a minha atenção justamente pelo fato do T-800 ser praticamente indestrutível. Nada parava o bicho. E aquilo foi me deixando com medo. Foi então quando veio a derradeira cena: o herói do filme, interpretado por Michael Biehn, explode o caminhão pilotado pelo Exterminador. Quando a máquina de matar sai dos escombros, acaba revelando a sua verdadeira aparência: um andróide assustadoramente feio e intimidante, sem que nada em seu caminho pudesse pará-lo. A sequência final me deixou com um nó na garganta e como o garotinho que eu era naquela época, fiquei muito assustado com o T-800. Hoje, claro que pra me deixar assustado, um filme precisa de uma cena realmente chocante, mas naqueles tempos, rapaz, aquilo me deixou paralisado… e foi a primeira vez que comecei a ter uma noção do que era um filme blockbuster e ao mesmo tempo, de ficção científica.”
:: JURASSIC PARK – O PARQUE DOS DINOSSAUROS, por Fanboy
“Afe… ir atrás do primeiro filme de Sci-Fi que eu vi na vida é pedir mais… minha memória tá um cocô. 🙂 Sim, já vi “Inimigo Meu”, “De Volta Para o Futuro” é minha trilogia preferida, e eu até poderia citar, obviamente, “Transformers O Filme” – sim, ainda lembro o dia em que eu fui no cinema, com um primo meu, para ver essa maravilha. ^_^ Mas aqueles que me conhecem sabe que era previsível que eu gostasse de TF, por mais que o filme seja bom MESMO. Ao invés disso, vou falar de um filme que me pegou de surpresa e que, durante um bom tempo, fiquei imaginando como poderia apagar minha mente para poder sentir essa experiência novamente: estou falando de Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros (Jurassic Park, 1993). Na época, não conhecia o livro, e não lembro de ter visto nenhum trailer (1992 não tinha esse esquema de internet não, macacada), apenas li em jornais e revistas como “Steven Spielberg havia conseguido trazer os dinossauros de volta à vida”. Tá, tudo bem, pensei comigo, um filme do Spielberg deve ser, no mínimo, ótimo. Mas nada disso deu a idéia exata daquilo: eu simplesmente grudava na cadeira cada vez que o tiranossauro rex aparecia, dei pulos em cada perseguição dos velociraptors mas, principalmente, não há como esquecer a primeira vez que Sam Neill e Laura Dern vêem um braquiossauro (se eu não me engano era um braquiossauro… ou era um brontossauro?) andando solto pela ilha. Não tive como segurar meu queixo e não me deixar tomar pela emoção com aquela cena. E hoje, 13 anos depois, os efeitos e a temática do filme continuam atuais. Mágico! :-D”
:: CONTATOS IMEDIATOS DO 3.º GRAU, por Garrettimus
“Foi em 1983 ou em 1984 que assisti, pela primeira vez, ao longa-metragem Contatos Imediatos do 3.º Grau (Close Encounters of 3rd Kind, 1977), pioneira produção fantástica de Spielberg. Àquela época, eu devia ter dez ou onze anos de idade e fiquei mesmo impressionado por causa do que vi; mal dormi de noite, afetado, extasiado e amedrontado. As peripécias de Roy Neary (Richard Dreyfuss), um pacato eletricista atormentado por visões e sonhos estranhos, levam-no a tentar descobrir o que realmente lhe aconteceu ao presenciar, certa noite, o aparecimento de diversos discos voadores. Neary, cujas visões acabam partilhadas por outras pessoas “contatadas”, como a bela Jillian Guiler (Melinda Dillon) e o filho Barry (Cary Guffey), enfrentará a todos e abandonará a própria família para compreender o mistério dos alienígenas, acobertado a todo custo pela Força Aérea. O clima da película é tudo: envolvente, inquietante, intrigante e surreal às vezes. O misterioso reaparecimento, no Deserto de Mojave, de uma esquadrilha de aviões desaparecidos na Segunda Guerra, o famoso Vôo 19, o surreal surgimento, no Deserto de Gobi, do navio S. S. Cotopaxi, desaparecido no Triângulo das Bermudas em 1925, e o aparecimento de diversos O.V.N.I. sobre muitas cidades dos Estados Unidos são apenas o início do que está por vir ao término do longa-metragem. Direção impecável de Spielberg, trilha sonora majestosa de John Williams e atuações muito boas do elenco (Dreyfuss e Melinda Dillon estão ótimos) que dispôs, inclusive, do lendário diretor de cinema François Truffaut, hoje falecido, no papel do Ufólogo Claude Lacombe. A meia hora final, o clímax do enredo, proporciona um show de efeitos visuais, que estiveram a cargo de Douglas Trumbull (“2001: Uma Odisséia no Espaço”, “Blade Runner”), e sonoros. Cena histórica: a primeira forma de comunicação entre os humanos e os extraterrestres é a música; ela, como a forma de contato universal. Sim, “Contatos ” é um de meus filmes favoritos de todos os tempos. Revejo-o com freqüência de vez em quando, além de considerar o seguinte fato: ele funcionou como um prólogo para o meu predileto: “E.T. O Extraterrestre”.”
:: TRON – UMA ODISSÉIA ELETRÔNICA, por Machine Boy
“Impossível não pensar neste filme ao falar de ficção-científica. Tron: Uma Odisséia Eletrônica (Tron, 1982), até onde me lembro, foi o primeiro filme a usar computação gráfica quase o filme inteiro. Tosco? Até pode parecer, hoje em dia. Mas em 1982, e durante quase toda a década de 80 na Sessão da Tarde, era uma maravilha! Quem não conhece, “Tron” conta a história de um programador de jogos eletrônicos que é engolido por um game, onde tenta impedir um executivo malvadão de destrui-lo. Nunca tinha visto nada igual: aquele visual escuro, quase todo preto-e-branco se não fossem pelas luzes azuis e vermelhas reluzentes dos figurinos dos mocinhos e bandidos, era simplesmente de cair o queixo! E a história do filme também não deixa a desejar. Acho que “Tron” não deve fazer muita diferença para a juventude que cresceu assistindo os filmes de hoje, cheios de efeitos especiais bonitões, mas para quem, assim como eu, foi uma criança feliz nos anos 80, cinco minutos de “Tron” já é mais do que suficiente para esquecer qualquer filme de ação de hoje. Obrigatório para qualquer um que queira conhecer os primórdios do cinema de ficção.”
:: ALIEN – O 8.º PASSAGEIRO, por R.Pichuebas
“Em 1979 descobrimos que no espaço ninguém te escuta gritar através deste filme que combina ficção científica e terror. Alien – O 8.º Passageiro (Alien, 1979) conta a história dos sete tripulantes do rebocador Nostromo, que tem a sua viagem de volta ao planeta Terra cancelada devido a um sinal vindo de um planeta estranho — um sinal que eles irão inevitavelmente descobrir que nao era um sinal de socorro e sim um aviso para ficarem bem longe dali. Dirigido por Ridley Scott (“Blade Runner”), “Alien” é sufocante, claustrofóbico, chocante, visceral e exatamente por tudo isso, maravilhoso. Um excelente filme de suspense cuja franquia foi gradativamente sendo destruída por continuações cada vez mais inferiores e culminando no lixento “Alien vs. Predador”. Mas até hoje o filme é admirado, seja pela fantástica cena do alien saindo da barriga de John Hurt, pelos designs doentes de H.R. Giger ou pela linda trilha sonora de Jerry Goldsmith. Segundo lugar? Fácil. “O Enigma de Outro Mundo”, de John Carpenter.”
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:: DE VOLTA PARA O FUTURO, por Srta.Ni
“Ficção científica? Vamos pensar, vamos pensar… uma que não seja exagerada nem apocalíptica, não mostre pessoas enjauladas com medo de seres malvados e geneticamente modificados, seja engraçada e mais preocupada em divertir do que passar alguma ideologia “assim ou assado”. Eu poderia citar “Star Wars”, mas prefiro escolher outro filme que se enquadra perfeitamente bem nessa definição: De Volta para o Futuro (Back To The Future, 1984). É “ficção” e é “científica”, uai! =) A história todo mundo sabe, e, na verdade, é o de menos – um cientista bem empolgado inventa uma máquina do tempo (que é, na verdade um carro DeLorean modificado) e acaba fazendo com que seu vizinho/amigo, o bonitinho McFly, seja obrigado a voltar no tempo para salvar sua vida. É uma trilogia cujos três filmes são igualmente competentes (apesar de eu não gostar tanto do segundo), e o que importa mais nele são os personagens como o Dr. Emmett Brown, interpretado pelo supimpão Christopher Lloyd, e as cenas perfeitas, como aquela do relógio e a do trem. Uau. Ainda vou ter dois filhos cujos nomes serão Jules e Verne =D.”
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:: INVASORES DE CORPOS, por Zarko
“Me lembro até hoje da primeira vez em que assisti Invasores de Corpos (Invasion of the Body Snatchers, 1978). Foi numa exibição na TV, de madrugada, lá pelos meus 8 ou 9 anos, e foi a primeira vez em que assisti a um filme de horror sozinho. Meus pais nunca ligaram para o fato de ficar na frente da TV até tarde da noite, e queriam mais que eu assistisse a muitos filmes mesmo! Pois é, eles tentaram me dar uma educação nerd, e para vergonha da família, cresci e me tornei este bastardo cult que sou… Enfim, o enredo até meio trash de “Invasores de Corpos” não impediu o diretor Philip Kaufman de gerar um exercício assustador de ficção-científica B, bem aos moldes dos maravilhosos longas-tosqueiras dos anos 50. Naquela época, eu realmente acreditei que, um dia, alienígenas poderiam descer na Terra e clonar seres humanos dentro de enormes vagens (!!). Bela desculpa para não comer verduras e legumes! 😀 Brincadeiras à parte, por mais que seja mais horror do que sci-fi, não tenho como negar que este filme é um exemplar inesquecível do gênero, com toda aquela artimanha dos aliens para tentar transformar os humanos incrédulos em zumbis e dominar o planeta. E como esquecer Donald Sutherland e Angela Cartwright naquele final de gelar a espinha? Meu gosto pela ficção-científica só começou a se manifestar graças a este filme. E também graças à “Mulher Vespa”, um troço horroroso dos anos 60 dirigido por Roger Corman, mas isto é uma outra história!”
Então… é isso! Estes são os longas que fizeram a alegria – e em alguns casos, o desespero – dos Arqueiros. Não concordou com algum título? Acha que esquecemos algum? E qual é o seu filme de sci-fi preferido? Bem, este troço aí embaixo chamado A Voz dos Nerds está aí pra isso! Mada bala! 😀
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